Iniciação de Dom Pedro

O rei de Portugal, D. João VI, no ano de 1821, extinguiu o reinado do Brasil e determinou o regresso de D. Pedro com toda a família real para Portugal. Nessa época, funcionava no Rio de Janeiro, a Loja Maçônica Comércio e Artes, da qual eram membros vários homens ilustres ligados à corte, como o Cônego Januário da Cunha Barbosa, Joaquim Gonçalves Ledo e José Clemente Pereira entre outros.

Após terem obtido a adesão dos irmãos de São Paulo, Minas Gerais e Bahia, aqueles maçons resolveram fazer um apelo a D. Pedro para que permanecesse no Brasil e que culminou, como se sabe, com a celebre: “como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto, diga ao povo que fico”. Entretanto, não parou ai o trabalho dos maçons. Teve início, logo em seguida, um movimento coordenado entre os irmãos de outras províncias brasileiras objetivando promover a Independência do Brasil.

É importante ressaltar que, naquela época, na metrópole, nas lojas “Comércio e Artes”, “Esperança de Niterói” e “União e Tranqüilidade”, nenhuma pessoa era iniciada, sem que fossem conhecidas suas opiniões sobre a Independência do Brasil. Ademais, todo neófito jurava não só defendê-la como também promovê-la.

No dia 13 de julho de 1822, por proposta de José Bonifácio, D. Pedro é iniciado na Maçonaria, na loja Comércio e Artes, e logo elevado ao grau de Mestre Maçom. Enquanto isso, crescia em todo o Brasil, o movimento pela Independência, encabeçado pelos maçons.

Ir.’. Celso Benito, ARLS Icaro, 3840.

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Respostas de 41

  1. É engraçado ver as coisas dessa forma… os maçons estão por tras de muitas benfeitorias no nosso país e no mundo, e pouquíssima gente dá crédits…

    DD, aproveitando, quando serão os cursos que vc ministrará aqui em Minas Gerais?

    @MDD – Kabbalah e Astrologia. Os cursos que são as portas de entrada para os estudos. Não dá para fazer diferente.

    1. Marcelo, na verdade eu gostaria de saber QUANDO esse cursos irão acontecer em Minas

      @MDD – Dias 21 e 22 de agosto, em Uberlândia.

  2. Marcelo, fugindo do tema do post, gostaria que me indicasse um bom livro, dicionário de simbologia. Adiquiri a pouco tempo, Os Símbolos da Ciência Sagrada, de René Guénon. Já ouviu falar desse? Qual outro me indicaria?

  3. Algo a dizer sobre Guiseppe Garibaldi?

    @MDD – Ele merece um post só pros feitos dele. Grande Primo Garibaldi!

  4. Não só no liberalismo, mais tarde a maçonaria também estaria envolvida na proclamação da república, com Prudente de Morais, aqui em Itu, pode-se visitar o museu da convenção e as igrejas onde é possível verificar a influência da ordem na arquitetura e história da cidade e do país.

    Marcelo, existe alguma relação entre os 4 evangelhistas e os 4 elementos? Tem uma igreja muito linda em Itu, onde existe uma imagem dos 4 associada aos animais simbólos dos 4 elementos.

  5. Meio resumido o post Marcelo, porém interessante, de fato…

    Tem algumas coisas que ficaram faltando e merecem uma pequena pincelada. Assim como o “Arrudão”, o D. Pedro foi iniciado e elevado a mestre de forma “meteórica”, uma iniciação mais política do que autêntica por parte tanto dos maçons quanto de D. Pedro. Cabe lembrar que mais tarde D. Pedro I chegou até mesmo ser expulso da ordem se não me engano, alguns dizem porque ele não interessava mais aos interesses da maçonaria, outros dizem que se deve aos casos extra-conjugais com a Marquesa de Santos. Não me lembro de cabeça se não existiu o caso de traição por parte do D. Pedro, em que ele extinguiu o GOB, que viria a se reerguer após esse fato (precisava do livro da história do GOB poraqui para afirmar o fato)… Enfim. É interessante dizer que a independência do Brasil foi na verdade redigida, declarada e lavrada na loja Artes e Comércio cerca de 1 ou 2 semanas antes do dia 7 de Setembro, e não, aquela cena de D. Pedro I nas margens do Ipiranga gritando “Independência ou Morte” não ocorreu, essa é uma versão romantizada da coisa. Sabem aquelas mentiras que nos ensinam nas escolas e que todos acreditamos (como a que Santos Dummont inventou o avião e etc?)

