As Forças Invisíveis – Parte 2

Série Plano Astral e Fenômenos Psíquicos: 1. O Plano Astral e o Hermetismo

A maioria dos estudantes de ocultismo tem uma única meta em mente: o manejo das forças ocultas, invisíveis. Além disso, querem chegar de forma rápida e sem perigos a aquisição de tais “poderes”. Uns querem praticar viagens astrais, outros impor a sua vontade aos outros e há ainda os que desejam soltar bolas de fogo, curar doenças até então incuráveis ou ressuscitar os mortos através de algumas palavras. Podemos ainda acrescentar ao nosso Ocultismo atual as brigas acadêmicas, as invejas individuais, os pequenos golpes baixos íntimos, as verdades absolutas e inúmeras outras paixões que agitam este meio.

As forças invisíveis existem? Será que realmente o homem pode manejar as forças ocultas da natureza ou de sua própria constituição? O manejo ocorre de forma igual para todos os homens? Basicamente, neste segunda parte da série sobre o Plano Astral, é o que iremos buscar refletir e discutir.

Existe realmente uma força invisível? Pensemos bem. Estamos sobre a Terra. Ao nosso redor temos as árvores, os vegetais, os animais, a água, o solo, o ar, dentre diversas outras coisas. No céu, os astros se movem. O Sol passa através do Zodíaco, a Lua gira à nossa volta, os planetas também seguem seu curso no céu e vemos as constelações levantarem e descerem. A Terra gira em torno do Sol e este também, com sua comitiva de planetas, em torno do centro de nossa galáxia. Além disto, temos as forças físicas e os fenômenos químicos… Enfim, há lugar para uma força invisível no Universo?

O Ocultismo ensina que sim. Todos os seres contem  forças motrizes invisíveis aos olhos físicos  e apresentam outros caracteres além das forças visíveis e perceptíveis por manifestações sensoriais externas.

O Universo então pode ser visto, sob aparências físicas, como banhado por uma luz solar/estelar. Esse é o domínio da luz física, com seu cortejo de forças exteriores, simbolizado pelos antigos como “mundo de fogo”.

Quando o físico desaparece, o mundo apresenta uma espécie de luz interior, que anima todos os astros e todos os seres vivos; essa luz ainda não é conhecida pela ciência atual. Tudo o que podemos dizer é que essa luz constitui a essência da vida e dos sentimentos em todos os planos; é ela que estala repentinamente nas manifestações do amor entre todos os seres vivos. Esta força foi denominada pelos ocultistas da escola de Paracelso como luz astral.

Existe ainda uma terceira família de forças. São as força inteligentes e espirituais, encarregadas de individualizar cada ser, cada coisa, dando-lhe um número, um nome, um peso ou uma medida. É a força divina (embora todas as forças também o sejam), que chamaremos de luz verbal, cujo centro secreto é o Verbo. O Cristo foi sua manifestação em nossa humanidade.

As forças são, portanto, cada vez mais interiores. Podemos representá-la por meio de três círculos concêntricos. O círculo exterior é formado pelos mundos físicos com a luz física como mecanismo de ação, o “Lux” de São João. O segundo círculo, interior, é formado pelos mundos astrais, com seus meios de propulsão e manifestação vital, a “Vita” de São João. E, por fim, o terceiro círculo, o núcleo interior e verdadeiramente divino,o “Verbum” de São João.

Espero que tenham entendido que é dentro, e não fora, de cada ser que deve ser procuradas as forças realmente vivas e atuantes, e se existir no Universo um centro verdadeiramente único, é o Verbo, que será encontrado com seu simbolismo na cruz. Sendo assim, dando nomes aos bois, os fatos psíquicos são resultado do manejo da luz astral e a Teurgia (ou a união com o divino) é a consequência da submissão voluntária à ação da luz verbal.

Agora, mudando um pouco de assunto e voltando de onde paramos na parte anterior, imaginemos a alma encarnada mergulhada neste meio que impregna todo o planeta, o plano astral. O órgão central de nossa constituição (Ruá, Kama ou Khi) é capaz de absorver e emitir com a mesma eficácia toda a produção etérea, vibração ou condensação. Ele é o órgão de emissão e de recepção do astral terrestre; graças a ele somos penetrados especialmente por uma assimilação verdadeiramente nutritiva, já que ele espalha igualmente seus eflúvios na alma animal e no corpo astral. Vitalizantes ou vampiros, os micróbios astrais entram em todo o nosso organismo através dele, corporal e anímico, trazendo a vida ou deixando aí o veneno de encantamento. É através dele que o terapeuta nos enche com eflúvios vivificantes tirados nas fontes benéficas da natureza e é também por ele que o mago negro nos assassina covardemente com a surpresa das forças inimigas invisíveis. É ainda por este mesmo órgão magnético que entram em nós uma multidão de desejos, de paixões ávidas de fatos, espalhando-se pela alma passional até o fundo de nossa alma espiritual para a perturbar com as suas inquietações e a subjugar com suas determinações. Aí está a nossa alma humana (Nechama, Manas, Thân) solicitada à ação de três direções diferentes que correspondem aos três mundos onde nós vivemos ao mesmo tempo.

As sensações do mundo físico percebidas por nosso corpo produzem aí uma atitude que pode penetrar pelo intermédio da alma animal até a vontade e a determinar poderosamente apresentando-lhe, por assim dizer, tudo preparado para a ação reflexa do gesto solicitado. A sugestão hipnótica pela atitude é apenas a produção experimental e exagerada deste efeito.

