Uma introdução básica aos três tipos de Cabalá


Por DovBer Pinson
(eu mantive o Cabalá ao invés do termo que prefiro, Kabbalah, porque constava no original desta maneira)
A tradução literal da palavra Cabalá é ‘aquilo que é recebido”. Para receber, devemos ser receptivos. Devemos nos abrir, criando um receptáculo para absorver aquilo que desejamos entender, até nos tornarmos parte da Cabalá. Abrir o ser para uma realidade mais elevada, visualizar o espírito dentro da matéria, elevar nossa consciência até o ponto em que nossa percepção da realidade é completamente mudada, e o Divino dentro de toda a Criação é revelado.
Falando de forma geral, a Cabalá está dividida em três categorias: a teórica, que se preocupa basicamente com as dimensões interiores da realidade; a dos mundos espirituais, almas, anjos e coisas semelhantes, e a meditativa, na qual a meta é treinar a pessoa que está estudando para atingir estados meditativos mais elevados de consciência e talvez, até um estado de profecia através do emprego dos Nomes Divinos, permutações de letras e assim por diante. Este último tipo de Cabalá é o mágico, que se preocupa em alterar e influenciar o curso da natureza.

A grande maioria dos textos mais importantes da Cabalá mágica jamais foi publicada, talvez por um bom motivo. Além de ser um assunto altamente complexo para dominar, mesmo quando dominado às vezes pode ser perigoso. R. Joseph Della Reina (1418-1472) foi um dos grandes mestres da Cabalá mágica. Conta a lenda que ele tentou utilizar seus poderes espirituais para trazer a suprema Redenção, e no processo de fracasso ficou espiritualmente ferido. Alguns dizem que cometeu suicídio, ao passo que outros afirmam que se transformou num apóstata. Outros ainda dizem simplesmente que enlouqueceu.
Muitos cabalistas na geração seguinte tomaram suas ações como uma advertência contra a prática da Cabalá transcendental avançada e mágica. A partir de então, os elementos mágicos da Cabalá têm, para todos os fins e propósitos, se extinguido, e seu conhecimento completamente esquecido.
Qualquer que seja o motivo, a Cabalá meditativa nunca foi uma disciplina popular. Um dos grandes proponentes da Cabalá meditativa foi Rabino Abraham Abulafia (1240-1296). A escola mística que ele dirigia estava basicamente interessada num método para atingir estados meditativos mais elevados. Ele acreditava que através do seu método de meditação, a pessoa estava apta a atingir um nível de profecia.
Ele propunha usar um mantra escrito, querendo dizer que em vez do costumeiro mantra verbal ou visual, a pessoa deveria escrever uma palavra repetidamente, muitas vezes, em diversos estilos e configurações. Deveria tentar alterar a seqüência da palavra e permutar e circundar as letras da palavra em todas as maneiras possíveis: combinando e separando as letras, compondo associações completamente novas de letras, agrupando-as e depois juntando-as com outros grupos, e assim por diante. Isso era feito até a pessoa atingir um estado mais elevado de percepção.
Ora, embora Abulafia fosse um escritor prolífico e autor de mais de quarenta livros durante sua vida, mesmo assim a maioria de suas obras jamais foi publicada. De fato, mesmo durante sua vida, muitos dos outros grandes cabalistas se opuseram a ele e aos seus ensinamentos.
Portanto, a Cabalá, na qual a meta era atingir o estado transcendental de consciência, jamais se tornou importante embora em nível individual, havia diversos cabalistas, especialmente aqueles da Safed do século dezesseis, que incorporaram seus ensinamentos como uma maneira de atingirem estados mais elevados de percepção e consciência.
O que nos resta é a dimensão teórica da Cabalá. A vasta maioria da Cabalá que foi e está sendo continuamente produzida está toda dentro do âmbito teórico. O corpo principal deste tipo de Cabalá é o sagrado livro Zohar, uma obra de ensinamentos do místico talmúdico do segundo século, Rabi Shimon bar Yochai, que foram transmitidos de geração em geração até serem publicados no final do Século Treze pelo cabalista R. Moshe de Leon.