    TFA

  6. A linhagem real portuguesa conferia ao príncipe algum grau de desenvolvimento espiritual, de modo a lhe garantir o título de mestre?

  7. Só que a relação do D. Pedro com a maçonaria não foi tão bonita, né Marcelo?

    A passagem dele só durou 3 anos. Tempo para se tornar mestre maçom e depois tentar fechá-la.

    Um dos grupos maçons, liderados por José Bonifácio, apoiava a idéia de uma Monarquia Constitucionalista, enquanto que o outro grupo, liderado por Gonçalves Ledo, defendia já a proclamação da República.

    O grupo republicano, de Gonçalves Ledo, ganhava cada vez mais forças. Assim, D. Pedro I alegando “haver muita divergência entre José Bonifácio e Gonçalves Ledo” (as duas principais lideranças maçônicas na época) simplesmente fechou o Grande Oriente do Brasil.

    Procede a informação?

  8. O liberalismo moderno renasceu pela Maçonaria.
    Não é a toa que a Revolução Francesa é um marco tão respeitado.
    Liberdade, Igualdade e Fraternidade!

  9. Cara sei que nao tem muito a ver, mas tenho uma duvida a cerca da maçonaria.
    Tipo o arruda era maçom, e se eu nao me engano ele era ate mestre jah, como alguem como ele consegue um grau desses? Entrar ate entendo mas crescer tanto assim dentro da maçonaria dendo um carater daquele, como pode?

    @MDD – Hoje em dia, se voce tiver bastante dinheiro, pode ir “comprando” os graus… cansei de ver isso acontecer; é muito triste. Ao invés de estudar e aprender tudo o que existe disponível a cada grau, o sujeito só quer as medalhinhas pra mostrar pros outros. O termo para esses sujeitos é “Profano de avental”.

  10. Ok,ok. Isso está me cheirando a isca, mas alguem tem que morder pra continuar a conversa…

    Achei esse post no mínimo estranho e bastante incompleto. A passagem de Dom Pedro pela Maçonaria foi extremamente tumultuada. Em menos de cinco meses, por razões políticas, ele foi iniciado, exaltado, levado à posição de Grão Mestre para, logo em seguida, proibir o fiuncionamento da Ordem ou de qualquer outra sociedade secreta em todo o país, exilar e prender antigos companheiros.

    Sei que alguns imputam isso à disputa entre os grupos de Gonçalves Ledo e José Bonifácio, bem como a tentativa de fazer D. Pedro jurar a constituição brasileira que nem mesmo havia sido promulgada, diminuindo a responsabilidade dele no processo de adormecimento da Ordem. Mas não me parece que aquele personagem voluntarioso se comportaria de maneira tão passiva, como uma vaquinha de presépio.

    Mas, e aí? Em tempos de revisionismo histórico, qual a visão predominante nos dias de hoje?

  11. “No dia 13 de julho de 1822, por proposta de José Bonifácio, D. Pedro é iniciado na Maçonaria, na loja Comércio e Artes, e logo elevado ao grau de Mestre Maçom.”

    Elevado “logo”… por méritos próprios ou pela posição política?

    @MDD – política pura.

    1. Já ouvi muitas histórias aqui em Sorocaba de maçons daqui que subiram dessa forma… politicagens e poder. Profanos de Avental. Realmente mto triste. No entanto que sempre tive um certo receio da maçonaria por causa disso… me parecia um lugar repleto de pessoas embebidas em orgulho.

      Mas, com a ajuda do Marcelo e de outras fontes confiáveis, aprendi que os fundamentos não foram assim, e a intenção não é essa… mas que infelizmente há certos pontos na Ordem infiltradas por “maçãs podres”…

      Isso causa um imenso desserviço para as Ordens e ocultistas em geral. Todos nos olham com cara de desconfiados 🙁

  12. Marcelo, mas não foram também as “divergências” entre Guatimozim, José Bonifácio e Gonçalves Ledo, que fizeram com que o mesmo decretasse o encerramento dos trabalhos da Loja Comércio e Artes?

