Publicado no S&H dia 18/9/09,
To Live in the World without becoming
Aware of the meaning of the World is
Like wandering in a Great Library
Without touching the books
– The Secret Teachings of all Ages
Esta semana está sendo mega hiper corrida, mas só para não deixar passar batido, li hoje o novo livro do Dan Brown, “The Lost Symbol” (tradução “O Símbolo Perdido”) e gostei bastante. Será com certeza leitura obrigatória para os fãs desta coluna.
O livro trata basicamente de algumas lendas maçônicas muito interessantes a respeito de Washington e dos “Pais Fundadores” dos Estados Unidos. No terceiro livro da série, Robert Langdon usa seus conhecimentos sobre simbologia para ajudar o maçom Peter Solomon e sua irmã Katherine a enfrentar o misterioso assassino tatuado Mal´akh.
Não darei nenhum spoiler, apenas comentarei sobre algumas das várias lendas maçônicas que Dan Brown coloca neste livro. Aliás, a pesquisa foi sensacional. Resta aguardar o mimimi dos pseudo-céticos e crentes, como sempre.
A colocação da Pedra Angular do Capitólio
Uma das histórias verídicas a respeito da fundação de Washington foi a de que todos os prédios públicos da capital tiveram a sua pedra angular (ou Pedra de Fundação) colocadas precisamente seguindo datas e horários calculados pelo estudo da Astrologia Hermética. Através de cuidadoso estudo dos mapas astrais, estabeleceram-se as janelas mais propícias para a fundação de cada edifício.
Por exemplo, o Capitólio, marco zero da fundação da cidade, foi iniciado precisamente no dia 18 de Setembro de 1793, entre 11h15 e 12h30. Por quê desta data?
Analisando o Mapa Astral, temos Sol, Mercúrio e a Caput Draconis no signo de Virgem e Vênus, Marte e Urano em Leão, uma combinação ideal para um local onde seria exigido trabalho duro e ao mesmo tempo a liderança do País. Saturno em touro para reforçar a responsabilidade nos gastos e Júpiter em escorpião, para facilitar as relações diplomáticas. De curiosidade, fucei em várias datas e combinações em 1793 e não encontrei nenhuma que considerasse mais propícia do que esta. Os “Founding Fathers” estão de parabéns!
Como já coloquei diversas vezes no meu blog, a escolha de datas astrológicas especiais para a realização de eventos e consagrações importantes pode afetar, e muito, o resultado destes eventos.
The Apotheosis of Washington e Constantino Brumidi
Constantino Brumidi, nascido em 1805, foi um artista italiano, membro da maçonaria e responsável por muitos dos mais importantes afrescos do Capitólio, incluindo sua obra mais notável, a Apoteose de Washington, no qual retrata a Ascenção de George Washington aos céus. Este afresco é dividido em seis partes, nas quais mistura elementos da mitologia grega com personalidades americanas:
– Guerra: personificada na deusa grega Colúmbia, fica logo abaixo da figura de Washington, representada em posição de combate e vestindo os símbolos maçônicos da capa, espada, o capacete e o escudo (os fãs de quadrinhos vão notar que o escudo original do Capitão América é uma homenagem ao design DESTE escudo), combatendo as figuras representativas da vilania. Auxiliando Colúmbia está a Águia Careca carregando flechas e relâmpagos, como seria representada na bandeira americana.
– Ciência: personificada na deusa Minerva, que está auxiliando Benjamin Franklin, Samuel Morse e Robert Fulton a montar um gerador elétrico. À esquerda, o uso do esquadro e o compasso.
– Marinha: personificada pelo deus Netuno, empunhando um tridente e montado em sua carruagem de conchas, e Vênus, auxiliando os americanos a instalar o primeiro cabo telegráfico submarino. Ninguém vai duvidar do quanto Poseidon ajuda a Marinha americana, certo?
– Comércio: personificado pelo deus Mercúrio, com suas sandálias aladas e o caduceu, entregando um saco de ouro para Robert Morris (um dos financiadores da Revolução Americana).
– Mecânica: representado pelo deus Vulcano, que auxilia os americanos a preparar um canhão e um Ironclad (um tipo de barco de guerra). Ao fundo, o maçom Charles Thomas, construtor responsável pelas estruturas metálicas na construção do Capitólio.
