Mulher Objeto

Com o recente debate iniciado no post “Feminismo: um delírio“, achei por bem trazer um texto sobre o tema (todos os links no texto abrem novas janelas)…

Vamos ser honestos e ir direto ao ponto: faz muito tempo que o mundo ocidental é machista – no mínimo, desde que o culto a Deusa foi destroçado pela Igreja, mas isso não vem ao caso no momento…

Sim, já foi pior, já foi muito pior. Houve época em que mulheres “não tinham alma”. Houve época em que não podiam nem estudar nem trabalhar “porque sua única função era cuidar da casa e dos filhos”. Houve época em que não podiam votar e muito menos se eleger… Mas graças aos anticoncepcionais e aos movimentos de emancipação do século passado, as mulheres hoje estão em situação bem mais digna.

Ou melhor, elas sempre estiveram em situação digna. Os homens é que eram indignos das mulheres, pois por muito tempo foram educados para as tratar como seres secundários, às vezes serviçais.

Dizem que a humanidade não evoluiu moralmente. Os dogmáticos do apocalipse adoram lembrar que nossa evolução tecnológica nada fez por nossa moral. Dizem que “não há nada de novo abaixo do céu”… Eu não concordo.

Não concordo, porque há 2 mil anos o povo ia ver feras devorarem homens no Coliseu de Roma. E aplaudiam… Hoje o povo vai a um estádio de futebol (mesmo em Roma) para ver uma disputa esportiva, e raramente aplaude algum derramamento de sangue – é claro que os hooligans estão aí para nos lembrar do quão ignorante parte de nós ainda é, mas eles são a minoria, felizmente…

Os homens diziam que o mercado de trabalho não comportaria o afluxo de mulheres, que isso provocaria desemprego e conflitos e caos generalizado… Não, o apocalipse não chegou porque uma mulher assumiu a gerência de uma multinacional, ou a presidência de um país. Elas não são tão diferentes assim dos homens, e em muitas áreas são estatisticamente melhores – como na direção de automóveis, por exemplo; Se não acredita basta verificar em qualquer seguradora quanto custa o seguro para homens, e quanto custa o mesmo seguro para mulheres.

Mas há homens inteligentes e sensíveis o suficiente para reconhecer todas as potencialidades femininas… Vejamos o presidente da França, por exemplo, que certamente não deve ter muitas reclamações acerca da belíssima ex-modelo com quem se casou – uma artista de mão cheia, que não deixou de ser musicista e nem escritora por ser uma “primeira-dama”. Quantos homens não se sentiriam intimidados por uma Carla Bruni? Alguém tão bela, tão dona de si mesma, tão deliciosamente poética… Seria “muita areia para o caminhãozinho dele”? Certamente, talvez exatamente por isso ele esteja com ela – “o mais improvável dos relacionamentos”. “Improvável”, isto é, para os machistas que ainda se sentem melhor com as mulheres serviçais, as secundárias, as que não os podem ofuscar…

Porém, os ecos da barbárie medieval e a sombra da ignorância humana ainda se fazem presentes na época atual. Há algo de obscuro enterrado no cerne de nossa educação precária. Uma idéia de que homens são provedores e mulheres são “alguma espécie de bem material” – e que os homens devem ter muito, muito dinheiro, para poder “usufruir” dessas mulheres. Eis o absurdo conceito de mulher objeto (não estou me referindo a parafilia, mas simplesmente ao conceito em si), tão absurdo que se oculta longe da racionalidade, de modo que muitas vezes ele está no inconsciente, e não no consciente. Mulheres objeto no inconsciente coletivo de homens, e também de mulheres… Não acredita?

Se não acredita, dê uma breve olhada em comerciais de cerveja, em revistas masculinas, em sites pornô – ou melhor, talvez seja mais simples ir direto ao ponto, direto na “ferida”…

Clipes de música americana! Eles infestam as mentes de jovens e adolescentes – e mesmo de crianças e pré-adolescentes… Eu poderia citar vários exemplos, mas vamos direto a um ícone, do Black Eyed Peas (vale lembrar que não tenho nada contra a música em si, mas contra a idéia que os levou a escrever uma letra que, no fim das contas, resume muito bem o conceito de mulher objeto):

» Ver clipe de “My Humps” (Black Eyed Peas) no YouTube

Na música acima, chamada “My Humps”, temos praticamente uma relação comercial estabelecida: o homem deve prover a mulher com dinheiro e jóias caras, e ela deve prover ele (com o perdão da palavra) com “muita bunda dentro do seu jeans” – eu estou apenas traduzindo a letra!

Algumas mulheres perceberam o absurdo estabelecido na cultura musical “pop” americana… Alanis Morissette nos brindou com sua brilhante paródia da mesma música, em que ela usa a mesmíssima letra, mas com outro ritmo (ela certamente não pretendia lançar um hit com esse clipe):

» Ver clipe da paródia de “My Humps” (Alanis Morissette) no UOL+

Isso dá uma pequena idéia geral de como o conceito de mulher objeto penetra em nossa cultura desde praticamente o berço – e nem sempre nossos adolescentes percebem por onde esse tipo de pensamento adentrou suas vidas (e até mesmo alterou o funcionamento cerebral)… Infelizmente não somos educados para pensar por nós mesmos, e dá no que dá: “conceitos enlatados goela adentro” – muitos de nós são praticamente gansos com cérebro inchado (ao invés do fígado).

E como mudar? Como fazer com que as mulheres escapem dessa sina – e de quebra reduzir (muito) a violência contra a mulher, causa direta de muitos traumas e assassinatos, mesmo nas “melhores famílias” –?

Simples: não aceite. Não compre essas idéias. Analise a si mesmo, conheça aos próprios pensamentos, e questione-se até que ponto eles são seus, e até que ponto são fruto de uma sociedade algo decadente, onde o deus do consumo faz o que quer e aonde quer… E todos o aplaudem, ou quase todos.

Mas, sobretudo, homens e mulheres, não desanimem! Quem sabe o dia em que nos chamaremos não de homens e de mulheres – mas de seres, de almas, de consciências –, não esteja tão distante assim… Era após era. Século após século… Hoje melhor do que ontem. Amanhã melhor do que hoje. Passo a passo.

***

» Tradução da música “My Humps” (atenção: a leitura pode fazer você perder a fé na humanidade)

Nota: Não desconsidero a possibilidade da própria banda Black Eyed Peas ter feito uma grande sátira da nossa sociedade atual com a sua música. No entanto, seja porque a sátira tenha sido “sutil demais”, seja porque a grande maioria das pessoas não a entendeu, a crítica permanece válida. E, se for o caso de ter sido mesmo uma sátira, é possível que o próprio Black Eyed Peas também concorde com a crítica feita aqui…

***

Crédito das fotos: Anônimo/Divulgação.

 

O Textos para Reflexão é um blog que fala sobre espiritualidade, filosofia, ciência e religião. Da autoria de Rafael Arrais (raph.com.br). Também faz parte do Projeto Mayhem.

» Ver todos os posts da coluna Textos para Reflexão no TdC

 

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Respostas de 68

  1. Ótimo texto…
    Só uma correção “há 2 mil anos”.
    E eu discordo em um ponto: de que é inconsciente. Acho que está mais para: a maioria das pessoas não percebe porque isso já vem desde a infância, é “normal”. Está completamente encoberto pela cultura, mas as pessoas tem consciência disso sim.
    @raph – Oi Ana. Obrigado pela correção, eu quase sempre erro isso heh… Sobre ser inconsciente ou não, acho que tendo a concordar com o que disse. No contexto em que usei a palavra “inconsciente”, tinha mais a ver com “algo de que estamos conscientes mas acreditamos ser normal, ou ignoramos o mal que possa causar”, do que propriamente inconsciente no sentido neurológico do termo.

  2. “atenção, a letra da música pode te fazer perder a fé na humanidade” kkkkkkk! Total!
    @raph – Eu quero muito acreditar que o compositor estava fazendo uma sátira, embora não tenha ficado muito claro…

  3. Pior que é verdade….
    Houve uma época em que o Feminino Sagrado era cultuado como devia, por todos, e talvez se entendesse melhor como se complementam princípios masculinos e femininos…Sabiam que não somos nem homens e nem mulheres e sim almas eternas que buscam conciliar esses dois princípios em nossas consciências eternas para dar o passo necessário rumo ao alto…
    Contudo, apesar dessa lavagem cerebral implantada em nosso inconsciente, ainda existem grupos que tentam cultuar e entender o sagrado feminino…Um dia entenderemos, quando o “conhece-te a ti mesmo” deixar de ser apenas um bordão
    Fraterno abraço
    @raph – O sagrado esta a nossa volta, e mal percebemos. As grandes máximas da sabedoria antiga viraram bordões, mas há quem ainda as reconheça em toda sua profundidade. A esperança reside na percepção de que a luz jamais deixou de irradiar sobre nós, basta-nos abrir os olhos e enxergar… Abs!

  4. Bom texto.
    É bom lembrar que machimos não é uma exclusividade de homens. Muitas mulheres são machistas e esperam que o homem seja o provedor e tenha $$$ e sustente suas compras no shopping, dentre outras coisas….
    @raph – O machismo está longe de ser exclusividade dos homens. Há muitas mulheres machistas, inclusive desde crianças, devido a nossa educação…
    Outro equivoco muito presente nesse tipo de discussão é considerar que qualquer atitude masculina que considere as mulheres inferiores em algum aspecto é chamado de machismo.
    Isso é ignorar o óbvio: homens e mulheres são diferentes, tanto em questões mentais, físicas, direitos etc…
    Não é atoa que a maioria dos inventos são feitos por homens, que mulheres não são obrigadas a servir no exército (em mtos países), e que maioria da guarda de filhos de pais separados é dada para mulheres…
    Inclusive, a parcela da humanidade que pensa, ja percebeu que em grande parte do mundo o jogo virou. Não existe o justo equilibrio pregado pelas feministas do secXX. E as mulheres estão com mais espaço e mais direito que os homens. E está em crescimento o movimento chamado MASCULINISMO, (obs: não confundir com machismo ou chauvinismo)
    @raph – Pois é. Só é preciso tomar cuidado para que o Masculinismo não se torne uma espécie de “Orgulho Hetero” da vida… Na luta pelos direitos iguais, ambos os gêneros tem todo direito de reclamar quando se sentem em situação inferiorizada; Porém, o caso dos homens é um tanto menos dramático, visto que não são estuprados e nem costumam apanhar das esposas (pelo menos na grande maioria dos casos).