Os três estágios do desenvolvimento da Cabalá teórica
É o aspecto teórico da Cabalá que tem sido desenvolvido através dos tempos em diversos estágios. Para fins práticos, a tradição deste estilo de Cabalá pode ser dividido em três estágios básicos. O primeiro é a era da publicação do Zohar, com a mística do livro e a geração seguinte que articulou estes ensinamentos. O segundo seriam os místicos do Século 16 que viveram na cidade de Safed. Este período específico da história é mencionado como a grande Renascença Cabalista. O movimento foi guiado pelos profundos e sistemáticos ensinamentos de R. Yitschac Luria (1534-1572). Ultimamente, o terceiro desenvolvimento da Cabalá foi com o nascimento de R. Yisrael ben Eliezer (1698-1760), conhecido como Báal Shem Tov, o Mestre do Bom Nome, fundador do Movimento Chassídico, que de maneira direta ou indireta tem orientado todos os outros movimentos até os dias de hoje.
Alguém que tenha tido apenas vislumbres da Cabalá teórica – o novato – tende a considerá-la um escrito repleto de fantasia, ocorrências e imagens estranhas, fantásticas paisagens místicas, aparentemente irracionais, irreais e sem base na realidade. Ao abrir a obra clássica da Cabalá teórica, o Zohar, a pessoa se surpreende com a imaginação dos autores, mas talvez o fascínio termine aí. Para o novato ele se parece com um livro de fantasia, nada além disso. Um famoso mestre cabalista, o Tsadic de Zitshav, disse certa vez sobre a Cabalá que estes três estágios em seu desenvolvimento podem ser relacionados com uma parábola.
Numa época em que viajar era uma aventura perigosa e árdua e a maioria da pessoas jamais saíra de sua própria aldeia, um homem viajou a um país distante. Ao voltar, reuniu o povo de seu vilarejo e entusiasmado, relatou as aventuras de sua viagem. Falou sobre uma ave que tinha visto num país distante, cuja aparência era fantástica. Por exemplo, o pássaro tinha feições humanas; as pernas eram como as de uma girafa. Os aldeões zombaram da história, considerando-a pura fantasia.
Inspirado pelas aventuras que ele contou, um aldeão saiu para fazer a mesma viagem, determinado a ver o mundo por si mesmo. Anos depois retornou à aldeia, um homem do mundo. Assim como o viajante que tanto o inspirara, ele reuniu as pessoas do lugar e relatou suas aventuras. Também falou sobre aquele pássaro fantástico, mas sua descrição era um pouquinho diferente. A face da ave, disse ele, não era realmente humana, embora lembrasse bastante um homem, e as pernas eram longas e finas, definitivamente lembrando uma girafa; no entanto, não eram realmente pernas de girafa. Ao ouvirem a história deste homem, os aldeões ficaram divididos. Alguns acreditaram piamente no homem, cuja história era mais convincente que a do primeiro viajante. Apesar disso havia muitos cépticos, para quem a história ainda soava inventada e irreal.
Um dos habitantes da vila estava determinado a pôr um ponto final no assunto deste pássaro estranho e empreendeu a longa viagem para vê-lo por si mesmo. Ao voltar, reuniu os moradores locais e triunfante, declarou: O assunto está resolvido! Abriu uma bolsa grande e dali retirou a estranha e fantástica ave. Desta vez ninguém duvidou.
Esta parábola se relaciona com os três estágios de desenvolvimento do âmbito teórico da Cabalá. O autor do Zohar, a obra magna do pensamento cabalista, Rabi Shimon bar Yochai, foi o primeiro a descrever a Divina presença e nosso relacionamento com o Ein Sof. No Zohar, encontramos histórias tão estranhas e fantásticas, configurações e imagens tão míticas e místicas, que mal podemos acreditar. No Século 16 em Safed, a cidade dos místicos, a Cabalá começou a adotar uma forma de análise mais abrangente e detalhada. Os padrões e os processos de pensamento sistemático começaram a aparecer na literatura cabalista. Por fim, com o nascimento do Movimento Chassídico, a Cabalá amadureceu.