No polo oposto, a efervescência da nossa imaginação, cheia de formas etéreas que criam nossas emoções e mesmo as intuições vindas dos mundos superiores, é transmitida para a alma animal e o corpo astral até às nossas forças vitais para provocá-los. Os eflúvios emocionais recebidos de fora pelo centro magnético repercutem-se em cada um de nossos outros centros para neles gerar outras forças e outras virtudes em busca de sua realização.

Eis aí contra que ardores o poder da nossa mônada diretora, da nossa vontade, que é o nosso único eu verdadeiro, deve lutar constantemente regulando por sua vez as suas desordens, comandando as resistências ou os consentimentos, impondo sua soberania aos  poderes de todas as mônadas que formam o seu império.

Mas como essa soberania pode ser exercida utilmente? Como pode triunfar sobre todas as revoltas, comandar particularmente o astral interno ou externo? Não o sabemos muito bem. Somos com maior frequência mais um joguete das nossas emoções do que seu mestre: a maioria dos nossos atos não passam de reflexos e muitas vezes não temos nem mesmo consciência deles, tal é o domínio que exercem sobre nossas forças etéreas, enfraquecendo-nos.

Sempre é a vontade a mônada principal que comanda o ato, mas raramente é a nossa própria; quase sempre obedecemos a um poder estranho. Para que o nosso domine, falta-lhe um acréscimo de energia que Schopenhauer, em sua linguagem sutil, esclarece ao dizer que nós sempre queremos um ato, mas é preciso saber se nós queremos querer. Ele conclui afirmando que é a vontade universal que quer em nós.

É verdade que a vontade universal, quer dizer Deus, é quem quer em nós quando o nosso eu comando todo o inferior. Mas é preciso acrescentar que isto acontece com o nosso consentimento, com a nossa permissão e somente com ela. De outra forma, dizer nossa vontade, quando ela se exerce realmente, cai por terra o instrumento da vontade divina, e reciprocamente, ela não pode comandar outros desejos senão sob a condição de ser uma com a vontade divina, de ser a boa vontade.

Aí está a nossa lei suprema. O nosso fim, a razão de ser do homem terrestre, é de colaborar no planeta para a grande obra de vivificação do nada cumprindo em sua esfera, como toda outra mônada, a vontade divina, para a elevação dos seres inferiores. Está parecendo contraditório com toda operação mágica, não é? Não, pois notemos que operações mágicas de ordem inferior só acontecem quando abondamos a nossa vontade a outros poderes e que operações de ordem superior acontecem quando somos cooperadores do divino (Teurgia). Somente o homem, ao contrário das vontades que o precedem na cadeia evolutiva, é livre para aceitar este papel sublime ou recusá-lo, unicamente sob a condição de que sua sorte depende desta escolha. Se recusa a própria escolha, pretendendo seu poder particular e capaz de tudo, cai então numa falta imperdoável. Deve ceder ou desaparecer! Nestas duas recusas está a fonte de todo o mal terrestre.

Mas vejamos quais os detalhes do funcionamento da luta, na qual a alma humana é o palco, entre os instintos cegos da natureza, do nada em desejo de poder imediato, e as solicitações providenciais para os esforços definitivos de sua libertação. O prêmio é a imortalidade.

A maioria de nós vive ainda por instinto, preguiçosamente embalada pelos apelos da providência. Mesmo entre estes que têm alguma consciência, especialmente os que sentem as influências astrais, existem poucos que sabem aproveitar ou compreendê-las. Esses últimos se dividem em quatro classes: duas ativas ou masculinas, e duas passivas ou femininas; em cada uma dessas duas categorias se distingue uma classe particularmente sensível às forças superiores ou às forças inferiores.

Todos se distinguem do comum por uma superabundância de fluido etérico em suas constituições. Uns são aptos para reter consigo este excesso e usá-lo quando quiserem. Outros deixam-n o escapar constantemente em ondas, sem direção especial para dar lugar a novos eflúvios. Seus desejos excedem a suas faculdades de concentração. Em vez de projetar o éter ambiente, como os antecedentes, eles  aspiram para compensar suas perdas irremediáveis. Estes são os médiuns de todas as espécies que podem vaticinar, tornarem-se poetas e profetas, mesmo se pertencerem a uma esfera muito elevada para atrair o éter dinamizado pelas forças superiores.

Esses, os antecedentes, são os magnetizadores se os fluidos que eles concentram e projetam são os das forças corporais e iniciados (ou, logicamente, adeptos) se são capazes de recolher o éter elaborado pelos poderes anímicos e de ordem superior.

Em suma:

PASSIVO (absorvendo e desperdiçando)

Médiuns (principalmente de efeitos físicos) -> Forças inferiores

Médiuns Psíquicos (adivinhos, poetas, profetas) -> Forças superiores

ATIVO (concentrando e emitindo)

Magnetizadores (curandeiros, etc.) -> Forças inferiores

Iniciados e Adeptos (terapeutas, alquimistas, Teurgos) -> Forças superiores

Estas distinções não são supérfluas; elas nos permitem compreender o que devem e o que podem ser os contatos do homem com o astral.

Para o entendimento das realizações permitidas à constituição humana por contato com o astral, é preciso se lembrar que o nosso aparelho magnético (Ruá, Kama ou Khi) é um órgão essencialmente central, capaz de se expandir pelo corpo ou pela alma podendo modificar o equilíbrio da nossa constituição até transformá-la completamente.

