« continuando da parte 1 (artigo sobre Chico Xavier)
Que nos sobra então após tantas suposições? Nada mais do que suposições. Se é verdade que alegações extraordinárias requerem evidências extraordinárias, se é verdade que “não é possível experimentar com espíritos conforme se faz com uma pilha voltaica” – conforme disse Kardec –, e finalmente, se é verdade que a existência do espírito ainda requer comprovação experimental, então da mesma forma os céticos tem de correr atrás de comprovações para suas alegações. Recorrer à opinião de sobrinhos alcoólatras (que depois se ratificou das acusações ao tio), de supostos ex-coordenadores das reuniões de Chico em Uberaba, de “pesquisadores” que tem a idéia fixa de provar que Chico era uma fraude – nada disso será suficiente. De nada adianta encarar um fenômeno com um pré-julgamento em mente (“Todo médium é um fraude!”; “Espiritismo é coisa do demônio!”; “Espíritos existem e Chico é um santo!”), não sobrará espaço algum para qualquer análise objetiva – apenas para sua opinião subjetiva, que em todo caso já estava definida a priori.
Felizmente temos pesquisas sérias e aprofundadas sobre o fenômeno (leia-se: fato, e não mera teoria ou opinião) da produção literária de Chico:
O site Obras Psicografadas possui vasta análise cética de inúmeras obras espíritas, neste site existe uma análise de que certas obras de Chico podem ter plagiado textos pré-existentes. Na verdade, esse tipo de análise cai dentro do âmbito da hipótese da criptomnésia, já que dificilmente Chico iria se dar ao trabalho de inserir conscientemente certos trechos de outras obras, quando em realidade a vasta quantidade de sua produção literária fala por si só… De onde haveria “plagiado” todas as descrições minuciosas dos livros ditados por Emmanuel e André Luis? Que houvesse, sem querer, “plagiado” alguns trechos, é até verossímil… Que essa explicação se estendesse para toda sua obra, absolutamente não.
Já a própria FEB (Federação Espírita Brasileira) pesquisou citações históricas presentes em livros de Chico. Gilberto Trivelato, coordenador do estudo, parece estar se certificando da autenticidade da obra de Chico: “Alguns relatos são tão detalhados que Chico não os faria nem com a ajuda das melhores bibliotecas… Um deles diz que a Catedral de Notre-Dame, em Paris, tinha escadas. Hoje ela não tem. Mas se você pesquisar a fundo, descobre que no século 19 tinha, por causa de enchentes”.
Pesquisa a fundo: isso dá trabalho… Muitos preferem as generalizações e julgamentos apressados. Muitos se indignam com a possibilidade de um médium do interior de Minas ser, talvez, o maior brasileiro que já existiu. Um homem cuja obra obviamente ainda não pôde ser totalmente compreendida, mas cujo carisma arrastou multidões.
Merece a obra de Chico receber aprovação e credibilidade imediata pelos espíritas e simpatizantes? Obviamente que não, senão não seríamos muito diferentes dos pseudo-céticos… Uma coisa são as obras ditadas por Emmanuel e André Luis, outra são obras ditadas supostamente pela mãe de Chico (com todo respeito) com supostas descrições dos “seres alados de Marte” ou versões ufanistas da história do Brasil, considerado o “coração do mundo” por Humberto de Campos. E mesmo entre os espíritas de longa data há calorosas discussões acerca do relato das migrações entre planetas de “A Caminho da Luz” (embora o Gênesis de Kardec também afirme isso) – será que houve mesmo a migração de Capela?
Mas acima de tudo, há que se considerar que espíritos não são infalíveis, e falam somente sobre o que sabem: nada mais, nada menos. Considerar que Chico tenha sido ludibriado por espíritos zombeteiros, que afirmavam serem pessoas que em realidade não eram, talvez seja mais difícil de crer considerando a proteção quase permanente de Emmanuel. Mas e quanto ao próprio Emmanuel? Apesar de iluminado pela convivência no plano espiritual, não deixava de ser um ex-padre católico, no mínimo um espírito com enormes tendências ao lado religioso da doutrina – ao contrário de André Luis, que era um entusiasta da ciência.
