» Parte 1 da série “Intoxicados”
Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética, que quando introduzida no organismo, modifica suas funções de forma considerável; Particularmente alterações nos sentidos, no caso dos entorpecentes.
Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774) é um romance de Johann Wolfgang von Goethe. Marco inicial do romantismo, considerado por muitos como uma obra-prima da literatura mundial, é uma das primeiras obras do autor, de tom autobiográfico. Werther – o protagonista – é marcado por uma paixão profunda e tempestuosa, marcada pelo fim trágico. Com seu suicídio, devido ao amor aparentemente não correspondido, Goethe põe um pouco de sua vida na obra, pois ele também vivera um amor não correspondido, apesar de, evidentemente, não ter cometido o ato de se matar. Em todo caso, tão profundamente descrito foi o drama e o suicídio do jovem Werther, que nos anos seguintes a publicação, diversas pessoas se mataram de forma semelhante na Alemanha e, em vários casos, um exemplar do livro era encontrado ao lado do corpo.
É sempre complexo lidar com os momentos em que a vida simplesmente parece não se desenrolar da maneira que esperávamos, que gostaríamos, particularmente nos casos de sentimentos não correspondidos. Sem dúvida que, quando éramos caçadores nômades, tais angústias provavelmente sequer tinham espaço em nossa mente: era preciso sobreviver, não havia muito tempo para refletir sobre a vida… Estranho de se pensar: foi exatamente quanto nos assentamos em grandes e luxuosas cidades, quando tínhamos comida fresca na geladeira e acesso fácil ao conhecimento elaborado da natureza, que passamos a nos angustiar com a vida. Será que a vida foi feita para vivermos sem exatamente pensarmos sobre ela?
Paradoxalmente, ao termos tempo de sobra para refletir sobre nossa própria vida, por vezes acabamos por, ao invés de celebrá-la e aproveitar o tempo livre para viver, criar uma enorme dramaturgia que insiste em tornar tudo cinza e melancólico, ao nos reafirmar que, ao contrário do que pensávamos, a vida não transcorre sempre da maneira que gostaríamos… Se é assim, vale a pena viver? A grande ironia é que o “mal do século”, a depressão, quase que sempre se caracteriza por um medo persistente da morte. Então, por nos angustiarmos com a vida, principalmente por temer a morte, acabamos por deixar de aproveitar este precioso momento do existir. Então, parafraseando o Dalai Lama, vivemos como se não fôssemos morrer, mas com grande medo da morte, e por fim morremos como se não houvéssemos sequer vivido, pois que foi uma vida de medo.
A primeira causa de morte por atos de violência no mundo não são os acidentes de trânsito, os homicídios nem os conflitos armados, mas o suicídio. Esse dado desconcertante foi revelado em 2002, numa reunião da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Bruxelas. Ao lê-las (aparentemente pela primeira vez) para os convidados da cerimônia, o então primeiro-ministro da Bélgica, Guy Verhofstadt, não conteve o susto e, quebrando o protocolo, indagou incrédulo: “É isso mesmo?”. Sim, é isso mesmo, a pós-modernidade tem nos relegado esta herança macabra, em que uns optam por findar sua dramaturgia encerrando a própria vida, enquanto outros optam por viverem como se nem mesmo estivessem por aqui…
Ao longo do tempo, muitos encontraram refúgio dessa angústia na anestesia da própria alma… A lista das substâncias que deveriam vencer as depressões, mas que sempre ajudaram apenas alguns afetados, é muito longa. No decorrer dos séculos, os médicos testaram quase tudo o que influenciava o cérebro de alguma forma. O ópio já era considerado na antiga China um meio eficaz contra as doenças do ânimo. O “tratamento com ópio” devia curar a melancolia, mas devido ao seu enorme risco de vício, ao longo dos séculos as pessoas desistiram da droga (mas nem todas), sendo que ela há muito deixou de ser compreendida como um remédio para a angústia.