    1. Eu tava filosofando algo parecido, acho estranho um homem ser feminista, pois um homem não é “fêmea” (sem piadas sobre transgeneros ok?)
      Se um homem é feminista significa que ele é contra o machismo e contra o famismo e seguindo a lógica de nomenclatura ele é masculinista.
      e ser mascu;inista não é só desarovar algo e aprovar outro mas também tentar redefinir o que é ser homem, já que convenhamos, desde que não temos mais ursos para afugenta nem boi para caçar ficamos sem função.
      Fora o fato de existir até agora 3 posturas que eu não gosto: ou o cara é reacionário e vira um ogro, ou é revolucionário e vira metrosexual ou o cara se aliena e funge que o problema não existe
      Redefinir o que é o homem é o ponto chave da nossa questão
      @raph – Concordo plenamente contigo. Independente dos “ismos” e da nomenclatura que as vezes nos confunde e provoce alguns debates meio inúeteis (ver, por exemplo, Reflexões sobre a linguagem no meu blog [ http://textosparareflexao.blogspot.com/2010/01/reflexoes-sobre-linguagem-parte-1.html ]), o importante é redefenir não só o papel do homem, como o da mulher, para que ambos consigam conviver em harmonia e igualdade numa sociedade do conhecimento. Não estou querendo dizer que homens e mulheres sejam “iguais”, a igualdade aqui é uma igualdade de direitos. Posturas extremistas e julgamentos “8 ou 80” e alienações da realidade realmente não nos ajudarão muito – como nunca ajudaram, aliás.

    2. Você desconsidera muita coisa falando de diferenças sociais que só existem por causa da cultura. Igualdade social existe sim, o problema é que não chegamos nela ainda.
      Homens fizeram mais inventos pq podiam estudar. Mulheres não. Simples. Mas, mesmo assim, ainda há algumas transgressoras que desafiaram o tempo em que viviam e se aventuraram na ciência.
      Serviço militar obrigatório só para homens na verdade é uma regra machista, e não uma conquista da liberdade feminina. Entre outras coisas que você citou que são completamente errôneas.
      A diferença entre um movimento Feminista e um movimento Masculinista pode ser observada numa analogia com o Dia Orgulho LGBT e o Dia do Orgulho Hétero. O segundo não tem motivo para existir. Homens já possuem todos os direitos sociais garantidos e reclamar do empoderamento das mulheres é o mesmo mimimi que héteros estão fazendo falando heterofobia (como se fosse realmente dificil ser hétero em nossa sociedade).
      E sim, há homens feministas.

      1. Luiza,
        Temo em discordar sobre a sua analogia, pois ao meu ver o termo masculinista = feminista homem, pois eu nunca terei a sua linguagem e nunca experimentarei pelo seu filtro cultural. Se o termo ofende no máximo eu posso ser um apoiador do feminismo. Eu sou a favor dos movimentos afro-brasileiros e isso não me faz afro descendente.
        Mas além de combater no seu lado do conflito, há uma batalha do lado de cá da cerca e que faz diferença pois ainda vivemos repostas da liberação feminina, o homem perdeu sua função, em resumo
        Sobre serviço militar & afins é simples: Homem é descartável e sempre foi. Nas carrieras que envolvem riscos de vida, 98% doa trabalhadores são homens. O que faz mais sentido, o marido se sacrificar para salvar a mãe e os filhos, ou a mãe se sacrificar para salvar o marido e os filhos?

  5. Excelente texto Raph !
    Realmente como você disse, me parece que o machismo é algo arraigado no inconsciente coletivo, essa noção/conceito básico de que o homem deve prover e a mulher deve servir.
    Um exemplo bem simples, sou casado e tenho um casal de filhos, e algum tempo depois que minha filha nasceu, minha esposa decidiu colocar brincos nela, algo que digamos, me parece que é corriqueiro no dia-a-dia das pessoas, mas eu me perguntei e em seguida questionei minha esposa, porque ? Porquê colocar brincos nela agora, que ela nem tem condições de decidir se iria querer usá-los ? Só porque “toda mulher faz isso” ?
    Não preciso dizer que não adiantou nada reclamar, colocaram os brincos assim mesmo, mas eu ví isso como um exemplo claro do quão arraigadas certas coisas estão na mente humana.
    Um grande abraço !
    NAMASTÊ !
    Wilson
    @raph – Acho que essa questão dos “adornos” é ainda mais antiga, data da pré-história. Há tribos africanas onde as mulheres são obrigadas a usar argolas de metal para alongar os pescoços (ficam com os pescoços tão alongados quando adultas, que se as argolas fossem retiradas não conseguiriam sustentar a cabeça de pé)… Mas enfim, o jeito é ir evoluindo um passo de cada vez, pelo menos hoje são brincos, e não argolas para o pescoço. Namastê

  6. Os homens serem “indignos das mulheres” é uma declaração tão extremista quanto a de que “mulheres são indignas de existirem”.
    @raph – Pode ficar ruim mesmo fora de contexto. Mas eu usei isso quando vinha falando da época em que “homens acreditavam que mulheres não tinham alma”. Talvez hoje soe bobo isso, mas se for analisar profundamente dentro do contexto medieval, isso era uma crença aterradora. É nesse sentido que disse: tais homens é que seriam indignos das mulheres – indignos de serem seres humanos, em realidade.
    Antes de deixarmos de ter machismos e feminismos, temos de parar de agir como se isso fosse uma batalha a ser ganha.
    Da mesma forma como a autora do texto “Feminismo : Um delírio” foi transformada em feminista ao ouvir absurdos de seus ídolos, eu lhes pergunto : Quantos homens se tornarão machistas por conta dos absurdos do feminismo extremado ?
    @raph – Pois é. Repare que eu nem falo em feminismo nesse artigo acima. Eu não quis nem entrar nessa polêmica…
    Mulheres podem “estar” objetos, assim como homens também podem “estar” objetos. Todos nós podemos nos despersonalizar, vender sexo, carinho, afetuosidade. Todos nós podemos agir como se não fôssemos humanos e, algumas vezes, isso é algo importante. Ajuda-nos a manter a sanidade poder dar um tempo na individualidade e no criticismo, e deixar a mente descansar, recuperando energias.
    Alguns, de fato, vão preferir viver a vida toda assim. Muitos, aliás. Muitas mulheres vão querer ser eternos objetos, muitos homens vão querer ser eternos objetos também. Elas, de sexo e criação de crianças. Eles, de músculos e trabalho remunerado.
    @raph – A grande diferença é que homens objeto não costumam ser estuprados nem apanhar das esposas. De resto não vejo nenhum problema em procurarem ser objetos – “faz o que tu queres, há de ser o todo da lei”.
    Não devemos demonizar esta escolha. Talvez seja mister demonizar o conceito de que homens ou mulheres sejam superiores ou inferiores uns aos outros, ou que sejam sempre objetos. Mas até mesmo isso, um dia, deve parar de ser feito.
    Pois tudo que é extremado gera uma reação inversa de potência próxima, podendo ser maior ou menor, no meio em que é aplicado. Todos que são machistas demais geram feministas. Todos que são feministas demais geram machistas.
    @raph – Exato. O problema é a desiguladade. É preciso liberdade, fraternidade e… igualdade.
    Então vamos alcançar um equilíbrio e parar de dizer que “os homens” e “as mulheres” são tal ou qual coisa ? É melhor que dividir o mundo entre “nós” e “eles”.
    @raph – Todos somos seres, espíritos, consciências. Estamos conectados a toda a vida na Terra biologicamente. A própria crosta terrestre pela química, e a tudo o que há de material no Cosmos pelos átomos. “O amor é a lei, o amor sob a vontade”.

  7. Muito bem dito. Para mim, a melhor maneira de manifestar essa igualdade (geométrica, não aritmética) entre homens e mulheres no cotidiano, é que o casal, ou o grupo de trabalho, escola, etc, repartam as tarefas do ambiente igualmente.
    Eu, por exemplo, ainda na infância, auxiliava minha mãe nas tarefas domésticas, primeiro nas leves, e à medida que fui crescendo, em tudo o mais. Hoje repartimos as tarefas igualmente, eu cuido da limpeza da casa, ela da comida e cada um lava sua roupa.
    Posso dizer que fui criado num lar mais “tradicional” (entre aspas), onde o homem é provedor e a mulher cuida da casa. Mas decidi que quero escapar à essa “sina”, e tratar a mulher que estiver ao meu lado como eu quero ser tratado.
    @raph – Parabéns Estefferson, isso de um homem auxiliar nas tarefas domésticas com regularidade, ainda na casa dos pais, é raríssimo, pelo menos aqui no Brasil.

  8. Com as discussões dos últimos dias crentes e ateus vão nos odiar ainda mais, porque defendemos que mulheres e homens são iguais e nos respeitamos.
    Que bom!
    Parabéns Rafael pelo post!
    As pessoas que leêm textos como estes, por mais que sejam bombardeadas por My Humps, nunca perderam a fé na humanidade.

  9. Cara, muito legal o texto! E é triste ver como a maioria das mulheres (pelo menos as que eu conheci), tem como maior sonho, continuarem sendo objetos, muitas apenas pensando na casca (botar silicone, botox, o diabo a quatro), querendo ser desejadas, e apenas isso… Nada contra, acho que cada um faz o que quer, mas é tão vazio isso, parece não ter um pingo de originalidade… Mas as coisas vão mudando…
    @raph – As coisas mudam mesmo, chegam num ponto insustentável onde a crista da onda desaba de volta… Hoje, por exemplo, silicone nos seios está deixando de ser “moda obrigatória”, e tem muitas mulheres hoje achando que mulheres com seios naturais, mesmo que pequenos, são mais bonitas e desejáveis (sim, porque elas fazem isso por uma questão entre elas – o que remete ao conceito de “miss”, e é uma outra história heh).

  10. A questão da violencia é facil de resolver: bota um bolsa-muay-thai/jiu-jitsu/krav-maga/MMA para todas as mulheres…quero ver marmanjo se meter a valente…
    @raph – Ocorre que, quando um homem se torna violento com uma mulher, quando faz sexo “a força”, é que antes ele não entendeu nada, faz das mulheres objeto e, dele mesmo, mero fantoche dos instintos mais animais… Nada contra o instinto animal, o problema é continuar sendo animal, tendo a consciência de um homem… Um dia terá de se encarar, face a face, e como alguns de nós sabem tão bem – vai doer. Mas a dor da alma é pior, ela não vai embora, precisa ser digerida. O ideal seria evitar isso, encontrando antes o amor do que a dor.

