Thorrablót é o Ritual do meio do inverno, em honra a Thor, nos dias mais escuros e frios quando era comum acontecer de a lenha acabar, as pessoas adoecerem, os suprimentos estarem no fim, os caçadores retornarem sem caça…
A razão para celebrar esse blót, portanto, era agradecer ao deus de alma mais profunda – o Djuphugadr – por ter sobrevivido a fome e as pandemias e pedir proteção até o fim do inverno.
Thor é chamado de Djuphugadr – o de alma mais profunda – por ser não somente o deus com aspecto de fertilidade, como era invocado para trazer a lei e a ordem, abençoar pedras rúnicas dos mortos e casamentos, exterminar maus espíritos, controlar o tempo, proteger os navegantes, sem contar que é o protetor dos céus e da terra.
Apesar de alguns terem uma visão um tanto estreita de Thor como apenas fortão, pavio-curto e batalhador por excelência não foram somente esses atributos que o tornaram o mais querido defensor dos deuses e homens.
O dia da semana dedicado a Thor é quinta-feira (Thursday) e ritualisticamente utiliza-se para honrá-lo a cor vermelho-fogo.
Tido como “Senhor dos Raios, Trovões, Relâmpagos e Tempestades” é também chamado de “Hlórriði” – O Rugidor Tempestuoso – por sua voz e riso possantes, de “Vingþor” quando vem purificar ou consagrar, “Ásaþórr” – O Thor dos Aesir – como príncipe de Asgard, um dos três deuses maiores, junto com Odin e Tyr ou Odin e Freyr.
A Edda o apresenta como um enorme e belíssimo guerreiro de longos cabelos e barba ruiva, detentor de apetite voraz e sede incontrolável, voz estrondosa e penetrantes olhos azuis que chispam como fagulhas.
Thor é o portador da mais valiosa arma de Asgard – O Martelo Mjolnir – usado tanto para combater inimigos como para consagrar e abençoar. Usa também uma luva de ferro, para portar seu martelo, chamada Iarn-Greipr e um cinto que multiplica sua já imensurável força, o Megingjorð. É também conhecido como “Senhor dos Carros”, título oriundo da crença de que as trovoadas seriam nada mais, nada menos que um passeio do príncipe em seu carro, puxado por dois bodes (Tanngrísnir e Tanngnjóstr) atravessando ruidosamente os céus. Conforme é relatado na Edda, Thor matava seus bodes e, após digerir sua carne, conservava os ossos e peles para que pudesse com esses devolver, pelo poder do seu martelo, a vida aos animais.
Filho de Odin e Jord, seu nome era muitas vezes associado à fertilidade e às questões agrícolas.
Thor é aquele que vence obstáculos. O que não se detém diante nada nem de ninguém.
Sua runa, Thurisaz, de grande poder num enfrentamento face-a-face, é capaz de modificar e neutralizar o poder de quase todas as outras runas, e nos trazer a possibilidade de escolher nossos próprios caminhos.
Agora, dia 24 de julho em nosso calendário (Hemisfério Sul) temos a celebração ao Deus Vermelho.
Convido aos que quiserem honrar o poderoso amigo dos homens a participar desse Blót.
Aos praticantes solitários passo, a seguir, algumas diretrizes básicas para que possam agradecer pela proteção e benção de Thor, bem como renovar a aliança com o matador de gigantes para que ele continue do nosso lado quando tivermos que enfrentar nossos Thursar de cada dia.
Eu desenrolaria esse roteiro assim:
Itens:
Hóff (Altar);
Toalha Vermelha (para o Hóff);
Aessirmyndar (Ídolos dos Aesir/Imagens de Thor);
Velas vermelhas;
Flores vermelhas (para decorar);
Hammar (Martelo);
Blótahorn (Chifre);
Blótarkarfa (Cesta de oferendas);
Incenso;
Mjólð (Hidromel);
Ale (Cerveja Vermelha);
Sacrifício (Carne/Alimento ritual) – Lembrando que sacrifício significa “tornar sagrado”, portanto, que a comida e bebida de um blót são consagradas.
Uma vez que muitos de nós enfrentamos dificuldades para “montar” um altar em casa, não existem problemas em suprimir um ou mais elementos, desde que se reserve um tempo a dedicação aos deuses.
Preparação e ritual:
Montagem do altar;
Consagração do local;
Acendimento das velas/fogueira;
Invocação (quando se chama por Thor: Aqui quem tem o od – inspiração – pode fazer um poema para o deus ou apenas dizer o nome e chama-lo pelos seus epítetos, convidando-o a tomar seu assento de honra no blót);
Consagração da bebida e comida com o martelo;
Libação (ergue-se um brinde a força de Thor, a glória dos Aesir, faz-se pedidos para o Poderoso Asathor, etc. Aqui vale lembrar os gigantes que estão em nosso caminho. Eu gostaria de pedir que todos incluíssem em seus pedidos as bênçãos de Thor para o nosso povo, que a cada dia possamos nos tornar mais coesos e fortes);
Agradecimentos (pela presença de Thor e suas bênçãos);
Entrega das oferendas (que podem tanto ser feitas na natureza como podem ser queimadas na fogueira/lareira).
Despedidas.
Essa é apenas uma sugestão de roteiro que pode ser adaptada, simplificada ou incrementada, conforme as possibilidades de cada um, para podermos criar um ele como Poderoso Senhor de Thrudheimr!
Thor blessadur!
Respostas de 4
Thor blessaður! 🙂
MDD,tem que ser realizado em dia ou hora especifica ou o Thor nem liga muito pra pontualidade?
Para os queridos irmãos que buscam o perdão, quem comigo ajunta espalha!
Salve
legal essa série de posts dos Deuses Nórdicos.
Mas seria muito bom se pudesse nos avisar uns poucos dias antes, assim como as consagrações. Ou ainda, publicar uma lista com as datas, que possibilitaria maior programação para as atividades.
Sei que poderiamos pesquisar, e levantar essas datas, mas é bastante enriquecedor o conteúdo extra de cada post.
Valeu