Esta força, espécie de reserva geral, está à disposição da mônada principal ou o eu. Entretanto, por causa de sua extrema mobilidade, ela escapa facilmente a este domínio, seja sob a influência de poderes mais fortes ou por defeito da constituição, conforme mostrado no esquema acima.

Em seus movimentos, este órgão etéreo arrasta sempre uma parte ou porção de um dos outros dois elementos extremos do corpo espiritual (o fantasma, Nefeque, Linga Sarira, Than, e a alma ancestral, Nechama, Manas ou Thân) e mesmo de todos os dois. Este deslocamento para a alma, para o corpo, ou para fora, depende em quantidade e direção da vontade do eu ou de uma força exterior. Assim, por exemplo, é agindo diretamente sobre o centro de gravidade do organismo que o magnetizador produz em seu objeto todos os fenômenos conhecidos: curativos, se ele dirige a reserva sobre a força vital à qual ele pode acrescentar uma parte da sua; fascinantes e estupefacientes se congestiona a alma ancestral através do fantasma.

Munidos desta chave dupla: a distinção das diversas espécies de constituição onde excedem o fluido etéreo, e o jogo do centro magnético dirigível, compreendemos e classificaremos facilmente os fenômenos que o invisível produz. Porém isto será efeito apenas na terceira parte de nossa série.

Antes de encerrar, lembrando que falamos sobre o manejo da luz astral como a razão dos fenômenos psíquicos, temos uma advertência a fazer.

O manejo de luz astral apresenta grandes perigos e também grandes meios de evolução espiritual, pois, quando se recorre a este campo de forças invisíveis, arrisca-se não só à vida física, o que seria pouca coisa, mas também a vida espiritual, o que é bem mais grave.  A este propósito, é bom reler com atenção a história do Doutor Fausto, tal como foi admiravelmente resumida pelo imortal Goethe.

O grande perigo no manejo da luz astral é que o princípio inteligente que habita o centro desta força é um ser de origem divina, porém revoltado contra o seu centro de criação. A vertigem das ilusões do poder material, a antiga nahash de moisés, origem de todos os shanahs ou ciclos anuais de todos os tempos, que ainda está aí. Não estando acobertado por uma proteção vinda do centro verbal, sereis rapidamente arrastado pela força setenária, e como aconteceu outrora com nosso princípio comum, Adão, vossa imaginação vos fará crer que a vontade é mais forte que as forças divinas, e sereis mergulhado nas trevas da magia e da inversão espiritual. Uma vez entendida esta advertência, sabei superar todas as provas, sabeis que é necessário cravar a espada no coração do touro, como nos mostra a imagem mitríaca, é necessário atravessar a serpente e, num ímpeto de verdadeira fé, chamai vosso anjo guardião sob o nome de Cristo, o próprio Deus vindo em pessoa.

Nesse momento, abrir-se-á para vós a via mística, a única que pode afastar-vos dos perigos, a única que domina o implacável carma, quando a Virgem celeste coloca o pé sobre o dragão astral, isto é, quando o apelo da súplica do vosso coração esmaga a cabeça da serpente, cuja pálida luz circula em nós e em todo o Universo.

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Na próxima parte:

– Médiuns (temperamento passivo)

– Magnetizadores, iniciados e adeptos (temperamento ativo)

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Texto retirado e adaptado das obras:

– ABC do Ocultismo (Papus)

– Tratado Elementar de Ciências Ocultas (Papus)

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Respostas de 22

  1. Parabéns pelo texto!
    Você é adepto do martinismo?

    @jeff – Obrigado. Sou membro da TOM e da SCA.

    1. Olá Jeff, muito bom o texto, mas à resposta ao questionamento acima(confesso que me fiz a mesma pergunta), de que sim, é Lucifer o princípio inteligente que habita o centro do astral, me soa um pouco estranha. Até onde sei, por tudo o que já estudei, Lucifer(o nome, atribuído ao suposto anjo caído) foi uma invenção que cresceu no meio católico, mas já encontrei até mesmo um texto do Padre Quevedo falando que isto é besteira, embora isso seja algo corrente no meio católico/cristão, não há nenhuma referência à isto na Biblia. Os principais argumentos que apontam para que seja invenção são que, a Biblia foi escrita em aramaico/hebraico, enquanto que Lucifer é uma palavra em Grego, portanto não poderia sequer constar no original, e na verdade, os pontos em que se fala da “queda da estrela da manhã” na bíblia, seriam referências à queda do rei Nabucodonosor.
      Diante de tudo isto – que me parece bem coerente – de onde surgiu este apontamento ? Quem é então este Lucifer que habita o astral ? Que inteligência/força é esta ? Isto pode nos ser respondido ?
      Se puder esclarecer isso melhor, para meu entendimento mesmo, fico-lhe muito grato !
      Atenciosamente,

      Wilson

      @jeff – Não entenda como Lúcifer católico, mas como Lúcifer simbólico, com papel semelhante a Prometeu.

