Teísmos e ateísmos

Ao longo de vários anos participando e observando discussões filosóficas e religiosas, pude observar que, muitas e muitas vezes, as pessoas se digladiam muito mais por não conseguirem compreender o que a outra efetivamente pensa, do que por qualquer outro motivo mais importante. Usualmente, o que causa esse tipo de desentendimento é o fato de que alguns termos – particularmente os que englobam a crença ou descrença em um Criador – são compreendidos de maneiras diversas pelas pessoas.

Por exemplo, para alguns um ateu é alguém que afirma categoricamente que Deus não existe (seja quem ou o que for). Para outros – incluindo ateus – o ateísmo não chega a fazer tal afirmação.

Para alguns atenienses Sócrates era ateu, embora ele estivesse um tanto longe disso, tanto que mais tarde sua filosofia influenciou decisivamente um grande teísta: Sto. Agostinho. Já Epicuro dizia não se preocupar com os afazeres dos deuses – e também foi taxado de ateu. Dizem que Einstein acreditava no “deus de Espinosa”, mas seria esse deus o mesmo deus do Antigo Testamento? Richard Dawkins deixa claro que não, e em seu polêmico Deus, um delírio se dedica a atacar apenas o deus bíblico, e não a concepção panteísta do Cosmos. Confuso, não?

Para tentar auxiliar em tantas definições, teísmos, ateísmos e outros “ismos”, elaborei um pequeno glossário de termos abaixo, que é propositadamente curto – e, obviamente, não tem a pretensão de esgotar o assunto, mas apenas de ajudar a resolver melhor alguns debates. Comece perguntando: “que tipo de ismo você segue exatamente, afinal?”, antes de ter certeza do que exatamente o outro crê ou não crê…

Teísmo
O teísmo, derivado do grego Théos (Deus), é a crença na existência de um ou mais deuses. No politeísmo acredita-se em diversos deuses, mas no henoteísmo, apesar de admitir-se a existência de um panteão, há também um Deus supremo, criador do Cosmos. No monoteísmo reduz-se a divindade a apenas um único ser supremo, usualmente taxando outros deuses de semideuses, divindades ou demônios (do grego daemon) – que em certas doutrinas também podem assumir o papel de intermediários entre os homens e o Deus supremo.
O teísmo filosoficamente deriva diretamente do antigo questionamento: “porque afinal existe algo, e não nada?” – Que por sua vez remete a crença em uma espécie de ser consciente (embora não necessariamente um velho barbudo ou um avatar profético) que arquitetou todo o Cosmos. Pode ser, talvez, resumido como “a crença em um Criador pessoal”.
A grande maioria dos teístas também compartilha a crença de que Deus não somente pode intervir diretamente (e, usualmente, de forma sobrenatural) nos eventos da existência humana, como também pode transmitir revelações e segredos cósmicos através de profetas, sonhos e experiências religiosas em geral.

Creem em uma causa primeira: sim.
Creem em um Criador pessoal: sim.
Creem em intervenções sobrenaturais: quase sempre sim.
Creem em revelações divinas e dogmas: sim.

Deísmo
O deísmo tem suas raízes nos antigos filósofos gregos e, sobretudo, na doutrina aristotélica da “primeira causa”. Voltou a florescer no Iluminismo, sobretudo através de Galileu, Newton, Voltaire e outros. No deísmo admite-se que o Cosmos não é obra do acaso, e que portanto deva existir um Criador. Porém, os deístas creem que é papel do homem se aproximar de Deus através da razão, e não o contrário. Em suma, os deístas negam as revelações divinas e têm uma concepção naturalista do Cosmos, usualmente negando também a possibilidade de intervenções sobrenaturais.
Os deístas creem em um relojoeiro que sabia enxergar muito bem, tão bem que arquitetou todo o Cosmos de forma magistral. Tão perfeita, que lhe é mesmo desnecessário intervenções específicas. Conforme disse uma vez Voltaire a uma senhorita: “Minha senhora, acredito em uma providência geral, mas não numa providência particular que salvou o seu pássaro que estava machucado”.

Creem em uma causa primeira: sim.
Creem em um Criador pessoal: geralmente sim.
Creem em intervenções sobrenaturais: quase sempre não.
Creem em revelações divinas e dogmas: não.