O Chassidismo é o movimento místico fundado pelo R. Yisrael ben Eliezer, o Báal Shem Tov. Ele trouxe a imagem do Criador até a realidade. Estes conceitos místicos não eram mais irreais e distanciados, mas se tornaram uma parte concreta da nossa vida diária, afetando cada faceta da criação. O Céu foi trazido à Terra.
A jornada cabalista completa um círculo
A opinião das pessoas sobre o propósito da Cabalá está repleta de equívocos. Um dos mais populares é que o estudo da Cabalá pretende transformar a pessoa num vidente, capaz de ter habilidades miraculosas e sobrenaturais. Isso, no entanto, é equivocado. O supremo propósito no estudo da Cabalá é a perfeição do Ser. Transformar o Ser num indivíduo melhor, mais expandido, mais transcendente, mais sintonizado com a essência e as raízes da própria alma, é isso que a Cabalá oferece àqueles que realmente desejam recebê-la.
O critério da jornada autêntica e cabalista é aquele que faz um círculo completo e a pessoa termina voltando ao mundo do aqui e agora. O Talmud fala dos quatro Sábios que entraram no pomar celestial e tiveram uma experiência transcendental. Ben Azzai olhou e morreu. Ben Zoma olhou e ficou transtornado. Em outras palavras, ficou louco. Acher (o outro, nascido Ben Avuyah) olhou e arrancou suas plantas, ou seja, transformou-se num herege. Rabi Akiva entrou e saiu em paz. O pomar representa os reinos espirituais mais elevados. Rabi Akiva foi o único sábio, dentre estes quatro, que pôde entrar e sair no pomar místico sem sofrer danos.
Sendo um homem de grande estatura espiritual, um mestre verdadeiro e equilibrado, ele percebeu que o objetivo não é se identificar com a luz e não retornar, como fez Ben Azzai, ou mentalmente, como Ben Zoma. Também não era sentir alívio pessoal ou êxtase, mas sim ir e voltar para cá, com a sabedoria adequada para servir aqui e agora. A jornada deve percorrer um círculo completo no comportamento do dia-a-dia da pessoa.
Agora, porém, o âmago de toda a Cabalá é o objetivo distinto de atrair a Luz Infinita da santidade abstrata para a realidade do dia-a-dia. E os primeiros cabalistas eram conhecidos como “Homens de labuta” – seus esforços não eram de natureza física, mas trabalharam durante toda a vida para se aperfeiçoarem e elevar seu nível de consciência até o ponto de uma percepção espiritual da realidade. Com a chegada do Báal Shem Tov, esta noção adquiriu um significado novo. Com os ensinamentos do Báal Shem Tov, a trilha tornou-se tão clara a ponto de este refinamento poder ser alcançado.
Conhecer a Cabalá é viver cabalisticamente
A Cabalá é comparada à proverbial “árvore da vida”. É um estudo da vida, e assim como a vida não pode ser estudada num livro, mas somente através da própria vida, também o estudo da Cabalá somente é eficaz quando se pratica os seus ensinamentos em nossa vida diária. A Cabalá estudada como uma matéria escolar num livro é como alguém que estuda ‘amor’, mas jamais o experimenta por si mesmo.
R. Simchá Bunem de Pshischá, famoso mestre chassídico, disse certa vez sobre um famoso cabalista que ele não tinha compreensão sobre a Cabalá. Explicou que embora fosse verdade que ele era versado na literatura cabalista, não tinha um verdadeiro entendimento. Para ilustrar o que queria dizer, ofereceu a seguinte metáfora. Digamos, por exemplo, que uma pessoa deseja se familiarizar com Paris. Compra um mapa e um guia da cidade e os estuda diligentemente, até conhecer todos os detalhes e os caminhos da cidade; porém, é desnecessário dizer que se ele jamais visitar aquela cidade, jamais saberá realmente como é Paris. O coração e o pulso de qualquer cidade somente podem ser sentidos quando se vai lá. Assim também, concluiu Reb Bunem, para entender totalmente a Cabalá, a pessoa deve vivê-la, e isso aquele cabalista não tinha feito.
O refinamento do caráter
É preciso apenas um breve vislumbre da obra dos grandes mestres da Cabalá teórica para perceber que a grande maioria dos textos não tratam de transformação do caráter. Embora seja verdade que a literatura mística cabalista seja voltada ao ato de relacionar o teórico com a vida diária, a Cabalá em si parece não se importar tanto com a pessoa. Ao contrário, parece estar interessada em explicar as esferas celestiais, anjos, almas e ‘coisas’ deste tipo, não como o indivíduo pode vencer o comportamento negativo.
