Publicado no S&H 21/3/09
Eu sei que esta coluna deveria ser sobre Merlin e José de Arimatéia, mas com a estréia de Watchmen, filme baseado na maior, melhor e mais fodástica história em quadrinhos de todos os tempos, escrita pelo deus dos quadrinhos Alan Moore, tive de fazer uma pequena mudança de planos.
Acredito que poucos de seus leitores sabem que Alan Moore é um ocultista, magista e profundo conhecedor das ciências herméticas, e que recheia todos os seus trabalhos com referências à Ordens Iniciáticas, Poemas alquímicos e magistas famosos.
O tio Marcelo releu Watchmen semana passada e separou as anotações e passagens mais interessantes da HQ, sob o ponto de vista ocultista do Alan Moore. Também recomendo que assistam The Mindscape of Alan Moore antes de continuar.
Cuidado: Contém Spoilers da HQ!
OBS: Eu só tenho a Watchmen em inglês, por isso usei os termos no original, se alguém puder ajudar e traduzir os termos que eu usei nos comentários, eu agradeço.
O Comediante – O nome do comediante, Edward Morgan Blake, é formado pela junção de três grandes ocultistas: Edward Crowley (mais popularmente conhecido como Aleister Crowley), Evan Morgan (discípulo favorito de Crowley) e William Blake (alegadamente a encarnação anterior de Crowley), cujos trabalhos são citados vezes durante o HQ.
Gunga Dinner – O nome do restaurante vem do poema “Gunga Din”, considerado um dos mais famosos poemas do escritor maçônico Rudyard Kipling (também autor da história “O Homem que queria ser rei”, repleta de simbolismo maçônico). Neste poema, Kipling conta, sob o ponto de vista de um soldado britânico, a história de um carregador de água bhisti que acaba salvando a vida do soldado, mas morre durante o processo. A própria história do Comediante e sua morte estão relacionadas ao poema.
Os taxis, durante toda a HQ e em momentos significativos, têm desenhado em sua lateral o trigrama do I-ching TUI, cuja tirada em um jogo significa “estar atento, quando tudo mais parece estar tranqüilo, pois a complacência poderá levá-lo a ser enganado”. A primeira vez que ele aparece na HQ é entre os detetives investigando a morte do comediante e a primeira aparição de Rorschach.
A companhia de taxis é chamada “Promethean” e seu lema é “trazendo luz para o mundo”. Uma referência óbvia a Prometeus e sua comparação com Lúcifer romano.
O sujeito que sempre conserta a porta do Dreiberg trabalha para a companhia “Nó Górdio”, que também é uma referência a Alexandre, o Grande. A companhia “Triangle” também faz referências ao Egito.
“Who Watches the Watchmen” uma pichação que aparece constantemente na HQ, vem de uma citação latina “Quis Custodiet ipsos custodes”, das obras do poeta romano Juvenal, em provocação à obra de Sócrates que colocava a classe dos guardiões como responsável pela proteção das cidades. “E quem nos protegerá dos guardiões?”. Platão responde que eles nos guardarão deles mesmos, com uma mentira nobre. “Diremos a eles que eles são melhores do que eles realmente são e, por causa disso, eles deverão proteger aqueles que são desprotegidos”.
Sweet Chariot – O nome dos cubinhos de açúcar que o Rorshach come durante toda a HQ são baseados na música “Swing low, Sweet Chariot”, que tem referências bíblicas a respeito da carruagem de Elias (também conhecida como arcano 7 do tarot) e tem como significado alguém que trafega por debaixo das rotas conhecidas para enfrentar um mal maior (esta música foi usada por escravos como símbolo de rotas conhecidas como “Túneis subterrâneos” que usavam para escapar para o Canadá, organizadas por maçons abolicionistas). Todas estas referências têm enorme similaridade com o caminho subterrâneo que Rorshach faz para enfrentar Veidt durante toda a trama.