    1. Concordo que seria melhor aprender com o amor, mas ja que não aprenderam no amor, a solução é coibir a violencia com violencia – tá eu sei, fica esquisito e a vitima reagindo nem sempre acaba bem…mas tenho certeza que se um cara que tenta forçar um mulher a isso tiver alguns membros deslocados e ossos quebrados pela vitima ele não fara isso novamente, ao menos no tempo que estiver de ‘molho’ e preso pela tentativa –

  11. Artigo totalmente politicamente correto, e totalmente longe da verdade.
    Mulheres não são iguais aos homens, fato que o mundo antigo sempre soube. Porém, agora a onda do politicamente correto amordaça os poucos indivíduos pensantes, que são proibidos de dizer o óbvio sob o risco de serem ostracizados.
    Platão e Aristóteles tinham visões muito mais cruas e realistas das mulheres, visoes que hoje seriam consideradas machistas.
    O mundo moderno foi construído por homens: a esmagadora maioria dos inventores pertence ao sexo masculino. E nao, isso nao tem nada a ver com discriminaçao. O fato é que as mulheres raramente se interessam por conhecimento técnico e específico (é por isso que as faculdades de ciências exatas sao cursadas predominantemente por homens). Trata-se de uma particularidade psicológica das mulheres. Sugiro até que o autor desse artigo leia o “Ensaio acerca das Mulheres”, de Schopenhauer, pra sair do mundo de idealizações e fantasias que tem sobre o sexo feminino.
    Até no ocultismo sério (astrologia tradicional de Ptolomeu, Bonatti, Lilly, etc e a magia grimórica) isso é conhecimento básico.
    O fato é que a sociedade só é coesa e eficiente quando existe a instituição da família (e nao estou falando aqui da familia gay ou da mae solteira com varios filhos de pais desconhecidos e que sobrevive do dinheiro publico sob a forma de bolsa-familia), formada por um homem que atua como chefe da casa e provedor principal, e a mulher que realiza serviços domésticos, cuida dos filhos e ajuda nas finanças com uma atividade de apoio (emprego de meio periodo geralmente). Em outras palavras, o patriarcado é o unico sistema que funciona.
    Todas as sociedades matriarcais sao tecnologicamente atrasadas (nem medicina desenvolvida tem), onde a violência é sempre presente, e nao ha codigos elaborados de leis.
    Nunca existiu e nunca existirá esse “paraíso matriarcal” que os néscios dizem ter existido na aurora da humanidade, simplesmente porque é contrário à estrutura da realidade.
    Assim como o sol é diferente da lua, os homens não são iguais às mulheres.
    @raph – Bem devo dizer que não defendo nenhum “paraíso matriarcal” no artigo, de resto o comentário fala por si mesmo.. Mas, talvez possa me responder: Deus é um homem?

      1. Pois é, Wellington, hoje em dia a “policia do politicamente correto” anda tão omnipresente que quando um cara resolve falar o óbvio todos ficam surpresos.
        É estranho como ser machista é considerado errado, mas ser feminista é “cool”.
        Discordo quando o autor do artigo afirma que a sociedade é machista (querendo dizer com isso que ela promove a degradação das mulheres). A realidade é justamente o contrário: as mulheres são endeusadas, protegidas, paparicadas. Tem mais incentivo a estudar (mulheres já são maioria nas faculdades), tem foro privilegiado nas ações judiciais de familia, Lei Maria da Penha (que é inconstitucional), direito de aquisição exclusiva de propriedade imóvel nos programas habitacionais da CDHU, CEF e COHAB, isenção de obrigação de alistamento militar, etc.
        Ligue a TV e o que vc vai ver será a mulher sendo tratada como princesa super poderosa, linda e independente, ao mesmo tempo que o homem é tratado como idiota, fracassado ou cafajeste. A programação televisiva é completamente voltada pra mulher!
        Agora, respondendo ao autor:
        @raph – Bem devo dizer que não defendo nenhum “paraíso matriarcal” no artigo, de resto o comentário fala por si mesmo..
        O que está insinuando?
        @raph – Que o comentário fala por si mesmo. Desculpe com isso não tive a intenção de ser irônico, apenas dizer que o comentário expõe em si mesmo as crenças que o levaram a pensar dessa forma.
        @raph – Mas, talvez possa me responder: Deus é um homem?
        Deus transcende o sexo, mas nem por isso homem e mulher são iguais na prática.
        Deus não é homem, nem macaco, nem árvore, mas nem por isso homens, macacos e árvores são iguais na prática.
        O fato é que o homem e a mulher tem funções no mundo que são completamente diferentes. Isso implica em direitos e obrigações distintos para cada sexo, óbvio!
        @raph – Homens e mulheres são seres humanos. As leis das sociedades humanas foram estabelecidas para seres humanos – “todos nascem iguais”. Não significa que sejam exatamente iguais, mas que em teoria disfrutem de direitos iguais. Em todo caso, o artigo nem fala muito sobre isso, mas antes sobre a ideia de que mulheres possam ser objetos de consumo de homens.
        O que me preocupa é que tem muita gente aqui que acha que o ocultismo sempre considerou homem e mulher como iguais, o que não é verdade! Essas pessoas tem que começar a ler material tradicional (nao me canso de repetir que sao os livros de astrologia tradicional, filosofia platonica e neoplatonica, grimorios medievais e tratados de alquimia) e verão que sempre foi feita uma distinção entre os sexos, com o homem sempre na posição de mando (so um exemplo da astrologia tradicional: O Sol é o luminar diurno e a Lua o noturno, pois recebe os raios do Sol e os reflete para o mundo sublunar).

    1. henrique monteiro tocou o terror no comentário. uma pena que pouca gente conseguiu entender o que ele quis dizer.
      se deus não é homem, como todos sabem, é porque ele deve ser mulher certo?
      @raph – “Quem sabe o dia em que nos chamaremos não de homens e de mulheres – mas de seres, de almas, de consciências –, não esteja tão distante assim…” Na verdade ele que parece não ter entendido o artigo (não sei se leu além do terceiro parágrafo, por exemplo).

    2. “Artigo totalmente politicamente correto, e totalmente longe da verdade.”
      Como se existisse uma verdade única no mundo…
      “Porém, agora a onda do politicamente correto amordaça os poucos indivíduos pensantes, que são proibidos de dizer o óbvio sob o risco de serem ostracizados.”
      Elite intelectual? Parece um discurso do século XIX.
      “O mundo moderno foi construído por homens: a esmagadora maioria dos inventores pertence ao sexo masculino. E nao, isso nao tem nada a ver com discriminaçao. O fato é que as mulheres raramente se interessam por conhecimento técnico e específico (é por isso que as faculdades de ciências exatas sao cursadas predominantemente por homens). Trata-se de uma particularidade psicológica das mulheres. Sugiro até que o autor desse artigo leia o “Ensaio acerca das Mulheres”, de Schopenhauer, pra sair do mundo de idealizações e fantasias que tem sobre o sexo feminino.”
      Já pensou na possibilidade da história recente da humanidade ter privilegiado aos homens, em sociedades patriarcais machistas? Já pensou na educação que as crianças recebem na infância, separando em “coisas de meninos” e “coisas de meninas”?
      Eu sugiro que você leia obras mais recentes de filosofia, quando a sociedade não é tão machista.
      @raph – Ele provalmente também nunca tenha ouvido falar em Marie Curie [ http://textosparareflexao.blogspot.com/2011/03/o-fogo-de-prometeu-parte-1.html ].
      “O fato é que a sociedade só é coesa e eficiente quando existe a instituição da família (e nao estou falando aqui da familia gay ou da mae solteira com varios filhos de pais desconhecidos e que sobrevive do dinheiro publico sob a forma de bolsa-familia), formada por um homem que atua como chefe da casa e provedor principal, e a mulher que realiza serviços domésticos, cuida dos filhos e ajuda nas finanças com uma atividade de apoio (emprego de meio periodo geralmente). Em outras palavras, o patriarcado é o unico sistema que funciona.
      Todas as sociedades matriarcais sao tecnologicamente atrasadas (nem medicina desenvolvida tem), onde a violência é sempre presente, e nao ha codigos elaborados de leis.”
      Então quer dizer que o seu modo de vida é o melhor do que os deles? É tão difícil aceitar pensamentos diferentes (como feminismo, homossexualidade, etc.) como possíveis?
      Esse sistema pode funcionar muito bem para você, agora você não pode dizer o que é melhor para os outros.
      Como se não existisse violência hoje, as leis realmente funcionassem e toda a tecnologia do mundo fossem suficientes para ensinar os homens a respeitarem uns aos outros.
      @raph – Penso eu que um sistema onde casais gays adotem crianças orfãns e as criem com amor funcione muito bem. A indústria do turismo mundial também está muito satisfeita com o dinheiro dispendido por esses casais… Ao longo dos séculos existiram muitas “famílias bem estruturadas” cujos “homens de família” acreditavam que mulheres não tinham alma. Imagina só, estar casado com um objeto…
      Quanto ao artigo: meus parabéns, Raph!
      @raph – Obrigado.

    3. Realmente o comentário deste cidadão é de imensa sinceridade. Nunca vi alguém assumir tanto preconceito e ignorância de propósito.

  12. Olá,
    Parabéns pelo texto!
    Não queria entrar em assuntos delicados da dignidade humana, mas fui obrigado a opinar por alguém que não conheço.
    O princípio da igualdade comprime esta citação: “tratar os iguais igualmente e os desiguais desigualmente”, o conceito de justiça está fora da minha alçada, não sou juiz e nem tenho uma visão majoritária das causas do Universo, como alguns seres devem ter, mas mulheres serem diferentes dos homens é fato, devemos portanto conhecer essas diferenças: físicas, mentais e de personalidade, adequando, como já fazemos, o mundo do trabalho e social para elas.
    O problema está quando há conflito de interesses, não acho justo nem homem nem mulher ter qualquer vantagem, se uma mulher bate em um homem ele é frouxo, se ele bate nela é um monstro, segundo a sociedade e não se deve tomar alguns casos para criar coisas que não existem.
    O fato das mulheres serem protegidas por Lei de parceiros agressivos é correto, mas tanto homens quanto mulheres fazem uns dos outros objetos de satisfação e seria injusto dizer que apenas o gênero masculino tem esta característica.
    Abraços e tudo de bom pra vocês!!!
    @raph – Eu não estou defendendo o feminismo. Estou apenas constatando o machismo presente em toda sociedade, tanto que muitos vão achar normal que seja assim, “o único sistema que funciona”, etc. É claro que há tanto homens quanto mulheres usando outros homens e mulheres como objeto. A questão do machismo é que ele tende a produzir uma certa violência, pois violência é o que geralmente ocorre quando seres compreendem outros seres como objetos (ou “seres sem alma”, o que dá mais ou menos no mesmo), e acham que “os possuem”. E, no embate físico, normalmente é sempre a mulher quem leva a pior, como qualquer agente das delegacias da mulher poderá informar bem melhor do que eu. Ou seja, eu prefiro correr o risco de ser “politicamente correto” do que correr o risco de acreditar que a violência doméstica – táo presente nesse “sistema que funciona” – seja normal.