Em 1802, um médico londrino recomendava um pesado Borgonha contra a melancolia. A cannabis e a cocaína também eram comumente utilizadas no século 19 como medicamento. Nos anos 50, entraram em voga as anfetaminas estimulantes. Em 1953, causou sensação uma notícia que dizia que o medicamento utilizado para tuberculose, a iproniazida, também tinha efeito antidepressivo. Alguns anos mais tarde, porém, ele foi tirado do mercado, pois pode causar graves efeitos colaterais no organismo. De lá para cá, entretanto, temos observado uma grande corrida da indústria farmacêutica mundial em busca de antidepressivos cada vez mais eficazes e com menos efeitos colaterais… Ou, pelo menos, é o que o grande mercado da melancolia gostaria que vocês acreditassem.
Em 2008, o psicólogo Irving Kirsch, da universidade britânica de Hull, examinou os documentos americanos da autorização de quatro novos depressivos. Os produtos, aparentemente ajudavam apenas pacientes com depressão grave. À primeira vista, parecia que as substâncias mitigavam os sintomas da patologia independentemente de sua gravidade. Ora, formas mais amenas de melancolia costumam regredir naturalmente após certo tempo. Essas “curas espontâneas” são tanto mais comuns quanto mais leves forem os estados depressivos. Nos estudos de Kirsch comprovou-se que nos estágios de depressão leve, faz pouquíssima diferença se os pacientes usaram antidepressivos ou placebo (por exemplo, pílulas de farinha). Somente em depressões mais sérias a diferença estatística entre o preparado e o placebo se torna realmente relevante.
Não quero aqui, obviamente, dizer que depressivos devem deixar de se medicar. Muito pelo contrário, estou, como Kirsch, enaltecendo que os remédios são de grande auxílio, contanto que o paciente esteja efetivamente depressivo… A indústria farmacêutica é, ironicamente, junto com a indústria do comércio ilegal de drogas, um dos grandes mercados mundiais, provavelmente com as taxas de lucro mais elevadas – ao lado da indústria de armamentos. Estamos, pois, vivendo na era do culto ao lucro, capitaneada pelo deus do consumo. Não é nenhuma surpresa, portanto, que o seu grande profeta, o deus da tarja-preta, surja como o grande agente de barganhas por todas as partes do mundo capitalista.
É fácil compreender: se as indústrias deixam de visar apenas o auxílio à cura efetiva, e passam a dar prioridade às margens de lucro, me parece óbvio que seja cada vez mais comum às pessoas serem diagnosticadas apressadamente como depressivas. E, igualmente compreensível, que cada vez mais remédios antidepressivos sejam facilmente recomendados, mesmo nos casos em que não têm eficácia muito distante de uma pílula de farinha… Cada vez mais, o tratamento psicoterápico, tão essencial, é relegado a uma mera medição mecânica onde supostamente se mede um estado de tristeza e se receita antidepressivos X ou Y como tratamento. Cada vez mais, somos que tratados como máquinas complexas que, por alguma estranha razão, estão preferindo se anestesiar a encarar a própria melancolia, e viverem como se não estivessem mais aqui… Para o deus tarja-preta, no entanto, tudo está perfeitamente bem, contanto que não se matem, contanto que não parem de comprar suas maravilhosas “pílulas de felicidade comprimida”.
Mas, as estatísticas da OMS não mentem: não tem dado certo. As máquinas tristes continuam se matando, continuam preferindo se desligar a enfrentar o drama persistente da vida… Talvez fosse a hora de voltarmos a uma medicina de vida, e não de anestesia da vida. A um entendimento de que somos, afinal, seres, e não máquinas, por mais que isso contrarie o materialismo em voga. No fim, o que parece nos salvar da angústia do mundo é algo que sempre esteve dentro de nós mesmos, mas que em nossa dramaturgia encenada cuidadosamente para que continuássemos a buscar algo lá fora, e não aqui dentro, acabamos por ignorar, e a viver como se não tivéssemos uma alma para tomar conta.
