A medida de todas as coisas

Desde que a pitonisa do templo de Apolo afirmou que Sócrates era o homem mais sábio da Grécia, ele se dedicou a procurar saber quem era realmente sábio, e quem se julgava sábio, mas não era. A suspeita de Sócrates era simples: ele mesmo não se julgava sábio, portanto se os deuses afirmavam que o era, a única explicação era a de que a sua parca sabedoria advinha do fato de reconhecer a própria ignorância. O mundo era muito vasto, e o grande sábio da Grécia era sábio exatamente por perceber que ainda havia muito por ser descoberto – não era possível julgar-se coisa alguma no ramo da sabedoria, ou pelo menos não no sentido de estarmos numa posição superior aos demais.

Era uma época privilegiada da civilização Grega, por todo o lado surgiam grandes pensadores e, como não poderia deixar de ser, diversas teorias diferentes que tentavam explicar o mundo. Talvez o pensamento mais revolucionário da época – para o bem ou para o mal – tenha sido o sofismo. Até o surgimento dos sofistas, a educação grega (paideia) não fazia distinções entre religião e cultura – estava profundamente enraizada na religiosidade. Mas eis que surge o sofismo, e com ela uma nova forma de se pensar a educação: não mais um conceito de formação moral, enraizado nos valores absolutos transmitidos pelos deuses, mas um método de conhecimento do mundo, de organização dos diversos “saberes”, relativo em seus valores morais, assim como cada grupo de homens e, em última instância, cada indivíduo, traz consigo a sua própria visão de mundo – sua própria moral, independente dos deuses.

Sócrates se dedicou a demolir os argumentos de cada sofista que passou por seu caminho em Atenas. Perante sua sabedoria enraizada em campos elevados, seus argumentos eram como bodes mancos incapazes de subir as encostas de uma colina… Ante a máxima de Protágoras, um dos grandes dentre a escola sofística – o homem é a medida de todas as coisas –, Sócrates sai-se com uma outra máxima, que segundo muitos lhe é amplamente superior – a medida de todas as coisas é Deus.

É muito fácil, hoje em dia, interpretar tais afirmações de forma superficial, e fora de seu contexto. Pode-se, dessa forma, até mesmo imaginar que Protágoras e os sofistas eram prepotentes e ateístas, enquanto que Sócrates era o grande sábio temente a Deus… Porém, ambos, tanto Sócrates quanto Protágoras, foram acusados de ateísmo. A diferença é que Protágoras fugiu para a Sicília, impondo-se um auto-exílio, enquanto que Sócrates preferiu aceitar a punição máxima da morte por ingestão de veneno, embora tenha lhe sido ofertada a opção do exílio…

Não se discute que Sócrates foi um homem muito mais sábio, nobre, e relevante para a história da cultura ocidental, do que Protágoras – ele obviamente o foi. Porém, não se deve julgar todos os sofistas apenas por aquilo que se mostra deles nos livros de Platão. Em realidade, aqueles não eram sofistas na real acepção de seu lema (humanistas em essência), do contrário seriam grandes amigos de Sócrates, e não aqueles que ele caça em meio às ruas de Atenas, ansioso por demonstrar-lhes os equívocos de suas “suposições do grande saber”.

Com o sofismo surgiram os primeiros pedagogos e os primeiros advogados de que se tem notícia na história. Tratavam-se de homens que dedicavam a vida a estudar o conjunto dos conhecimentos e saberes, e então vendiam seus ensinamentos aos homens abastados, particularmente aqueles que se interessavam pela oratória ou pela política. Ora, Sócrates não cobrava por seus ensinamentos, mais consta que sobrevivia do auxílio de seus discípulos. Pode-se então imaginar Sócrates como um “mendigo sábio”, e os sofistas como enganadores e quem sabe até ladrões… Mas em realidade todos tiveram seu devido papel na história.

É sabido que Sócrates não confiava muito na “sabedoria escrita”. Acreditava que os discursos escritos não tinham como defender a si próprios da argumentação alheia, eram demasiadamente estáticos e, portanto, impróprios para uma reflexão aprofundada do Cosmos. Ora, é claro que Sócrates tinha razão, mas o problema é que o mundo vinha já crescendo, e os conhecimentos humanos com ele; Também se fazia necessária à devida “catalogação” dos saberes, a organização dos processos de ensino, enfim, o surgimento da pedagogia.