      1. Olá Jeff, obrigado pelo retorno !

        Apenas fazendo uma correção, Lucifer vem do Latim, não do grego, rs… bem, perfeito, mas ainda assim, soa estranho, pois Prometeus não seria aquele que roubou a luz dos deuses para entregar aos homens ? Esta não seria uma atitude positiva ? Deixe-me ver, relendo o texto, me parece que o trecho à este respeito quer dizer que, sem a atitude/proteção correta, corre-se o risco de o “poder subir à cabeça”, ou seja, não que a inteligência que ali habita esteja contra o homem, mas pode levá-lo à um caminho ilusório – no caso, para longe de sua Verdadeira Vontade, seria isso ?
        Mais uma vez muito obrigado,

        Wilson

        1. Só incrementando um pouco a discussão: Lúcifer vem do latim lux fero, significando Portador da Luz. Era um deus romano associado à estrela da manhã, correspondente ao deus Eósforo grego, que vinha com Eos (a Aurora romana) atrelando os arreios do cavalo do Sol. Lúcifer, como Eósforo, trazia o dia, a luz do conhecimento para os homens, justamente porque era identificado com a Estrela Matutina (o planeta Vênus), que aparece ao leste antes do nascer do Sol. A associação com o anjo caído deu-se por uma interpretação equivocada da queda do rei Nabucodonosor, que também era chamado de estrela da manhã por ser devoto de Astarte, deusa Babilônica que tinha como símbolo o mesmo astro. Quando traduziram o Antigo Testamento do hebraico para o grego, na passagem de Isaías 14;12-24, substituíram o termo hebraico para estrela da manhã por “eósforo”, substantivo comum que se refere ao astro. Quando criaram a Bíblia Vulgata em latim, o termo grego eósforo foi traduzido para lúcifer, que depois os católicos interpretaram erradamente como substantivo próprio e o associaram ao anjo caído do Livro de Enoch (antes desse livro ser considerado apócrifo). Daí veio o Lúcifer que conhecemos hoje.

          Quanto a Prometeu, o que o Jeff falou faz sentido. No texto, Jeff diz que “o princípio inteligente que habita o centro desta força é um ser de origem divina, porém revoltado contra o seu centro de criação.” Prometeu sempre se colocou contra Zeus (que se tornou o centro da criação após dominar o universo derrotando os Titãs na Titanomaquia) ao lado dos homens. Tanto que o roubo do fogo divino foi julgado por Zeus como um ato de rebeldia, levando o rei dos deuses a punir Prometeu acorrentando-o a um rochedo enquanto, todas as noites, uma águia vinha comer-lhe o fígado. Isto está bem apresentado na peça “Prometeu Acorrentado”, de Ésquilo. Já a interpretação mística desse mito eu deixo para o Jeff explicar. rs.

          @jeff – Já falou tudo o que podia ser falado, Fábio Firmino. Grato pela colaboração.

          1. Poderia ser essa inteligência na luz astral, Lúcifer, um Manu ou planetário na tradição hindu?

            @jeffalves20 – Pergunta já respondida acima.

  2. Creio que, a princípio, a força sutil mais acessível é o pensamento. Claro, o que distingue a maioria dos simpatizantes do misticismo e do ocultismo dos materialistas ortodoxos seria a aceitação de que o pensamento é capaz de provocar alterações na realidade física: ajustar fatos numa sequencia de sincronicidades, provocar doenças ou cura das mesmas,etc. O que a maioria se esquece é que a maioria de nós não é capaz de controlar os pensamentos e sentimentos que se tornam inconscientes por recalque ou mesmo parar de pensar naquela briga com o vizinho. Enfim, acreditar que o pensamento é capaz de alterar a realidade concreta é tido como um dos sintomas da esquizofrenia por alguns estudiosos, mas pode ser algo ao mesmo tempo fantástico e terrível, quando vc acredita e ve as sincronicidades, boas ou ruins, já que forças são cegas, surgirem pelo caminho. Acho que ao invés de sair pocurando mais forças sutis, devemos controlar primeiro a mais próxima delas, nossos pensamentos e sentimentos, capazes de criar situações mentais que as vezes influenciam em situações físicas. Ao menos nos parametros de doenças psicossomáticas a ciencia ortodoxa aceita a influencia dos pensamentos/sentimentos no mundo físico, o que já é uma boa justificativa para buscar o controle disso. Acho que só esse controle já é trabalho de vidas…

    @jeff – Se for pegar como base os corpos da Teosofia, a arte mais acessível seria a da Manipulação Energética.

  3. “Deve ceder ou desaparecer! ”

    Definitivamente não posso aceitar esse tipo de crença.

    Esse apelo ao medo ancestral. Ao desconhecido. Ou, mais à frente, ao carma, como desculpa para a moralização da Lei.

    Que a mônada desaparesça. O “eu” é a única ilusão, e existirá enquanto “Eu” decidir que existe e quiser experimentar “eu”. Não há revolta além daquela permitida. Não há verdade além daquela aceita. “Eu Sou” é tudo e nada, pois não-ser implica ser.

    @jeff – Não entenda um texto solto e no literal.

    1. Esse trecho é apenas um exemplo, Jeff. Um indicativo de qual atitude/crença me incomoda.

      Todo o conhecimento apresentado mostra-se quase completamente fora do que eu considero razoável.

      Qualquer vontade vista como “externa” ou “superior” não me parece mais do que uma vontade vã – não existe “vontade superior”. Toda vontade é a vontade do “ser superior”, apenas resumida em suas partes mais ignorantes, porque nós somos o “ser superior”. Nossas vontades são a grande vontade. Nossos atos são o grande ato. E nenhum deles é imperfeito, pois todos possíveis se realizam, e todos possíveis criam a extensão dos infinitos mundos que permitem a nós mesmos, ser supremo, ir além de nós mesmos.

      A destruição da alma ? A incapacidade de controlar o mundo ao redor ? Um ser/energia “revoltado” com a “energia suprema”, e por isso caído em “desgraça” e “destruição” ?