Panteísmo (ou “espinosismo”)
O panteísmo associa o conceito de Deus ao próprio Cosmos: a totalidade de todas as coisas no universo, na natureza. Einstein dizia que havia duas formas de se enxergar a vida: uma é pensar que não existem milagres, a outra é conceber tudo a sua volta como um milagre. Obviamente, Einstein queria dizer que as próprias leis naturais, a própria simetria e harmonia do Cosmos, eram em si mesmas um milagre persistente – ao menos para aqueles que tinham olhos para ver.
Essa concepção de Cosmos remonta novamente a Grécia antiga, sobretudo aos estoicos. E foi bebendo dessa fonte que Benedito Espinosa concebeu a Deus como “a substância que não pode criar a si mesma, mas que gerou tudo o mais a partir de si”. Esta é uma bela síntese para um questionamento ancestral, e exatamente por isso Espinosa é até hoje tão admirado (apesar de ter sido excomungado do judaísmo, sob a acusação curiosa de ateísmo).
Se no início de sua Ética Espinosa engendra o conceito de Deus de forma geométrica e precisa”, é preciso se aventurar no restante do livro para perceber que o filósofo holandês também acreditava que esse tal Deus era capaz de nos trazer profunda felicidade existencial, sobretudo quando alinhamos nossa intuição com a “vontade do Cosmos”. Era esse deslumbramento que Einstein sentia constantemente, ao desvelar os segredos da natureza.

Creem em uma causa primeira: sim.
Creem em um Criador pessoal: não.
Creem em intervenções sobrenaturais: não.
Creem em revelações divinas e dogmas: não.

Pandeísmo
O pandeísmo nasceu da fusão do panteísmo com o deísmo, e se trata de um concepção divina do Cosmos, que só pode ser compreendida através da razão.

Panenteísmo
O panenteísmo é um doutrina muito similar ao panteísmo, mas compreende que Deus é “o Cosmos e algo a mais”. Ou seja, que o universo está contido em Deus, mas Deus não se limita apenas ao universo.

Agnosticismo
Thomas Henry Huxley, um biólogo inglês, cunhou o termo “agnóstico” (do grego agnostos, “ausência do conhecimento”) em 1869, mas a essência do agnosticismo foi melhor desenvolvida pelo filósofo alemão Immanuel Kant. No agnosticismo, admite-se que a questão ancestral acerca da natureza exata da “primeira causa” não pode ser resolvida com base no conhecimento atual da humanidade, e talvez jamais venha a ser efetivamente solucionada. Geralmente isso significa apenas que os agnósticos se posicionam com ceticismo em relação à existência de Deus: não podem afirmar que existe, nem tampouco que não existe. Ou, como dizia Carl Sagan, um grande agnóstico: “a ausência da evidência não é a evidência da ausência”.
O agnosticismo possuí algumas vertentes interessantes: os fideístas creem que essa mesma questão da “primeira causa” realmente não pode ser resolvida pela razão, mas sim pela fé. Também é possível ser um agnóstico teísta – que crê em Deus, mas não crê que pode compreendê-lo; ou ainda, bem mais comum, um agnóstico ateísta – que não crê em Deus, embora tampouco afirme que não exista.
Se formos considerar a essência do ceticismo filosófico, para um cético só é mesmo possível ser um agnóstico, há menos que este cético tenha passado por experiências religiosas subjetivas, e que por conta delas tenha passado a crer em Deus.

Creem em uma causa primeira: geralmente sim, embora não saibam resolve-la.
Creem em um Criador pessoal: não (exceto no fideísmo).
Creem em intervenções sobrenaturais: não (exceto no fideísmo).
Creem em revelações divinas e dogmas: não (exceto no fideísmo).