Krystallnacht e Pale Horse – O nome das bandas que se apresentam durante o final da HQ são referências a duas operações realizadas pelos nazistas no começo da II Guerra. A primeira consistiu na destruição de cerca de 200 sinagogas e mais de 1.000 lojas judias, que foram incendiadas. Os judeus ainda foram acusados de terem causado a destruição e condenados a pagar pesadas multas aos nazistas. Pale Horse foi uma operação semelhante destinada a prender e usar homossexuais em experimentos em campos de concentração. O nome vem da bíblia (revelações 6:8) Note que o casal lésbico que aparece paralelamente à trama principal faz diversas referências a esta banda. Outra banda mencionada é “Pink Triangle”, que é uma referência ao triângulo rosa que os nazistas faziam os homossexuais usarem em braçadeiras nos campos de concentração.
O nome do cantor principal de uma destas bandas, Red D´eath, é baseado em um conto de Edgar Alan Poe, “Red Death”.
A revista “Nova Express”, que aparece ao longo da HQ, é o título de um livro de William S. Burroughs, cuja história é muito complexa e bizarra para ser descrita em poucas palavras, mas que tem muito a ver com a idéia do monstro usada por Veidt.
O nome do asilo onde a mãe de Laurie fica internada é “Nephente Gardens”. Nephente é uma droga enteógena usada para diminuir a dor e o sofrimento, usada na Antiga Grécia.
Os dois troféus guardados pelos minutemen são o “Moloch solar mirror weapon” e o “king Mobs ape mask”. Moloch é um deus amonita conhecido por seus altares onde se atiravam crianças ao fogo e king Mob é uma referência às revoltas inglesas de Junho de 1780, onde os revoltosos diziam que serviam a “sua majestade, o rei turba” (“your majesty, King Mob”). Grant Morrison, outro ocultista autor de HQs, também utilizou esta referência para criar o personagem principal da série “Invisibles”, também repleta de referências ocultistas.
O nome Rorscharch vem do teste de manchas criado por Hermann Rorscharch em 1921, que são explicados durante todo o capítulo 6. O estupro da garota Kitty Genovese aconteceu na vida real.
O nome do Dr. Manhattan é baseado no “Projeto Manhattan”, que desenvolveu a bomba atômica. O design do dr. Manhattan, azul com o símbolo esculpido em sua testa, é inspirado nos deuses hindus criadores do universo, Brahma, Vishnu e Shiva, que possuem poderes ilimitados, assim como ele.
O painel na base de Gila Flats, onde o dr. Manhattan foi criado, tem a frase “Per dolorem, ad Astra”, que significa “pela dor se chega às estrelas”. Um mote alquimista e, ao mesmo tempo, reflete a situação do dr. Manhattan durante a HQ e sua fuga para marte.
Ozymandias – vem de um poema de Percy Bysse Shelley, chamado Ozymandias, que retrata o Rei dos Reis. Percy foi membro da Golden Dawn e esposo de Mary Shelley, a escritora de Frankenstein. Seus textos principais foram “A Rainha Mab” e “ A necessidade do ateísmo” (que lhe rendeu a expulsão da universidade de Oxford). O poema Ozymandias tem tudo a ver com a função desempenhada por Adrian Veidt. Já o próprio nome Adrian Veidt foi inspirado no ator alemão Conrad Veidt, nascido em 1893, que ficou imortalizado por sua atuação no filme mudo “O homem que ri”, adaptação do poema ocultista de mesmo nome, de Victor Hugo, cujo personagem principal mais tarde inspiraria Bob Kane a criar ninguém menos que o Curinga.
Várias vezes durante a HQ é mostrado a obsessão de Veidt com diversas TVs ligadas ao mesmo tempo em canais diferentes. Isto reflete o método do escritor William S. Burroughs de trabalhar (ele escreveu “The Naked Lunch “ e “Nova Express” desta maneira e, diz a lenda, que ele escrevia os textos e depois jogava aleatoriamente todos os papéis no chão para que sua mente conseguisse sair do modo racional e traçar linhas mais subconscientes nos trechos dos textos. Observar múltiplas imagens aleatórias é um dos métodos de adivinhação semelhantes aos oráculos de borra de café, bola de cristal ou ler entranhas de animais (acho que o próprio Veidt menciona isso em algum dos capítulos). O dr. Manhattan e sua conexão passad-presente-futuro também reflete esta multiplicidade de “canais”.