      Não Jeff…. isso eu não consigo aceitar.

      Me soa simplesmente absurdo. Me soa limitado. É colocar servidão desnecessária, é colocar submissão sem necessidade. Os iguais se atraem. Não haverá servidão, pois os iguais servem ao mesmo propósito por terem a mesma vontade. Apenas quando há propósitos diferentes pode um ousar dominar o outro – e eu não irei me submeter a propósitos diferentes, quando estamos juntos para desenvolver o mesmo propósito.

      A parte de anatomia oculta é mais interessante, pois começa a explorar a idéia de orgãos extra-físicos, mas a introdução…. ela simplesmente é incompatível com o que penso.

      Talvez seja dificuldade de interpretação, talvez seja porque eu não conheça as “chaves” que você usou, mas o que eu consegui absorver foi realmente desagradável.

      @jeff – Interprete os símbolos, não a literaliedade. Se tem tal dificuldade com Papus, pode também ter a ler outros textos interessantes como os de Eliphas Levi ou a Bíblia.

      1. texto incrivel Jeff, muito esclarecedor!!
        Estudo por conta o mundo oculto, não sinto, não vejo,
        mas sei que está l.. de alguma maneira…
        me perdoe se meu entendimento é pifio, mas
        consegui visualizar da seguinte forma e me ajudou muito,
        parece que tirei a venda dos olhos.. embora não saiba se
        o que vejo é Real ou Verdade.. mas fiz um esquema mental
        relacionando vontades…(é claro -tem os 3 corpos ainda…então)
        fica tipo assim.: – considerando a da causa da influencia cósmica
        Ego – Atma – Deus – Atma – Ego
        em uma forma de teia , mas revela a necessidade de
        transpor todo o mundo interior, para de fato reconhecer
        e ter/ser reconhecimento da sua Vontade…
        Bem tocante de verdade.

  4. Um complemento a questão que pus no facebook, mas que creio que aqui cabe bem. Um dia escrevo melhor sobre isso:

    O ocultismo e misticismo ocidental, em sua maioria europeu e maior divulgado com o advento do cristianismo e da igreja é todo pautado em fundamentação cabalística. De uma maneira bem sucinta os mais antigos teóricos e praticantes não criam que os espíritos dos homens poderíam interagir como podemos ver hoje por dois simples motivos:

    1.Um de base judaico-cristã: quando o homem morria ele esperava no sheol, purgatório ou sala dos pesos e medidas até o dia do Juízo, o contato não havia com o resto dos vivos. Se houvesse poderia ser interpretado como o diabo, uma ilusão ou um espírito aproveitador.Ainda mais da base bíblica, onde um anjo podería ser travestido de luz, mas ter propósitos malévolos.

    2.Um de base cabalística e mítica: o espírito desencarnado se dissolve e a individualidade faz o ha-gigulin (se não me engano, é esse o termo), reencarna, o que sobra seria o cascão astral, que daria margem a outros seres habitarem e assumirem aqueles resquícios. O cascão faria referência a qliphá, que é negativa e prejudicial.

    Ademais, havia a compreensão das energias ob e od, que fazem referência ao magnetismo e luz astral. Havia o desconhecimento de que seria possível um equilíbrio e é recomendado o equilíbrio das mesmas. Um bom estudo de fisiologia oculta lhe ajudaria a compreender. Fora que esse desconhecimento em nada deixou a desejar em magia cerimonial propriamente dita, diferentemente de feitiçaria do Medievo, que tem outros fundamentos.

    Sob uma base científica, o espiritismo está séculos atrasado em relação ao ocultismo pela demora na investigação. Os processos mais antigos e formais de casos envolvendo os fenômenos das mesas girantes se deram no advento do Estado Moderno, com Césare Lombroso (penalista italiano), Swedenborg (místico) e Kant (filósofo e jurista, acerca do caso do Swedenborg).

    Eliphas Levi combatia o espiritismo por causa dos casos de charlatanismo, mas o mesmo penou em seus trabalhos evocatórios infrutíferos. Alan Kardec era seu conterrâneo e quase contemporâneo, ajudou a dar um melhor entendimento de base científica e expandiu os estudos acerca do espiritualismo como doutrina filosófica de cunho científico (e não religião, como a maioria pensa) após o caso das irmãs Fox. No entanto, hoje sua doutrina encontra-se engessada pela religiosidade exarcebada a ponto da idolatria e esoterismo new age, isso dado a imperfeição de seu método, de base pestalozziana, que aprendera com seu antigo mentor, formado em pedagogia (e ele em matemática).

    Papus empreendeu um bom estudo mas se ateve as crendiçes do Medievo e caiu no engodo histórico da pseudo-ciência que era a frenologia, junto com o Kardec e a H.P.B. Depois foram os russos com a radiestesia radiônica e atualmente temos a fusão brasileira do espiritismo com a umbanda sob uma base africana de feitiçaria e magia cerimonial européia (herdada), conforme assevera Aaron Leitch, pesquisador da Societas Magica, em seus estudos da tradição salomônica no Novo Mundo.

    A mesma coisa se deu nos dois últimos séculos que se passaram, do combate ao charlatanismo empreendido por setores sociais como igreja (para não perder fiéis), ciência ( na época, com o ateísmo e materialismo em voga) e escolas de ocultismo (porque também eram atingidas e não eram diferenciadas dos grupos espiritualistas). Dion Fortune e Crowley foram ardorosos combatentes, não é nagável que eles desconheciam de muita coisa do espiritismo de Kardec, mea culpa a eles.

