Lag Baômer significa “33º do Ômer,” pois este é o 33º dia da “Contagem do Ômer” que tem a duração de 49 dias, conectando Pêssach a Shavuot, e interligando a jornada dos judeus na saída do Êgito até a chegda ao Monte Sinai. No calendário judaico, este corresponde ao 18º dia do mês de Iyar.
Lag Baômer celebra a vida e os ensinamentos de dois dos mais notáveis Sábios da história judaica: Rabi Akiva e Rabi Shimon bar Yochai.
Rabi Akiva
Rabi Akiva viveu na Terra Santa em uma das épocas mais difíceis de nossa história: a geração seguinte à da destruição do Templo Sagrado (no ano 69 da Era Comum) e a impiedosa perseguição dos judeus pelos romanos. Os Romanos proibiram o estudo de Torá e a prática do Judaísmo sob pena de morte. Rabi Akiva, que estudara com os maiores Sábios da geração anterior, desafiou os Romanos transmitindo o que havia recebido a seus discípulos, garantindo assim a sobrevivência da Torá. De fato, todo o corpo da Lei da Torá (mais tarde registrado na Mishná e no Talmud) pode ser seguido até os ensinamentos de Rabi Akiva e seus discípulos.
Até a idade de quarenta anos, Rabi Akiva foi um pastor analfabeto. Mas Rachel, a bela e piedosa filha do abastado cidadão de Jerusalém cujos rebanhos Akiva pastoreava, reconheceu seu potencial, e prometeu desposá-lo se ele devotasse a vida ao estudo de Torá. Ao pastorear as ovelhas de seu amo certo dia, Akiva encontrou uma pedra na qual havia sido cavado um profundo sulco por um fio de água. “Se gotas de água podem desgastar a rocha sólida,” pensou, “certamente as palavras de Torá terminarão por penetrar na minha mente.”
Akiva e Rachel casaram-se, e ele cumpriu sua promessa, dedicando-se ao estudo da Torá. Deserdados pelo pai de Rachel, os dois suportaram anos de pobreza e labuta; por fim, entretanto, o sacrifício foi recompensado: Rabi Akiva tornou-se o mais notável mestre de Torá de seu tempo, com 24.000 alunos. “Tudo aquilo que consegui, e tudo que vocês conseguiram,” disse a eles, “é pelo mérito dela.”
Morte entre os discípulos
Mas então uma tragédia ocorreu. A discórdia e os conflitos entre os discípulos de Rabi Akiva conduziram milhares à morte nas semanas entre Pêssach e Shavuot, dizimados por uma peste. É por este motivo que neste período não realizamos casamentos, cortes de cabelo, ou escutamos música.
Em Lag Baômer, o 33º dia da Contagem do Ômer tristeza e luto são suspensos por dois motivos: nesta data cessou a morte dos discípulos de Rabi Akiva e marca o dia de falecimento de Rabi Shimon bar Yochai. Seus ensinamentos revelaram a dimensão mística da Torá: a Cabalá, a “alma” do Judaísmo. Rabi Akiva reconstruiu sua grande Escola de Estudos de Torá, reiniciando com seus cinco discípulos sobreviventes: Rabi Meir, Rabi Yehudá, Rabi Yossi, Rabi Nechemia e Rabi Shimon bar Yochai.
Rabi Shimon bar Yochai
Como Rabi Akiva, seu mestre, Rabi Shimon sofreu perseguição por parte dos Romanos, e sua cabeça foi colocada a prêmio. Rabi Shimon precisou esconder-se com seu filho, Rabi Elazar.
Foram até as colinas ao norte de Israel, e ocultaram-se em uma caverna onde estudaram Torá dia e noite. D’us realizou muitos milagres para eles: uma alfarrobeira cresceu na entrada da caverna para alimentá-los, e a água foi fornecida por uma fonte de água fresca. Eliyáhu, o profeta, apareceu a eles, ensinando-lhes os mistérios e segredos da Torá.