Tomar conta de uma alma é uma grande responsabilidade. Requer a compreensão dos eventos da vida que podemos mudar e, sobretudo, daqueles que não podemos. Requer o olhar para si mesmo, e encarar de frente os momentos de tristeza… Não como o jovem Werther, que apostou toda a sua felicidade, toda a sua vida, no sentimento de outro alguém, mas como todo ser que está em via de desenvolvimento, e de lenta aquisição de sabedoria, e que aposta toda a sua vida na própria vida, na existência em si, neste divino momento, e apenas nele.
Há outros, porém, que foram ainda mais iludidos: que aprenderam a se entorpecer, e se tornarem insensíveis para a melancolia, ainda antes que ela viesse…
» Na continuação – o grande dilema do combate às drogas: reprimir ou tratar?
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Bibliografia
As informações científicas e estatísticas do artigo foram retiradas dos artigos Antidepressivos são mesmo eficazes?, pelo psicólogo e jornalista Jochen Paulus, que foi matéria de capa da revista Scientific American – Mente & Cérebro #226 (Duetto); e Escalada do suicídio, pela jornalista científica Luciana Christante, autora do blog Efeito Adverso.
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Crédito da imagem: Corbis
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Respostas de 19
desculpe-me, porém devo dizer-lhe que chamar um suicida de medroso, especialmente de “medroso quanto a morte”, é demonstrar total ignorância quanto a esse estado.
Suicídio é um ato de coragem, quando é o verdadeiro objetivo por trás do ato suicida.
@raph: Neste artigo quando me refiro ao suicídio, me refiro ao suicídio como decorrência de um processo de depressão profunda, conforme cito no texto:
“A grande ironia é que o “mal do século”, a depressão, quase que sempre se caracteriza por um medo persistente da morte. Então, por nos angustiarmos com a vida, principalmente por temer a morte, acabamos por deixar de aproveitar este precioso momento do existir.”
Não sei se podemos classificar 100% dos suicídios como decorrentes de um “medo” ou uma “fuga da realidade”. Muitos podem parecer outra coisa, ao menos a primeira vista. Mas não sei se faria sentido classificar o suicídio como “ato de coragem”, a menos que você esteja sacrificando a própria vida por uma causa em que acredita ou para salvar seus familiares e amigos. Mas neste caso acho que a palavra “suicídio” nem se aplica.
Por exemplo, na história das guerras, houve muitos casos em que os soldados sabiam que não teriam chances de vencer uma batalha, e mesmo assim se encaminharam para “morrer lutando”. Isto eu não poderia chamar de “suicídio”.
concordo com vc em partes, tlvz eu não tenha sido mto bem claro quanto ao que queria dizer…
já tentei me suicidar antes durante um surto psicológico. mesmo estando SURTADO (no dia seguinte, fui internado), não tive coragem de ir adiante…
digo por experiência própria, para alguém se suicidar com êxito, é necessário ou muita coragem, ou muita falta de vontade de viver… mais que isso, é necessário uma absoluta falta de vontade de viver
teorias costumam cair por terra diante da experiência, se elas não estiverem corretas.
posso te propor um “experimento mágico”?
deite no chão e coloque uma sacola na sua cabeça de modo que ela vá sufocá-lo se vc não fizer algo. experimente o desespero de saber que vc está se matando. quando o desespero lhe fizer tirar a sacola da cabeça, espero que vc entenda o que quero dizer
Realmente, é um paradoxo….um suicida não tem coragem pra enfrentar a vida, mas precisa de grande coragem para se matar.
coragem para enfrentar a vida?
não é necessário coragem para enfrentá-la se você não QUER enfrentá-la
para que se esforçar por algo que você não QUER?
tente o experimento mágico que eu propus
talvez “chegue a hora” quando estivermos totalmente livres dos medos
medo de viver
medo de morrer
@raph: Bem, conforme disse o mestre Pessoa, “Neófito, não há morte”… O problema é só o medo mesmo, pois o medo da morte e o medo da vida são muito parecidos.