    Outra crítica acerca disso é que a base científica das duas correntes divergiam. Uma era postulada sob métodos de análise forte e prolongada sob experiências desempenhadas pelo próprio praticante, enquanto a segunda de fundamentava sob o método de Pestalozzi. De forma prática, enquanto o ocultista tentava averiguar sob autoridade teurgica a natureza verdadeira da entidade, no espiritualismo cria-se pela lógica argumentativa da análise das comunicações, na qual Kardec construiu todos os seus livros. O argumento de autoridade do espiritismo se daria pela filosofia positiva e benéfica da entidade que se daria como representante de algo ou um nome, como foi no caso de Jesus em comunicações indiretas a Kardec e de espíritos famosos como Platão e Agostinho.

    O que decerto poria em dúvidas ao ocultista, primeiro porque espíritos mais antigos, se não anjos ou daemons ou olímpicos ou enoquianos já de outra natureza não-humana, não permanecem no astral por muito tempo, deixando aberta a dúvida se é ou não a tal entidade chamada a presença do homem ou se era um cascão ou espírito zombeteiro. Não bastaria crer na mensagem uma vez que teria de ser comprovada se era de fato tal entidade agindo, fora o risco de possessão, que do ponto de vista ocultista era um grande risco, enquanto que para o espiritismo não há elemento de magia. Isso porque na literatura de Kardec os entes descaracterizavam a magia como sem efeito.

    Diante de tais alegativas fica claro os motivos técnicos da separação, mas que de modo algum pode inferiorizar, uma vez que a umbanda e candomblé estão aí para provar que fazem efeito e funcionam, fora os teóricos umbandistas que beberam da base ocultista cerimonial na construção dos atuais sistemas de umbanda que vemos hoje, afora as entidades que trabalham dentro do cerimonialismo, como os tantos “Salomões” existentes nos terreiros em pontos cantados, como também os mestres como Matta e Sarraceni, que ainda engatinham em cabala e tentam fundamentar erroneamente a umbanda sob essa sistemática.

    Temos de pensar de maneira histórica. O que está sendo discutido aqui é isso, e não meramente achismo ou ortodoxia dogmática, uma vez que em ambas vertentes o estudo é crucial para o aperfeiçoamento do indivíduo. A exemplo de Voltaire, que defendeu o “pensamento livre” e tinha uma colônia de escravos numa ilha particular e cria que seu livro seria melhor que a bíblia (atualmente a casa em que ele morou, por ironia do destino, virou uma editora de bíblias). A opinião é individual.

    Mas o estudo e discussão tem de ser imparcial.

    Sem mais,

    K.’.

    @jeff – Grato pelas colaborações, Kayque, tanto no grupo Egrégora no facebook quanto na discussão aqui no portal TdC.

    1. K.G Gomes vc postol “Eliphas Levi combatia o espiritismo por causa dos casos de charlatanismo, mas o mesmo penou em seus trabalhos evocatórios infrutíferos”, e “Papus empreendeu um bom estudo mas se ateve as crendiçes do Medievo e caiu no engodo histórico da pseudo-ciência que era a frenologia”, levando em conta suas colocações, somente recomendo que pesquise um pouco mais sobre a vida, ações, e obras desses dois supracitados.

      Pois talvez o que Levi tenham realizado não se limitada somente ao que esta em seu Dogma e Ritual, ou em seus escritos pupulares. E sobre o Dr. Encausse, eu penso que ele não somente se ateve ao engodo medievo ou mesmo frenologico. Essas são fases da vida de muitos (como alguns que aqui frequentam), que procuram a Grande Obra! Nesse caso, mesmo assim realizaram muito mais coisas do que alguns que hoje vivem do imediatismo esoterico que se acumulam nas bibliotecas virtuais de hoje! Nesse caso, façamos mais, e percamos menos tempo com os que ao menos tentaram por ao uso os quatro verbos divinos. (Saber, Ousar, Querer, Calar).

      @jeff – Belíssimo comentário, irmão. Obrigado por enriquecer nossa discussão.

      1. Caro Arkhanus,

        As experiências evocatórias frustradas do Alphonse Louis Contant , cuja obra o consagrou como Eliphas Levi foi um grande avanço para os padrões da época. Mas temos de ser sensatos em admitir que hoje não serviria nem mesmo como um padrão no qual se basear uma vez que temos exemplos melhores de práticas. Para isso não bastaria somente estudar o autor, como também o contexto histórico no qual o mesmo se insere.

        Agradeço ademais sua recomendação capciosa de que eu devesse estudar mais a respeito de ambos, algo que eu faço desde que eu conheci o ocultismo em 2006 e não pretendo parar. Eu tenho obras de ambos e estudo os mesmos por 1) curiosidade e 2) obrigação, uma vez que é sempre importante saber da maior parte das correntes e autores para ter um pensamento abrangente e crítico. Crítico ao que me refiro a reconhecer qualidades e defeitos.

        Para dizer que não estou sendo injusto: não fosse Eliphas Levi e seus esforços talvez não tivesse existido pessoas proeminentes que sucederam a obra e o desenvolvimento da Tradição Ocidental, como Stanislas Guaita, ou mesmo algumas ritualísticas da Golden Dawn que tiveram uma sutil influência deste. Papus da mesma maneira com o reavivamento martinista e a sua T.O.M.