No entanto, isso não implica que a Cabalá não esteja interessada na pessoa em si. Ao contrário! Na verdade, há incontáveis declarações em todas as obras da Cabalá sobre a negatividade dos maus traços de caráter, como raiva, preguiça, depressão, e outros. A condenação mais severa da depressão, fúria e outras emoções prejudiciais são encontradas nas obras da Cabalá. Porém o método cabalista de refinamento de caráter é uma abordagem bem diferente daquela que estamos acostumados a encontrar. Não é uma batalha que combate a negatividade em seu próprio campo, e também não se trata de superar o negativo com o positivo. Sua abordagem é vir de outro ponto de vantagem e ver as coisas sob outras perspectiva.
O objetivo fundamental do pensamento místico é fazer a pessoa entender que não há nada além do Infinito. Ao ler as várias configurações, mapas e diagramas que a Cabalá apresenta, a pessoa desperta à conscientização de que tudo que realmente existe é o Ein Sof. Há uma sensação que deve ser despertada quando penetramos nas verdades da Cabalá, e esta é a sensação de que o mundo como temos a tendência de percebê-lo, separado, independente de um criador, é apenas uma ilusão, e na realidade não há nada que não seja a luz infinita. Tendo esta noção em mente, consciente ou subconscientemente, estamos aptos a conquistar todas as nossas emoções e traços negativos.
O ego: o falso senso do ser como fonte de todas as emoções negativas
Rabi Eliyahu ben Moshe di Vidas, um cabalista do Século 16, declara que há três traços negativos básicos, que podem ser considerados “os traços principais'” a partir dos quais ocorre toda dissensão. São eles: arrogância, teimosia e fúria, dos quais todos alegam originar-se na mesma fonte, ou seja, o ego. O ego é a fonte a partir da qual brota toda a negatividade. O âmago de toda a corrupção é aquele falso senso de ser/ego, que vive num estado incessante daquilo que pensa que irá causar a sua sobrevivência.
É o ego que faz surgir todas as emoções negativas. Por exemplo, quando uma pessoa fica furiosa, é a maneira do ego de demonstrar sua objeção porque não está feliz. O ego, quando sente que está ameaçado, é aquele que protesta: ‘como você pode fazer isso comigo’ – o que desperta a raiva. O medo da aniquilação é a constante condição do ego. A raiva é apenas uma manifestação da preocupação da pessoa com sua presunção imaginária de sobrevivência. O total envolvimento com o “eu” ilusório é a raiz de todas as emoções negativas.
Ao superar este falso senso de ser, que brota da falsa estimativa de sobrevivência da pessoa, as emoções negativas são dominadas. Por meio do estudo da Cabalá, chegamos à percepção de que o falso senso de ser/ego é apenas um disfarce de nossa real dinâmica interior, nossa alma transcendente. A sensação que temos quando contemplamos a Cabalá é que tudo existe é Ein Sof. Procuramos sentir isso num nível cósmico, e então entendê-lo em nosso próprio nível.
Conseqüentemente, a ilusão de separação/ego e, como resultado, a preservação dessa miragem começará lentamente a desaparecer, e com ela desaparecerão as emoções negativas que são a manifestação do ego.
Em vez de ver o ego como um inimigo real que precisa entrar na batalha para ser superado, começamos a perceber que não há nada além da Luz, e tudo o mais é simplesmente uma ocultação daquela verdade. Esta é a abordagem cabalista para a auto-perfeição. Não lida com o ataque negativo, de maneira alguma. Ao contrário, busca a fonte de todos os problemas, o Eu/ego, e por extensão, toda a realidade física, e demonstra como, de fato, estas realidades aparentemente independentes não passam de uma camuflagem. Ao perceber isso, nossa negatividade é dominada com mais facilidade.
http://www.chabad.org.br/biblioteca/artigos/cabala_que/home.html