Se o indivíduo tem conhecimento acerca da dicotomia vida – morte, realmente será um corajoso em interromper a própria vida. Isso porque ele já sabe que os problemas que o levariam a realizar tal ato geralmente não cessarão, além de ter que passar por grandes provações por ter destruído o seu próprio templo (corpo), o que culminará em grande sofrimento nos outros planos, por um longo tempo.
Sabendo que sofrerá mais, tendo pleno conhecimento disso, ele seria, em tese, um corajoso: está assumindo todos os riscos e provações decorrentes do seu ato, e atrasando muito sua evolução.
É que o conhecimento espiritual traz grandes responsabilidades, especialmente para com você mesmo, o que nos leva a concluir que o suicídio, especialmente nesses casos, é um ato completamente desarrazoado. É melhor continuar no caminho… por mais complicado que ele pareça, e dele buscar tirar o máximo de lições. A vida é feita de tentativas, e o acertar é consequência do tentar.
Ficou parecendo trecho de livro de autoajuda, mas é isso aí.
Seus textos sempre são excelentes Rafael, nos dão muito o que pensar. Há apenas neste texto tantos diferentes pontos de vista, tantas reflexões sobre nossa sociedade podem ser retiradas dele.
Acredito que existam n motivos para uma pessoa chegar ao ponto de se matar mas o medo sem dúvida é a raiz do mal. Nós sabemos que é o medo a origem de todos os sentimentos não virtuosos. Nós temos muito medo da morte, mas temos quem sabe até mais medo da vida, como você bem pontuou.
Eu, assim como grande parte das pessoas, já passei por momentos conturbados. Já pensei na morte como uma saída e já fiz até mais do que apenas pensar, felizmente estes tempos ficaram no passado. Mas consigo lembrar claramente como é passar dia após dia com aquele pensamento fixo na cabeça. hoje olhando para trás e com um pouco mais de conhecimento, eu consigo ver claramente o turbilhão no qual eu estava.
Eu diria que é preciso repensar praticamente sobre tudo na sociedade atual. Tomemos como exemplo a quantidade de calmantes que os médicos receitam às crianças agitadas “demais”. Mas eu aprendi que a vida em si é o maior e melhor mestre que alguém pode ter, portanto, hoje pra mim, tudo está bem como é e nada precisa ser mudado.
@raph: Porque você encarou a melancolia, a tristeza, e as superou, sem que para isso tivesse que se anestesiar pelo resto da vida. É arriscado? Claro que é, mas a vida é isto, e não se arriscar nela é viver como um cadáver adiado. Foi o mestre Pessoa quem disse:
Quem quer passar além do Bojador (*)
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
(*) http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Bojador
Abs!
Resumindo: O criador deveria ter feito um jeito pra que o manual de instruções se desenvolvesse junto ao bebê, pra que depois de nascido não fique se questionando sobre a vida (hilário)…
Posso eu dizer, que aprendi mil vezes sobre a vida nos anos de depressão do que aprenderia numa vida inteira de felicidade (pelo menos acho).
Acho que como o ambiente trás à tona propriedades latentes do corpo, assim o é com qualquer coisa que se passa e o questionamento existencial pelo menos pra mim nasceu da “mardita” depressão. E posso dizer ironicamente que por mais que ela tenha sido ruim, ela foi boa pra mim, porém não sou profundamente grato por isso, ainda invejo pessoas que talvez chegaram lá (nesse questionamento) sem passar por isso.
E desconfio que a razão número 1 pra alguém se matar na depressão é que o sofrimento aparentemente não serve de nada, pois daí se questiona tudo, tudo a sua volta desmorona como se não houvesse o mínimo de valor embasado nas coisas em que se vive. Como o próprio dinheiro em si, por exemplo.
Finalmente, e muito provavelmente não tem jeito de escapar, o jeito é encarar a possível falta de sentido da vida. No entanto pode-se concluir com uma pergunta:
A vida é que não possui sentido, ou somos nós é que não possuímos – AINDA – o sentido pra perceber o que é a vida?