  13. Homens não são estuprados ?
    Talvez não seja comúm que o sejam por mulheres, Ralph. Mas são sim bastante estuprados. Principalmente no caso de travestis e garotos de programa do sexo masculino. Ou presidiários.
    Contudo, acontece uma coisa : Um homem estuprado não tem “dor na alma”, segundo a crença comúm.
    O que aterra no estupro feminino, na maioria das vezes, é a ideia de que a mulher irá sofrer com aquilo um tormento terrível, que a marcará para sempre e a tornará inútil.
    Coisa que, de fato, acontece às vezes.
    Contudo, me parece que essa “humilhação suprema” não é exclusividade feminina. E, de fato, não são uma ou duas mulheres que já foram estupradas. Mas ninguém comenta sobre isso. Também não são um ou dois homens que já foram estuprados. Mas menos gente ainda comenta sobre isso.
    Me parece fortemente que o estupro de um pai “enclausurado” no armário por conta da falta de aceitação da sociedade ao seu homossexualismo provavelmente deve ser algo muito mais violento em um filho masculino que o mesmo ato de um pai que seja simplesmente pedófilo em uma filha.
    Junto com o estupro masculino não está apenas a impotência da vítima, a destruição de sua força interior, a obstrução de sua vontade.
    Uma mulher estuprada pode perder o respeito próprio. Pode sentir-se suja, maculada, talvez até culpada. Pode sentir que é diferente, pode ter nojo de sí mesma. Pode ficar menos feminina, abraçar a gordura obscena e a falta de zelo para fugir ao trauma.
    Um homem estuprado perde tudo isso. Mas também perde sua masculinidade. Perde seu lugar na sociedade, segundo sua própria visão. Um homem estuprado deixa de ser homem, e se torna um nada, cai no abismo da auto-contestação.
    Veja-se por exemplo os casos japoneses de estupro. Há diversos relatos em uma sociedade que trata o falar (não necessariamente o agir) sobre sexo de forma mais madura. Lá a literatura fala sobre o suicidio feminino dado o estupro. E fala também sobre o suicidio masculino pelo esturpo.
    O que nos impede de achar que o homem também pode ser vitimado pela humilhação do estupro é simplesmente nossa noção de que homens são “duros” e mulheres são “frágeis”. É a ideia de que uma mulher estuprada não terá vontade para resistir e superar a humilhação, mas que um homem estuprado o fará facilmente.
    Isso é uma forma de puro machismo.
    @raph – Peraí, vamos com calma. Primeiro, eu concordo inteiramente com o que disse. E digo mais: para quem tem contato com as mágoas e angústias dos espíritos, seja na psicologia, seja na mediunidade, é mesmo muito claro o grande problema que o instinto sexual mal resolvido e administrado traz aos seres. No meu blog tenho uma série de reflexões sobre o sexo e outra sobre o amor (4 amores, mas apenas os 2 primeiros contam nesse caso), e mesmo assim apenas arranhei o tema. Interessante que citaram Schopenhauer em outro comentário, e seu conceito de “força motriz da vida” antecipou em séculos as teorias dos psicólogos evolutivos: o sexo é uma força que irá nos empurrar adiante quer o compreendamos, quer não – mas aqueles que se abstém de pensar, de analisar a si próprios, serão muitos mais como folhas em meio ao vendaval, embora no fundo continuem tendo a responsabilidade de administrar a própria alma (a consciência não esquece).
    Segundo, eu não pretendi falar sobre homossexualismo no artigo. Claro que o estupro de homens é tão ou mais traumático quanto o de mulheres (na pedofilia então, nem se fala). Quando comento sobre estupros e violência doméstica no contexto desse artigo, estou tratando exclusivamente da violência de homens contra mulheres (mais precisamente “nas melhores famílias do sistema que funciona”)…

    1. Fiquei um pouco preocupada com esse comentário …
      Não estou defendendo nenhum “ismo” aqui. Entretanto, com que experiência de causa você diz que um “tipo” de estupro é pior do que o outro?
      Se você acredita que um homem estuprado perde sua masculinidade (nunca ouvi falar sobre um homem virar homossexual por isso, mas vá lá), a mulher não perde nada, é isso? Vendo pelo seu argumento, mulheres então deveriam virar homossexuais também, pois um homem a estuprou e então ela deveria criar ódio de todos os outros homens e passar a ter outra opção sexual.
      Só quero que fique claro aqui, que não existe violência pior, existe a dor da vítima de acordo com seus próprios conceitos. O tapa que o marido deu na mulher que tanto o amava e o admirava, pode doer muito mais que o estupro feito por um desconhecido, e vice versa.

    2. Primeiro, nós temos um sério problema de interpretação em nosso país. Talvez isso se dê ao sucateamento da educação…talvez!
      Segundo, alguns comentários deixam implícito um fundo de machismo reprimido, isso é fato!
      Terceiro, a idéia do Raph é mais simples do que se pensa: demonstrar como o mundo patriarcal já foi bem pior do que é hoje, porém isso não impede que possamos ser melhores. Nós (homens no caso), podemos ser mais civilizados e não tão animalescos. Em essência somos todos iguais.
      @raph – É exatamente isso. Eu até achei que estava “atestando o óbvio”, de tão simples…
      Outro ponto importante é sobre o papel da mulher no desenvolvimento da sociedade tecnológica moderna: se não fossem as mulheres para suportar o período gestacional e “parir” esses cientistas, inventores, gênios; simplesmente essas celebridades intelectuais não teriam existido.
      Isso sem contar o fato de grandes homens terem sucumbido ao poder de sedução feminino (a inteligência vencendo a força).
      Agora, ao invés de continuar a proliferar esses pensamentos primitivos brutais, não seria melhor o respeito mútuo? Ambos (homens e mulheres) podem aprender e muito, uns com os outros.
      Enfim, para evitar tanto desgaste com a tentativa de impor o ponto de vista, vou invocar aquela frase perdida no tempo, mas tão elucidativa: ama ao teu próximo como a ti mesmo.
      @raph – E que não vire apenas mais um “bordão” que as pessoas falam por falar, sem pensar, sem sentir, sem interpretar…
      Abs.

  14. “não há nada de novo abaixo do céu” tem um sentido mais amplo…
    Não se trata de fatos novos, ou novas formas, tem mais a ver com a essência da realidade em si.
    Tudo já preexiste…
    @raph – Sim nesse sentido eu concordo com você. Usei o termo querendo me referir a quem não acredita em evolução moral da humanidade, e as vezes o evoca nesse outro sentido.

  15. Desde a maternidade começa a segregação. Meninas de rosa, meninos de azul. O primeiro brinquedo, um fogãozinho para a menina e um carrinho para o menino.
    Ah! Segundo muitos, meninas são melhores em humanas e linguas, enquanto meninos são melhores em exatas. Mas esqueceram de dizer que a matemática é a linguagem que melhor descreve o Universo (sem contar que não ensinam matemática até o fim do ensino médio(pelo menos na maioria das escolas, que só pensam no vestibular e esquecem a beleza e a arte do método axiomático), mas isso já é outra história!).
    @raph – Tem gente que acha que “mulher não serve para ser inventora ou cientista”, etc. Poderiam aprender muito com Hipátia de Alexandria e Marie Curie, por exemplo. Se não foram muitas mais, pode ter sido porque tinha muita gente que achava que “mulher não serve para ser inventora ou cientista”, etc. Pelo menos Marie Curie não foi assassinada, teve a sorte de nascer numa época melhor…
    Adotar essa postura (a que você descreve como ideal no texto), mesmo que seja individualmente, diminui muito o problema. Mas, apesar disso, em todos os meios existem mentecaptos, incorrigíveis. Terão que renascer um milhão de vezes para melhorar isso, e nem assim eu acredito que consigam esse feito! Os mais perigosos são os que se fingem “politicamente corretos” e quando se aproximam de você mostram a verdadeira face (muitas vezes quando já há algum envolvimento).
    Na verdade, o que mais há é uma falsa impressão de que as mulheres são livres, mas se uma mulher realmente tenta fazer isso, abertamente, acaba “marcada” tanto pela família (que as vezes acha que ela tem que casar com um homem rico e “arrumar barriga” para se “firmar” na vida, privando-a muitas vezes de informações sobre sexo seguro, exercer sua verdadeira vontade na sua sexualidade, entre outros), como pelo meio que convive (piadinhas de colegas de trabalho, depreciação de sua opinião por caras que acham que ter um pênis no meio das pernas é sinônimo de credibilidade),etc, etc. Muitas mulheres tentam fingir que isso não afeta, mas sim, isso muitas vezes MACHUCA, profundamente. Isso quando não torna você arredia aos homens, por ver a situação pior do que é, pois os que conhece agem como retardados. Acabamos, por vezes, perdendo as esperanças de encontrar alguém do sexo masculino que tenha respeito (isto é, algum ser humano que tenha cromossomos XY e ache que você também é um ser humano, mesmo sendo XX).
    @raph – Segundo as pesquisas de Ian Stevensson, cerca de 10% das crianças que afirmam se lembrar de vidas passadas passaram por uma “troca de gênero”. Talvez só mesmo renascendo como mulheres os homens possam ter uma noção melhor de como é ser mulher numa sociedade machista.
    Existem sim, homens que sofrem violência doméstica. Mas infelizmente, o número de mulheres que sofrem violência de seus companheiros (não só de seus parceiros, que fique bem claro) é muito maior. Na minha opinião, erraram ao privilegiar as mulheres em leis como a Maria da Penha. Se a Constituição fosse realmente cumprida e respeitada, casos como esse já estariam cobertos.
    @raph – Exato. Igualdade de direitos em todos os casos e leis, seria o ideal..
    Para fechar, na minha opinião, o mais importante é, ainda que existam esses problemas, que cada mulher e cada homem com consciência faça a sua parte. As consequencias do que vem da multidão serão sentidas, as mulheres irão algum dia ser chamadas de incapazes, galinhas ou put., mesmo que paguem todos os seus impostos e cumpram todas as suas obrigações civís, tenham um cérebro, etc. O importante é permanescer firme (mesmo que às vezes não seja nada fácil), deixar a tempestade passar e levar a turba junto com ela..
    @raph – As vezes é tão difícil “se colocar no lugar do outro”.. Acho que esse seu comentário foi muito bem vindo para que os homens tenham uma noção mais clara do tipo de problema que as mulheres ainda enfrentam, embora claro hoje esteja muito melhor do que há 2 mil anos..

  16. Sempre que leio algo parecido ao post que originou este, noto que poderia ser evitado se aprendêssemos a respeitar não uma classe em particular, mas o ser humano.
    Discute-se cada vez mais sobre o tipo de invólucro e desrespeita-se o conteúdo.
    Alguns espiritualistas desrespeitam o Sagrado, alguns ateus as leis do homem.
    E no final desrespeitamos a nós mesmos.
    @raph – Na verdade não escrevi esse post em “resposta” ao “Feminismo: um delírio”, ele já estava escrito no meu blog a algum tempo. Mas concordo plenamente com o que disse. Na verdade, é a essência do que procurei passar no meu texto – que bom que a captou 🙂