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Respostas de 27

  1. Deixa eu aproveitar o post e perguntar…
    Na Bíblia temos a Árvore da Vida como algo diferenciado da Árvore do Conhecimento…
    Algumas vezes vejo algumas pessoas colocando ambas as árvores como iguais.
    E então? É uma ou são duas árvores?
    PP.

  2. Faze o que tu queres há de ser tudo da lei.
    Tio. Falando sobre Kabbalah… qual a organização mais confiante… onde posso em SP ou qualquer parte do país, fazer cursos de cabala enfim, interesso-me a vim ser cabalista… mas para tal quero conhecer mais sobre esta ciência, conhecer a fundo…
    Que a Luz esteja com Você e com todos.
    Amor é a Lei, Amor sob Vontade.
    93, 93/93!
    @MDD – Você só vai encontrar cursos de Kabbalah Judaica; até onde eu sei, sou o único aqui em SP que ensina Kabbalah Hermética da maneira como estruturei o curso (falando de todas as religiões, mitologias e sistemas mágicos).

  3. Interessante essa abordagem do combate dos vícios negativos. Algo que foge da dualidade do ego, e apresenta a unidade.
    Abraços

  4. Seu site ta sendo acusado pelo google como um site não-confiável. Seria essa uma conspiração da igreja católica?
    @MDD – Eu testei aqui e não deu nada errado. Peço que vcs façam o teste e mandem comentários a respeito.

  5. “[…] O ego, quando sente que está ameaçado, é aquele que protesta: ‘como você pode fazer isso comigo’ – o que desperta a raiva. O medo da aniquilação é a constante condição do ego. A raiva é apenas uma manifestação da preocupação da pessoa com sua presunção imaginária de sobrevivência. […]”
    O texto está muito bom, só discordo nessa parte aí. O autor coloca a raiva como um problema, e, na minha opinião, não é bem assim. O problema é a raiva descontrolada e supérflua. Se o individuo aniquilar essa porção do seu Ser (a parte “má”, como chamam), este se tornará muito passivo, um cordeirinho. Deve haver sim um equilibrio, de modo que essa raiva, essa Força vermelha interior não se torne Ira tola e inútil.
    Até mais! 😀

  6. adorei a explicação do texto!
    falando em biblia, ela deve ta cheia de alegorais da kabbalah né.. tio to esperando ainda vc fazer um post especial explicando a biblia na interpretação ocultista, deve ser mto interessante. bjss 🙂

  7. Legal,inclusive na comunidade do orkut tá rolando uma discursões sobre kabala e teve um cabalista lá que indicou esse texto, bem bacana.
    Foi coicidencia?

  8. “Câmbio, lambda teta. Abortar missão. Fomos descobertos!”
    (risos)
    O Google diz que o site da TdC é prejudicial ao meu computador.
    É, fomos pegos.
    (risos)

  9. Às vezes, quando leio este tipo de coisa, parece que tudo, por um tempo imperceptivelmente mínimo e eterno, faz sentido, se encaixa e se faz luz. Tudo que existe é Ein Sof.
    Bom seria manter essa sensação eterna o tempo todo.

  10. Ola Tio!
    Tenho algumas duvidas em relação aos meus estudos da Kabbalah…
    Alguns autores atribuem as energias das Sephiroth à planetas diferentes, isso dá um nó na cabeça de um buscador como eu.
    Ja vi Binah relacionada ora com Netuno e ora com Saturno. Percebo que da 4ª Sephira (Geburah) em diante existe uma unanimidade, que até mesmo eu consigo enxergar e relacionar as energias, porém quando vamos para Daath, Binah, Hokmah e Kether, existe essa “confusão” na relação energia “sefirotal” com os planetas. Qual seria a relação mais plausível?
    Quando estou olhando para a Arvore da Vida com olhos abertos vejo o Pilar da Misericórdia à minha direita (macrocosmo), se quero vizualizar a Arvore em mim (microcosmos) é o pilar da Severidade que fica à minha direita. Isto está correto?
    Ja consegui algumas respostas somente meditando como percebe-se outras ainda não. O Hieróglifo da Kabbalah foi criado com essa total complexidade, ou toda essa riqueza de detalhes foram impregnadas com o passar do tempo?
    Que Luz emane de Ti!