@raph: Há duas coisas importantíssimas aí: (1) Nós só sabemos o que é a felicidade, de verdade, após compreendermos o que é a tristeza, de verdade. (2) Nós somos grandes tecedores de sentido. O problema de se acreditar no “sentido da vida” dos “manuais de felicidade” é que esta sempre será uma crença frágil. Somente quem passou além do Bojador sabe que viver não é preciso, navegar é preciso!
http://textosparareflexao.blogspot.com/2010/05/navegar-e-preciso.html
Abs!
OK, então segura essa de mão beijada.
Não existe sentido da vida, nem criador e nem manual. Nada desse tipo existe. Aceite ou sofra ainda mais. Essa é a realidade nua e crua. Coisas do além, paranormalidade e toda essa baboseira é apenas um jogo mental que as pessoas usam para te aprisionar.
A vida é para ser vivida, para divertir-se a vontade, e se um dia encontrar o propósito maior, vá se despedindo dele, pois um dia todos vamos morrer e será apagado de nossa memória. Quando o sentido é encontrado, ele é perdido na morte! A vida ñ tem sentido nenhum. Muito menos a morte, ela é só um descanso.
Então, CANCELE A SUA BUSCA. Nada precisa ser encontrado, e desconfie dessas pessoas q se intitulam esotéricos, possui a verdade suprema e blá blá blá. Essas pessoas só estão querendo ser superiores as outras, mas ñ passam de pessoas normais.
Dê valor a única vida que tem, seja feliz pelas experiências vividas. O relógio está batendo: TIC TOC, TIC TOC…Oq fazer hoje? Por isso se chama PRESENTE, é um presente está aqui e agora. Vamos sorrir para os nossos familiares q amamos. Que tal viajar e conhecer novos lugares? Sair a noite com numa boate com mulheres lindas hem? Vá viver a vida, e viva muito!!! Não seja esse cara depressivo, tem muito faixo de luz e sol batendo em todo canto e só você não vê!
Depressão é um jogo psicológico onde você mesmo se colocou lá. Você não pode tratar isso como uma doença, nada precisa ser curado. Você só está ganhando lucidez rápido demais, sua vontade de saber é muito grande, porém você apenas vê miséria e hipocrisia, está em cima de um monte iluminando tudo, mas sua luz não pode mudar o mundo e se sente mal por isso. O mundo continua o mesmo, e você deseja tanto q tudo saia da normalidade, do casual e melhore.
O suicídio não vai ajudar, o medo não vai ajudar. Nenhum deles é o caminho. O caminho é a Felicidade, permaneça feliz o máximo possível. Pessoas passam anos em depressão, então porque não passar anos em estado de felicidade, isso também é possível. Quando estiver feliz o suficiente, quando tiver maturidade o suficiente, verá que ñ existe medo da morte, e q se pode até no fim da vida, morrer feliz.
É como caminhar em um parque, todos querem chegar logo na cachoeira e toda essa ansiedade faz com q percamos a paisagem por onde passamos, estamos a treinar nosso cérebro para ser ansioso q quando chega no final do caminho, já estamos treinados a não prestar atenção no aqui e agora q até o tão esperado momento se torna banal a cachoeira. Quando nos damos conta, estamos no dia seguinte acordando e tentando lembrar de como o dia anterior foi lindo.
Pare de viver no passado e no futuro. Te prometo q TODOS os seus problemas vão Desaparecer igual um peido no vento!! É tão fácil, basta prestar atenção no PRESENTE do Agora!!! Oq está esperando? Te Desafio a gritar o mais alto q puder, independente de onde esteja, e doq as pessoas pensaram de você. Associe a isso ao primeiro degrau do despertar para a lucidez. Agora, levante a buzanfa dessa cadeira ou dessa cama e ande para a felicidade.
