A Alegoria na Kabbalah

Tomamos certos pontos da ciência cabalística, apropriados para efetuar nossos trabalhos com a Árvore da Vida Sefirótica, que relacionamos com outros símbolos tradicionais e disciplinas herméticas, e igualmente com outros exercícios e práticas que funcionam como meios ou despertadores para ir observando, conhecendo e adquirindo, pouco a pouco, pela reiteração destes rituais, outro grau de consciência ou uma leitura diferente da realidade e da descrição que temos da mesma. Igualmente, devem anotar-se certos riscos inerentes à queda de uma série de estruturas que, de não serem substituídas pelos elementos que nos brinda a Doutrina Tradicional, levar-nos-iam só a uma estéril vacuidade, ou a uma desesperação gratuita. Adverte-se uma vez mais sobre a discrição e seriedade que devem rodear nossos trabalhos, conselho repetido invariavelmente pelos adeptos da Ciência e da Arte. Voltaremos a concentrar uma e outra vez sobre o diagrama cabalístico, verdadeiro modelo do universo, com o ânimo de interiorizá-lo, compreendê-lo, e intuir o cúmulo de imagens que nele estão contidas e cuja manifestação promove. Desta forma, queremos lembrar que, segundo o Sefer Yetsirah (ou Livro das Formações, verdadeiro clássico cabalístico) reitera repetidamente, os sefiroth são dez. Não nove, senão dez. Não onze, senão dez.

Seguindo com o projeto de aproximar nossos leitores a um conhecimento dos símbolos tal qual se expressa nas gravuras herméticas, cabalísticas e alquímicas, oferecemos aqui uma ilustração antiga da Árvore da Vida. Como já advertimos, o ir “fazendo-se o olho” é um preâmbulo para acrescentar o conteúdo da autêntica mensagem do símbolo e desentranhar as verdades e energias-força nele contidas. Com otimismo, também se poderia dizer que desta forma se está acessando uma introdução à “visão”.

Como pode se observar, trata-se da meditação de um iniciado sobre nossa Árvore Cabalística dentro de um espaço fechado, recolhido. O recinto é cúbico e sua porta se abre por meio de duas colunas, o que é uma representação da caixa do Cosmo. Kether, a sefirah mais alta e elevada, coroa e toca a abóbada desse oratório ou gabinete de trabalho, e prenuncia a saída para o supracósmico. O adepto está sentado num cadeirão cuja parte mais alta é um recipiente que olha para cima, e cujas “pernas” se voltam para a terra, sendo, no entanto, ambas as partes do móvel análogas, ainda que invertidas.

Os pés do cabalista estão firmemente apoiados sobre o solo (significando a realidade), enquanto que uma de suas mãos sustenta com firmeza o diagrama da Árvore Sefirótica (ação) e a outra repousa com serenidade (contemplação) a par que de toda sua figura se desprende uma atitude de atenção concentrada e serena.

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Respostas de 17

  1. Eu sou estudante da Kabbalah Clássica ou Kabbalah Judaica (não sei se posso dizer que toda Kabbalah é Judaica, já que muito do judaísmo vem do egito, local que eles tanto renegam, mas vejo a Kabbalah como legitimamente judaica) e vejo a Kabbalah como um trabalho muito mais teórico do que prático. É claro que de nada adianta dominar todo o conteúdo de todos os livros dos mais famosos cabalistas como Rav Baruch Shalom HaLevi Ashlag ou Baal HaSulam, sem aplicar todo este tesouro na sua vida. Eu vejo com olhos tortos os que se dizem cabalistas e nem mesmo sabem que seus segredos não podem nem devem ser revelados. Irmão MDD, para você, qual o real sentido da Kabbalah?

    @MDD – A Kabbalah é a chave para entender TODAS as filosofias e religiões. Eu fiz o caminho contrário… durante 10 anos, pesquisei mais de 2.000 livros de mitologia e publiquei o trabalho mais completo sobre Mitologia em língua portuguesa. a partir destas pesquisas, fui organizando arquétipos e constatando que, não importa qual religião ou filosofia, todos os deuses desdobravam-se ao redor de uma estrutura, a Árvore da Vida. Conheci a Kabbalah através da OTO e da Golden Dawn por volta de 1992, mas não me ative à filosofia judaica, mesmo porquê acredito que esta estrutura é muito mais antiga do que o judaísmo e que os judeus apenas trouxeram o conhecimento dos egipcios.
    A kabbalah é a chave para todos os sistemas mágicos, e explica todos os rituais de invocação e evocação, todos os oráculos e todas as estruturas ritualísticas de todas as Ordens Iniciáticas.
    A Kabbalah não tem segredos; assim como a maçonaria e todas as ordens magickas, o segredo não está nos rituais, mas na vivência prática dos estudos. Uma pessoa pode ler todos os rituais maçônicos que estão jogados na internet, mas nunca vai ser um maçom. O mesmo ocorre com a Kabbalah.

