Astrologia: Alavanca ou Muleta?


Por Divani Terçarolli
Quem ama a Astrologia e a conhece de fato, sabe o quanto ela é verdadeira e conhece seu potencial inesgotável de elucidar vários aspectos de nossa vida – material, emocional, espiritual, etc. Infelizmente a maioria das pessoas ainda não descobriu o valor desse saber milenar e a vê como coisa de pessoas supersticiosas, influenciáveis ou intelectualmente carentes.

Muitos astrólogos têm dedicado suas vidas a esclarecer as pessoas sobre a natureza e a utilidade prática da Astrologia. A CNA – Central Nacional de Astrologia tem feito isto pelo Brasil afora. É nossa vocação defender a Astrologia. Deve ser a paixão que nutrimos por essa ‘velha senhora’ que faz de cada um de nós um leão quando se trata de defendê-la.
Mas todo esse esforço se torna em vão quando muitas pessoas, que tiveram acesso ao conhecimento astrológico, dele se valem para justificar atitudes equivocadas e até grosseiras. É comum ouvir pessoas dizendo que são do jeito que são porque tem Saturno ou Plutão no Ascendente ou Lua em quadratura com este ou aquele planeta. Eu, particularmente, fico perplexa com isso. Afinal, a Astrologia não é para o autoconhecimento? E de que vale sabermos que somos desse ou daquele jeito, que temos esta ou aquela deficiência, se nada fazemos para melhorar? Conhecer-se deveria ser a senha para procurar lapidar a si mesmo, não é? Quem utiliza a influência astrológica como desculpa esfarrapada para suas dificuldades pessoais não merece a Astrologia, não está à altura desse conhecimento sagrado, pois como todos sabem os planetas não causam os acontecimentos, apenas os refletem, assim como o relógio não cria o tempo, apenas o mede.
A Astrologia constitui uma excelente ferramenta de diagnóstico. Infelizmente ela não trata. Não temos como saber o que a pessoa vai fazer com a informação que obtém. Mas como se diz por ai “o primeiro passo para a cura é reconhecer que estamos doentes’.
O valor da Astrologia está, principalmente, em conscientizar o indivíduo, mostrar-lhe onde estão suas dificuldades e facilidades. Ela pode fazê-lo perceber sua participação em tudo o que lhe acontece. A partir disto é provável que a pessoa comece a se policiar, a prestar mais atenção em suas atitudes, a notar quais delas causam problemas e quais as que geram simpatia e confiança. E assim ela vai mudando e melhorando a si mesma, seus relacionamentos, sua autoestima, sua vida.
Bem, esse é o uso benéfico, e mais desejável, da Astrologia – quando a usamos para o autoconhecimento e conseqüente aperfeiçoamento de nós mesmos. É por isto que gosto de dizer que a Astrologia tem o potencial de mudar, transformar vidas, o que é verdade. Mas a mudança só acontece se quisermos, se tivermos os olhos abertos e aproveitarmos a oportunidade.
Por outro lado, muitas pessoas utilizam a Astrologia como uma muleta para sua falta de vontade de agir, evitando responsabilizarem-se por si mesmas e promover as mudanças pessoais necessárias. Essa atitude não ajuda em nada à Astrologia, na medida em que pressupõe a existência de um fatalismo que deságua no conformismo e na inércia.
Há pessoas que cultivam problemas como quem cultiva um jardim e não querem realmente se livrar deles. Elas se comprazem em se lamentar como se tudo o que ocorre em suas vidas fosse obra de algum deus perverso, e não resultado de suas próprias atitudes.
Acredito que era isso que meu velho mestre queria dizer quando falava que “a Astrologia não é para quem quer e sim para quem merece”. Passados tantos anos, tendo atendido muitas pessoas e também tido a oportunidade de dar aulas para iniciantes, acho que finalmente compreendi o que ele queria dizer com aquela frase: que muitas pessoas podem ter acesso ao saber astrológico, mas só em umas poucas ele vai fincar raízes, vai frutificar em termos de entendimento de si mesmo e transbordar na forma de compreensão e amor ao próximo. (É assim que a gente se torna um estudante de Astrologia…)
E você, amigo, pretende ser terra fértil onde o conhecimento germinará ou apenas mais um curioso, tentando encontrar do lado de fora, o que está dentro de você mesmo?