– Agricultura: representada pela deusa Ceres, com um feixe de trigo e uma cornucópia, símbolos conhecidos no ocultismo, sentada em uma colheitadeira McCormick. Também podemos ver a deusa Flora ao fundo, colhendo flores…
George Washington representando Zeus
Esta é uma estátua muito famosa, esculpida por Horacio Geenough em 1840, representando Washington desnudo, na posição tradicional de Zeus. Muitos religiosos toscos acusaram os maçons de terem feito a estátua na mesma posição do Baphomet. A verdade é que o Baphomet é que TAMBÉM foi desenhado inspirado na posição tradicional de Zeus.
De qualquer forma, depois de inúmeros protestos, em 1908 a estátua acabou sendo movida para o Museu Smithsorian e, em 1964, para o Museu de História e Tecnologia, onde está até hoje.
Claro que manter uma estátua de Washington na posição clássica de ZEUS no meio do Capitólio em um país dominado pelos seguidores de Jesus não faz sentido. Seria quase tão absurdo quanto, por exemplo, se a imagem que todos veneram na Basílica de Aparecida não fosse a de Nossa Senhora, como todos acreditam, mas de Maria Madalena.
A Palavra “MASON” escrita na nota de um dólar.
A imagem fala por si mesma. Se você pegar uma caneta e desenhar o Símbolo de Salomão em uma nota de um dólar, as pontas da estrela formarão a palavra “Mason” (maçom) e a parte de cima fará o topo da Pirâmide. Eu já ouvi da boca de um cético bem famoso que “isso é muito provavelmente apenas uma coincidência”. Então tá, né?
.’.
Melencolie, de Albrecht Durer
Uma das imagens que representa o temperamento Melancólico, carregado de simbolismo alquímico. Para o livro, o que importa é o Kamea de Júpiter, que Durer coloca no canto superior direito da imagem.
Um Kamea é um quadrado mágico dividido em NxN casas, onde N é o número associado na Kabbalah com cada um dos planetas. Assim sendo, Saturno possui um Kamea de 3×3 (tipo um Sudoku), Júpiter um Kamea de 4×4, Marte um kamea de 5×5, Sol 6×6, Vênus 7×7, Mercúrio 8×8 e Lua 9×9.
Cada Kamea é preenchido com números de 1 até o valor máximo do Kamea (9, 16, 25, 36, 49, 64 ou 81) onde a soma de todos os números em cada linha ou coluna sempre é igual. Em um dos meus posts antigos eu expliquei a ligação do Kamea do Sol com o famigerado 666.
A curiosidade é que Durer organizou o Kamea de Júpiter para que os números 15 e 14 ficassem na parte inferior-central do quadrado, formando o ano em que ele fez a ilustração (1514).
O Livro traz muitas outras referências bacanas sobre a cidade de Washington, sobre Benjamin Franklin, sobre os rituais maçônicos (mas não espere nenhum segredo revelado) e especialmente sobre o ídolo e patrono dos cientistas, sir Alquimista Mestre Maçom e Rosacruz Isaac Newton… e muita coisa que eu já disse aqui nas Colunas, devendo impressionar a maioria dos leitores, mas nem tanto os leitores do Teoria da Conspiração.
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Textos relacionados no blog Teoria da Conspiração e n Wikipedia de Ocultismo.
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Respostas de 14
MDD,
o que voce conhece de verdadeiro entre as Colunas gemeas do Word Trade Center, e as colunas J e B ?
já li algumas coisas, mas nada em que pudesse confiar realmente. Existe uma relação real entre elas?
muito bom o post eu ja comprei o livro achei muito interresante, é o tipo de livro q as pessoas nao ficam por muito tempo sem continuar lendo para saber o final da trama.
só lembrando pode me arrumar um convite pra maçonaria?kkkkkkkkk
to brincando!!!!
Existe algo relacionado a pedra angular Brasilia?
Gostei muito do livro , no decorrer ele desbanca muitas teorias de fanáticos religiosos também , algumas vezes com 2 ou 3 linhas de explicação.
Fugindo bastante do assunto…
Nas suas leituras de tatot você utiliza o método europeu ou americano? Existe um “melhor” ou depende de quem tá lendo?
@MDD – depende de quem está lendo e o a pessoa combinou com o SAG dela. Eu gosto da Cruz Celta como método.
E sobre arcanos invertidos… Também depende de quem está lendo ou método de tiragem, ou nunca é válido?