  17. Quando se fala que homens são assim e mulheres assado, é bom entender que esta afirmação é generalizada. Ou seja, não é um fato 100% confirmado, mas é o que se espera da maioria. Correto?
    Pois bem, eu pessoalmente tenho dificuldade de achar que homens e mulheres tem, por natureza, as mesmas afinidades e quando isto não acontece é fruto de uma influência social.
    Homens e mulheres são fisicamente diferentes e para funcionarem precisam ser ajustados organicamente segundo a necessidade de cada um. Ta mais do que provado que os hormônios influenciam nossos pensamentos e emoções, assim como nossos pensamentos e emoções influenciam nosso organismo. Portanto, corpo, mente e sentimento estão correlacionados e intimamente ligados. O desequilíbrio de um afeta os outros. Tendo isso em mente, a forma como homem vê e sente o mundo é diferente da forma como a mulher vê e sente. Isto significa que diante de uma mesma situação homens e mulheres descreverão de forma diferente a cena pois a percepção será diferente. Uma cena pode chocar um e outro não. Pra mim isto não tem nenhuma relação com influência social.
    Sobre o exemplo disposto acima, eu não sei se é realmente fato que mulheres poderiam gostar tanto quanto os homens de matérias exatas, e, segundo dito, isto não acontece por influência dos pais e das pessoas que os rodeiam. Estudei na área de exatas em 2001, na época a presença feminina nestes cursos eram pequena, cerca de 5% mais ou menos. Meus professores já diziam que quando eram estudantes também existiam poucas mulheres. Hoje, no trabalho, lidando com estagiários que ainda estudam falam a mesma coisa, a quantidades de meninas é muito pequena. Aliás, em todas as empresas que trabalhei (que são empresas de tecnologia) a presença feminina nas funções que demandam raciocínio lógico matemático é quase nula, e as poucas que existem seguem para áreas de gerenciamento e/ou qualidade. O motivo? Todas elas dizem que não gostam de desenvolver sistemas e preferem mais lidar com pessoas (por isso gerenciamento).
    @raph – Tudo isso merece ser considerado e refletido também. Mas note que em nenhum momento do meu artigo eu disse que homens e mulheres são exatamente iguais. E, quando falei em igualdade aqui nos comentários, falei em igualdade de direitos. “Liberdade, igualdade, fraternidade”. Se quiserem levar isso a um entendimento mais profundo, recomendo ler o monumental “Iluminismo Radical” de Jonathan Israel (lançado no Brasil pela Ed. Madras).
    Eu não estou aqui defendendo superioridade ou inferioridade de alguém, só dizendo que somos diferentes. O fato de sermos diferentes não deve em hipótese alguma dar direito a usurpação de ambos os lados. Mas, por sermos diferentes, precisamos de necessidades diferentes, de tratamento diferente.
    @raph – Exato. Igualdade de direitos (*), harmonia, nada de superioridade ou inferioridade. Quando um homem trata uma mulher como objeto, entretanto, me parece que há uma clara relação aí: um tem alma (é superior) e o outro não (é inferior). Isso vem de muito tempo na humanidade…
    Falei no outro posto e continuo dizendo aqui, as mulheres são seres humanos (que óbvio), são inteligentes (outro grande óbvio), devem ser livres e precisam ter total direito sobre sua vida. Mas os homens também. Portanto, todos os ismos não tem o sentido se pensarmos desse jeito.
    @raph – Se não houvessem opressores e oprimidos, realmente tais termos não haveriam nem sido cunhados. Mas eu concordo plenamente: nem que seja uma “utopia distante”, devemos buscá-la. Repare também que eu nem falo em feminismo no artigo.
    Para cada problema que a mulher enfrenta na sociedade, existe um outro que o homem enfrenta e nem acho que é uma questão de sociedade machista. Acho que o problema é maior que não recebe a devida atenção por ambas as partes. O problema é o nosso desequilíbrio, esquecemos o que é realmente importante e continuamos nos afastando cada vez mais disto, nos focando nas ilusões que tentam preencher um vazio que nos faz sofrer.
    @raph – Sim também concordo. Mas note que o artigo fala muito mais do machismo que leva a noção de “mulher objeto” e que, de acordo com o que defendo, colabora em muito para a violência contra a mulher em geral – mesmo nas “famílias mais estruturadas do sistema que funciona”.
    Enfim, talvez tenha desviado o foco do artigo ainda no início, tendo falado no culto a Deusa, mas na época em que escrevi (não foi uma resposta direta ao “Feminismo: um delírio”) a inspiração me disse para incluir isso.. Contra minha inspiração as vezes sou pouco mais que folha solta em meio ao vento.
    Em todo caso, gostaria muito que pudesse perceber que, no geral, estamos talvez mais concordando do que discordando. Abs.

    (*) Num diálogo interno do Projeto Mayhem, um outro participante trouxe uma definição talvez mais apropriada: “Equilibrio de direitos e de obrigações”. No fundo, talvez o caminho do meio, nem machista nem feminista, seja o ideal.

    1. Rafael, não estou discordando de você não. 🙂
      É que este tipo de tema me interessa muito e sempre gosto de comentar.
      Na verdade, até agora, os comentários parecem de uma forma ou de outra, concordar com o seu post.
      Arisco em dizer que até o Henrique Monteiro, mesmo com sua franqueza e pensamento conservador, há de concordar que mulher não é objeto (que é o tema focal do seu post) que existe apenas para servir o homem. Pelo menos ele não falou nada disso.
      @raph – Pois é. O que ele levantou meio que fugiu do foco do artigo, por isso também nem quis comentar diretamente.

      1. Wellington, gostei muito do que voce escreveu.
        Qualquer pessoa que tenha algum conhecimento de biologia consegue destroçar todos os argumentos das feministas, que afirmam que as diferenças psicologicas e comportamentais entre os sexos sao todas causadas por fatores culturais.
        O interessante é que as sociedades patriarcais judaica e cristã, tão malhadas aqui no site, sempre tiveram uma atitude racional e coerente quanto ao papel dos sexos. As mulheres tinham direitos e deveres específicos, tal como os homens. E é inegável que eram sociedades funcionais e que satisfaziam as necessidades, e possibilitavam o alcance da felicidade ao seus povos (de acordo com pesquisas, as mulheres nunca estiveram tão infelizes nos ultimos 100 anos como agora).
        Ora, é justamente o contrário do que acontece com a “putaria institucionalizada” que temos hoje, que, misturada ao feminismo, acabou com as taxas de natalidade europeias e é responsável pela cada vez crescente disseminação de DSTs, de crianças abandonadas e famílias disfuncionais (maes solteiras que sobrevivem graças aos nossos impostos).
        Discordo do autor quando diz que fugi ao tópico. Na verdade, achei o artigo uma repetição da lamúria de que “a sociedade é machista e as mulheres sao umas coitadinhas”, primeiro porque a sociedade atual nao é machista, e sim uma sociedade de glorificação de tudo o que é feminino em detrimento do modo masculino de ver a vida (já enumerei algumas das vantagens legais e sociais que as mulheres tem sobre os homens). Segundo, porque o autor ignora o fato de que as sociedades patriarcais sempre protegeram as mulheres (muitas eram sustentadas pelos maridos e podiam se dedicar mais aos filhos e família, nao tinham que lutar em guerras e tinham status como maes e matriarcas, desde que fizessem o seu papel).
        Enfim, o artigo é um clichê total, uma repeteco do politicamente correto que se ouve na mídia. Esse texto tendencioso nao reflete a realidade das coisas.
        @raph – O foco do artigo é a crítica a ideia de que mulheres podem ser objetos de consumo dos homens. Em nenhum momento dos seus comentários você sequer mencionou isso, de modo que fica até complicado imaginar que você chegou sequer a ler o artigo inteiro. Nesse sentido que afirmo que seu comentário fugiu do foco do artigo.
        De resto, mais um comentário que fala por si mesmo.

  18. Excelente artigo!
    É triste ver o quanto ele ainda é necessário, pelos comentários – uma coleção de falácias travestidas de meias verdades…
    Ora, que pessoas são diferentes, ou seja, indivíduos, é fato. E isso não se restringe a gênero – também inclui raça, credo, nacionalidade, peso, altura… As variáveis são diversas
    Porém, são, ou deveriam ser, iguais nos direitos. É aí que a coisa pega ! Não deveria nem ser algo fora do alcance da compreensão de nenhum ser humano, já que todos pertencemos à tal da RAÇA HUMANA, também conhecida como HUMANIDADE.
    Argumentar um fato e levar a conclusão para outro lugar, é algo tão tosco quanto falar no singular, e querer que a conclusão inclua não só o coletivo, como também a totalidade. Contando, parece até piada… Cada uma que me aparece!

  19. Rafael,
    Realmente, este artigo vem a coroar o nome da sua coluna: “Textos para reflexão”.
    É tão fácil, do ponto de vista das pessoas que não estão envolvidas do lado mais fraco, refutar qualquer coisa com qualquer tipo de argumento.
    O argumento da história, retirada do contexto onde se coloca, nada mais são que palavras vazias.
    Ora, se temos Lilly e Bonatti, temos Al-Biruni, Mashalla, Vettius Vallens, Rethorius. O que isto tem a ver com a discussão ?
    Luminar noturno e luminar diurno ? Que tal, “Todo Homem e Mulher é uma Estrela”?
    Em termos claros, então:
    Diferenças entre gêneros, raças, nacionalidades, peso, altura, faz parte da composição do que se chama de indivíduo.
    Esta rica mistura, oferece toda a riqueza, variedade e amplitude de algo que é ainda maior do que o individual.
    Se unir ao todo, é reconhecer sua humanidade em cada pessoa desse planeta. É compreender que caridade não diz respeito apenas ao assistido, mas especialmente para o assistente.
    Antigamente, essa percepção era subjulgada por subgrupos do todo. Coletivos. Que também colidiam entre si.
    Hoje, vivemos uma fragmentação ainda maior, com a percepção clara do individualismo.
    Mas hoje, podemos conjugar a primeira pessoa de três maneiras:
    Eu, a primeira pessoa do singular;
    Nós, a primeira pessoa do plural (e que tanto nos oferece a possibilidade de agirmos em conjunto, quanto abre espaço para segregação e sectarismo, xenofobia e tantas outras doenças sociais);
    – finalmente, a primeira pessoa que inclui todos os seres humanos, nosso holismo, a HUMANIDADE, que torna brigas entre facções, algo do tamanho que deveria ser: pequeno, insignificante, egoísta, menor…
    @raph – É bom saber que estou “amparado” por gente como o Livio. Viram: aqui falou um ocultista na essência do termo.

    1. Acho otimo que vc conheça os astrologos tradicionais. Ja leu os livros ou só citou os nomes?
      Pergunto porque qualquer um que tenha lido saberia que a filosofia que atua como pano de fundo à astrologia ocidental (que é o neoplatonismo), e por extensão a todo o nosso ocultismo, diferencia as funções dos sexos.
      Outra coisa: Crowley não é fonte tradicional.
      Se vc tiver lido os autores que mencionou, e pelo menos um grimorio medieval, sabe que a “besta 666” nao tem nada a ver com ocultismo tradicional,mas sim com a mixórdia new age que nasceu com a Golden Dawn.