Quanta coisa a ser levada em consideração… Quantos debates passados e vindouros… Quantas histórias contadas, e por contar, nos deixou esse médium notável! E quanto a Chico, será que o “capim de Deus” estaria hoje preocupado com seu legado?
“A doutrina é de paz… Emmanuel tem me ensinado a não perder tempo discutindo. Tudo passa… As pessoas pensam o que querem a meu respeito – pensam e falam. Estou apenas tentando cumprir com o meu dever de médium.” – respondeu-nos o médium ainda vivo [1].
Todo esse frenesi em torno de Chico, uns atacando-o como um demônio, outros o idolatrando como um santo, tudo isso também passa. Chico não é nem nunca foi o mito que as pessoas fizeram dele. “Não pretendo ser líder de nada” – afirmava. Chico foi a pessoa humilde do interior de Minas, o doce caipira com uma eterna doçura no olhar – mesmo por detrás dos óculos, todos que o conheceram sentiram-na –, aquele que agia naturalmente no amor, e continuará agindo.
Não se exponham a discussões inúteis com “céticos” e/ou “evangélicos” de opinião cristalizada… Deixem que julguem conforme acharem melhor, que enquanto não comprovarem nada, a obra de Chico e o seu exemplo moral continuarão falando por si próprios. Deixem os caminhos da doutrina em movimento, que o espiritismo não foi feito para se dogmatizar em um “kardecismo” ou uma “idolatria a Chico”. Deixem Chico em paz em suas planícies mineiras do outro lado do véu. Ou não, tanto faz – ele cumpriu sua missão.
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[1] Trecho de depoimento ao Jornal O Ideal – Nº 56 – Janeiro de 2000.
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Artigo relacionado: Chico Xavier: charlatão?
Crédito da imagem: um dos cartazes de Chico Xavier, O Filme.
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Respostas de 11
Colocar “fato” em opisição a “opinião”…. venhamos e convenhamos, isso só faz sentido quando falamos de “interpretação geral” versus “interpretação pessoal”. Não há meio de se decobrir um “fato”, apenas as interpretações sobre ele….. o que nos leva denovo à constatação de que não existem “fatos” .-.
@raph – O “fato” vs “opinião” ali poderia ser interpretado como “interpretação baseada em pesquisa aprofundada, incluindo referências objetivas” vs “interpretação baseada em nenhuma pesquisa, ou pesquisa superficial, com nenhuma ou praticamente nenhuma referência objetiva”. De certa forma, toda a linguagem é interpretativa, de modo que “fato” ou “certeza” também dependem do que cada um entende por tais termos… Abs.
Excelente texto… Independente das opiniões sobre Chico Xavier, vale lembrar suas ações de caridade e amor ao próximo, cada vez mais esquecidas tanto por religiosos extremistas quanto por céticos cegos.
Concordo com vc… e dai se ele era ou não era o que dizia ser? ajudou muita gente e nos ensinou muito… Será que não da pra conhecer um homem pelos seus atos?… =)
tenta-se tanto derrubar a imagem do Chico como se isto fosse derrubar o espiritismo em si, ignorando que além do Chico não representar necessariamente o espiritismo, um espirita verdadeiro (aquele que realmente introjetou o “espírito” dos ensinamentos práticos, analíticos e moral) não espera nenhuma figura infalível como exemplo uma vez entendendo que ser infalível não faz parte de nossa realidade material ou pelo menos terrestre. tentar manchar a imagem de Chico é apenas um prazer entre seus negadores que se auto reafirmam em sua visão míope (mesmo que válida dentro de seus próprios conceitos) mas que não tem valia para convencimento daquele que já introjetou o meio de viver espirita e ou espiritualista. Espiritismo não é adoração a Kardec, Chico ou qualquer outra figura, espiritismo é um intendimento individual que não é ou não deveria ser baseado em indivíduos e sim em ideias, que o individuo interpreta dentro de si, não precisamos de um dirigente infalível escolhido em conselhos religiosos ou mártires infalíveis para absorvermos pelo menos uma de varias facetas do espiritismo, agradecemos muito a obra e exemplo do Chico em vários níveis, mas Chico foi um grande ser humano, um grande espirita mas não é a encarnação do espiritismo, embora muito de seus atos o são, embora também são inerentes a humanidade toda independente de linha religiosa e filosófica, mas objetivado no amor.