  11. Alessandro,
    Não sei se é a resposta mais correta… mas vai uma opinião
    As sefirots que você citou são justamente as que representam níveis energias mais sutis e, de certa maneira, são as energias mais difíceis de se compreender, associar e interpretar. De repente por isso que não se tenha uma unanimidade de opiniões quanto a estes planetas.
    Abraços. Paz Profunda.

  12. Sempre achei que a kaballah era mais focada na meditação, engano meu. =P Excelente publicação. 😉

  13. Alessandro, acho que um estudo mais profundo nos planetas em que você tem duvida vai te ajudar. Acho que assim como tem dois planetas regentes para alguns signos zoodiacais, acho que existe esse tipo de relação com a Sephiroth. Mas não sou a melhor pessoa pra te dar certeza sobre isso.
    Quanto a sua outra questão acho que isso pode resolver:
    http://www.dharmanet.com.br/vajrayana/mudra.htm
    Varada-mudra
    http://revistadevariedades.files.wordpress.com/2008/08/buda-chines.jpg
    E depois veja isso. acho que ajuda…

  14. Obrigado B… and Hundo Argento!
    Voces teem razão, estou fazendo o caminho inverso, vou estudar melhor as energias dos planetas para chegar mais próximo da resposta, estava fazendo relação com a Astrologia mesmo, mas faltava esse link.
    Abraços Discernimento e Luz em Expansão para Todos Nós!!!

  15. Alessandro e companheiros de jornada,
    Aproveitando a deixa e utilizando o espaço para estudarmos, vou tentar superficialmente fazer uma análise sobre as esferas superiores e os planetas.
    Na Kabbalah e na sua representação – a Árvore da Vida – que é um conhecimento antigo, remontando, quiça, a Tradição Primordial, existem 10 esferas, além de Daath (“esfera invisível”), portanto 11 esferas.
    A astrologia hermética já é estudada há milhares de anos e essa correlação de planetas com as sefirots é antiga também.
    Agora a pergunta que não quer calar, mas como os antigos estudavam astrologia se nem todos os “planetas/ponteiros” ainda não tinham sido descobertos pela ciência?
    A ciência somente percebeu a existência de Plutão em1930, de Netuno em 1846, de Urano em1781 (fonte wikipedia).
    Daí há, entre tantas, três observações que podem ser feitas:
    a) eles já sabiam da possível existência de outros “planetas/ponteiros” em nosso sistema, já que ainda haveriam esferas para se correlacionar;
    b) as esferas que ainda teriam para se correlacionar representavam energias tão sutis que sua “influência” não era tão forte e de fácil reconhecimento como as das sefirots mais perto de Malkuth;
    c) os planetas relacionados com as eferas superiores, tem órbita muito longa e demoram muito para dar uma volta ao Sol, coisa de entre 80 a 250 anos, estando relacionado mais com diversas gerações do que com pessoas individualizadas.
    Observa-se que Saturno, que tem período orbital de +ou- 30 anos e, portanto, uma influência mais delimitada, mas ainda relacionada com gerações, já era conhecido e estudado. E aparentemente sempre correlacionado com Binah, sem muitas discordâncias, salvo engano.
    Assim sendo, pode-se pensar que no estudo da astrologia hermética leva-se mais em conta os “planetas” que representam energias mais “fortes” e portanto os planetas representados pelas Sefirots mais próximas da manifestação/Malkuth. Não significando que não representem energias importantes os planetas mais distantes, só que são energias mais sutis e mais duradouras (por gerações), o que acabou acarretando em algumas discrepâncias de entendimento, totalmente compreensível.
    Abaixo segue uma dos caminhos de interpretação das correlações dos planetas com as esferas superiores:
    CHOKMAH – Sabedoria total, onipotência, criar tudo. Aqui estaria tudo que existe, já existiu ou possa existir, tudo simultanenamente, tipo diversas realidades paralelas do nosso mundo onde todas as possibilidades estão acontecendo ao mesmo tempo. Correlaciona-se com URANO que representa originalidade, renovação, revolução, excentricidade.
    BINAH – Entendimento, Compreensão, oniciência, saber tudo – limites infinitos, delimitando tudo, assim conhece tudo. Aqui é delimitada a realidade manifestada, tipo… antes em Hochma tem diversas realidades/possibilidades, aqui se delimita uma delas, se conhece uma delas por inteiro. Pega-se a sabedoria de tudo e se limita para poder se compreender. Correlaciona-se com SATURNO que representa Desafio, concentração, restrição, tempo.
    DAATH – Conhecimento, fruto da junção Hockmah(Sabedoria) e Binah (entendimento), depois de delimitada a sabedoria/realidade e compreendida, ela é conhecida, já conhece-se ela (isso vendo a energia “descendo” na árvores da vida). Correlaciona-se com PLUTÃO que representa transformação, mundo subterrâneo (o que não pode ser visto), lembrando que Daath é o “portal” de transição entre as esferas superiores e inferiores ou seja, de certa maneira transforma as energias sutis em mais densas e vice-versa.
    KETHER – É Kether. Uno, Deus, enfim Kether. Correlaciona-se com NETUNO que representa transcendência, espiritualidade, ilusão, sofrimento
    Não ficou muito boa essa correlação final, teria que escrever muito pra correlacionar ainda melhor, mas fica aí uma sugestão de descrição de energias para auxiliar nos estudos.
    Abraços, Paz Profunda.