      1. Oi Henrique,
        Tenho gostado de muitas coisas que tem aberto para a discussão, acho que é muito frutífero para qualquer um, esta preocupação que tem trazido com fontes tradicionais.
        Christopher Warnock, por exemplo. Está em meu checklist, não só seus dois livros disponíveis na Amazon, mas também se aprofundar em tudo o que for possível em sua seara. Gosto muito da maneira com que ele faz horária, por exemplo. Só tem duas coisas, não necessariamente importantes, com que não fui com a cara no seu sítio: (1) Apesar do conteúdo bom, acho a diagramação péssima, e; (2), a apresentação dele – teria gostado muito mais se ao invés da sequência (imensa) de coisas que ele faz, se tivesse concentrado na sua formação astrológica e magicka, além da sua atuação dentro do direito.
        Pessoalmente, Ben Dykes, com seu linguajar claro, e as obras que teve a felicidade de traduzir, me é muito mais atraente. Além dele, os 3 “Roberts” do Projeto Hindsight, mas eu tenho muita atenção (como deve ter percebido), pelas traduções do Projeto Warburg, dentro da linha árabe/persa.
        E até por isso, é necessário levar com atenção dobrada, as fontes renascentistas. Por que, sabe tão bem ou até melhor do que eu, que nessa época, já haviam sofrido intervenções “não técnicas”, derivadas de decisões religiosas, por exemplo, mais a influência de Ptolomeu.
        Eu sou um novato, um iniciante, um interessado. E quanto mais estudo, percebo que as minhas certezas são muito mais cheias de furos, do que pareciam. Quando comenta do Crowley, certamente devido à alusão de “todo homem e mulher é uma estrela”, esperava mais de um tradicional, especialmente por conta da indispensável participação da Lua e de Vênus, dentro da heptarquia dos sete planetas.
        Quando recorre ao fisiologismo, para validar suas idéias, algo totalmente compreensível, aliás, eu assino embaixo. Foi onde chamei a atenção da primeira pessoa do singular, que temos hoje, o privilégio de reconhecer em uma sociedade que lutou muito pela diferenciação. Na verdade, este fisiologismo vai ainda mais longe, a ponto de ser mais difícil, por vezes, se homogeinizar por gênero, ao invés de reconhecer a variabilidade absurda que existe dentro de cada rótulo.
        Por que hoje ? Ora, a não muito tempo atrás, sabem bem, viviamos em castas, subcastas, restritos geográficamente, em relações feudais, vassalos por toda uma vida. Se a coisa mudou, não foi certamente em vão.
        Infelizmente, neste processo, houve uma atenuação muito exagerada do reconhecimento do coletivo, coisa que está sendo inclusive muito mal trabalhada, com o recrudescimento de certos movimentos de exclusão, marcadamente na Europa e EUA.
        A alternativa, que vejo como mais saudável, vem da integração, pois só o que foi individualizado, pode ser devidamente integrado.
        Eu, antes da Golden Dawn, marcaria a Sociedade Teosófica, como ponto decisivo, dentro da mudança de rumo do ocultismo – você, como tradicionalista, certamente deve conhecer o trabalho questionável, de popularização/”facilitação” de Allan Leo. Mas, como Ben Dykes bem aponta, apesar de tudo, dentro das tradições ocultistas, certos detalhes foram muito melhor preservados, astrologicamente, do que na Astrologia em si.
        Não sou filósofo, mas ser filósofo, em meu conceito, mais do que ser dogmático, é fazer as perguntas certas. Não sei se gosta do brasileiro Mario Sergio Cortella, mas suas palestras são muito interessantes, pelo questionamento que assinala em zonas de conforto da atual sociedade – e creio, deve ser estendido para todas as certezas que rodeiam nossa vidinha.
        Conhece Nassim Nicholas Taleb, não ? Humildade epistêmica amigo, humildade epistêmica…
        @raph – Sobre o Cortella, acho que essa palestra dele pode ser um bom complemento a tudo que tem sido discutido por aqui (por todos): http://textosparareflexao.blogspot.com/2011/07/sabe-com-quem-voce-esta-falando.html

        1. Oi, Lívio!
          Vejo que voce tem conhecimento dos astrólogos tradicionais. Agora eu respeito!
          Que eu saiba, o Christopher Warnock aprendeu basicamente Lilly (que, por sua vez, praticava a partir de Bonatti), embora com certeza tenha incorporado outros conhecimentos ao longo da sua carreira. A especialidade do Warnock é magia astrológica, o que quer dizer que, embora ele seja um astrólogo tradicional, ele é focado mesmo em astrologia eletiva e no uso/adaptaçao de práticas grimóricas (principalmente o Picatrix e outros livros árabes, mas tambem grimórios ocidentais).
          Eu acho o Warnock um astrólogo muito competente e gosto muito da eletiva dele pra magia. Só não concordo com o fato de não usar um círculo salomônico nos rituais de magia talismânica, o que para mim seria uma necessidade para a manifestação física, já que os espíritos invocados são parte da hierarquia celestial. Há outros requerimentos de prática grimorica que considero indispensáveis e não sei se ele os enfatiza, tais como a purificação espiritual e corporal alguns dias antes das operações de magia, etc.
          Quanto ao layout do site, concordo que às vezes parece meio desorganizado, mas é compreensível, já que é ele mesmo quem cria as páginas e faz a manutenção.
          Eu também gosto muito do Ben Dykes (tenho todas as traduções, mas ainda estou lendo a “bíblia” do Bonatti) e sou assinante do Project Hindsight (que anda a passos de tartaruga). Vou dar uma checada no Project Warburg, que eu realmente não conhecia.
          O surpreendente é que, quando voce começa a estudar os grimórios depois de ter conhecimento de astrologia tradicional, tudo começa a fazer sentido. E é aí que voce vê que o que a Golden Dawn e seus sucessores ensinam (e tb a Sociedade Teosófica) não tem NADA a ver com o ocultismo ocidental. É por isso que eu perdi completamente o respeito por esse tipo de coisa (não só perdi o respeito como também acho que as técnicas são inúteis, e digo por experiência própria).
          Nunca ouvi falar do Mário Sergio Cortella.
          Eu estudo principalmente Platão e os Neoplatônicos porque eles dão a base filosófica para a prática de astrologia, magia e alquimia. Mas me interesso sim por filosofia.
          Gosto bastante do Olavo de Carvalho e sou louco para fazer o seu curso online de filosofia, mas agora simplesmente não tenho tempo.
          Fiquei muito contente em ver que existe outra pessoa aqui que está se iniciando nos estudos tradicionais.
          Dê uma olhada nos livros do Stephen Skinner e do David Rankine, da sério “Sourceworks of Cerimonial Magic”. São traduções de grimórios medievais para serem postos em prática.
          Como vc já sabe astrologia, tudo vai fazer sentido e você vai ver o abismo que existe entre as “meditações” da GD e as operações mágicas tradicionais.
          Vamos trocando idéia!

          1. Resgatar esse conhecimento ancestral, hoje, é uma atividade tipicamente saturnina, com todos os “efeitos colaterais” de se enfatizar tanto o velho planeta. Solidão. Inflexibilidade. Frieza e secura. Então, sempre fico muito atento (até por quê, minha esposa e filhos sempre estão por perto para me dar os devidos chacoalhões) para não me esquecer de ser mais solar e jupiteriano.
            A primeira vez que li um livro de verdade de um autor tradicional, ao invés de sentir que tinha aprendido astrologia, parecia mais que tinha esquecido inglês! Minha sorte é ter encontrado amigos, que além de passar pelas mesmas dificuldades (o que me aliviou a sensação de ser analfabeto funcional em inglês), ainda por cima puderam indicar muito material de qualidade, além de certas dicas de como ser mais atento à determinadas alusões quase imperceptíveis desses autores.
            Hoje, eu entendo a linguagem figurada, evasiva e cheia de círculos, mais do que algo hermético, como um lembrete afiado, de que por melhor que seja o livro, seu conteúdo real está lá fora (como na metáfora das sombras de Platão), e que se iniciantes incautos literais podem ler fatalismo, algum astrólogo mais atento, vai perceber alusões muito mais claras a determinadas “variáveis”.
            Afinal, existem muito material além do astrológico, que alcançou os nossos dias, e nem por isso era tão rebuscado para ser lido.
            E deve, por conta disso, ser legal, apesar de tão distante do sudeste, morar por aí, e poder olhar o céu equatorial, especialmente agora, na estação das secas. Nem tenho palavras para descrever o quanto que me foi epifânico, deixar de ser um astrólogo “de gabinete”, para poder assistir ao céu e ter o privilégio de me encontrar com os planetas (só falta ainda Mercúrio, que é danado de ser visto, e Marte, por conta da meteorologia).
            Eu li uma apostila do Olavão, de astrocaracterologia, que achei interessante à época, mas que hoje, infelizmente, perdeu muito do viço, após perceber o quanto que é influenciado pelo “alfabeto astrológico” do Allan Leo. Mas erística é algo muito interessante, não ? (não consigo parar de imaginar que sua mudança radical de posição política, se deveu justamente à maior chance de se aplicar seus conhecimentos erísticos, devido à quase unanimidade na época, do pensamento intelectual de esquerda)
            Eu tenho uma pergunta específica sobre o curso com o CW: ele chega a dar detalhes sobre a confecção de talismãs ? Por que até onde eu sei, ele dá boas pistas, mas não ensina o “pulo do gato” (por conta disto ser uma de suas maiores fontes de renda), né ? (quem sabe, nisto esteja incluido o Círculo Salomônico, entre outras coisas)

  20. Não sou fã de Black Eyed Peas, mas fui dar uma pesquisada sobre eles encontrei isso aqui com relação a música My Humps:
    http://papelpop.com/2011/04/black-eyed-peas-nunca-mais-vai-cantar-my-humps-porque-a-letra-e-estupida/
    Até eles têm vergonha da letra…rsrsrsrs
    @raph – Pois é. Na verdade o pessoal do Black Eyed Peas até parece ser boa gente. Que bom que o Will.i.am (reparem que o nome artístico dele é até bem legal, em português seria algo como “vontade.eu.sou”) se tocou da “mancada” hehe.. É como ia dizendo: passo a passo.

  21. Só para acrescentar, a cerca das discussões: mas isso é cultural, isso não é, isso é biológico e blábláblá, os indivíduos são “regidos” basicamente por fatores filogenéticos, ontogenéticos E sociogenéticos.
    Homens e mulheres são sim diferentes por isso, e definir até que ponto um fator interferiu, evolutivamente, em outro é complicado.
    Mulheres tem pouca aptidão para áreas tecnológicas, isso é sabido.
    Mas o por quê disso vai além do “homens e mulheres são diferentes biologicamente e é isso”.
    Filogeneticamente, há quantos séculos os homens se dedicam à ciência? E quantas mulheres que se interessaram foram repreendidas, boicotadas, ou mesmo assassinadas por isso? Mesmo a psicologia, que é uma “ciência humana” e atualmente é predominantemente feminina já foi proibida às mulheres.
    As mulheres com aptidões para as áreas tecnológicas foram se extinguindo gradativamente. Fator cultural que pode ter implicado em alterações biológicas que a maioria delas herdou.
    Existem sim aspectos femininos e masculinos (animus e anima), ou melhor, classe de comportamentos classificados como masculinos e femininos e que se respeitados contribuem para uma sociedade mais saudável (existem culturas em que plantar, cuidar da “casa” e da família é tão ou mais valioso que caçar e defender). Mas quem estuda antropologia sabe que isso é determinado culturalmente/socialmente. Coisas “de homem” e “de mulher” variam MUITO de acordo com o grupo.
    E só uma dúvida, caso alguém puder me responder, é acerca do “matriarcado” citado nos comentários. Onde é que se tem evidências de um sistema matriarcal? Até onde eu saiba nenhum historiador até hoje conseguiu provar a existência de tal coisa.

    1. Pesquise sobre os Mosuo, na China.
      A sociedade deles é tão “maravilhosa” que vc deveria ir conhecer.
      Só não venha correndo pro “ocidente machista” quando você pegar uma doença ou quebrar um braço e precisar ir ao médico. rsrsrs

      1. Não sei dizer se os Mosuo são melhores ou piores que a “sociedade ocidental”, mas sei que o contato com a “civilização” piorou em muitos aspectos a vida daquelas pessoas. Por exemplo, os homens mosuo tradicionalmente cuidavam das crianças com quem tinham vínculos por parte de mãe, e quando travaram contato com a “civilização” abandonaram essas responsabilidades e não assumiram os próprios filhos. Ademais, não são só sociedades matriarcais que são tecnologicamente atrasadas. Essa é só a forma que você gosta de ver. É questionável também a idéia que desenvolvimento tecnológico por si só traz maior felicidade.