Atacar o Chico com sucesso ou não, é alimentar o ego equivocado e não cumprir qualquer objetivo além deste mesmo.
Meu entendimento do Espiritismo não passa pela obra do Chico (pelo menos até o momento), na pratica, em meus estudos, não tenho influencia direta nele, embora conheça diversas pessoas que o conheceram pessoalmente e temos conhecimento de varias histórias deste grande homem, mas Chico não é espiritismo, embora o espiritismo ganhou muito com ele e provavelmente meu centro nem existiria sem o grande trabalho de divulgação da doutrina.
Mas a grande questão que fica é, derrubar o espiritismo seria bom pra quem? Como o espiritismo poderia ser uma influencia negativa pra alguma comunidade se ele é tão discreto e respeita a livre escolha religiosa e de entendimento e ainda mesmo que limitado a diversas condições procura sempre promover ações em beneficio das comunidades e promove ações sociais?
na arte da Guerra existe o conceito de se conhecer o inimigo, será que os acusadores do espiritismo ou do Chico se deram o trabalho de conhecer de fato o alvo de sua critica e realmente pesou em que esta ação beneficiaria de fato o contexto social? Será que é mero ataque aleatório sem critério na tentativa de atingir qualquer forma de pensamento “religioso” como se tudo fosse uma coisa só e tivesse o mesmo objetivo, seja ele qual for?
Que critiquem o nosso jogo, isto até vai ajudar a amadurecer nosso entendimento dele, mas por favor, conheçam antes as regras que jogamos para ter um efeito melhor.
Um espirita é alguém que procura crescer estudando e trabalhando suas tendencias, é um trabalho individual, é claro que se pode criticar qualquer filosofia e entendimento, mas querer derrubar de alguma foma o espiritismo seria o mesmo que querer derrubar qualquer forma de entendimento ou de busca, é um desrespeito a livre escolha dos indivíduos, um desrespeito com a inteligencia do outro uma vez que julga a incapacidade de critica do próprio espirita em saber qual a qualidade do que estuda ao sugerir que precisamos que alguém nos mostre alguma coisa que achem que não estamos enxergando sem querer entender nosso ponto de vista amplamente divulgados em nossos vários estudos.
1- Juro que não entendo quando alguém afirma algo e espera que a outra pessoa prova a sua afirmação. Tanto pro lado que afirma que o C. Xavier era um médium quanto pro lado que nega, QUEM AFIRMA É QUE POSSUI O ÔNUS DA PROVA!(foi só pra destacar mesmo).
2- O fato do Chico Xavier ser um cara empanhado em ajudar as pessoas e tudo mais não impediria, em teoria, dele ser um charlatão nesse quesito. Bom, eu não to afirmando nada(antes que alguém fala que eu to) mas o fato dele ser uma pessoa boa em um aspecto(ou muitos aspectos) não impediria que ele vacilasse em outro ou fingisse algo com a intenção de ajudar.
Mas enfim, minha opinião é simplesmente o benefício da dúvida. O importante mesmo é o legado deixado, independente do lado polêmico.
A respeito de Chico Xavier eu concordo com você, ele foi uma pessoa boa e simples no trabalho da mediunidade. Mas o que me deixa encucado é esse tal de Emannuel. Ele ameaçou Chico Xavier de morte, caso ele parasse de trabalhar na Psicografia. Isso não é uma atitude de um espirito obsessor, não? Incutir o medo para conseguir obediência? Segundo o Livro dos Médiuns de Kardec, dá pra gente colocar algumas atitudes da relação de Chico e Emannuel como uma possessão do tipo fascinação.