Após doze anos na gruta, Rabi Shimon soube que o imperador romano que havia decretado sua morte não vivia mais. O perigo havia passado; Rabi Shimon e seu filho podiam agora deixar a caverna.
Foi em Lag Baômer que Rabi Shimon e Elazar saíram da escuridão para a luz do sol. Era primavera, e os fazendeiros estavam atarefados nos campos, arando e semeando. Porém para Rabi Shimon, esta não foi uma visão bonita. Para ele parecia uma grande tolice, talvez um pecado. O tempo do ser humano neste mundo é precioso e breve – como podia desperdiçá-lo trabalhando a terra, quando poderia devotar-se aos esplendor da sagrada Torá de D’us?
Rabi Shimon havia desenvolvido notáveis poderes durante os doze anos na gruta, e agora, ao observar com ira esta visão indesejada, os campos e árvores irromperam em chamas. Ouviu-se uma Voz Celestial, dizendo: “Você saiu para destruir Meu mundo? Volte para sua caverna!” Portanto, Rabi Shimon e Elazar retornaram à gruta por mais um ano, mergulhando ainda mais na sabedoria Divina. Foi durante este décimo terceiro ano na caverna que descobriram o segredo mais profundo da Torá: que o propósito da Criação é “Construir uma morada para D’us no mundo físico.”
Aprenderam que embora o trabalho mundano do homem pareça grosseiro e inferior, a maior santidade está oculta dentro deste mundo físico. D’us deseja que transformemos o mundo material em uma morada para Ele. Uma vida totalmente devotada à Torá preenche esta finalidade, mas assim também o faz uma vida devotada a desenvolver o mundo material em conformidade com a vontade Divina. Não são todos que devem passar o tempo inteiro no estudo de Torá, como fizeram Rabi Shimon e seu filho.
Quando Rabi Shimon emergiu da caverna no Lag Baômer seguinte, não estava menos comprometido com o estudo de Torá; de fato, isso permaneceria sua “única ocupação” pelo restante de sua vida. Mas ele havia também aprendido a apreciar o valor dos caminhos na direção do cumprimento do propósito Divino, em vez do seu. Agora, seu olhar sobre o mundo curava, em vez de destruir.
Rabi Shimon Bar Yochai não apenas atingiu pessoalmente o mais elevado entendimento dos segredos da Torá, expressso em sua obra mística, o Zôhar, como tornou-se o mais ilustre mestre de Torá de sua geração. No último dia de sua vida, Rabi Shimon reuniu seus alunos e disse-lhes: “Até o dia de hoje, tenho mantido os segredos em meu coração. Mas agora, antes de morrer, desejo revelar todos eles.”
O Zôhar
O Zôhar, que significa “esplendor” ou “brilho”, tornou-se a base da espiritualidade ímpar da Chassidut, fundada no século XVIII por Rabi Yisrael ben Eliezer, o “Báal Shem Tov”, no Leste Europeu.
O Zôhar descreve o dia da morte de Rabi Shimon como repleto de grande luz e júbilo sem fim, e a sabedoria secreta que ele revelou naquele dia aos discípulos; tanto para o mestre como para os alunos, diz o Zôhar, foi como o dia em que o noivo e a noiva se rejubilam sob a canópia nupcial. Diz-se que o dia não chegou ao fim antes de Rabi Shimon revelar tudo que lhe fora permitido revelar. Apenas então o sol recebeu permissão de se pôr; e quando isso aconteceu, a alma de Rabi Shimon deixou seu corpo, subindo aos céus.
Rabi Abba, um aluno incumbido do trabalho de transcrever as palavras de Rabi Shimon, conta: “Eu nem ao menos conseguia manter a cabeça levantada, devido à luz intensa que emanava de Rabi Shimon. Durante todo o dia a casa esteve repleta de fogo, e ninguém podia chegar perto, por causa da parede de chamas e luz. No fim do dia, o fogo finalmente arrefeceu, e pude olhar a face de Rabi Shimon. O sol se punha e com ele a alma do mestre se elevava. Estava morto, envolto em seu Talit, deitado sobre o lado direito – e sorrindo.”