Karnak, o nome da base de Veidt, é o nome do principal templo dedicado ao faraó Ramsés II, o Ozymandias real.
A nave de Nightowl, Archie, é um diminutivo de Archimedes, o nome da coruja do desenho da Disney “The Sword in the Stone”, que conta a infância do Rei Arthur. Corujas, a lua e superfícies ovaladas estão presentes em todo o capítulo 7, representando os atributos de Atenas. Até mesmo os calendários dentro da casa de Dreiberg começam na segunda-feira (moon-day) ao invés de domingo.
O capítulo 5, “Fearful Simmetry”, é desenhado como um espelho, com a página 1 refletindo a página 28, a 2 refletindo a 27, e assim por diante, com as páginas 14-15 sendo a borda do espelho. O símbolo do crânio e caveira aparece bastante neste capítulo. Tanto a questão da simetria, do poema e do símbolo aludem a um grau maçônico que, infelizmente, não poderei comentar. Além destas, existem outras referências à maçonaria e seus símbolos neste capítulo, que é o meu favorito.
O Capítulo X é repleto de referência a duplas, ao número dois, aos pares e a “dois cavaleiros” (pessoas aparecem várias vezes dirigindo, cavalgando ou andando lado a lado nesta HQ). Referências ao símbolo da Ordem dos Templários.
Walt Feinberg, o autor fictício do conto dos piratas que acompanha paralelamente a narrativa, é uma homenagem a Walt Disney e Joel Feinberg. O tio Disney dispensa apresentações, e Feinberg foi um filósofo americano famoso e um dos primeiros escritores a discursar sobre os direitos individuais versus a autoridade do estado (tema constante em Watchmen).
Referências dos títulos
Capítulo I – “At midnight, all the agents” é uma referência a música de Bob Dilan chamada “Desolation Row”
Capítulo II – “Absent Friends” é uma referência a Elvis Costello na música “The Comediants”
Capítulo III – “The Judge of all the Earth” vem da bíblia, é uma referência a Gênesis 18:25 e tem tudo a ver com o Dr. Manhattan.
Capítulo IV – “the watchmaker’ é uma referência a uma frase de Einstein em relação à existência de Deus, que depois foi parafraseada por Dawkins como uma negativa da existência de Deus.
Capítulo V – “Fearful Simmetry” pertence a um dos poemas mais famosos de William Blake, “Tyger”, que trata novamente de maneira sutil de toda a trama de Watchmen.
Capítulo VI – “The abyss gazes also” é uma referência a Nietzche.
Capítulo VII – “A brother to Dragons” é uma referência bíblica. Vem do livro de Jó, 30:29
Capítulo VIII – “Old Ghosts” é uma referência à escritora inglesa Eleanor Farjeon, famosa por suas histórias para crianças. O título vem do livro “Hallowe´en” onde diz “no Halloween os velhos fantasmas saem…”
Capítulo IX – “Darkness of mere Being” vem de um livro muito legal do Carl Jung, chamado “Memories, Dreams, Reflections”. Recomendo a leitura.
Capítulo X – “Two Riders were approaching” eu não sabia de onde ele tirou esta, mas um leitor me escreveu dizendo que a referência vem da música do Bob Dylan “All along the Watchtower”
Capítulo XI – “Look at my works, Ye Mighty” – também vem do poema Ozymandias, de Percy Shelley, já mencionado acima.
Capítulo XII – “A stronger, Loving World” vem da música “Santies”, de John Cale.
Respostas de 28
Tio Marcelo,
Parabéns por esta serie de posts falando sobre as obras de Alan Moore, realmente muito interessante.
Deixo ainda a sugestão de uma analise semelhante em obras de Neil Gaiman, como por exemplo Belas Maldições e Sandman.
Minha HQ preferida. Minha e de milhões né heuheuheuehue Tem um amigo meu que é a representação do Comediante com esse jeito meio Exu de ver a vida… muito interessante!