        Agora, mesmo que fira seu ego, Levi e Papus cometeram erros nas épocas que viviam, não há o que negar quanto a isso, mas isso não desqualifica as obras que eles deixaram para estudo assim como Einstein não desqualifica os estudos de Newton. Usando um pouco de bom senso você irá concordar com a analogia.

        Agora, porque é tão criticada as experiências de Levi e porque muitas vezes o mesmo é contraposto a praticidade de Papus? Lhe pergunto:

        1. Sob quais fundamentos se baseou para a construção dos métodos de evocação?
        Eliphas Levi: ele não cita; ele até diz as fontes da tradição salomônica em se tratando de cabala e conhecimento iniciático, mas não evocatório prático (à única exceção, talvez, no fim do livro no apêndice). Estou me baseando nos seguintes livros que eu li dele para afirmar, que são “Dogma e Ritual de Alta Magia”, “O Grande Arcano” e “A Chave da Cabala”. Se encontrar em outra fonte do mesmo autor algo que diga o contrário do que afirmei ficarei feliz em saber.
        Papus: cita e indica bibliografia, constando “As Clavículas de Salomão”, “Enchirion”, “Heptameron”, “Livro de Honório”…todos do “Tratado Elementar de Magia Prática”, de sua autoria.

        2. Qual era a formação profissional dos operadores?
        Eliphas Levi: teologia, foi noviço e depois trabalhou em gráficas. Sua profunda formação foi em teologia e ele foi católico até o fim da vida. Na concepção católica, a filosofia e demais ciências são escravas da teologia. Daí você pode notar o teor de um livro que começa pela palavra “Dogma”
        Papus: Medicina. O Sr. Gerard não somente era médico de formação e profissão como o mesmo era adepto do método científico de análise e observação dos fatos. Note o teor de suas obras, que geralmente começam com a palavra “Tratado”

        3. Qual era a visão de mundo dos operadores?
        Eliphas Levi: católica e cabalística, enraizada nos mitos e lendas, em sua maioria, deturpados pelo cristianismo e visão católica. Leia o que ele diz a respeito do hinduísmo em “História da Magia”. No que dizia respeito a ciência em que o mesmo pregava, ainda estava germinando o termo que ele mesmo compôs de “sacerdócio mágico”. E mesmo assim ele foi capaz de ser machista (comum para a época) e falar absurdidades em se tratando da tradição salomônica e goétia.
        Papus: científica e rosacruz. Mesmo com os vacilos em se tratando da frenologia (você sabe do que se trata da frenologia Arkhanus?) e ainda apegado a resquícios superticiosos do fim do Medievo (suponho que você deva saber quais, não?), soube analisar casos variados de aplicação da magia sob um método relatorial e não somente sob história impressionista como do cavalheiro acima.

        Afora isso, você mesmo pode ver que os procedimentos do primeiro quando da evocação de Apolônio de Tyana não foram bem sucedidas nem seguiram um padrão dentro do que havia nos grimórios que teve acesso, diferente de Papus que soube por uma praticidade e adaptação coerente dos mesmos sem prejudicar a experiência. Sugiro a leitura do “Magia-A Tradição Ocidental”, de Francis King, para ter um melhor entendimento da questão.

        Poderia acrescentar uma extensa bibliografia na qual me levou a essas conclusões e a fundamentá-las, mas acho que por hora basta ao seu atual entendimento e compreensão da realidade. Agradeço o conselho dos quatro verbos divinos, são de fato úteis, apesar de eu não entender sua crítica ao imediatismo e crítica quando mesmo perde tempo aqui comentando. Mesmo assim, em agradecimento recomendo a prática das quatro ciências dividas que eu tanto gosto e procuro praticar: português, matemática, história e ciências (química, física e biologia).

        Att,

        K.’.

        1. Respeito sua colocações e até compreende o porquê do amigo sustentar tais bases.
          Você tem seus argumentos e faz uso do mesmo para sustentar aquilo que melhor apraz as conclusões que alcançastes por meio de sua VASTA JORNADA DE ESTUDOS.
          Já, por outro lado, isso não quer dizer que suas conclusões e até mesmo de outros pesquisadores são as únicas corretas.
          Ao contrario de suas concepções, conheço muitos, dentre eles um humilde Sr. Médico (Phd) de 101 anos que estuda e opera a via do autoconhecimento oculto, e integra mais de 50 organizações iniciáticas, e que começou nesse meio em sua tenra idade. Tenho também outro amigo geneticista e físico; ambos não concordam com sua visão sobre a vida e obra de Levi, de Papus, e até mesmo da vida e escritos de Cornelius Agrippa, ou do que outrora escreveu e pregou o Sr. Franz Joseph Gall (dai você tira as suas conclusões sobre meu conhecimento em relação aos termos “Frenologia” e “Medievo”). Além é claro de compreenderem que boa parte dessas pessoas tiveram fases variável de concepção, coisa que, creio ser comum na vida do ser humano.

          Achei fascinante seu argumento, e o parabenizo por tal evolução. Gosto de sua sinceridade, isso é louvável de grande respeito, são essas diferenças que compreendem a variável de um único.

          Sobre a obra e opinião de King, eu tive o prazer de lê-la. Sua postura literária lembra um pouco a do Sr. Arthur E. Waite, e sua tendência critica afiada lembra um pouco o estilo do Senhor Oswald Wirth (principalmente em sua obra “Act of Darkness”). Já sobre as “ciências divinas” que você gosta e procura praticar (português, matemática, história e ciências,química, física e biologia), eu realmente creio estou precisando revê-las. Agradeço a dica.
          Não achei sua concepções desnecessárias, e sim bem ricas.
          Peço perdão por meus limitados argumentos. Não tenho tanto tempo de jornada nesse meio, inclusive ainda estou engatinhando em um processo que penso estar em condição de embrião.