Se hoje existem mestrados, doutorados e áreas de especialização nas mais diversas disciplinas, não se enganem: também devemos isso aos sofistas, e bem mais do que a Sócrates. Entretanto, a questão parece estar em não abandonar a sabedoria, em não esquecer da espiritualidade, nos afogando em meio à pura racionalidade dos sistemas de conhecimento humanos. No fundo, Sócrates também tinha razão numa coisa: existem coisas que os livros jamais poderão nos ensinar.

Sim, o homem pode mesmo ser a medida de todas as coisas, mas tão somente no sentido de que é o homem quem interpreta todas as coisas, e é através dele que elas são efetivamente medidas. Mas sabemos que no mundo existem muitas e muitas coisas que estão além da medida, que não se equacionam, e que tampouco puderam nalgum dia serem medidas. Coisas como o amor, a ética e a poesia parecem pertencer a um outro reino, muito no alto das montanhas, além de nossa capacidade de catalogação – eis as coisas que residem no mundo das idéias, na terra da essência e não da transitoriedade. As coisas medidas por Deus.

O homem, porém, está no mundo, vive no mundo, lida com o mundo. Se ele consegue perceber a essência divina das coisas, da mesma forma parece conseguir organizar o próprio conhecimento dessa percepção, e medir o infinito por sua própria medida – humana!

Existem, portanto, essas duas lentes para se enxergar o Cosmos: uma lente que enxerga os sentidos e essências e outra lente capaz de observar os mecanismos e conhecimentos. Para muitos seres a vida sem a primeira lente pode ser insuportável e cinzenta; Mas há ainda outros que parecem ignorar a falta desta primeira lente por completo, e se dedicar apenas a uma imensa “catalogação” das cores do Cosmos. Seja como for, embora a segunda lente se faça até mesmo mais necessária quando consideramos uma vida em sociedades de conhecimento, o ideal me parece ser podermos contar com ambas. Contar com o humanismo dos sofistas e a espiritualidade dos sábios – ver tudo o que há para ver na imensidão infinita. E medir…

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Respostas de 14

  1. Existe um momento onde se crê só existir matéria, existe um momento que se percebe espirito, neste momento se entende que a matéria é distração, podemos tentar equilibrar estas duas realidades e não ser pleno espiritualmente embora sempre tentando evoluir moralmente seremos seres materiais melhores, mas limitados a barreira social, mas para ser pleno espiritualmente se deve desapegar totalmente da matéria, não se distrair mais com a matéria, embora a interação na matéria continue existindo. Alguns dão muita importância aos avanços científicos, e de fato eles são muito importantes para o conjunto social em âmbito material, mas individualmente gera distração. O home no final está a cada dia menos ligado a natureza universal e criando mais maneiras de construir um mundo confortável sem perceber que o desconforto está dentro dele. É obvio que todos se beneficiam com os avanços positivos das criações humanas em âmbito social e cientifico (etc…) e isto é uma “benção”, contudo, isto mesmo podendo nos oferecer ferramentas para a evolução espiritual, não é solução em si de nada, pois na ponta da estrada indica o desapego do material como solução final. Será que tudo que precisamos já não está registrado de alguma forma no orbe? Será que a humanidade não está constantemente se repetindo achando que está descobrindo algo e no máximo está tentando se redescobrir? Tantas instruções, tantas publicações, pessoas que se dizem conhecedoras dos mais profundos segredos “ocultos” e linhas filosóficas, acúmulos e acúmulos de conhecimento e mesmo assim, ainda presos por sentimentos menores, se ofendendo por visões diferentes, apegadas até a opiniões ou passagens de livros, mas como superar a barreira de se entender sentindo e não estudando… Mas seria tudo isto só mais uma teoria? Cada um descobrirá qual é a verdade por si a seu tempo… Ainda estamos todos em transito.
    Parabéns pelo texto, sempre muito bom para abrir reflexões, desculpe pelo comentário, saiu sozinho, não encare como uma critica, pois admiro suas posições.
    Obrigado pela coluna!
    @raph – Eu sei como se sente. Mas veja só que pensamento interessante: há 2 mil anos, as pessoas iam ao Coliseu em Roma aplaudir feras devorando homens, ou homens matando feras, ou homens se matando entre eles… Hoje as pessoas vão ao San Siro ver um jogo de futebol. As vezes elas ainda se matam, mas ao menos a grande maioria, ou praticamente todos, não estão mais a aplaudir a barbárie. Lentamente, a passo de tartaruga anestesiada, a evolução moral também ocorre, embora jamais se compare a velocidade da evolução tecnológica.