Muito boa a matéria. Não li no Sedentário na época pois ainda não havia lido a HQ, mas agora foi a vez. Só quero chegar em casa e conferir as páginas espelhadas…
Acho que o MDD não gosta muito de mangás, mas seria bacana se rolase um post sobre Berserk do Kentaro Miura, tem muita matança e atrocidades mas as referencias ocultas estão presentes o tempo inteiro praticamente, lendo aquele post aqui no TdC sobre Promethea e as “complicações’ pelas quais o desenhista passou a despeito dos alertas do Moore fico preocupado com a possibilidade do Miuraço enlouquecer ou piór…mas ele pelo que pesquisou para fazer as citações dele deve estar precavido.
O estigma que aparece constantemente na série é uma junção de 2 runas que estão dispostas de tal forma que representam algo não muito positivo. Sempre quis ter uma tatuagem dessa, mas depois de descobrir isso me desanimei.
É legal reparar como é representada a magia na obra, inclusive alguns exercícios que o tio Marcelo postou aqui estão lá.
Eu ainda estou em processo de desenvolvimento, mas para quem conhece, como o tio Marcelo, vai pegar muita referência, realmente é uma bela indicação!
esse post eu ainda não havia lido.
fantástico.
Marcelo, tu escreve muito que por ser “de tal grau” não podes comentar. Pergunto, eu posso comentar? Quero dizer, eu trabalho com crítica literária. Fazer análise de Watchmen e dizer XXXXXXX, certo?
@MDD – Voce poderia, mas como o juramento diz não revelar nem permitir que seja revelado, eu não poderia aprovar o comentário…
Aliás, uma pergunta séria agora… Como se diz para os iniciantes maçons que eu não sou maçom? Pergunto isso porque muitas pessoas que eu conheço insistem em me cumprimentar usando alguns sinais – os quais eu imagino que não deveriam ser usados indiscriminadamente. Por exemplo, os apertos de mão dos primeiros graus… quando o jovem maçom vem com muita empolgação, ele automaticamente coloca a MINHA mão na posição correta para responder ao aperto de mão.
Existe uma contrassenha que diga “eu sei o que tu queres dizer, mas eu não sou um irmão”? Geralmente eu tento soltar o aperto de mão e segurar como se fosse algo mais “descontraído”, como uma empunhadura de “queda de braço”. Mas não posso fazer isso em todos os contextos.
Imagino que os maçons de graus maiores (sei que não podes comentar 😛 ) devem ter outros meios de saber se eu faço parte de alguma ordem. Mas isso realmente me incomoda com os novatos.
Alguma dica? Estou sendo paranóico? Ou deixo os novatos pensarem o que quiserem até aprenderem?
@MDD – as vezes acontece… estou no carro e algum empolgado da vida ve o adesivo e faz algum sinal no carro ao lado… eu costumo ignorar. Quem já é antigo não faz essas esquisoterices kkkkk. E sim, tem zilhões de métodos muito mais discretos de se saber se um fulano é livre e de bons costumes do que só as palavras passes e toques… (que estão todos na net e, na minha opinião, não servem mais pra nada nesse sentido). Basta se ater a trechos do ritual que só sabe quem participa.
e o selinho não é esquisotérico?
@MDD – Tem gente que odeia, tem gente que adora e usa os anéis ou símbolos… vai de pessoa pra pessoa ou no ambiente que voce trabalha (por exemplo, antigamente advogados usavam muito os símbolos nos fóruns… hoje, com a enxurrada de advogados e juízes evangélicos, pode ser mais complicado ostentar qualquer símbolo maçônico nessas circunstâncias). Normalmente os aprendizes são mais empolgados e, conforme vão aprofundando os estudos, vão baixando o fogo e se afastando do mundo profano… Até 2006 eu mantinha segredo de TODAS as ordens que fazia parte (tanto que a imensa maioria dos leitores do blog que jogaram meus RPGs só descobriram sobre isso a partir do TdC, apesar das “dicas” nos RPGs). A partir de então, não tive muita escolha, porque as Entidades e coordenadores de Ordens Invisíveis me colocaram para funcionar como Portal de Consciência, então eu (através deste blog) sirvo como um ponto de referência para tirar dúvidas e auxiliar quem quer entrar em contato com as Ordens Iniciáticas (um nome bonito para “para-raio de trolls crentes e ateus”). Mesmo assim, só no meu carro tem o adesivo; no da minha esposa não tem, por exemplo.