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Respostas de 12

  1. Verdade. E muito.
    Como entusiasta de astrologia, frequentemente acabei, por empolgação mesmo, falando sobre o assunto com pessoas que não detém muito conhecimento sobre o mesmo. Geralmente fazendo breve análise de seus próprios mapas e ouvindo como resposta uma espécie de alívio, como se tal coisa fosse justificativa das características negativas, algo do tipo ‘ah, por isso que sou assim’. E ponto. Para por aí.
    O que é totalmente incoerente, baseado no conceito de ‘autoaprimoramento constante’. Para nós, buscadores do auto-conhecimento, é difícil entender o por quê de algumas pessoas insistem em fugir da ideia de mudança, mesmo que seja para melhor. Vejo na astrologia um caminho para fazer um argumento. Aproveitar a veracidade facilmente comprovável da ‘coisa’ para estimular a mudança daqueles que a temem.
    Envolve um Q de ‘jogar pérolas aos porcos’, mas acredito que isso faz parte da Vontade de alguns de nós. Eventualmente fazemos algum bem, e na minha humilde opinião, vale a pena correr esse risco.

    1. Pois é, Tales,
      Mas nós nunca nos cansaremos de semear e semear, pois alguma semente sempre poderá vingar e frutificar, não é mesmo? Abraços,
      Divani

  2. Texto muito bom… Acredito que isto ocorra em todas as ciências que possuem a capacidade de melhorar ou de gerar autoconhecimento… Basta olhar para o Tarô, onde a maioria do gado busca uma simples solução para ter o amor, o dinheiro ou qualquer coisa efêmera que por ventura seja fruto de um desejo “tosco” (isto inclui: necessidade de poder, intelectualidade ou simplesmente conseguir dar aquele “migué” na garota no final da noite)… E detalhe, esta solução é como tomar uma pílula que vai curar todos os males não importando qual seja o preço para a cópia de uma chave….

    1. Leandro,
      A maioria das pessoas só “desperta” com mais maturidade e depois de muito sofrimento.Obrigada pelo seu comentário.
      Abraços, Divani

  3. Realmente, a astrologia serve para mostrar pontos fortes e fracos de uma pessoa, pela carta natal. A grande dificuldade está em como usar os pontos fortes para nossa evolução e como encarar e vencer os pontos fracos, pois nem sempre observar um problema traz junto a solução. Distingir um do outro e se aperfeiçoar com isso é algo difícil, mas paciência, sigo na tentativa. Ao menos comecei a distiguir… o resto é seguir caminhando, na tentativa de melhorar o que já é bom, mas mais ainda o que é deficiente. Valeu pelo post…

    1. Olá Sandro,
      Você tem razão. Digamos que defeito é tudo que te traz prejuízo, desgosto e te afasta dos seus objetivos e qualidades tudo que te ajuda a obter mais simpatia, amor e reconhecimento das pessoas que importsam prá você.A árvore boa se reconhece pelos frutos.Abraços,
      Divani

    1. Bruno,
      A CNA tem como objetivo divulgar a Astrologia e levá-la a ocupar um lugar de respeito na sociedade atual. Não é uma entidade de classe, apenas uma associação de astrólogos e amantes da Astrologia. Não é preciso ser astrólogo para pertencer a CNA. Veja Central Nacional de Astrologia no Facebook ou o site por ora em reformulação: http://www.cnastrologia.org.br.
      Abraços,
      Divani

  4. A idéia principal desse texto não pode ser extendida para qualquer tipo de conhecimento esotérico??
    Vejo um monte de gente por ai procurando teorias meta-físicas, astrológicas, herméticas, cabalistas, etc, para justificar seus problemas…..e as vezes nem para justificar, parece mais que a pessoa usa tudo isso para “enterrar” seus problemas num discurso muito bonito em palavras, mas pratica de verdade muito pouco…..uma pena, não é? Deve ser o medo de olhar para dentro e não saber o que vai encontrar…..

    1. Mietto,
      Vc tem razão. Muitos buscam respostas fora de si mesmos para não ver o que de fato está errado que é a sua própria maneira de enxergar a vida, o mundo, os outros, etc. Isso é o velho ego se manifestando, pois afinal nada pode estar errado com Sua Excelencia, não é mesmo? Excesso de ego = falta de humildade. Ter consciencia é a chave.E às vezes só após sofrer muito que se adquire essa consciencia. Como nos “Alcoolicos anonimos” onde a pessoa precisa se levantar e admitir paratodos os presentes e para si mesma que: sim, eu sou um alcoolatra.
      Abraços,
      Divani

  5. Me faltava ler esse post e refletir sobre isso.
    De fato como já disseram antes;”Nesta dimensão tudo é uma faca de dois gumes”.Pode-se usar esse conhecimento para lapidar a pedra bruta ou para enterra-la de vez achando que não tem o que fazer.
    Só uma pergunta Marcelo;
    Na Arcanum Arcanorum existe estudo também que auxilie a interpretar um mapa astral e a astrologia de modo geral?
    @MDD – Sim.

  6. ola gostaria de saber se a Astrologia séria trabalha com previsões ( a nivel mundial e planetario) além de autoconhecimento.

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