    1. Sem duvida a evolução tecnológica além de mais prática em tempos de informação como hoje, chama muito mais atenção, tem uma recompensa direta, inclusive, mais imediata que não depende de sensibilidade ou entendimento para ser percebida. A matéria é muito atraente, os sentidos são muito fortes. Sim a sociedade como um todo tem evoluído e muito nos últimos 100 ou 50 anos, veja o comportamento social, os direitos, se não o globo por igual, uma boa parte, sou extremamente entusiasta desta evolução, não me interprete mal, sou ciente dos deveres coletivos de âmbito material, contudo entre a evolução uniforme do todo ao qual pertencemos, sem duvida, existem aqueles que parecem superar tudo sozinho, independente do todo, e ajudam o todo a se questionar e buscar algo maior, Buda, Jesus, São Francisco, etc… E a lição que eles deixaram? e o exemplo que ficou? desapega, evolua por si, a maioria quer se distrair, e isto é legitimo, por quantas encarnações não estamos nos distraindo, mas quando cansar da brincadeira, o caminho é este ai, desapega…
      O homem quer ser imortal, mas esquece que já é imortal, puro apego a uma realidade transitória que não deixa enxergar a verdadeira vida, o homem quer fazer um aparelho de teletransporte, mas esquece que no plano espiritual não existe limites de espaço, basta se sintonizar, e isto é possível ter acesso ainda encarnado, o homem quer fazer uma maquina do tempo, mas esquece que no plano espiritual não existe tempo, e uma simples regressão demonstra isto, e pra ter acesso a tudo isto, basta se equilibrar, e pra se equilibrar, basta desapegar do ego. O homem quer criar maquinas para adquirir as capacidades naturais de sua alma, e isto ele chama de ficção cientifica. É muita distração.
      Também acho curioso quando se vendem um mundo espiritual tão material quanto o nosso, mesmo que com uma suposta tecnologia avançada ou capacidades que nos (os leigos) parecem mágicas. Como desapegar de uma matéria se nos prometem mais matéria? No final, a impressão que dá é que só os espíritos umbralinos se comunicam conosco… Pior, mesmo estes já são difíceis de serem compreendido e a generalização se faz presente entre os estudiosos. Muito método, muita estrutura e cada vez mais ilusões.
      No final, qual é nosso papel? Dar um tapinha nas costas pois sabemos que o caminho é individual e mais cedo ou mais tarde cada um se encontrará ou tentar estimular um questionamento para acelerar este processo que sabemos o quanto foi difícil de encontrarmos por nós mesmos? Ninguém evolui por nós, nossa evolução não depende de ninguém, não somos responsáveis por nada a não ser nossos próprios atos e em como ele se refletirá no mundo. Por que nos satisfazemos tanto em tentar dar uma opção pras pessoas saírem da distração?
      O que é dever, o que é interesse? Existe dever? Interesse não pode existir.
      @raph – Obrigado Flash… Acredito que a grande questão é que temos lido grandes coleções de manuais de natação, mas nos falta tomar coragem para mergulhar, enfim, na caridade… Abs!

    2. a barbárie ainda existe sim. mudaram os nomes apenas. o povo ainda se diverte ao ver na tv a “polícia que mata bandido” ou a “tragédia da semana”, está bem aí na nossa frente é só ver.
      não quer dizer que todos sejamos bárbaros.
      @raph – Ainda existe e existirá por muito tempo, mas tem diminuído. Se formos comparar a porcentagem (%) da população mundial que já matou alguém, entre hoje e há 2 mil anos, ela certamente terá caído bastante… Eu falo mais sobre isso aqui: http://textosparareflexao.blogspot.com/2011/07/involucoes-parte-1.html Abs.

  2. Gostei do Post, acredito que as duas visões estejam certas, Embora a visão por incrivel que parece a visão de Socrates era mais progressista do que parecia, não se limitando nem mesmo ao infinito para se expressar, enquanto o sofistas tiveram um grande auxilio como foi citado, porém um pensamento de Einstein elucidaria um pouco minha opinião : ” Temo o dia em que a nossa tecnologia sobreponha a nossa humanidade: o mundo terá apenas uma geração de idiotas” no facebook onde eu vi essa citação refere-se a tecnologia de forma concreta como aparelhos digitais e etc, porém creio que vá mais alem disso, como a enxurrada de conhecimentos que nos temos porem pouco proveito deles. por que hj em dia se tornou facil obter conhecimento entretanto não nos ensinam a fonte desse conhecimento, não nos ensinam a utilizar esse conhecimento de forma pratica na nossa vida, temos a face e o queijo e não sabemos utilizar…
    @raph – Acho que vai gostar disto aqui: http://textosparareflexao.blogspot.com/2009/11/orwell-e-huxley.html Abs!

