A Verdade Oculta protege a si mesma

“As características da obscuridade são a ignorância, a preguiça, a inércia, a letargia, a insensatez e a escravidão às ilusões dos sentidos. Aquele que é subjugado pela obscuridade mental é um cego que jamais contemplará a Luz do Espírito.”

Por Roberto Lucíola
Uma pessoa pode ser bem dotada de inteligência, ser portadora de vasta cultura intelectual e até estar bem informada a respeito das coisas esotéricas, mas jamais será um sábio na pura extensão da palavra, por ainda está envolvida na obscuridade da personalidade, portanto, sujeita a ser vítima da ilusão de Maya. Por isso, encontrará dificuldades para entender as subtilezas do Conhecimento Sagrado porque o mesmo tem o seu apoio e origem na própria Mónada, pelo que só uma Mente bafejada pela Luz de Budhi pode penetrar nos Grandes Arcanos da Sabedoria Eterna. Não basta pesquisar sem experimentar em si mesmo a realidade do Saber Oculto. Aí reside o poder mágico do Conhecimento Hermético, que difere muitíssimo do conhecimento mundano que não exige do pesquisador nenhum compromisso com a Verdade.

A Sabedoria Iniciática das Idades exige uma interação entre o que se aprende e o comportamento moral e intelectual do modo de vida do estudioso. Se não houver esse compromisso, jamais se conseguirá penetrar os meandros iniciáticos do Saber Oculto. Infinitamente menos quando o estudo tem apenas carácter de diletantismo ou de passatempo sem nenhum compromisso com a sua vivência, servindo apenas como meio de afirmação de vaidades próprias de desajustados psicomentais do género “sei tudo porque tenho tudo”. Mas a Verdade Oculta protege-se por si mesma dos curiosos e egoístas. A bondade e o amor, pela sua pureza e o alto padrão vibratório, podem facilitar até certo ponto a aquisição do Saber Arcano.

As pessoas de carácter dominador assinalam com isso que estão envolvidas na obscuridade da personalidade, e não dominando a si mesmas procuram dominar os outros. Porém e incluindo a sua eventual cultura livresca onde incontáveis teorias desencontradas vagueiam no campo árido da mente com mais ou menos misticismo desapurado ou gosto pelas “coisas fantásticas e insólitas”, revelam com tudo isso a sua natureza débil ainda muito longe de estar integrada aos reais valores do Espírito. Segundo Shankaracharya, as características da obscuridade são a ignorância, a preguiça, a inércia, a letargia, a insensatez e a escravidão às ilusões dos sentidos. Aquele que é subjugado pela obscuridade mental é um cego que jamais contemplará a Luz do Espírito.

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Respostas de 4

  1. Ótimo texto! Principalmente uma boa reflexão para aqueles que, filiados em qualquer Instituição que lida com a espiritualidade , tenta com seu caráter dominador, se impor com o intuito de ganhar poder e status, se esquecendo da finalidade sublime de tais Instituições por estarem cegos devido ao seu ego. Devido as ilusões.
    Quão diferente são os amados irmãos conscienciosos que colocam em prática e com afinco, o trabalho santo, esclarecido, e não medem esforços para lutar, doando seu sangue e suor, contra as adversidades que tentam emperrar a Grande Obra.
    O começo do terceiro parágrafo me faz lembrar de Paulo, o Apóstolo, que disse: “Vivo o que ensino e ensino o que vivo.” E outra do mesmo: “Procure ser obreiro aprovado para não ser acusado por ninguém.”
    Realmente, somente essa interação, é que vai arrancar o buscador da prisão da “letra morta” e das ilusões. Impulsionando-o consciente e de maneira dinâmica, em seu interior onde terá acesso, livre de curiosidade, ao Grande Arcano que o colocará em harmonia com tudo e todos e o confirmará como um grande e humilde servidor.
    Uma vez um Preto-Velho disse pra mim: “fio, pimêro vein a obligação e depois a devoção.” Nunca mais esqueci. Obrigação não somente de nossas tarefas seculares, mas, principalmente quando lidamos com o sagrado, temos a obrigação de fazer as coisas bem feitas e com esmero. Depois vem a parte ritualística e devocional. Agindo de modo contrário, a religiosidade se torna vazia e morta, e o cadáver não demorará a exalar o mau cheiro denunciando onde encontrá-lo. E aí, os esforços puramente intelectuais não servirão para nada!
    Peço desculpas se me alonguei, mas foi o primeiro texto que li logo pela manhã, e ele me remeteu a muitas coisas que já ocorreram em minha caminhada e me fazem ainda hoje, aprender e refletir . Obrigado por escrever e postar, Roberto Lucíola e Mestre DD.

  2. estou cansado de que me chamem de cego sem me oferecerem o colírio
    retire as travas do TEU olho

    querem que sejamos perfeitos, mas também querem nos ensinar a pensar que somos uma merda cagada por acidente por Deus

    estou farto desse mimimi católico medieval de que somos a mosca na sopa celestial

    tenho certeza que jamais deixaremos de sermos merdas enquanto pensarmos que somos merdas

    só na frase anterior já falei mais do que você falou no seu texto inteiro

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