  13. Não foi Dom Pedro que também decretou o fechamento de todas as lojas maçônicas brasileiras logo após sua iniciação?

  14. O pessoal está “meio cabreiro” com os fatos políticos em jogo nesta iniciação e mestrado meteórico de D. Pedro como em outros casos mundo afora, tanto na maçonaria como em outras ordens onde a historia mostra que, de uma forma ou outra teve alguma influencia no curso das coisas. Mas esquecem que as vezes tem de se fazer sacrifícios, nem que seja profanar determinados dogmas ou legislação interna, pois sem isso a evolução não vem, ou seja, se não houver uma revolução (nada haver com uso do termo significando revolta armada ou guerra) não haverá evolução nas coisas, temos de por a mão na massa para ver nossos objetivos chegar a termo e é assim que vejo este fato como outros de nossa historia passada e recente, indo mais longe, sei que ocorrerá no futuro também. Isso até que se chegue o dia onde esses métodos não serão mais necessários.

    Pode parecer algo dualista, os fins justificando os meios, e até certo ponto é sim, contudo temos de ver que por mais poder que tivessem, sem uma ação mais incisiva talvez estivéssemos hoje ainda reclamando do ultimo decreto do imperador ou rei do Brasil, bem como de outras nações mundo afora.

    As vezes um pouco de caos ajuda trazer uma nova ordem, mais evoluída, mais ordenada.

    Meus 10 centavos sobre o assunto.

    1. Não estava cabreiro não, somente perguntei porque há sempre a chance de algum iniciado em outras vidas ser “descoberto” e realmente progredir rapidamente – mais porque se lembra do que pelo que aprende uma primeira vez…

      Claro que no caso de D. Pedro não foi assim (digo, agora que o Marcelo confirmou), mas compreendo o motivo que os levaram a dar a ele o grau de Mestre Maçom (sem que, no entanto, ele realmente o fosse).

      Abs
      raph

  15. Marcelo uma vez ouvi falar que a maçonaria tem um custo alto, na faixa de R$ 2.000 para cima, os valores são esses mesmos?

    @MDD – Depende de loja para loja, do aluguel do Templo, da quantidade de obreiros, etc. Os custos razoáveis por iniciação variam de 2 a 3 salários mínimos; os valores de mensalidade entre 100,00 e 200,00. Se fugir muito disso, caia fora. Provavelmente será uma loja de Vaidosos.

    1. Ou então é pura picaretagem… Já ouvi falar de uma certa potência na região Norte e Centro Oeste que cobra até R$ 4000,00 reais por iniciação! E valores superiores a 1 salário mínimo para elevação e exaltação… Entendo que a Loja e potência necessite de dinheiro para suas atividades, mas tais preços chegam a beirar o absurdo

  16. Você ja ouviu falar do termo “Stellium” utilizado na Astrologia? Isso faz parte da Hermética ou foi um termo inventado mais recentemente?

    @MDD – Stellium é o termo que se usa para designar a conjunção de 3 ou mais planetas; é quando eles estão com menos de 5 graus de distância entre si. É muito bom para consagrações, pois representam uma concentração muito forte daquela energia específica.

  17. Caro Marcelo,
    No que tange aos “Profanos de Avental” consta que o Ir.: Arruda foi expulso da L.: que fazia parte do Or.: de Brasília.
    TFA
    Arnaldo

  18. me lembro vagamente que minha professora de história me disse em uma aula no cursinho que as lojas foram fechadas, pq a maçonaria estava tendo um grande controle nas decisões politicas. me lembro que ela falou algo sobre os três pilares no brasil eram a maçonaria, a Igreja e outra coisa coisa que não me lembro…vou pesquisar a respeito.

    1. Bem não sou o Marcelo, mas recentemente em minha loja tivemos um trabalho apresentado pelo nosso venerável, que é professor, exatamente sobre esse tema.

      A maçonaria teve sim participação na abolição dos escravos. Na época existia um forte sentimento por parte de vários setores da sociedade para que a escravidão acabasse. Apesar da maçonaria ter contribuido de maneira ativa para a abolição o real motivo do fim da escravidão em todo mundo foi a revolução industrial e o surgimento de mercados de consumo, principalmente devido à influência política e econômica da Inglaterra que era a potência da época. Afinal, o escravo trabalhava de graça, produzia mas não consumia, e na época o interessante era criar uma sociedade de consumo para os bens produzidos pela indústria. A escravidão portanto mal vista pelo capitalismo precisava ser erradicada para dar lugar ao trabalhador assalariado e consumidor. O Brasil para atender as exigências da inglaterra criou primeiro a Lei do Sexagenário, ou seja, o escravo a partir de 60 anos se tornava “livre” (o que não ocorria porque dificilmente um escravo chegava nessa idade e depois, livre, não teria como se sustentar e continuava sendo um escravo) e a Lei do Ventre Livre (mas o recém nascido também continuava um escravo, já que seus pais ainda eram escravos e este não teria como se sustentar). A criação de ambas as leis foi o que gerou o termo “pra inglês ver…” porque ambas nunca tiveram nenhum efeito prático. Porém ainda havia a resistência à abolição da escravidão, pois o comércio (contrabando) de escravos ainda era forte e o Brasil não tinha um mercado consumidor e nem produção industrial.