  16. Convido-os a acessarem http://www.okrc.org onde encontraram vasto material sobre a Cabala Prática (Teúrgica).
    OKRC = Ordem Kabalística da Rosa+Cruz.
    Recentemente um livro foi lançado no Brasil a respeito: http://www.madras.com.br/Default.aspx?cd_produto=1391
    O livro Cabala Teúrgica – A Tradição das Escolas Iniciáticas da Antiguidade, de J. L. de Biasi, acaba de ser lançado em português e está disponível no site da Editora Madras. Certamente um marco na literatura disponível em terras brasileiras a respeito de Cabala Hermética e da Tradição Ocidental.
    @MDD – Altamente recomendada. Seja bem vindo, Pierre! A OKRC é uma das Ordens mais sérias que existem aqui no Brasil.

  17. Olá. Eu pretendo fazer uma tatuagem nas costas com a imagem da cabala apresentada por J. F. C. Fuller. Você poderia me informar se as representações nessa imagem estão corretas? Tipo os nomes deos caminhos (paths) e das sephirot? Obrigado.
    @MDD – A árvore que eu tenho dele está em hebraico. Eu tenho uma dificuldade enorme em línguas compostas por tracinhos (japonês, chinês, hebraico…), por isso não tenho como te ajudar. Por outro lado, nunca vi nenhum comentário em lugar nenhum que estaria errado… mas eu nunca tatuaria algo que não conheço 100%, então recomendo procurar outra imagem. A do Kircher é mais bonita que esta.

  18. Palavras chave. Árvore. Vida. Conhecimento. Divino.
    Há em especial uma divisão indispensável a se relutar em torno da Árvore da Vida ou do Conhecimento.
    Embora estejamos ansiosos em buscar o significado atropelamos no básico dos básicos.
    Se nos permitirmo-nos levar em rol do texto Bíblico, Torah ou Talmud, podemos perceber que há uma junção de interpretação vulgares que distorcem o estado original. Mas, tudo tem seu propósito nas afeições do velho MKT, que são às vendas das literaturas que se dizem enigmáticas.
    Embora, senhores buscadores, a Árvore nada mais é que a continuidade de um aperfeiçoamento – embora não a compreendemos pois não damos abertura para entender o certo. Isento-me e reluto em dizer que não estou me referindo em reencarnação.
    Por ser apologético da ressurreição.
    A indagação – é uma produção do vício que é produzido pelo EGO. A espátula do destino.
    Não creio que – um estudiosa da Kabalah, tenha tentado contra sua própria vida (suicídio), embora se estivermos desprovido da conduta neutralizada – há de forma passiva uma possessão – que leva a cometer tal ato contra sua própria vida.
    Quando falamos em árvore – devemos lembrar que um dia houve uma semente.
    Árvore, se desenvolve como se fossem cadeias de aperfeiçoamento – até se encontrar com o infinito ou suporta eternidade.
    Lembrando a nossa natureza, que não é divina, mas é – corpo, alma e espírito.
    Deixo aqui uma pergunta. Qual desses três nomes acima é de maior importancia para a ÁRVORE….
    Att.,

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