  3. Se o homem é a medida de todas as coisas, qual é a medida que satisfaz o homem?
    @raph – Talvez Deus seja a única medida que satisfaça o homem. Mas a questão é saber: o que é Deus para você? O que é Deus para cada um de nós?

  4. Quando a gente visita um blog como este, a gente cresce espiritualmente!!!! Parabéns, pelo belo texto.
    @raph – Obrigado, bom saber que por vezes um texto também pode melhorar a vizinhança 🙂

  5. Não posso crer que toda gente achou o texto demais.
    Como não se vê um único céptico nos comentários deste blog?
    Eu acho fraco em alguns aspectos e gostaria de refúta-lo mas se vou ser censurado n vale apena dar-me ao trabalho de escrever.
    @raph – Você pode expor sua opinião, ou tentar refutar o que é dito, e o que podemos fazer é contrapor com nossa opinião, refutar ou concordar. Mas censurar ideias? Isto aqui não fazemos… Isto é coisa própria dos fundamentalistas da crença, e da descrença.

    1. Você não vê nenhum cético aqui porquê essa não é uma comunidade que aceite bem céticos.
      A maior parte aqui é de estudiosos, e argumentos genéricos e sem base não cabem, então 90% dos “céticos” de internet simplesmente não encontram chão onde se apoiar aqui.
      Não há censura – mas também não há aceitação, principalmente imediata.
      Procure melhor – eu mesmo costumo fazer muitas críticas a diversos textos, e só muito raramente já tive a impressão de ser censurado (e em nenhuma delas realmente havia sido, os posts só demoraram a aparecer).
      @raph – As vezes podem demorar a aparecer porque precisam ser aprovados, principalmente no caso dos posts do MDD, que é um sujeito bem ocupado (lembremos da A.’.A.’.). Quando há palavrões precisamos “censurar” porque o Google não gosta de palavrões, e prejudicaria o pagerank do site inteiro. Afora isso acho que muito raramente alguns comentários podem ser deletados por serem ataques ad hominem gratuitos ou coisa do tipo.

    2. aqui vai:
      ” Coisas como o amor, a ética e a poesia parecem pertencer a um outro reino, muito no alto das montanhas, além de nossa capacidade de catalogação – eis as coisas que residem no mundo das idéias, na terra da essência e não da transitoriedade. As coisas medidas por Deus.”
      – Como a ética não é transitória? O conceito de ética varia de cultura para cultura.
      @raph – Por questões de etimologia, prefiro me referir a moral como aquilo que varia de cultura para cultura, e ética aquilo que permeia todas as culturas e é o “objetivo da moral”.
      Sem homens não haveria nem ética, nem amor e poesia, portanto são conceitos medidos pelo homem e não por Deus.
      @raph – Sem homens, pela lógica, ainda haveria Deus, caso exista.
      Por um lado problema de definição de amor é meramente um problema de linguagem. Na linguagem amor representa um intervalo conceitos que pode variar muito, no entanto é possivél criar novas palavras para os diversos tipos de amor.
      Cada amor que uma pessoa sente também único e não universal, pois depende das experiências pessoai que são únicas a cada pessoa.
      Se os humanos fossem para outro planeta, mudassem completamente e começassem a viver outro tipo de experiências o conceito de amor deles não nada em comum com o actual.
      @raph – Depende novamente do que entendemos por tais termos. Decerto os termos “Deus”, “amor”, “ética”, “liberdade”, etc., possuem inúmeras interpretações, de acordo com a cultura. A religiosidade procura então acessar a essência de tais termos, que é universal, “o que é medido por Deus”. Isto não significa que Deus é uma pessoa quem escreve no quadro negro “o Amor é isso”, “a Ética é isto outro”… Talvez Deus não seja uma pessoa, talvez Deus não ame, talvez Deus seja o próprio Amor… Segundo Empédocles, o Amor poderia ser identificado a Gravidade. Rumi, o dervixe sufi embriagado pelo sagrado, dizia que “cada átomo, feliz ou miserável, gira apaixonado em torno do Sol” (e, ainda aqui, ele se referia a Deus).
      Dessa forma, você pode afirmar que “as coisas são medidas por Deus”, que “não são medidas por Deus”, que “em essência são Deus”, que “não têm essência”, que “não há mundo das ideias”, que “há uma mente”, etc. Mas não seriam exatamente concordâncias ou refutações, pois quando dizemos que “Deus é a medida de todas as coisas”, estamos num reino subjetivo, e não objetivo. Deus não está comprovado cientificamente, nem o Amor, nem a Ética, e há alguns materialistas que afirmam que a mente é uma ilusão… Mas dizer “que está errado porque não existe” não resolve a questão, pois nem tudo o que existe está abarcado pela Ciência.
      Dito isso, quando falo que os termos “pertencem a outro reino”, estou exatamente falando sobre o que está além da linguagem, do que não pode ser totalmente explicado ou compreendido por palavras, signos, cascas de sentimento. Se vamos falar do Amor dos homens, se vamos falar do Amor de todos os seres do Cosmos, tanto faz: não é possível reduzir a explicação a linguagem, a filosofia, nem tampouco a equações matemáticas. Então poderia-se dizer “o homem é a medida de todas as coisas humanas”, e “Deus é a medida de todas as coisas, tanto humanas quanto divinas”. Talvez explicasse melhor, definisse melhor? Claro que não, tudo isso são só palavras digitadas no comentário de um blog… Para saber, é preciso aprender a mergulhar. Cada um vê o Oceano a sua maneira.