Rabi Shimon fora banhado em luz e fogo, pois a Torá é comparada ao fogo – “Aish HaTorá”. Fogo é o material que converte matéria física em energia. Assim também, a Torá nos mostra como transformar o mundo material em energia transcendente.
Rabi Shimon bar Yochai faleceu em Lag Baômer. Antes de morrer, instruiu os discípulos para observarem seu yahrzeit, data de seu falecimento, como um dia de muita alegria e festividades.
Uma profunda lição
Rabi Akiva ensinou que “Amar p próximo como a si mesmo” é um princípio cardinal na Torá; de fato, este é o mais famoso de seus ensinamentos.
Como explicar então a morte de milhares de seus discípulos que tornaram-se os maiores exemplos dos ensinamentos de seu mestre? Como puderam tornar-se deficientes nesta área tão vital?
O Lubavitcher Rebe explica que a própria diligência deles em cumprir o preceito “Amar o próximo como a si mesmo” foi sua ruína. Os discípulos de Rabi Akiva serviam a D’us com a máxima sinceridade e devoção. Assim parecia a cada um deles que seu enfoque individual era o correto e que aos outros faltava a perfeição tentando ajudá-los, mostrando seu pensamento individual.
Nossos Sábiosdisseram que “Assim como a face de cada pessoa difere das faces das outras, assim também a mente de cada pessoa é diferente da mente de seu próximo.” Quando os 24.000 discípulos de Rabi Akiva estudaram os ensinamentos de seu mestre, o resultado foi 24.000 diferentes nuances de entendimento, pois os conceitos foram assimilados por 24.000 mentes – cada uma sendo única e distinta das outras. Se os discípulos de Rabi Akiva tivessem amado menos uns aos outros, isso teria sido motivo para uma menor preocupação; mas devido ao fato de que cada discípulo esforçou-se para amar o condiscípulo como “a si mesmo” sentiu-se compelido a corrigir seu raciocínio e comportamento “errôneos”, e a esclarecê-los quanto ao verdadeiro significado das palavras de seu mestre.
Cada judeu dedicado a Torá e mitsvot, embora divirja em sua maneira de servir a D’us, deve agir com bondade e respeito, e julgar sempre favoravelmente aquele que ainda se encontra distante ou afastado.
Esta foi a verdadeira lição deixada por Rabi Akiva e Rabi Shimon, provavelmente o segredo mais profundo revelado da Torá: o serviço a D’us deve ser desempenhado com verdadeira inspiração e vitalidade amando ao próximo como a si mesmo e respeitando a individualidade.
Costumes
Arco e flechas
É costume levar as criancas a passeios a parques e espaços abertos para brincar com arcos e flechas. Conta-se que durante a vida de Rabi Shimon nenhum arco-íris apareceu no céu. O arco-íris é símbolo de falha humana: conforme relatado em Bereshit, D’us, após a destruição da geração do Dilúvio, prometeu que mesmo que a humanidade tornasse a ser imerecedora Ele colocaria o arco-íris no céu como um pacto de Seu voto de jamais destruir Seu mundo novamente. Mas enquanto Rabi Shimon estava vivo, seu mérito foi suficiente para assegurar que D’us não se arrependeria de Sua criação.
O ensinamento chassídico vê outra ligação do arco: ele funciona sob o princípio de “recuar para poder avançar” – ao empurrar a flecha para trás, rumo ao próprio coração, o arqueiro a impele a uma grande distância, para golpear o coração do inimigo. A essência mística da Torá, disseminada por Rabi Shimon, funciona pelo mesmo princípio. A pessoa deve mergulhar em si mesma, recolher-se a sua essência e lá descobrirá a “centelha Divina” que possui. Esta descoberta confere o poder de derrotar o adversário mais obscuro e transformá-lo em algo bom e positivo.