  2. Cara, a muitos anos atrás conheci o seu trabalho pelo RPG e achei muito interessante, e essa semana acabei caindo em seu blog e o estou devorando, como uma criança que ganha uma caixa de chocolates! Achei muito interessante essa volta do destino pq na época do Daemon não sabia que vc era um Ocultista também, mas se bem que eu também estava só começando neste caminho.

    Quero te parabenizar pelo Blog que está muito bom ! o/

    Agora parando de bajulação, no Sefer Yetsirah, é mencionado á Cabala Qliphótica (Cabala Draconiana) ? Se não, você sabe quem que a mencionou pela 1° vez ?

    @MDD – Os egipcios, nos chamados “Tuneis de Set”.

  3. MDD, algum livro confiável a indicar para estudo específico da Kabbalah?

    Já tenho (e li) o Cabala Draconiana, do Adriano Camargo Monteiro, e os de Eliphas Levi que tratam deste assunto.

    Grato (por tudo!)

    Abraços fraternos.

  4. MDD, se voce diz que a Kabbalah é uma corrente antiga que advém dos egípcios, qual sua relação com o Olho de Horus – A Flor da Vida?

    Um ótimo documentário sobre o assunto: http://tvuol.uol.com.br/permalink/?view/id=o-olho-de-horus–a-flor-da-vida-04023270D4B93346/user=k66fa08a6jo6/date=2009-06-06&&list/type=user/codProfile=k66fa08a6jo6/

    @MDD – Acho que ANTES dos egípcios… porque a mesma estrutura é usada na China, nos Astecas, Maias e Hindus, sugerindo uma civilização única anterior a todas estas.

  5. bom dia! tô que nem o colega (Cleiton) quase me empanturrando com a caixa de bombons, e pior que os bombons surgem mais rápido do que eu consigo comer-los!
    Algum motivo especial para ele segurar a árvore com a mão direita?

  6. A decima primeira esfera daat seria uma alusão a Lucifer ?? algo como
    o conhecimento perdido ?? o elo de ligação entre a humanidade e a trindade superior ??

  7. “A Kabbalah é a chave para entender TODAS as filosofias e religiões.” – Realmente, depois que ando lendo sobre kabbalah, ampliei mt minha consciência e tenho uma compreensão melhor sobre cada crença etc.. mto bom. Marcelo, pra quem é iniciante na área, na sua opinião quais são os melhores autores no assunto pra ir começando a ler? Obrigada.

    @MDD – estou juntando os livros relevantes na sessão de Bibliografia do site.

  8. “@MDD – Acho que ANTES dos egípcios… porque a mesma estrutura é usada na China, nos Astecas, Maias e Hindus, sugerindo uma civilização única anterior a todas estas.”

    Aos Atlantes e Lemurianos…

  9. A Flor da Vida egípcia e sua interpretação – segundo o documentário postado – ajudam muito a explicar a exímia perícia daquele povo em lidar com a geometria (diga-se contruções complexas e milimétricamente perfeitas). Além disso, sabe-se (sempre fui um admirador dos ensinamentos de Platão), que possuíam relação com o antigo povo atlante…

    Aí vem a Flor de Lótus dos Hindus, relacionada, também, aos ensinamentos de Krishna.
    Contruí intuitivamente uma relação entre as duas “flores”, pois aparenta existir uma analogia entre ambas. Entretanto, falta-me definir um vínculo principiológico para a Flor de Lótus da tradição Hindu. Como até hoje não encontrei vínculo daquele povo com os atlantes, surge a pergunta: teriam sido eles influenciados pelos lemurianos?

    Está ae uma bom campo de pesquisa a se percorrer…

  10. Boa noite!

    MDD, gostaria de saber se esse site – http://www.gnosisonline.org – é confiavel, ou só estão tentando lucrar mais um pouco. Pois nunca se sabe, né.

    E cadê os posts históricos? Tiro muito deles!

    Muito brigado e continue com o bom trabalho!

  11. “sugerindo uma civilização única anterior a todas estas.”

    Ou espíritos que viajam aqui e acolá, passando conhecimento adiante e/ou construindo civilizações quando encarnados 🙂

  12. “Ou espíritos que viajam aqui e acolá, passando conhecimento adiante e/ou construindo civilizações quando encarnados :)”

    Falou bem Raph.

  13. O complicado é achar conhecimento seguro sobre civilizações tão antigas. O mais confiável leitura que fiz sobre esses povos abitantes das ilhas perdidas veio de um Pai Velho! Mas tem um pouco de fé também… pois são informações que vem do astral.

    O mais interessante, é que, segundo outra entidade de Preto Velho, é que virão outros espíritos para cá, dar uma nova “sacudida” na humanidade, com conhecimentos até então não disseminados no orbe terreno.

    Mas a confirmação dessa informação, só o tempo dirá…

  14. Salve Marcelo,
    Revendo essa figura, eu reparei que faltam alguns caminhos ( Shin, Qof, Peh e Teth). Como no texto a estrutura é tida como a Árvore da Vida, ela não estaria incompleta?
    Abraço!

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