Tenho que aplaudi-lo de pé por isso:
“Depressão é um jogo psicológico onde você mesmo se colocou lá. Você não pode tratar isso como uma doença, nada precisa ser curado. Você só está ganhando lucidez rápido demais, sua vontade de saber é muito grande, porém você apenas vê miséria e hipocrisia, está em cima de um monte iluminando tudo, mas sua luz não pode mudar o mundo e se sente mal por isso. O mundo continua o mesmo, e você deseja tanto q tudo saia da normalidade, do casual e melhore.”
Você mostrou-me uma coisa que eu não podia enxergar até o momento, quase um tapa na cara.
Embora discorde de você em certos pontos de vista, você tem quase os mesmos pontos de vista que eu tive depois de entender que o único caminho ao sair da depressão, por mais merda que fosse, era seguir em frente.
Já saí da depressão há certo tempo, e entendi o que você quis dizer com o parágrafo que eu citei e que era uma coisa que de verdade ainda não via. Até hoje quando faço minha consulta mental ao que eu era há um certo tempo, posso te dizer que me vejo como um total imbecil, um total ignorante.
O problema da depressão é que não dá pra sair dela da noite pro dia, assim como não dá pra ir à academia no primeiro mês e pensar que vai emagrecer e ficar musculoso.
O único jeito é se comprometer consigo que vai mudar, do jeito que der. E posso lhe dizer que, hoje, pra mim, havendo ou não sentido pra vida, havendo deus ou não, havendo evolução da alma ou não, tá dando pra encarar. O negócio ruim é encarar isso tudo deprimido, em que só se sente dor. Entendeu?
E agradeço ao Raph ai pelo link e pela explicação, é que na verdade ainda tenho ideias dessa época e foi justo nela em que aprendi muito, por isso tanta racionalização. Estar deprimido só me fez pensar, e muito, parecia que estava enlouquecendo. Nesse tempo sentir, amar, ir atrás do espiritual foi difícil pois só conseguia pensar. É como tentar andar estando dentro de uma piscina, em que eu me joguei sem saber.
Olá Carlos, eu entendo…
Mas na minha humilde opinião meu querido, você saiu de uma depressão para uma leve tristeza, onde vejo nas suas palavras o sentimento de culpa e de pessimismo em relação ao futuro. Se você continua a fazer consultas então é porq vc ainda não encontrou a suas respostas.
Eu não sei pelo oq você tem passado, quais foram os fatores que te fizeram entrar em depressão, não sei como foi sua vida, aliás, não sei nada sobre você. Porém, você deve saber que independente doq tenha passado, você deve se manter como o imperador de sua vida, a sua vontade, as suas palavras devem ser diretas e confiantes. Tenho certeza q você está muito perto de se tornar totalmente feliz em sua vida.
Quando alguém se olha no espelho e pensa: “kralh0, estou muito gordo ou muito magro. Preciso mudar isso, AGORA”.
Pronto! está mudado, certamente o corpo irá precisar de treinamento para q chega a meta final. Na mente dela, já foi mudado, já foi decidido!
A mente é assim, uma vez que você quis mudar, você mudou! TOMOU A DECISÃO.
A depressão, a tristeza é assim também. Mude ela AGORA, porq continuar triste? Na psique não existe tempo, não existe barreira. Você é quem está se limitando!!!
Agora q começa a parte boa, o caminho para a felicidade, esse sim leva tempo e possuí alguns obstáculos, porém prazerosos de seres conquistados e ultrapassados.
Não se apegue a esse sentimento de tristeza, o mundo nos ensinou q a felicidade é loucura e q pessoas depressivas são normais, fomos criados pelo avesso. Dá um certo medo desapegar da depressão pois ela é um sentimento conhecido, ela é sempre o mesmo, imutável. Sabemos muito mais sobre a depressão doq da felicidade.
A felicidade é selvagem, está em todo lugar, nos sorrisos, na mudança. Ela é sempre algo novo. Parece ser desconfortável mais é MARAVILHOSA! Que tal vir para o lado bom da vida? Sei q as pessoas não vão deixar de ser como é. A sua vida sim vai deixar de ser como era, se tornará mais leve, mais natural, bela e selvagem. Você merece isso, é o máximo, esse máximo não possui limites.