Oi, Marcelo. Ótimo artigo!
Ah, e eu achava que a companhia de táxi Promethean era uma mera alusão a outra história de Moore, Promethea. =P
Uma correção e uma pergunta: A música “All along the Watchtower” é do Jimi Hendrix. E será que rola/já rolou/rolaria um post sobre o anime/mangá Evangelion? Sempre quis entender mais todas aquelas referências bíblicas.
Abraço!
Ops, olha eu desinformando o pessoal. A música em questão realmente é do Bob Dylan, ela só ficou mais famosa na versão do Hendrix (e, inclusive, é essa versão que compõe a trilha sonora do filme de Watchmen).
Isso mesmo Érico o exercíio de visualização q a bruxinha passou para a Farnese é muito semelhante ao ensinado pelo MDD, quanto ao estigma eu não sabia que o Miura foi tão perfeccionista realmente teria sido um péssimo negócio tatuar esse troço. As explicações da Bruxinha e da falecida mestra dela sobre plano astral tmb são interessantes, obviamente levando em conta que é um Mangá, o fim é o entreterimento e não o ensino de seja la oq for, as referencias são numerosas as vezes as palavras são quase as mesmas do MDD, bom, a esperança é a ultima que morre.
Isso mesmo Érico o exercíio de visualização q a bruxinha passou para a Farnese é muito semelhante ao ensinado pelo MDD, quanto ao estigma eu não sabia que o Miura foi tão perfeccionista realmente teria sido um péssimo negócio tatuar esse troço. As explicações da Bruxinha e da falecida mestra dela sobre plano astral tmb são interessantes, obviamente levando em conta que é um Mangá, o fim é o entreterimento e não o ensino de seja la oq for, as referencias são numerosas as vezes as palavras são quase as mesmas do MDD, bom, a esperança é a ultima que morre ( de Berserk ser comentado por aqui).
Rafael, não sei se você anda acompanhando os capítulos mais recentes, mas acredito que o Miura esteja cada vez mais interessado no ocultismo, a própria série está se encorpando de uma forma cada vez mais séria e mágica, chega a ser uma diferença exorbitante do começo. Mas é uma recomendação que eu faço sempre que posso.
Hahaha, tio Deldebbio, faça um favor a humanidade e dá uma lida na série pra presentear a gente com um belo artigo!!!!
Mas o Miura já deu uma boa largada de mão da série, também, como ficar jogando os videogames mais bobinhos possíveis ao invés de cumprir prazos, tá empurrando com a barriga os capítulos da série há anos e tal.
Engraçado que meu primeiro contato com vários termos relacionados ao ocultismo em si foi em Berserk, apesar de que lá o autor faz um uso bem próprio. Mas a parte do deus do abismo (ou da “ideia do mal”), dos planos ou mesmo o sistema mágico da bruxinha foram bem pesquisados.
Fui pro UK querendo comprar Watchmen,Promethea e Invisibles originais em ingles….logo no segundo dia encontro Watchmen na prateleira de uma loja pra comprar! Pena que nao encontrei os outros dois..quem sabe numa proxima vez hehehe
Abraço
E o “John Constantine: Hellblazer” quais as referências ocultistas ?
O Alan Moore é iniciado em alguma Ordem?Ele sabe segredos importantes de mtas ordens …
Seiq ele é um grande mago e talz , mas sempre achei q fosse do tipo “forever alone” rs
Abçs.
@MDD – alan Moore não precisa das Ordens Iniciáticas… As Ordens Iniciáticas é que precisariam de mais caras como o Alan Moore…
mas onde a gente aprende essas coisas sem ordens iniciaticas, “só” estudos relacionados a historia, mitologia e filosofia?
não vai ficar uma parte de fora?
@MDD – Vai. Porque a academia não considera a história magistica da humanidade, mesmo em cursos onde ela seria indispensável, como História da Arte, Filosofia ou Teologia.
me expressei mal. O que eu quero saber é, já que essas coisas ficam de fora da academia e Alan moore não faz parte de grupos esotéricos, onde o Alan moore foi aprender isso?
@MDD – Livros e no Plano Astral.
