Como todos sabem, o Sudário de Turim, mais conhecido como “Santo Sudário” é uma relíquia exposta pela Igreja Católica como sendo o manto que cobriu Jesus. No dia 21 de Abril de 1988, foi cortado um pedaço de 7cm x 1cm do sudário para exames científicos. Os testes de Carbono 14 decepcionaram a Igreja, pois comprovaram que o tecido é do período entre 1260 e 1390. O resultado obteve um índice superior a 95% de confiabilidade e foi publicado na revista científica “Nature”. Assim sendo, impossível de ter sido usado para cobrir Jesus.
Os exames científicos também comprovaram que não se trata de uma pintura falsificadora, e que o tecido realmente cobriu um homem que foi torturado. Porém, quem poderia ser o homem barbudo torturado nesse período? Muitos estudiosos acreditam se tratar de Jacques de Molay, último Grão-Mestre da Ordem dos Templários, preso em uma emboscada planejada pelo Rei Felipe IV, o Belo, em 13 de Outubro de 1307, e queimado na fogueira da Santa Inquisição em 18 de Março de 1314.
Um dos indícios mais relevantes para essa teoria é de que o Sudário foi entregue no ano de 1356 a uma igreja francesa pela viúva do filho de Geoffroy de Charny, um dos 04 Preceptores de Jacques de Molay, que o acompanhou à fogueira. Inclusive, na época, o Arcebispo de Poitiers proibiu sua exposição, declarando ter ciência de que não se tratava da imagem de Jesus, e sim de outra pessoa.
Como isso poderia ser possível? Sabe-se que as torturas preferidas da Santa Inquisição naquela época muitas vezes tinham a intenção de repetir aos torturados os mesmos sofrimentos feitos a Jesus, de forma a aproximá-los de Jesus através da dor. Dessa forma, é reforçada a teoria de que torturaram Jacques de Molay, utilizando uma coroa de espinhos, açoitando-o, pregando-o em uma cruz, e ferindo-o com uma lança, até quase a morte. Então, sua ama, Condessa de Champagne, teria preparado um tecido de linho para cobri-lo, achando que o mesmo não sobreviveria a tanto tormento. Porém, DeMolay sobreviveu a esse e a muitos outros durante seus 07 anos de prisão.
O livro “O Segundo Messias”, dos Maçons Christopher Knight e Robert Lomas, apresenta esses e muitos outros indícios para defender a teoria de que o homem cuja imagem é vista no Sudário de Turim é a do Grão-Mestre Jacques de Molay. A própria imagem estampada na capa do livro, sobrepondo a imagem do Sudário com a conhecida efígie de DeMolay, colabora com a teoria ao mostrar a similaridade da pessoa de ambas as imagens.
Caso seja verdade, seria uma grande “ironia justiceira”, em que a mesma instituição que matou DeMolay tem venerado sua imagem por séculos.
Respostas de 14
Ironias e sincronicidades, no próximo post da minha coluna saberá porque 🙂
Kennyo, não sei se vc já viu, e se a intenção é enfatizar, mas num post antigo (acho que 2009), o Del Debbio trata exatamente desta teoria.
@Kennyo Ismail – Sim, Paulo. Mas acho interessante trazermos esse assunto novamente de tempos em tempos, com uma abordagem um pouco diferente a cada vez. Esse tipo de assunto nunca se esgota e sempre há alguma coisa interessante a destacar.
Claro Kennyo, a intenção foi somente complementar seu texto.
=]
Achei! Fica o link pra quem quiser complementar =]
http://www.deldebbio.com.br/index.php/2009/06/15/os-quatro-sudarios/
Kennyo eu ainda não li este livro (vou correndo procurá-lo), mas li o famoso “chave de hiram” dos mesmos autores, la eles ja dão uma pincelada sobre o assunto…
Porém, tem certas coisas que me deixam em duvidas sobre a imagem ser resultado das manchas/ferimentos de uma pessoa, uma delas é que a imagem do sudário é em “3D” (possui profundidade) coisa que não aconteceria caso fosse manchado por qualquer líquido/substância que seje. Outra é que partes do corpo da imagem tem tamanhos desproporcionais (cintura pra cima um tamanho e cintura pra baixo outro).
Quanto a capa do livro, não é um bom argumento dos autores, porque praticamente qualquer busto ou desenho de busto vai se “encaixar” a cabeça.
Ainda sou inclinado a teoria de que foi o DaVinci com uma câmara escura ou algo assim, teve até um cara que reproduziu isso usando uma reação química provocada pela luz do sol e funcionou (claro que não tão detalhado como o sudário), mas é só uma inclinação mesmo, pois não tenho uma opinião convicta sobre isso, há muitos prós e contras em diversas teorias, a do DaVinci foi a q me pareceu mais proxima do convencimento…
Mas quero ler este livro! hehehe
Abraço!
@Kennyo Ismail – Pedro, obrigado pela contribuição sobre o assunto. Sobre a figura da capa, não é apenas uma questão de encaixar um busto ali, e sim o fato da última efígie oficial de Jacques de Molay ser muito parecida com a imagem do Sudário de Turim, mais ainda do que a conhecida imagem de Leonardo da Vinci. Já sobre a imagem 3D, você tem toda a razão. Se você passar algum tipo de tinta sobre o rosto e cobri-lo com um pano de orelha a orelha, quando esticar o pano a imagem estampada do rosto estará “esticada”, com uma orelha bem distante da outra. E isso não acontece no Sudário de Turim.