      Entretanto, com o tempo, após a pressão de diversos grupos, entre eles a ICAR, a maçonaria, humanistas e os primeiros “industriais” do país (que eram poucos) forçaram o império a assinar a abolição.

  19. “Uma loja que aceite essa situaçao de profanos de avental deve ser olhada com desconfiança?”

    Boa pergunta!

    Pior do que o “profano de avental”, que oferece $$ pra ganhar medalhinha e se gabar no clube dos bolinhas, é quem aceita isso, não?????????????

    @MDD – Saos os mesmos caras se presenteando… vaidade aqui, vaidade lá… quando isso ocorre, nunca é só um fulano, é uma loja toda que permite isso que está estragada. Quando a gente cortava pescoços e enterrava o corpo na praia a coisa era mais séria…

  20. A iniciação de D. Pedro I constituiu-se num ato meramente político, certamente para “ganhar” sua simpatia pela Ordem (diz-se que Bonifácio ingressou na Ordem para saber o que lá era tratado, e terminou sendo seu primeiro Grao-Mestre). Todavia, o futuro Imperador gostava mesmo era de outras coisas, principalmente de uma que residia em Santos. “Profanos de Avental” sempre existirá, certamente por erros de indicação para Iniciação. O processo seletivo (sindicâncias) não é capaz de identificar quem, uma vez iniciado, se desviará dos propósitos maçônicos. Isto ocorre em qualquer instituição humana. A ordem tem membros no setor público nacional, quase sempre todos dando bons exemplos de honestidade e honradez. Quanto a “comprar” ascenção na Ordem, as Lojas do GOB cumprem o que está na sua Constituição e no seu Regulamento Geral, regulando prazos e obrigaçoes para isto e com dispêndio nada exorbitante de taxas ou emolumentos. Ninguem sobe sem que tenha méritos para tal. Existem outras Potências e sobre elas nada posso comentar, principalmente no aspecto de concessão de graus
    TFA.´.

  21. Desenterrando…

    Essa história tem um ponto de desconfiança, mas não tira de forma alguma os valores da Maçonaria no rumo político brasileiro.

  22. marcelo , tu é mesmo maçom ou não?

    pois dei uma pesquisada no seu site e vc coloca textos
    sobre simbolos maçons e descreve com detalhes e tbm
    algumas coisas de magia.

    la no orkut ja fui expulso umas 10 vezes por perguntar
    ou questionar algum simbolo ou se a maçonaria estudava
    magia ou se era religião ( coisas basicas de goteira ,rs )

    e aqui vc fala abertamente sobre esses assuntos.
    não tem medo de ser expulso por revelar segredos ?

    @MDD – que segredos eu revelei? Aqui só falo sobre os assuntos que tenho autorização para falar.

  23. Naõ sei pq q maçonaria se gaba tanto de ter ajudado o Brasil a se tornar a república bananeira , quando dom pedro l fechou a maçonaria no Brasil , ele como um Rei com conhecimento sabia que sociedades secretas internacionais como é a maçonaria conspira em favor de interesses dos seus membros, o mais estranho foi que a maçonaria depois de ser fechada em 1822 após a Independência , foi reaberta a partir do momento em que Dom Pedro volta para Portugal deixando seu filho sob a tutela de José Bonifácio lider da maçonaria no Brasil, muito estranho !!!!!

  24. Marcelo, no livro “1822” do Laurentino Gomes (autor que ficou famoso escrevendo o 1808, sobre a fuga da corte portuguesa para o Brasil) há um interessante capítulo dedicado à influência da Maçonaria na independência do Brasil, inclusive mostrando as diferentes tendências políticas dos maçons brasileiros, com os maçons de Pernambuco defendendo ideias mais liberais com influência direta dos maçons ingleses e a maçonaria do Rio de Janeiro mais ligada à Corte e ao Grande Oriente de Lisboa – e, portanto, mais conservadores – , e como ela foi, aos poucos, se distanciando de Portugal e assumindo uma posição pró-independência. Muita interessante e fica a dica pra quem quer uma nota histórica sobre o tema.

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