        1. Pois é, Beatriz. Estava pensando aqui e cheguei a uma solução bastante razoável para você e as demais feministas do site: mudem-se para a China e vão morar com os Mosuo!
          Ja que desenvolvimento tecnológico, organização social e judicial e sistema patriarcal não trazem felicidade, acho que voces nao vao ter problema algum em viver naquele paraíso matriarcal.
          É lógico que voces nao terão saneamento básico (afinal, quem se importa em cagar no mato?), sistema de tratamento de água, eletricidade ( luz eletrica, computadores, elevadores e, enfim “mundo moderno em geral… quem precisa disso?), polícia, maridos provedores, sistema judicial. Mas todo mundo sabe que ninguém precisa dessa ##### toda pra ser feliz, ne!
          Reúna todas as suas amigas feministas e proponha essa idéia. A gente pode até fazer uma vaquinha pra pagar a passagem- só de ida- para vocês.

  22. Basta ser espiritualista para saber que todos passaremos – se não passamos – pela experiência de sermos homens e mulheres, de forma a conhecermos na pele, o conjunto.
    As diferenças entre os dois gêneros são COMPLEMENTARES, e todo privilégio, ou é meio de dominação, quando um lado a institui para si primeiro, ou, é proteção, quando o lado sofrido o conquista.
    Assim, as mulheres continuam sendo tratadas sim, como objeto e talvez o dito radicalismo do feminismo seja uma resposta a sua opressão.
    No entanto, acredito que tudo isso não passa da dificuldade de nós nos desvencilharmos de nossas atitudes animalescas, pois o homem mantém a mulher sob seu julgo pela brutalidade e, em contrapartida, não controla seus instintos, confundindo o corpo de uma jovem e estereotipada mulher com um objeto de satisfação… e o pessoal de marketing conhece muito bem isso…
    @raph – Perfeito, é bem por aí mesmo… Mas a melhor coisa de deixarmos de sermos opressores, de vermos mulheres como objetos de consumo, é que nós mesmos, os homens, nos tornaremos mais felizes, por passar a finalmente conhecer as mulheres de verdade. Não aquela que você considera como “sua posse”, mas todas aquelas que jamais serão suas, e você não está mais preocupado com isso – você hoje poderá viver, não apenas sobreviver. Quem tem alma, e a reconhece em si mesmo, é livre, e deixa os outros o serem. Como poderia ser de outra forma?

  23. Sim!
    É muito mais prazeroso – em se tratando de relacionamentos amorosos – apreciar uma mulher também pelos seus talentos, gostos e visão de mundo e ter a companhia dela por livre e espontânea escolha, pois o homem soube respeitá-la e admirá-la pela sua personalidade e convívio.
    Em relação a atuação da mulher na sociedade, acredito que se, comumente o homem é mais objetivo, operacional, em suas ações, é a mulher quem dá o toque de graça, traz vivacidade, em tudo que participa.
    Não consigo imaginar, por exemplo, a originalidade de produtos revolucionários de empresas contemporâneas de sucesso, sem a presença de mulheres – inclusive em funções de liderança. A história da indústria do século XIX, torna essa visão ainda mais forte, uma vez que a mulher não tinha participação intelectual e tanto os produtos como os processos de produção, eram somente utilitaristas, sem personalidade.
    @raph – Exato. Eu trabalho da área de TI e fica evidente que as mulheres tendem a ocupar com mais sucesso cargos de markting, RH e gerência de projetos internos (sem ter de “lidar diretamente com o cliente”), mas em quase uma década de trabalho já encontrei até mesmo boas programadoras (onde precisam ter boa noção de lógica e matemática) e gerentes de projetos externos (onde precisam as vezes de uma certa agressividade para lidar com os clientes em pé de igualdade), apenas são mais raras – em todo caso, está óbvio hoje em dia que elas não só podem ocupar tais cargos, como em alguns casos os ocupam com maior eficiência do que os homens.

  24. Me sinto um ignorante perto de comentários de pessoas tão inteligentes, sem sarcasmo.
    Gostaria de saber a opinião da autora sobre a Maçonaria, que até onde eu sei não aceita mulheres. Seria isso machismo?
    @raph – Não é machismo no sentido de não ser opressão. É um “clube fechado a mulheres”, enquanto existem outros abertos e ainda outros “fechados a homens”. Isso não implica em opressão alguma (não tem nada a ver, por exemplo, com negar um emprego a uma mulher somente pelo fato de ela ser mulher – estou falando aqui de um emprego adequado as capacidades de uma mulher).
    Mas em relação a razão de não serem aceitas, o Wilson respondeu aqui embaixo já 🙂

    1. Olá Tiago !
      Não sou maçom, mas como leitor assíduo do TdC creio que esta questão eu posso esclarecer, conforme explicação do Marcelo Del Debbio. A questão da maçonaria regular(não falando de lojas fajutas, pois como o DD já apontou, existem lojas totalmente irregulares ditas “mistas”, em caso de dúvidas, favor consultar posts antigos) não aceitar mulheres diz respeito à ritualística e ao trabalho energético feito dentro das lojas, que por se tratar de um rito osiriano/masculino, atua em chackras(centros de energia do corpo humano) masculinos, portanto não sendo adequado para mulheres, para o próprio bem estar e desenvolvimento delas. Existem ordens que trabalham rituais e energias exclusivamente femininas, como a dança do ventre iniciática, e ordens que trabalham energias mistas, como a Rosacruz.
      Espero ter ajudado !
      NAMASTÊ !
      Wilson

      1. Agradeço a sua explicação, e é exatamente o que eu também penso.
        Talvez eu vá mais além e pense que homens e mulheres não são ‘apenas seres’. Não são iguais em vários níveis, tanto é pelo explicado acima no caso de uma Loja.
        Não discordando do texto, mas eu acho que a linha que divide ‘respeito pelo sexo feminino’ de ‘queremos ser homens’ é tênue, e com poucas palavras mal colocadas pode-se mudar todo o sentido de uma idéia.

  25. Após 50 comentários ninguém mencionou um erro do texto, então achei por bem expor aqui.
    Na verdade, mais um paradoxo do que um erro, se me permitem 🙂
    No quinto parágrafo defendo a evolução moral da humanidade: “há 2 mil anos o povo ia ver feras devorarem homens no Coliseu de Roma. E aplaudiam… Hoje o povo vai a um estádio de futebol (mesmo em Roma) para ver uma disputa esportiva…”
    Porém, lá pelo fim do texto, menciono “uma sociedade algo decadente, onde o deus do consumo faz o que quer e aonde quer… E todos o aplaudem, ou quase todos.”
    Pois bem: afinal nossa sociedade evoluiu ou não?
    Isso é interessante porque também está no cerne de alguns comentários mais conservadores apresentados acima…
    Acredito que a evolução moral da humanidade possa ser facilmente constatada quando analisamos períodos de, talvez, 500+ anos.
    Porém, quando estamos ainda dentro do mesmo século, por vezes fica complicado saber se estamos ou não evoluindo moralmente. Será que o conservadorismo de décadas atrás, quando as mulheres talvez tivessem menos liberdade, mas o mundo tivesse menos promiscuidade, justificasse uma certa exaltação da “moral de nossos avós”?
    Creio eu que, em realidade, quando a liberdade aumenta, aumentam as responsabilidades… Toda essa promiscuidade, esse culto ao consumo e as mulheres objetos, sem dúvida não tinha espaço há décadas atrás, mas antes simplesmente porque décadas atrás tampouco existia tamanha liberdade para falarmos abertamente sobre sexo e etc.
    Então, nesse sentido, acredito que a evolução continue caminhando a frente, embora no espaço de algumas décadas por vezes é quase impossível se aperceber disso… No fim, talvez para cada 2 passos dados, recumemos um. Ainda assim, foi um passo a frente!
    Abs
    raph

  26. Fala, Lívio.
    Bom, se se dedicar ao estudo e prática do ocultismo tradicional é uma atividade saturnina, agora eu já sei porque Saturno é o almuten figuris do meu mapa astral natal. E também porque eu sou tão “simpático”.
    A maioria dos grimórios também tem essa linguagem altamente descritiva (acho que é o early modern english). Dá um pouco de dor de cabeça no começo mas depois de um tempinho é fácil de se acostumar e até criar gosto.
    O bom é que os autores antigos gostam de explicar tudo detalhadamente, de modo que é adequado ao estudo.
    Eu não sou grande conhecedor do Olavo, mas quando comecei a ler seus textos eu pensava “pqp, esse cara fala a verdade! Como é que ninguém liga pra ele?”. Acho ele um cara muito lúcido, estudado e nada politicamente correto e, logo, uma voz distoante da multidão.
    O Warnock te ensina o passo a passo das eletivas, como ler as especificações astrológicas dos grimórios, te obriga a ler todos os textos clássicos e, o melhor: te obriga a fazer os talismãs usando material planetário adequado, incenso, etc e anotar os resultados concretos.
    Contudo, ele é um estudioso e praticante de astrologia tradicional, e não de grimórios. Além disso, a fonte principal dele é o Picatrix, que é um grimório árabe que não menciona círculo salomônico.
    Acontece que o círculo salomônico (assim como outros requerimentos, como purificação e consagração dos instrumentos), no meu entender (e no do Stephen Skinner tb), fazia parte do “conhecimento geral de magia medieval”, e por isso não era preciso nem menciona-lo, já que todo mago conhecia. Tanto que existem vários grimórios que não falam nada dele (ex: Janua Mágica Reserata).
    Os mais completos, como a Chave de Salomão, já o incluem.

    1. Eu tenho dedicado muito tempo, para o real entendimento dos fundamentos. Então, reúno referências, tenho tentado compreender o motivo de tal coisa ser relacionada a tal planeta (confesso que na parte das ervas eu tenho apanhado um pouco, tamanha a divergência entre os autores) – aliás, se precisar de Dente de Leão, Urtiga dioica e Milefólio, já tô conseguindo mudas.
      Aplicação de eletiva, tenho feito, inclusive, com meu pequeno herbário doméstico. No começo apanhei (trânsito da Lua com malignos é feio, viu?), mas agora, parece até que tenho dedo verde!
      A bioestatística aplicada nasceu da agricultura, mas o cálculo das probabilidades tem imensas contribuições do Girolamo Cardamo que era… Astrólogo!(sou fã dele!)
      Agradeço suas indicações, e já corri atrás deles (rs). Já tenho um cuteleiro, a internet está aí para materiais, só preciso de eleger um bom céu para começar a experimentar a brincar de talismãs.
      O Olavo de Carvalho tem um passado de comunista. E também é astrólogo, este texto dele eu peguei no scribd, sobre um termo cunhado por ele, a astrocaracterologia.
      Ora, Saturno tem tudo a ver com magia – se não vejamos: Júbilo na casa XII (esse eu acho o principal), frieza, secura, isolamento, profundidade, regendo processos de morte e putrefação, transformação, regendo na ordem caldaica as casas I e VIII, que também são as maiores transformações…
      Claro que Mercúrio é indispensável, e o todos os demais planetas. Mas sempre tem uns que se destacam mais, né ?