Corte de Cabelo em Meron
Durante o período do Ômer é proibido o corte de cabelos em sinal de luto pelas mortes dos discípulos de Rabi Akiva. Lag Baômer, entretanto, é um dia de júbilo, no qual todo o luto é suspenso. Por esta razão em Lag Baômer há sempre muitos garotos de três anos que estão esperando desde Pêssach para terem seu primeiro corte de cabelo.
A cidade de Meron recebe centenas de meninos para a cerimônia de opsherenish, reunindo milhares de pessoas que dirigem neste local preces o ano todo, especialmente nesta época do ano. É um grande mérito realizar a mitsvá de corte de cabelo no local onde se encontram sepultados Rabi Shimon e seu filho Elazar.
Ovos cozidos
Costuma-se comer ovos cozidos em Lag Baômer, pois o ovo é sinal de luto – neste dia, em memória a Rabi Shimon Bar Yochai. Ainda em vida, ele pediu que esse dia fosse celebrado com muita alegria. Para cumprir seu pedido, enfeitamos as cascas dos ovos. Há o costume de serem cozidos com com cascas de cebola, a fim de deixá-los coloridos.
Texto de http://www.chabad.org.br/datas/lagBaomer/
@MDD – muitos me perguntam se é necessário ser judeu para se conectar ao Sefirat ha Omer. A resposta é óbvia que NÂO. O Sefirat não é uma “festa judaica” apenas, mas um exercício de autoconhecimento utilizando o simbolismo judaico. Vejo muitos cabalistas judeus de mimimi reclamando que somente os da “raça pura judaica” é que podem se conectar à Egrégora mas é uma besteira. A energia a qual nos conectamos é independente… se um Umbandista desejasse, poderia celebrar estes 49 dias usando os Orixás como referência, por exemplo (Oxóssi, Ogum, Oxalá, Oxum, Exú, Iemanjá e Omulu). Um ateu poderia usar apenas as qualidades do ser humano para meditar. Claro que é mais simples aproveitar toda a imagem que já existe, pois facilita a compreensão.
Respostas de 11
MDD,
Fazer estes 49 dias comemorando os orixás é uma forma de participarmos desta egregora, aumentando-a, no momento em que agregamos valor com nossas crenças.
Abraços.
1) O Profeta Eliau (Eliyáhu) é algo como a contraparte do Anubis? Me dá a impressão de que quem morre, enxergaria Anubis ao morrer e Eliyáhu ao renascer. Afinal, eles guardam a mesma porta, não?
2) Gosto da versão “Amar ao próximo como a si mesmo, essa é toda a lei da Torá. O resto é comentário.” Especialmente pelo sentido que “comentário” tem no judaísmo.
3) Assim como nem todo homem deve passar todos seus dias estudando a Torá, nem todo ser humano deve seguir as leis judaicas. Acho que o segredo é primeiro se conectar com sua própria egrégora. Mas claro, os judeus têm restrições quanto a misturar egrégoras… (Dizem que um judeu perguntou a um rabino dos mais sábios se o Altíssimo gostaria que ele fosse vegetariano, e o rabino respondeu “As restrições da Torá não são suficiente pra ti?”)
Cultura nunca é demais…
Meus primeiros contatos com a sabedoria desses Rabis foram com um livro do Prof. Júlio César de Melo e Souza, Lendas do Povo de Deus. Recomendo a todos toda a obra do Prof. (também conhecido pelo pseudônimo de Malba Tahan), especialmente a crianças com dificuldade na matemática. 🙂
Caro Marcelo:
Parabéns pelo blog! Suas palavras certamente têm estimulado as pessoas a pensarem, a questionarem dogmas e a pesquisarem as origens das religiões.