Segue o trecho que Emannuel supostamente ameaça a vida de Chico:
Em entrevista concedida ao jornal O Espírita Mineiro, n. 137, abr.-mai.-jun. de 1970, Chico disse:
‘”Muito desapontado, perguntei:
– Então devo trabalhar na recepção de mensagens e livros do mundo espiritual até o fim da minha vida atual?
Emmanuel acentuou:
– “Sim, não temos outra alternativa!”.
Naturalmente, impressionado com o que ele dizia, voltei a interrogar:
– E se eu não quiser, já que a Doutrina Espírita ensina que somos portadores do livre-arbítrio para decidir sobre os nossos próprios caminhos?
Emmanuel, então, deu um sorriso de benevolência paternal e me cientificou:
– “A instrução a que me refiro é semelhante a um decreto de desapropriação, quando lançado por autoridade na Terra. Se você recusar o serviço a que me reporto, segundo creio, os orientadores dessa obra de nos dedicarmos ao Cristianismo Redivivo, decerto que eles terão autoridade bastante para retirar você de seu atual corpo físico!”.
Quando eu ouvi sua declaração, silenciei para pensar na gravidade do assunto, e continuo trabalhando, sem a menor expectativa de interromper ou dificultar o que passei a chamar de “Desígnios de Cima”
Segue o trecho do livro dos médiuns que kardec fala da fascinação, acho que Chico se encaixa porque ele não questionava Emannuel, simplesmente obedecia de forma irracional, independente de sua saúde corporal adoecer ou coisa do tipo, eu me pergunto se o que chico fazia era por real desapego, ou era por se acreditar um escravo nas mãos de Emannuel:
“A fascinação tem conseqüências muito mais graves. Trata-se de uma ilusão criada diretamente pelo Espírito no pensamento do médium e que paralisa de certa maneira a sua capacidade de julgar as comunicações. O médium fascinado não se considera enganado. O Espírito consegue inspirar-lhe uma confiança cega, impedindo-o de ver a mistificação e de compreender o absurdo do que escreve, mesmo quando este salta aos olhos de todos. A ilusão pode chegar a ponto de levá-lo a considerar sublime a linguagem mais ridícula. Enganam-se os que pensam que esse tipo de obsessão só pode atingir as pessoas simples, ignorantes e desprovidas de senso. Os homens mais atilados, mais instruídos e inteligentes noutro sentido, não estão mais livres dessa ilusão, o que prova tratar-se de uma aberração produzida por uma causa estranha, cuja influência os subjuga.” ( KARDEC, Allan – in O LIVRO DOS MÉDIUNS, Capítulo 23, Da Obsessão)
Oi, mandei um post anterior questionando se Emannuel era ou não um obsessor pelo fato de ameaçar matar Chico, caso ele não cumprisse sua missão. Hoje ao fazer o Evangelho no Lar meditei e encontrei minha resposta no Livro dos Espiritos e me senti na obrigação de postar a resposta para a minha inquietação, visto que ela pode inquietar outras pessoas desnecessariamente. Aí vai:
843. Tem o homem o livre-arbítrio de seus atos?
“Pois que tem a liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria máquina.”
844. Do livre-arbítrio goza o homem desde o seu nascimento?
“Há liberdade de agir, desde que haja vontade de fazê-lo. Nas primeiras fases da vida, quase nula é a liberdade, que se desenvolve e muda de objeto com o desenvolvimento das faculdades. Estando seus pensamentos em concordância com o que a sua idade reclama, a criança aplica o seu livre-arbítrio àquilo que lhe é necessário.”
