Original: Observações Finais sobre as Vantagens deste Dicionário – Milorad Pavitch; Dicionário Kazar
Adaptação Livre e Dicionaresca: Fr. Goya (Anderson Rosa)
O caminho da magia pode ser uma vinha regada pela chuva ou uma vinha regada pelo vinho. Este caminho mágico, como todas as grandes magias, pertence à segunda categoria. A magia é um caminho que pede pouco tempo a cada dia, mas que toma muito no decorrer dos anos. Não se deve subestimar tal perda. Sobretudo se admitirmos que o ritual é, de maneira geral, uma ocupação duvidosa.
Pelo ritual, a magia pode ser curada ou ser morta. Pode ser transformada, engordada ou violada. Seu fio condutor pode mudar de sentido, há sempre alguma coisa que nos escapa, perdemos gestos entre as práticas, falas entre os lábios, enquanto outras falas e gestos crescem entre nossos olhos e ouvidos, como repolhos. Se a deixarmos de lado, arriscamo-nos a encontrá-la (a magia) no dia seguinte como um fogão apagado sobre o qual nenhum jantar quente nos espera mais. Além do mais, hoje em dia, os homens não dispõem de tanta solidão para que possam praticar, sem prejuízo, rituais e também conjuros. Mas tudo tem um fim – o ritual mágico é como uma balança: pende primeiro para a direita, depois para a esquerda para sempre. Seu peso passa, desse modo, da mão direita para a mão esquerda, e um movimento semelhante produz-se na cabeça do magista – do domínio da esperança, os pensamentos deslocam-se para o da lembrança, e tudo se acaba. Na orelha do magista talvez permaneça, um pouco da saliva do mestre, trazida pelo vento das palavras com um grão de areia no fundo. Ao redor desse grão, como numa ostra, vozes serão depositadas durante anos, e um belo dia elas se transformarão em pérola, em queijo de cabra negra ou ainda numa bolha vazia, quando as orelhas se fecham como uma concha. Mas isto não depende da areia!
Em qualquer dos casos, praticar magia é tão trabalhoso que significa permanecer muito tempo sozinho. Sem a presença de quem te é indispensável, pois a magia a quatro mãos não é ainda comum. O magista está sempre só. Mesmo quando está em grupos…
—
Atenciosamente,
Em L.L.L.L.,
Fr. Goya
Círculo Iniciático de Hermes
– Campo Mourão/Paraná –
http://www.rosacruz.com.br
http://www.cih.org.br
Respostas de 7
“O magista está sempre só”.
Obrigado.
Luz.
a primeira(s) vez que se sente a solidão, mesmo não estando sozinho, é estranho, parece haver alguma coisa errada… mas não está e nem há nada de errado, é assim mesmo; é assim que é, e assim permanece.
“That’s the way
Oh, that’s the way it oughta be
Oh, dont you know now
Mama said that’s the way it’s gonna stay”
(That’s the way, Led Zeppelin)
paz!
Pesado!
No final do dia, todos os Mestres da Magia aprendem por conta própria. Mesmo que tenha um professor, você estará sozinho.
No final, é você quem vai fazer o trabalho. E quando estar frente a frente com um poderoso Demônio ou Força hostil, o que irá fazer?
Quanto mais fundo você vai, mais forças hostis irá encontrar.
O interesse é um atributo que une os que estão distanciados.
Distanciados como, se tempo, espaço e movimento não exitem?
” […] Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus. ”
Romanos 14:12