Gostaria de pedir permissão para deixar, além do elogio, um questionamento.
Como devemos interpretar as passagens bíblicas que nos mostram Deus como um ser que pune, castiga ou provoca destruição? Deixo alguns exemplos:
– capítulos 7 a 12 do Êxodo, que falam sobre as dez pragas do Egito;
– “Por ter feito isso, você é maldita entre todos os animais (…) Eu porei inimizade entre você e a mulher, entre a descendência de você e os descendentes dela. Estes vão lhe esmagar a cabeça, e você ferirá o calcanhar deles. (…) Vou fazê-la sofrer muito em sua gravidez (…) A terra produzirá para você espinhos e ervas daninhas” (Gn 3, 14-24);
– “Por isso você é amaldiçoado por esta terra que abriu a boca para receber de suas mãos o sangue do seu irmão. Ainda que você cultive o solo, ele não lhe dará mais o seu produto” (Gn 4, 11-12);
– “Então Javé fez chover do céu enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra; destruiu essas cidades e toda a planície, com os habitantes das cidades e a vegetação do solo” (Gn 19, 23-25).
Esses trechos levam muitos à crença na máxima segundo a qual “Deus castiga”. Não consigo acreditar nesse tipo de Deus, mas não sei como explicar o sentido pretendido pelos textos bíblicos.
@MDD – a biblia, ou o que chamamos de biblia, nunca foi escrita pensando se tornar um livro religioso. ela é composta de trocentos textos mitologicos, esotéricos, salmos, históricos e lendas que um sujeito muito esperto chamado constantino juntou tudo no século IV e disse que foi deus quem escreveu… O “Deus” bíblico é uma variação de Chesed e Geburah, o Rigor e a Misericórdia arquetipais… Marte e Júpiter em uma entidade. Os crentes acham que ele é literal, os ateus acham que ele é literal e não existe… mas nenhum dos lados tem capacidade de entender que são apenas símbolos e alegorias.
E do ponto de vista da interpretação, os judeus menos rígidos temos interpretado no sentido de que essas punições deveriam acontecer. Deveriam. Afinal, se esses textos foram guardados, ao menos a Torá, é porque refletiam os pensameentos e a condição humana de uma determinada época.
Então, quando ‘d*us’ manda matar, por exemplo, entendemos que a pessoa deveria morrer. Deveria. Mas essa é uma oportunidade para deixar para trás esses erros (morte simbólica e ato de piedade por não matar, mas perdoar essa pessoa) tanto quanto um aviso de que esses tipos de erros podem destruir a bondade que se fez durante toda uma vida.
Claro que cada um interpreta como quer, e essa interpretação tem o bonus de manter o texto intocado.
Quer dizer que há textos judaicos abordandado todas as emanações divinas?
Os muçulmanos, ou ao menos os sufis, tem algum ritual exercício similar ao Sefirat Ha Omer? Sendo eles herdeiros do judaísmo cabalista (os sufis) deveriam ter algo nessa linha, embora com essa mania de “povo escolhido” dos monoteístas possa ser que o neguem…
Como posso relacionar a Árvore da vida com os Orixás no Sefirat ha Omer?
Erico, tu podes olhar nesse post do Tio no Sedentário: http://www.sedentario.org/colunas/teoria-da-conspiracao/os-orixas-e-a-kabbalah-parte-1-29497
Aí e nas outras partes mostra a relação entre os orixás e kabbalah e tem links para as outras parte. Agora COMO trabalhar isso no Sefirat eu não sei, não entendo quase nada de Umbanda
DD, uma duvida, o Sefirat trabalha com a arvore da vida, existe o mesmo para a arvore contraria ? So perguntando por curiosidade mesmo., obrigado
@MDD – Os satanistas de orkut inventam de tudo… é capaz que exista; eu gostaria muito de alguem que sobreviveu a uma invencionice dessas contasse como foi kkkkk