Pois é Érico na minha cidade ainda estamos no número 63, concordo em genero, número e grau! Você leu o episodio no qual o Grifth conversou com o deus do abismo ou deus das profundezas nunca lembro qual é o certo fiquei de cara.
Para facilitar pro MDD se ele ficar interessado eu (particularmente) recomendaria a leitura do número 48 ou 49 em diante.
Olá Marcelo, voce já leu ‘The Invisibles’ ?
Se sim, existe a possibilidade de um post sobre essa HQ?
Sua análise seria interessante nela tambem.
Por esse post ser antigo, duvido que eu consiga uma resposta. Porem seria muito legal se tivesse uma analise de Os Invisiveis. Eu consegui entender relativamente bem até o volume 2, mas o volume 3 eu não entendi nada.
@MDD, você disse que Grant Morrinson é ocultista, ele diz que Os Invisiveis é semi-biografico, que algumas coisas lá são reais. Como por exemplo, os Archons, alenigenas multidimensionais que dominam o mundo , ele disse que é real. Ele é esquisotérico por isso? Rsrs
Antes de enviar esse comentário uma trivia. Não, melhor, duas trivias:
1-Essa HQ não tava vendendo nada, correndo o risco de acabar por conta disso, até que em uma das revistas Morrison colocou um simbolo lá, e pediu para quem gostasse da HQ que se masturbasse olhando pra esse simbolo desejando muito que ela venda e não acabe. E depois disso ,a HQ começou a vender e não acabou precipitadamente.
2- Morrison, um grande fã de Beatles, disse que evocou o espirito de John Lennon durante um ritual. Ele inclusive colocou esse acontecimento na HQ. E disse mais, que John compôs uma música pra ele…tem até um video do Morrison cantando a musica….é possivel que seja verdade ?????
De qualquer forma, foi essa HQ e as diversas referencias a musicas ”estranhas” dos Beatles como Tomorrow Never Knows e Revolution 9 que me fez interessar pelas lendas de Liverpool, e hoje é minha banda preferida haha.
caro deldebbio
saudações
por falar em Blake, um dia desses resolvi começar a ler um de seus livros, Jerusalem, e percebi uma coisa: Não importa o quanto eu queira ler, eu fico com sono, visão turva, leio palavras que não existem, as letras embaralham(não, não sou dislexo), e chego a ter que ler a mesma frase mais de uma vez para entender o que ela quer dizer. Como eu sempre fui um amante da literatura, e consigo ler livros numa boa, sem esses problemas, achei estranho isso. Alguma explicação, ou é só preguiça mental de minha parte mesmo?
desculpe tomar seu tempo, obrigado e abraços
Caraca, só agora que tu falou eu notei a simetria no cap. 5. Alan Moore é realmente um gênio!
Me lembrei da frase:
“Não importa quantas vezes eu leia, eu nunca consigo entender.”
Marcelo, não sei se você acompanha a série “fringe” mas saberia dizer se ela também tem referências?
@MDD – acompanho, mas ela não tem nenhuma referencia ocultista, é ficção sci fi mesmo.
Aproveitando a deixa, e Battlestar Galactica (2004)? Tem referências, principalmente na idéia de um “deus universo” que guia o destino das pessoas (deuses, homens e máquinas), segundo seu próprio propósito. Mas até onde tais referências vão?
Nooossa…fantástica a explicação!!! Se eu AMEI o filme, imagina depois de ler tudo isso!!!! Nunca li HQ não, mas deu pra ter uma noção muito boa a respeito do que vem por trás de tudo! Como diz aquele velho ditado (ou melhor,grande fato) : “nada é por acaso”!
Marcelo, mate-me uma curiosidade: vc leu tudo e foi desvendando por si só,cada símbolo/música? Tipo cientista?
Fico aqui imaginando o quanto de tempo e dedicação deve ter levado tão grandiosa explicação.
Abraços e muito obrigada!
@MDD – Nao sozinho… existem muitos que fazem este trabalho e se comunicam entre si, trocando informações, senao seria um trabalho muito lento 🙂
Nossa parabéns pelo post, falou cada coisa que não sabia. E Alan Moore é um gênio.