      1. Oi, Lívio.
        Como funciona a “agricultura celestial” que vc pratica? Já ouvi falar de gente que planta conforme as fases da Lua, sempre em signos fertéis. Dizem que o negócio funciona mesmo, né? Vc usa os aspectos da Lua com os outros planetas conforme o tipo de planta (ex: um sextil com Jupiter quando quer cultivar alguma planta jupiteriana)?
        Me fale das suas experiencias e me indique as fontes tradicionais para eu aprender (eu tenho certeza que existem fontes antigas sobre isso! heheh).
        Você usa as plantas que cultiva para incenso?
        Pra fazer talismãs tem várias fontes tradicionais legais: o Picatrix, o De Imaginibus, o Archidox of Magic, etc. Porém, na “Veritable Key of Solomon” (Skinner & Rankine), tem uma seção talismânica, mas como uma diferença: o livro é um curso de magia tradicional, então você também vai aprender a consagrar os instrumentos da arte, materiais, que incensos usar, como fazer a purificação e construir o seu círculo (a parte de eletiva vc já conhece).
        Conta melhor essa historia do cuteleiro. Isso é útil pra caramba!
        Vamos trocar umas figurinhas:
        @MDD – mandei o email direto pro Lívio… voce definitivamente nao vai querer os crentes e ateus que ficam buzinando pelo blog te pentelhando… aliás, voces podiam se juntar e fazer uma série de posts aqui pro Blog, ne?

  27. Se hoje existem mulheres-objetos não se deve colocar a culpa apenas nos homens. As mulheres assim quiseram. Pois, concordar que a cupa é masculina seria provar que as mulheres são mentalmente inferiores. O que não é verdade!
    O único modo de essa situação mudar. É as mulheres mudarem…
    @raph – Acho que todos devem mudar (como já havia dito acima, o machismo não é exclusividade dos homens), inclusive porque dessa mudança há uma promessa de uma sociedade mais feliz, simples assim. Tolstói já dizia: “todos pensam em mudar a humanidade, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo”.

  28. Ja ouviu falar dessa filosofa Raph?;http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/36-argumentos-para-a-existencia-de-deus-ou-contra
    @raph – Oi Lucas, muito legal… O Carl Sagan também já havia analisado alguns desses argumentos (no “Variedades da Experiência Científica”, se não me engano). O legal de parar para refletir sobre esses argumentos (embora muitos sejam logicamente falhos) é que saímos da afirmação/negação (“Deus existe/Não existe”) para o terreno fértil da dúvida, das perguntas (“Porque existe algo e não nada?”; “O que é Deus para você?”).
    Claro que ainda pretendo falar sobre isso aqui no TdC, mas acredito que quem tenha se interessado pelo que foi dito no link postado pelo Lucas acima, também irá gostar de minhas reflexões sobre a evangelização: http://textosparareflexao.blogspot.com/2011/02/reflexoes-sobre-evangelizacao-parte-1.html
    Abs.

  29. Me lembro que ainda hoje há o costume das mães ‘sonharem’ para as filhas um bom casamento, com um vestido muito bonito e uma grande festa!!!
    Porém ninguém diz que a menina deve casas com um homem de caráter, respeito. Que a trate bem. Ficamos apenas no exterior, o que é um dos problemas.
    E não preciso dizer que o homem na maioria dos casos sempre procura uma mulher útil. Para passar e cuidar da casa neh.
    Mas um dia, com muita boa vontade a gente vai pra frente.
    @raph – Paz na terra aos homens de boa vontade…

  30. “Somos uma geração de homens criados por mulheres. Eu me pergunto se outra mulher é realmente o que precisamos.” Tyler Durden, Clube da Luta.
    O que o Henrique quis levantar em um ponto, é a questão do homem atual. É bonitinho pra um homem falar de injustiça do homem contra a mulher, mas há uma certa condenação ao homem que falar de injustiça da mulher contra o homem, confunde-se isso com machismo.
    Muitos homens foram criados por mulheres, sem um grande contato com o pai, estão desconectados de sua masculinidade, sem saber como ser homem. Isso é grave.
    Alguns desses garotos perdidos aderem ao machismo na busca de se tornarem homens, lêem blogs como o Testosterona numa tentativa furada de se conectar com a masculinidade.
    Só que machismo não é masculinidade e não faz de ninguém homem (muito antes pelo contrário).
    @raph – Exato.
    O Machismo foca na mulher. O Machismo se ocupa da mulher e não do homem.
    É o garotinho obcecado pela mulher. “Sou forte, porque Ela é fraca”, “Sou inteligente, porque Ela é burra”, “Sou bom, porque Ela é ruim”, “Sou honrado, porque Ela é vadia”, etc. Ele não sabe quem é e busca no outro validação.
    @raph – A mulher entra como realmente um objeto de posse. “Ter uma mulher como se tem um carro importado”, e se achar mais homem por causa disso… Essa é a armadilha, essa é a ignorância (tanto da parte da mulher quanto da parte do carro, heh).
    A Masculinidade não se ocupa da mulher, o garoto se torna homem conectando-se ao seu eu interior, ao seu “João de Ferro”.
    Recomendo aos perdidos e outros interessados a leitura de “João de Ferro” de Robert Bly e “No More Mr. Nice Guy”, do Dr. Robert Glover. Comecei a ler esses livros e já experimento um início de mudança de paradigma, uma maior compreensão das coisas.
    @raph – Legal, obrigado pelo comentário, resume muito bem uma série de conceitos que muitas vezes nos passam desapercebidos…

    1. Eu li esse livro, também recomendo.
      E me remete a outras idéias, como a própria iniciação masculina, dentro de ritos da puberdade, tão presentes em culturas tão diversas.
      Um pouco antes do “João de Ferro”, tinha lido “Rei, Guerreiro, Mago, Amante” do Douglas Gillette e Robert Moore, onde ele detalha um pouco mais sobre o que chamou de arquétipos do masculino.
      Mas acho que o ponto que levantou é o mais importante – de que o problema não advém de algo que sempre foi orgânico, que é a polaridade masculino-feminino, como o Henrique Monteiro apontou, mas sim, da solene incompetência de “machos” atuais, em assumir sua Masculinidade Integral por completo , ao invés dos arremedos infantis ou adolescentes que aparecem por aí.

      1. “o problema não advém de algo que sempre foi orgânico, que é a polaridade masculino-feminina, mas sim, da solene incompetência de “machos” atuais, em assumir sua Masculinidade Integral por completo “- Lívio.
        Exatamente, a masculinidade hoje está mais oculta (não perdida).
        Há caras de 50 anos que são apenas meninos velhos, eles nunca se transmutaram em homens e não podem transmitir algo que não desenvolveram.
        Pior, há aqueles que buscam na mulher a condição para serem homens.
        Só que masculinidade não tem nada a ver com mulher, é coisa de homem, que mulher não pode ensinar. Daí se entende o ressentimento contra as mulheres desses caras, eles querem a masculinidade, querem entrar em contato com essa energia interna, querem crescer e ter a psicologia de um adulto, mas crêem que ser um homem depende das mulheres e não deles mesmos.
        Eu dou o exemplo da obsessão de muitos em ser o “pegador”, crêem eles que assim que “paparem as gostosas” serão homens. É tomar a conseqüência pela causa.
        O engraçado é quando tu consegue “pegar”. Não há mudança de paradigma. Você não acorda diferente, continua sendo o mesmo cara, só que agora ta “pegando mulher gostosa”.
        @raph – hehe perfeito, é exatamente essa a essência da crítica do artigo: “pegar mulher como quem acha que conquistou uma medalha ou troféu para expor em casa”; ou seja, compreender o feminino como objeto de consumo e ignorar o masculino, ou achar que o masculino é uma máquina de colecionar troféus.
        Na verdade, eu até teria de um dia falar sobre esse tema novamente, considerando muito do que foi comentado por aqui… Acho que daria até um artigo bem melhor, emboa talvez não tão “polêmico” porque seria mais aprofundado.

  31. Eu jamais serei capaz de me colocar completamente no papel de uma mulher, porque não sofro as mudanças hormonais, não cresci tendo os desafios, questionamento e expectativa delas, nem sofri sua pressões ou tive uma educação que me guiasse para o que elas possam ser guiadas, enfim, para mim é realmente entender o que é ser uma mulher, como é difícil entender o que é ser um muçulmano por exemplo, mas nem por isto não a enxergo como uma igual (sinceramente em muitos casos eu tenho a tendencia de colocar a mulher em um patamar até acima ou mais especial), não sei como as pessoas não percebem ou fingem não perceber, ou combatem o fato da mulher ser o verdadeiro pilar da sociedade, claro, estou falando não de uma mulher individual, mas o ser coletivo mulher, a força que é capaz de nos trazer a experiencia material, que nos mostra que existem coisas além das necessidades básicas. Existe uma sociedade na china onde o sistema praticado é o matriarcal, as pessoas apontam como um sistema estranho em relação ao nosso, estranho não, diferente, e na minha ótima, muito mais interessante e justo, a mulher sim tem muito mais condição de organizar a humanidade de maneira mais justa e igualitária. A mulher em essência 9e não o produto criado em nossos tempos) não é competitiva é agregadora. Na teoria a mulher é muito mais perto da perfeição que o homem, na teoria, pois no final, o ser humano é ser humano e cada individuo pode ser qualquer coisa.
    Acho sim que o mundo está em constante evolução, mas no momento que todos nos vermos como iguais e nos associarmos em casais com objetivos em comum e não com sentimentos de posse e controle, a evolução será ainda mais rápida do que já é.
    tem que ser muito negativo e muito iludido para não perceber a profunda, rápida e constante evolução que vivemos!
    @raph – Excelente reflexão… Eu concordo inteiramente contigo, evoluímos sim a passos lentos, mas nas últimas décadas eles tem sido cada vez mais rápidos (embora a primeira vista pareçamos ter piorado, pois agora a mídia global divulga nossas mazelas em todos os cantos do mundo, a verdade é que agora sim tomamos conhecimento de nossos defeitos, e estamos combatendo eles frente a frente, sem mais varrer nada para debaixo do tapete, ou quase nada… liberdade traz responsabilidade)

  32. O engraçado é que o Black Eyed Peas “estourou” com uma música chamada “Where is the love?”. Onde será que está o amor neles?
    @raph – Bem, se conta em defesa da banda, eles realmente há alguns anos não tocam mais essa música em show algum (vide Rock in Rio, por exemplo), e parecem agir mesmo como se nunca a tivessem lançado… Ou seja, eles mesmos se envergonham hoje da letra.

  33. Rafael, vc acha que talvez, um dia, devido essa “sexualizacao exacerbada” que criamos, olharemos “bundas” sem ter aquele instinto sexual carnal? Tipo, quando uma coisa fica muito comum fica meio sem graca, certo? Essa sexualizacao ajudou a criar esta cultura de sexo que temos hoje?
    Abs!

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