          PAX ET LVX
          DEI GLORIA INTACTA

          1. Arkhanus,

            Entendo sua discordância e agradeço que entenda meu posicionamento. Só friso que é uma opinião particular minha e não deve mesmo ser tomada como verdade insofismável, como um ponto final. Não se trata de uma vasta jornada de estudos ou algo que o valha, mesmo que tenha tido grande influência, mas de um posicionamento embasado, somente isso. Faço isso por crer que ao afirmar algo, ao argumentar, o ponto de vista tem de ter algum fundamento, ficando a critério de quem afirma que recursos utilizar. Minha experiência pessoal se reflete tanto quantos os estudos, mas de forma alguma desmerecendo os esforços dos que nos antecederam, mesmo discordando.

            Te convido até a tréplica, como exercício de alteridade: se discorda da minha opinião, poderia me explicar em que pontos faz oposição e o que fundamenta tal acepção? Digo isso porque é raro ver gente disposta a discutir acaloradamente o assunto sem se perder no chavão de críticas ad hominem, entende?

            Att,

            K.’.

  5. Não sei se foi mera impressão, mas notei e senti uma certa inferiorização em relação aos médiuns (absorvendo e desperdiçando). O termo desperdício requer maior esclarecimento, porque passa a ideia de futilidade ou uso errático, e não considero que seja o caso.

    Enfim.

    Abçs

    @jeff – O próximo post esclarecerá melhor a questão do absorver e desperdiçar energia.

  6. Tem um porém, conheço pais de santos antigos que nunca leram um livro de magia e são analfabetos, e nem por isso as entidades deixam de trazer altos conhecimentos de Alta Magia e pontos riscados que podem ser “cabalísticos” como Matta e Rubens falam.

    Pelo que parece, as entidades da umbanda trabalham em sintonia com o médium depedendo do seu grau de consciência e estudos. Ex: se for um médium analfabeto e sem estudos de magia, os guias vão ensinando de forma simplificada certos práticas de magia, de forma bem natural.
    Já umbandistas como foi o Matta e o Saraceni, a sintonia são com entidades de iniciados ou grandes magos.

    Talvez posso estar errado, mas umbanda seria um sistema mais natural do que cabalístico.

    @jeff – No plano astral ser analfabeto ou não é indiferente, para estas questões.

  7. Se essa força é tão poderosa é melhor nem tentar… esquece ela… nós num conseguimos botar o dedo na tomada imagina mexer com o centro do universo hahah

    @jeff – E olha que vários sistemas se baseiam no uso desta força…

  8. Pergunta ao K. Gomes, se ele já leu outras obras de Papus que não foram traduzidas ainda para o Português. As obras como” tratado elementar “e outras que conhecemos foram escritas no começo da carreira ainda de ocultismo, \dos vinte aos trinta anos de idade dele.

    …e as outras obras dele depois dos trinta até a morte? que falam bastante de teurgia etc.

    fora o sigilo no martinismo e TOM.
    (Saber, Ousar, Querer, Calar)

    1. E você Guilherme, leu? Quais?

      (trolls, vejo trolls em toda parte…)

      Poderia ter me perguntado diretamente e não perguntado a outrem para me perguntar. Va bene, mas me poupe de argumentos ad hominem se você não tem o que discutir Guilherme.

      Passar bem,

      K.’.

  9. Certos estudiosos do ocultismo gostam de derrubar ou desfazer o trabalho de Eliphas Levi. Não entendem que sua obra não é para qualquer profano ou aventureiro. Existem coisas herméticas Lá (secreta).
    Ficam falando de suas evocações que foram mal sucedidas. Não entendem que ele deu só um Bizú de suas práticas mal sucedidas.Na época que ele viveu sim, fossou ele guardar certos segredos em sua obra.

    Suas palavras dizem: Nunca ceda ao desejo de convencer os outros pelas operações mágicas. Isto porque os efeitos mais surpreendentes nunca seriam suficientes comprova para as pessoas não iniciadas. Mostrar prodígios para alguém acreditar na magia é, para o iniciado, torna-se indigno ou incapaz da magia.
    Não se vanglorie das obras que operou. A tradição sempre recomenda o silencio dos doentes que são curados; e, se este silêncio for guardado fielmente, o iniciado nunca será crucificado de toda a sua obra.

    Ela ainda fala em seu livro:
    Vós, pois que começastes a leitura desse livro, se vós o compreendeis e o quereis ler até o fim, ele fará de vós um monarca ou um insensato. Quanto a vós, fazei desse volume o que quiserdes, não podereis nem desprezá-lo nem esquecê-lo. Se sóis puro, este livro será para vós uma luz; se sois forte, ele será vossa arma; se sóis santo, será vossa religião; se sóis sábio, ele regulará a vossa sabedoria.
    Mas, se sois malvado, este livro será para vós como que uma tocha infernal; ele despedaçará vosso peito, rasgando-o como um punhal; ficará na vossa memória como um remorso; ele enchera vossa imaginação de quimeras, e vos levará pela loucura ao desespero. Procurareis rir dele, e só podereis ranger os dentes, porque este livro é para vós como a lima da fábula que uma serpente tentou morder e que lhe quebrou todos os dentes.
    Comecemos, agora, a série das iniciações.

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