” …a criança aplica o seu livre-arbítrio àquilo que lhe é necessário.” Chico Xavier era um grande adepto do caminho da mão direita e isto é inegável. Sua evolução moral no que consta a compaixão e a caridade era muito desenvolvida e esse foi seu ensinamento para as pessoas, aliada a atividade educativa que é a tarefa primordial de todos os Jesuítas. Sim Jesuítas, dá pra entender isso mais pra frente. Mas o que ele aprendeu com isso tudo? “Disciplina, Disciplina e Disciplina.” E porque Emannuel teria o direito de ameaçar a vida física de Chico Xavier? Chico era um homem que viveu em votos de pobreza e castidade. Era um homem que vivia sua fé em Jesus. Não vestia hábito e não estava sujeito à autoridade eclesiástica local. Seguindo apenas a ordem do Papa( o que podemos interpretar como ordens superioras hierárquicas, que no caso de Chico, obviamente não eram terrenas.) Chico se equadra no arquétipo “A Pessoa que os Exercícios Espirituais pretendem formar”, molde da imitação de Jesus professada pelos Jesuítas. Ou seja assim como Emannuel Chico se enquadra perfeitamente na Ordem da Companhia de Jesus, os Jesuítas. Sim, mas e porque um Jesuíta poderia ser assassinado por ordens superiores e eu não? Ora, todo Jesuíta faz um voto de absoluta abnegação e obediência aos seus superiores.A disciplina é tachada por Inácio de Loyola, um dos fundadores desta Ordem como perinde ac cadaver, “disciplinado como um cadáver” Logo, Chico poderia ser assassinado por Emannuel porque despojou a si próprio voluntariamente de parte do livre arbítrio dado ao ser humano, como todo Jesuíta o faz. Um ponto curioso é que um dos fundadores dos Jesuítas tinha o nome de Francisco de Xavier, nome bem parecido com o de Chico. Essa questão do nome só pontuei por achar engraçado, acho que não tem nada a ver.
Grato e até a próxima.
@MDD – Cara, se alguma entidade ameaça matar o medium se ele nao fizer o que ela pede, poderia ser ela um espírito de luz? a resposta é facil…
@raph – Bom, se é verdade que Emannuel chegou a ameaçar a vida de Chico, creio que podemos analisar o fato por três caminhos distintos: (a) Chico não compreendeu direito a comunicação; (b) Chico confundiu Emmanuel com outro espírito; (c) Emmanuel nunca foi quem disse ser. Eu pessoalmente creio que a opção (a) é a mais provável.
Eu não achei esse absurdo pela educação Jesuíta deles. Sei lá o espírito desencarnado também é gente, né? Vou destacar o trecho específico:
“…Muito desapontado, perguntei: então devo trabalhar na recepção de mensagens e livros do mundo espiritual até o fim da minha vida atual? Emmanuel acentuou: ‘Sim, não temos outra alternativa!’ Naturalmente, impressionado com o que ele dizia, voltei a interrogar: e se eu não quiser, já que a Doutrina Espírita ensina que somos portadores do livre arbítrio para decidir sobre os nossos próprios caminhos? Emmanuel, então, deu um sorriso de benevolência paternal e me cientificou: ‘A instrução a que me refiro é semelhante a um decreto de desapropriação, quando lançado por autoridade na Terra. Se você recusar o serviço a que me reporto, segundo creio, os orientadores dessa obra de nos dedicarmos ao Cristianismo Redivivo, de certo que eles terão autoridade bastante para retirar você de seu atual corpo físico!’ Quando eu ouvi sua declaração, silenciei para pensar na gravidade do assunto, e continuo trabalhando, sem a menor expectativa de interromper ou dificultar o que passei a chamar de ‘Desígnios de Cima.” ( De “O Espírita Mineiro”, n. 205, abril/junho de 1988)
http://www.institutoandreluiz.org/emmanuel.html#obradeemmanuel
Aqui segue a história completa do mesmo link acima:
COMO EMMANUEL COMUNICOU A CHICO O NÚMERO DE LIVROS QUE DEVERIAM ESCREVER JUNTOS:
Chico Xavier: “Depois de haver salientado a disciplina como elemento indispensável a uma boa tarefa mediúnica, ele me disse: ‘Temos algo a realizar.’ Repliquei de minha parte qual seria esse algo e o benfeitor esclareceu: ‘Trinta livros pra começar!’ Considerei, então: como avaliar esta informação se somos uma família sem maiores recursos, além do nosso próprio trabalho diário, e a publicação de um livro demanda tanto dinheiro!… Já que meu pai lidava com bilhetes de loteria, eu acrescentei: será que meu pai vai tirar a sorte grande? Emmanuel respondeu: ‘Nada, nada disso. A maior sorte grande é a do trabalho com a fé viva na Providência de Deus. Os livros chegarão através de caminhos inesperados!’ Algum tempo depois, enviando as poesias de ‘Parnaso de Além- Túmulo’ para um dos diretores da Federação Espírita Brasileira, tive a grata surpresa de ver o livro aceito e publicado, em 1932. A este livro seguiram-se outros e, em 1947, atingimos a marca dos 30 livros. Ficamos muito contentes e perguntei ao amigo espiritual se a tarefa estava terminada. Ele, então, considerou, sorrindo: ‘Agora, começaremos uma nova série de trinta volumes!’ Em 1958, indaguei-lhe novamente se o trabalho finalizara. Os 60 livros estavam publicados e eu me encontrava quase de mudança para a cidade de Uberaba, onde cheguei a 5 de janeiro de 1959. O grande benfeitor explicou-me, com paciência: ‘Você perguntou, em Pedro Leopoldo, se a nossa tarefa estava completa e quero informar a você que os mentores da Vida Maior, perante os quais devo também estar disciplinado, me advertiram que nos cabe chegar ao limite de cem livros.’ Fiquei muito admirado e as tarefas prosseguiram. Quando alcançamos o número de 100 volumes publicados, voltei a consultá-lo sobre o termo de nossos compromissos. Ele esclareceu, com bondade: ‘Você não deve pensar em agir e trabalhar com tanta pressa. Agora, estou na obrigação de dizer a você que os mentores da Vida Superior, que nos orientam, expediram certa instrução que determina seja a sua atual reencarnação desapropriada, em benefício da divulgação dos princípios espíritas-cristãos, permanecendo a sua existência, do ponto de vista físico, à disposição das entidades espirituais que possam colaborar na execução das mensagens e livros, enquanto o seu corpo se mostre apto para as nossas atividades.’ Muito desapontado, perguntei: então devo trabalhar na recepção de mensagens e livros do mundo espiritual até o fim da minha vida atual? Emmanuel acentuou: ‘Sim, não temos outra alternativa!’ Naturalmente, impressionado com o que ele dizia, voltei a interrogar: e se eu não quiser, já que a Doutrina Espírita ensina que somos portadores do livre arbítrio para decidir sobre os nossos próprios caminhos? Emmanuel, então, deu um sorriso de benevolência paternal e me cientificou: ‘A instrução a que me refiro é semelhante a um decreto de desapropriação, quando lançado por autoridade na Terra. Se você recusar o serviço a que me reporto, segundo creio, os orientadores dessa obra de nos dedicarmos ao Cristianismo Redivivo, de certo que eles terão autoridade bastante para retirar você de seu atual corpo físico!’ Quando eu ouvi sua declaração, silenciei para pensar na gravidade do assunto, e continuo trabalhando, sem a menor expectativa de interromper ou dificultar o que passei a chamar de ‘Desígnios de Cima.” ( De “O Espírita Mineiro”, n. 205, abril/junho de 1988).
MDD e Raph,
Lendo algumas historias acerca do Chico acabei chegando nos mediuns de efeito fisicos que doavam ectoplasma para materialização de espiritos.
Vocês hoje em dia conhecem algum medium com este perfil? Pois, há muito não se vê qualquer informação acerca de centros que realizam tais fatos.
O que se deve essa diminuição? ou existe só não é publicado ao povão para não existir os problemas pelos quais o chico passou?
abs.
Há cerca de uns cinco anos atrás no Centro Espírita Frei Luís aqui no Rio de Janeiro havia sim um grande médium de efeito físico, chamava-se Gilberto. Infelizmente, ele morreu assassinado .