      1. “A religiosidade procura então acessar a essência de tais termos, que é universal, “o que é medido por Deus”
        Ok então você quer ir pelo caminho de uma universalidade que transcende ou vai além da realidade humana.
        O problema é que quando você abstrair o conceito de amor para uma coisa que vai muito além de realidade humana, afastando o conceito do homem, ele perde o significado para homem. Quanto mais você torna uma coisa universal, menos ela diz respeito a realidade que é especifica ao homem.
        @raph – Eu não estava discordando de você neste ponto… De fato, não escrevi um texto com o intuito de dizer: “é assim!” ou “não é assim!”… Cabe a cada um analisá-lo subjetivamente. Cabe a cada ser analisar o tanto de transcendência que consegue perceber. Mas somos seres que interpretam, e não máquinas que computam. E, o que interpretamos, estará sempre nos transcendendo a compreensão e a linguagem, e por isso mesmo este caminho espiritual é um caminho do “vir a ser”, muito embora a essência já esteja aqui, como sempre esteve (“o Reino se encontra espalhado pela Terra, mas os homens não o veem”).
        Se você quer encaixar no mesmo cesto o amor do homem, “o Amor poderia ser identificado a Gravidade”, “cada átomo, feliz ou miserável, gira apaixonado em torno do Sol” (amor do atómo?) então você quase que reduz o amor apenas ao conceito que atrai uma coisa a outra e isso não quer dizer nada porque se pode aplicar a qualquer coisa.
        Se eu ameaçar alguém com uma faca e obriga-la a ficar junto de mim, então estou a mantê-la presa na minha orbita. Também seria amor?
        @raph – Não, pois a Gravidade não precisa de uma faca, ela é simplesmente Gravidade. E não, Rumi não falava da Gravidade. E sim, Rumi falava da Gravidade. A Gravidade é apenas uma palavra. O Amor é uma experiência.
        “Dito isso, quando falo que os termos “pertencem a outro reino”, estou exatamente falando sobre o que está além da linguagem, do que não pode ser totalmente explicado ou compreendido por palavras, signos, cascas de sentimento. ”
        Você acaba por refutar o valor do seu texto. Se o amor de quer falar não pode ser compreendido pela linguagem, filosofia, etc então qual é o valor do seu texto se ele não pode falar desse amor?
        @raph – Não sei, isto é o que cada um tem de procurar saber por si mesmo.

    3. Mimimi… Porque não postou um comment “refutando”? Aí, se fosse censurado, saberia, e ENTÃO poderia reclamar… Acho que a grande maiora dos comentaristas aqui são céticos, pois não se acomodam a crer ou descrer.

    4. Você certamente não acompanha o blog e não fez nada além de um julgamento apressado. Por vezes, discussões se estendem por comentários e mais comentários. Além disso, concordo com o amigo acima, diria que esse blog é uma comunidade espiritualista, portanto, não há motivos para se surpreender com o fato de raramente existirem “céticos” – cético no sentido que os neo-ateus costumam usar. Entretanto, acredito que você se surpreenderia com o número de céticos aqui -eu mesmo sou chamado de cético-.

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