Pois então meu amigo…
Se há alguma tristeza eu não sei, mas que eu to animado pros desafios vindouros eu to.
Nesse tempo de depressão, acho que só fiz duas consultas, uma ao psiquiatra e outra ao psicólogo, joguei fora os antidepressivos e apostei na meditação e no positivismo do pensamento e tenho certeza que este foi o cerne da questão, pois na primeira semana já me sentia melhorar em comparação, por exemplo, ao tomar antidepressivo.
Se há uma coisa que a gente aprende quando vem pra esse lugar é que não importa o que te fizeram na vida ou o que nela aconteceu, o que importa é o que você vai fazer pra si mesmo e aos outros a partir dali, daquele acontecimento. E dei uma volta imensa pra chegar nesse ponto tão simples e que me deu um arremate de mudança de vida muito grande.
Pela forma que vejo você escrever, dá pra ver que você parece falar com a total certeza de um experiente, você fala do inferno como se já estivesse passado por ele. Estou certo ou não ?
De qualquer forma, amigo, muito obrigado pelo tempo investido nesta bela resposta e pela vontade de ajudar. Como dizem muitos, que isto lhe venha em dobro :)…
@raph: Eu recomendo enormemente duas leituras à vocês: (1) Qualquer texto de Epicteto, o filósofo estoico que nasceu escravo e suportou infortúnios físicos e mentais, até que se tornou livre devido ao reconhecimento da sua sabedoria; (2) “O Livro do Desassossego”, de Fernando Pessoa.
uma droga foi esse spoiler, o livro não é bom e pá? tem gente lendo e derrepente ja de cara , de supetão conta odesfeixo, deslize eim, to no desabafo ….
Relaxa.
O interessante do livro é a obra toda. Saber que o Werther se mata não deixa ele menos divertido. Já li e reli, gosto cada vez mais.
Outro spoiler então: a morte dele, não é o final do livro.
Agora compra/aluga essa bagaça e vá ler. Que é bom.
Rafael Arrais,
Tenho 50 anos.Aos 16 anos, mudei de cidade, e , em poucos dias, me sentia triste, saudoso , perdido, andava se rumo, sentava no meio fio para chorar, e fazia a mesma coisa em bancos de praça.
Voltei logo para a cidade onde viva antes, e aquele sofrimento mental e emocional diminuiu um pouco.
Durante 25 anos , meu humor oscilou, tive anos melhore, anos piores, depois não havia mais anos melhores, mas havia meses melhores e piores, depois, nem meses, mas apenas dias melhores e piores.
Me submeti à psicoterapia por cerca de um ano, mas o psicoterapeuta quebrou minha confiança discutindo minha situação com minha primeira namorada ( eu tinha 16 anos).
Usei medicamentos esporadicamente ( em geral, ansiolíticos) para conseguir fazer alguma coisa – pouca coisa e mal feita, em geral e percebi que, se usasse aquilo todos os dias, ficaria impotente em algum grau.
Por isso relutei em me submeter a um tratamento médico , com uso contínuo de medicação.
Com cerca de 35 anos entrei no mar de roupa e tudo , nadando na direção oposta à praia, na esperança de morrer sem precisar me ferir, sem precisar enfiar uma faca, ou uma bala em mim mesmo, ou ingerir veneno, morrer da maneira mais “natural” possível – pelo menos, do meu ponto de vista, afogar era mais natural que meter uma bala em si mesmo.
Pouco tempo depois, entrei numa reserva natural dentro da cidade do Rio, na esperança de que algum animal peçonhento me matasse.Desse vez os bombeiros me levaram para um lugar particularmente desagradável.Creio q não fiquei mais q 24 h, mas comecei a pensar q seria menos ruim ficar impotente , mas conservando ” o direito de ir e vir” que ficar encarcerado num hospital , onde, mesmo q estivesse c potência sexual, talvez n tivesse uma mulher p desfrutar…
Meu médico concorda que minha dificuldade ( hoje é quase uma impossibilidade) de conseguir ereção é devida aos efeitos colaterais dos medicamentos que uso para controlar minha condição mental desfavorável.