@MDD – Depende do que você combinar com o seu SAG. No Hermetismo tradicional NÃO se utilizam Arcanos Invertidos.
Eu li o livro há 2 anos e não me arrependi. Achei bem divertido, dinâmico e informativo também. Típico de Dan Brown, uma narrativa que mistura o romance com o aprendizado. Recomendo.
É divertido, mas Conan Doyle e Agatha Christie me estragaram para livros de mistérios… Na Trilogia Langdon eu já sabia quem era o assassino, mandante etc dos crimes no meio do livro… Ri muito com a aparição do
pai sombrio de Luke na catedral… Sem dúvida é o melhor dos 3 livros da Trilogia Langdon.
Tbém li esse livro, mas no começo com um certo receio depois de ter lido os outros livros de Dan Brown. Mesmo se tratando de romance “baseado” em fatos reais, alguns trechos desses livros pareciam um engodo. Principalmente no q diz respeito a Linhagem Sagrada, Leonardo Da Vinci e outros personagens reais.
Bom saber q Simbolo Perdido teve um trabalho de pesquisa mais detalhado.
Um outro livro que gostei bastante foi o Segredo do Anel. A história da vida de Madalena. Quem sabe vc não faz um post sobre esse livro tbém!
Abç
Já li e recomendo.
Acho o livro fantástico porque instiga
o leitor a pensar. Mas é claro, pra quem tem neurônios.
E devo dizer que foi este que me motivou a conhecer
mais sobre a maçonaria e a Rosacruz.
Resumindo, acho mais fantástico por ser um livro extremamente
bem escrito. O autor demonstra conhecimento. Tá de parabéns!
Seria legal uma resenha sobre O Pêndulo de Foucault do Umberto Eco.
Saudações,
Já havia encontrado algumas coisas em seu site Sr. Del Debbio, bem estimulantes. Acontece que durante a leitura de O Símbolo Perdido de Dan Brown, comecei a analisa-lo segundo a numerologia e os arquétipos do Tarot, comecei a encontrar muita semelhança, capítulos que coincidentemente traziam os arcanos. Por isso, encontrei esta sua publicação… Gostaria de saber se o Sr. também encontrou esta semelhança, de cada capítulo ser um arcano, achei bem inteligente de Dan Brown, se não foi pura arte da escrita do autor a coincidência é hilariante!
@MDD – Cara, eu li esse livro e não me lembro disso ter chamado minha atenção. É possivel que ele tenha feito de propósito.
Esse livro (junto com a Revolução Luciferiana) marcou o inicio da minha jornada pra conhecer meu verdadeiro eu. Até então nunca tinha ouvido falar em maçonaria, e até me surpreendi com a quantidade de lojas maçonicas espalhadas pela minha cidade.
Apartir daí me interessei pela ordem, e comecei a ler livros sobre o assunto.
Alguns diziam que para ingressar bastava pedir para ser iniciado, mas todas as pessoas as quais eu falava diziam que era necessario ser “convidado”.
Até hoje não sei em qual versão acreditar…
De qualquer modo, gostaria de saber se na ordem há alguma restrição com relação às tatuagens, tendo em vista que o “vilão” deste livro escondia as suas com maquiagem.
Li tambem algumas respostas suas com relação a tatuagens no post sobre Tuneis de Set, e como atualmente estou interessado em Sak Yant (tatuagem oriental feita de forma ritualistica), gostaria de saber sua opinião sobre o assunto.
Desde minha adolecencia lembro de ouvir minha voz, ou ver a mim mesmo em sonhos como se fosse meu Eu do futuro me guiando, e ele carrega certos simbolos que eu não tenho certeza do que significam.
Entendo bem o quão perigoso é tatuar em mim simbolos que eu não compreendo totalmente, e por isso mesmo resolvi estudar mais antes de fazê-los.
Acho que é um assunto que merece destaque no TdC. E gostaria de saber quais as implicações de tatuar meu Sigilo Pessoal (que pretendo solicitar ainda este mês) em mim mesmo.
Espero que minhas perguntas não tenha ficado muito confusas, e que eu não esteja desvirtuando ao escrever isso no lugar errado…
Olá MDD,
até onde agnt pode confiar nas informações do livro? Aquelas lendas são verdadeiras? A palavra é realmente aquilo a que ele se refere? A interpretação dos símbolos está correta?
Obrigado!