Esse artefato sempre deu o que falar , embora o data de criação fosse imcopativel com Jesus Cristo , muitos pesquisadores da nossa época se mataram para descobrir como a imagem de alguém foi “estampada” com tanta perfeição.
Outra importância de se colocar esse assunto algumas vezes para ser tratado também é devido a que muita gente ainda pensa que é a imagem de Jesus.
Uma vez eu vi um documentario, que o mais cético dos cientistas que realizaram essa datação, antes de morrer estava convencido que o tecido realmente era dos primeiros séculos da era cristã. Esses mesmos cientistas tinham feito outro estudo anos antes e comprovaram que dificilmente se tratava de uma pintura, e que o tecido das pontas era diferente do tecido que contem a imagem, o tecido principal foi descrito como linho usado no oriente nos primeiros seculos, segundo os resultados da primeira pesquisa onde não havia sido retirado amostra para datação pois a Igreja não havia autorizado.
Não estou afirmando nada, apenas vi e achei interessante compartilhar.
Mais um fato para os Maçons se acharem ainda mais os grandes construtores e paticipantes da História do Mundo, aff
@Kennyo Ismail – eu não sei de onde você tirou essa relação de maçonaria com Jacques de Molay, mas tudo bem! Mas aproveitando, a Maçonaria pode não ter sido a grande construtora da história, mas com certeza não foi a grande destruidora, nunca torturou e matou milhares de pessoas em nome de Deus, nunca promoveu mil anos de escuridão, queimou livros ou condenou cientistas à morte.
vc está no caminho certo.. vou continuar a observar… 🙂
Como todo respeito a figura de Jacques de Molay, mas a teoria de que seria a imagem dele estampada no Santo Sudário está caindo por terra.
Foi descoberta recentemente uma prova muito contundente de que, na área de onde foi tirada a amostra do tecido para os testes científicos, foi realizada, durante a idade média, uma técnica de reconstrução das fibras do tecido – devido as avarias que este sofreu em um incêndio. Não recordo agora o nome da técnica de tecelagem utilizada, mas consistia num exímio trabalho de remendar os fios da trama com novos materiais.
A grosso modo, é como cruzar dois fios, o original e o novo, visando não deixar visível a reconstrução. Foi isso que enganou o exame em carbono 14, fato reconhecido pelo próprio autor do teste, antes de vir a falecer.
O que o exame em carbono detectou, portanto, é o material utilizado neste “remendo”.
Isso não é eu quem digo, são as próprios que realizaram os testes àquela época.
@Kennyo Ismail – Remy, não sei a fonte de sua informação, mas provavelmente é uma fonte católica não confiável. Na verdade, ocorreram remendos no Sudário de Turim sim, remendos esses por conta de rasgos ocorridos por conta do excesso de contato nos séculos anteriores e dos incêndios pelos quais o Sudário passou. Mas os únicos reparos com outros tecidos ocorreu em 1534, eram de conhecimento dos cientistas e da própria Igreja quando dos exames de Carbono 14, ficavam em outras regiões e não de onde foram retiradas as amostras, e esses principais reparos foram retirados por ordem do Bispo de Turim na restauração de 2002. Essa afirmação de que as amostras eram de parte desse tecido que não era original foi derrubada por Joe Nickell, que comprovou que as amostras dos exames eram do tecido original, e não das remendas.
Kennyo, boa tarde.
Sei que não é exatamente o tema do post, mas gostaria perguntar algumas coisas relacionadas à maçonaria. Eu recentemente recebi o convite de um amigo para fazer parte de uma loja aqui do Rio, ele me esclareceu muitas coisas, mas outras eu gostaria de perguntar para alguém “de fora”, para ter outro ponto de vista.
Seria possível eu lhe enviar esses questionamentos? Não sei se você teria tempo/disponibilidade/paciência para responder. Caso positivo, devo postar as dúvidas aqui mesmo, para que possa ajudar a esclarecer outros, ou prefere que sejam enviadas por email?
Obrigado, e parabéns pela coluna.
Muito legal esse post. Realmente voltando aos posts já colocados pelo Tio faz a gente profundar mais no assunto. Parabéns…
Outra coisa meio fora mas pegando o gancho: Assisti recentemente o filme dos Smurfs com meus filhos e pude notar referencias claras a mensagens maçonicas em todo o filme!
Acho que merecia dar uma olhada e quem sabe um post?
Paz Profunda!
Também vi muitas referências na animação “Lucas, um intruso no formigueiro” semanas atrás. Mas, teorias conspiratórias à parte, acho que é tudo meio Alan Moore, os caras acham as referências e saem usando só pq fazem certo sentido. Ou é tudo parte de uma conspiração que culminará com o fim do mundo em 2012.
Kenyo,
E a teoria do livro “O sudáro de Turim” de Lynn Picknet que fala da hipótese de que na verdade, além de ter sido feito com uma técnica de exposição (tipo fotografia) supostamente criada por Da Vinci, ele é na verdade a representação de João Batista?
Segundo o livro, DaVinci seria um Joanita, as pessoas que acreditam que João Batista era o Messias e não Jesus, e por isso a cabeça do sudário está separada do corpo.Eu só encontrei essa teoria nesse livro, mas gostaria de saber o que pensam desta teoria.
Dados do livro:
Sudário de Turim : como Leonardo da Vinci enganou a história , O
PICKNETT, Lynn; PRINCE, Clive.
Editora Record