Creio que fiz a escolha “menos ruim”.Porém, não me conformo com a perda da ereção, e me revolto contra minha condição de impotência, não procuro me divertir porque para mim comida sem tempero, só para não morrer de fome, e mulher é o tempero de qualquer diversão ou passatempo – é um ciclo vicioso.
Agradeço a você por escrever esse artigo, está muito bem escrito.
Que “de lá de cima” caia uma chuva de bênçãos sobre você.
@raph: Yussef, muito obrigado pelo depoimento… Eu não sou nenhum terapeuta e muito menos especialista em casos de depressão, mas pelo que me contou talvez no seu caso a medicação tivesse sido necessária. Mas será que seria necessária pela vida toda? Será que a mesma medicação? Quem sabe alguma mais moderna e com menos efeitos colaterais?
Hipócrates dizia que nenhum médico poderia prometer cura, e sim tratamento. Pois era somente as nossas forças internas quem nos poderiam curar. O problema de se anestesiar a doença é que muitas vezes as forças internas são igualmente anestesiadas… As vezes a anestesia é necessária para se vencer uma etapa, mas nunca é tarde para recomeçar, e nunca é tarde para se mergulhar em si mesmo novamente.
Uma batalha de cada vez… Namastê.
Para ficar claro o trecho: “Me submeti à psicoterapia por cerca de um ano, mas o psicoterapeuta quebrou minha confiança discutindo minha situação com minha primeira namorada ( eu tinha 16 anos).” ; ele fez isso sem que eu soubesse.
YusseffElias,
Seu problema é inquietude da mente q com uso de drogas ocasionou em disfunção erétil! Isso mesmo? OK, será fácil.
Presta atenção agora noq vou te falar. A primeira coisa que você precisa fazer para conceber sua cura, é a ausência da ansiedade! Mantenha-se sereno, preste atenção nessa serenidade e começará a perceber a mudança na sua saúde e sanidade mental.
Na área física, do corpo, quando adoecemos usamos remédios. Algo normal, contanto que seja de uso temporário, caso contrário o colateral aparece. Na área mental, psicológica, usamos a compreensão dos problemas e canalização de mudança. Já na área espiritual, usamos religião essas coisas… Deve usar o método mais conveniente. Se o problema está no psicológico, para q as pílulas? Noq vc foi diagnosticado?
Se você perceber oque acontece, você verá apenas “coisas” rodando por aí. Esse é sua ansiedade, seu ego. Fica procurando por aí sua cura, quando está com estágios de depressão, sua luta para melhorar se torna depressiva, uma força inútil. Não fique buscando nada, não pense que vai encontrar a resposta por aí, economize suas forças para outra coisa.VOCÊ PRECISA SABER Q VOCÊ É A RESPOSTA!
Por q os problemas desaparecem quando as pessoas estão felizes? Você para de se divertir então o problema persisti. Você precisa canalizar sua mente para outro lugar. Logo, com o tempo seu corpo voltará a ser saudável, voltará a dar sua bimbadas , te garanto!!! Mas antes precisa voltar no tempo com sua mente, identificar o problema, ou os problemas, e resolve-las ou simplesmente perdoa-las.
Porq continuas ansioso? Pare com isso já! Esqueça as contas, os problemas por um instante se quer. Esqueça o passado, vamos montar um novo futuro para você.
Comece a fazer yoga, faça uma desintoxicação do seu organismo com uso de comida vegana durante uns 90 dias. Saia para ir ao cinema de vez em quando, se apaixone por uma mulher, xaveque elas, isso faz parte do seu treinamento!
No you*tube tem um video chamado assim: “Você pode curar a sua vida” com uma imagem azul. you*tube /watch?v=VKRRCH0mvbo veja esse video.
PS. Se você está em crise, não largue sua terapia agora. Para largar o tratamento você precisa de maturidade e estar bem para fazer isso.