Ateísmo
Em sua origem antiga, o ateísmo (do grego atheos, “ausência de Deus”) sempre foi um termo profundamente arraigado na religião, visto que usualmente significava a negação dos deuses e práticas religiosas locais. Claro que o ateísmo na antiguidade também poderia significar literalmente a descrença em todo e qualquer deus, mas esses casos eram muitíssimo raros. Mesmo grandes profetas e filósofos foram acusados de ateísmo, a despeito de sua óbvia crença em Deus ou em deuses, dentre eles contamos até mesmo Sócrates e Jesus Cristo.
Com o passar dos séculos e, sobretudo, com o aflorar das ciências naturais após o Iluminismo, o ateísmo em seu sentido de “descrença total em Deus” passou a ser cada vez mais comum. Teoricamente, aquele que se declara ateu na era moderna estará afirmando categoricamente que “não existe um Criador”, e também geralmente poderemos adicionar à afirmativa: “tampouco existe uma causa primeira com objetivo definido”. Ou seja, um ateu moderno não vê sentido ou desígnio divino no universo.
Mas esse tipo de definição do parágrafo acima não é compartilhado por todos, tampouco pelos próprios ateus – e há muitos ateus que se colocam, em realidade, como agnósticos, ou agnósticos ateístas (ver acima), apesar de se definirem “apenas como ateus”. Esse tipo de afirmação gera muitos desentendimentos, pois há muitos teístas e mesmo deístas que se sentem ultrajados com o fato de alguém se sentir na condição de afirmar que “não existe um Criador nem um sentido para a causa primeira” – muito embora nem sempre seja o que alguém que se autointitule ateu queira realmente dizer.
Em suma, há muitos agnósticos que gostam de se dizer ateus apenas para se colocarem ainda mais claramente em oposição às concepções teístas, sobretudo aquelas originárias das doutrinas dogmáticas.

Creem em uma causa primeira: por vezes sim, embora em todos os casos neguem um sentido ou desígnio divino no universo.
Creem em um Criador pessoal: não, e por vezes podem ter “certeza que não existe Criador algum”.
Creem em intervenções sobrenaturais: não.
Creem em revelações divinas e dogmas: não.

Antiteísmo
O antiteísmo (alguns chamam de neo ateísmo ou novo ateísmo) é uma vertente moderna do ateísmo que não se contenta em apenas se declarar ateísta, como critica veementemente o teísmo e, por vezes, atua de forma militante, tentando convencer as pessoas de que Deus não existe. Embora os antiteístas provavelmente entendam a si mesmos como “evangelizadores da ciência e do racionalismo”, eles na prática lembram muito mais uma versão distorcida dos próprios evangelizadores teístas.

***

Se você leu até aqui, seria interessante se pudesse comentar nos dizendo onde “mais ou menos” se situa sua crença ou descrença, baseando-se no que foi esquematizado acima.

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Observação (1): É preciso sempre lembrar que a ciência não é ideologia ou doutrina, não é materialista nem espiritualista, monista ou dualista, teísta ou ateísta. A ciência é tão somente o conhecimento da natureza detectável, e o estudo de seus mecanismos. Há muitos grandes cientistas da história que eram teístas, deístas, panteístas, etc.

Observação (2): Embora um teísta fundamentalista provavelmente me julgue um ateu, e um antiteísta radical provavelmente me julgue um teísta, eu na realidade estou situado mais ou menos entre o Panteísmo, o Deísmo e o Pandeísmo.

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Crédito da foto: Brian David Stevens/Corbis

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Respostas de 53

  1. “Observação (2): Embora um teísta fundamentalista provavelmente me julgue um ateu, e um antiteísta radical provavelmente me julgue um teísta, eu na realidade estou situado mais ou menos entre o Panteísmo, o Deísmo e o Pandeísmo.”
    É verdade! Os extremistas tem tendência a separar as pessoas em grupinhos. Geralmente dois grupinhos: Os que pensam como eu, e os ‘inimigos’, que pensam de outra forma. Quanto não existe grupo, só seres humanos, e cada um percebe a Verdade de forma diferente, porque somos todos diferentes.
    Eu me encontro mais ou menos entre Panteísmo e Panenteísmo.
    @raph – Para quem é adepto do “raciocínio 8 ou 80”, falar em tons de cinza, em meios termos, é um heresia! Mas a Natureza nos demonstra por todo canto que é feita de gradações, de lentas evoluções, e quase nunca de “grandes saltos”, embora estes também existam.

  2. Muito interessante o glossário. Esclareceu bastante algumas idéias que eu tinha rsss
    E já que perguntou, eu diria que estou entre o henoteísmo e o deísmo.
    Abraços
    @raph – Legal vc ter mencionado do henoteísmo. Para Epicteto, por exemplo, Zeus era o “Deus dos deuses”. Provavelmente tb estava entre o henoteísmo e o deísmo e/ou panteísmo 🙂

  3. Não que seja relevante para essa discussão, mas a acusação de Ateísmo a Sócrates é um tiquinho mais complexa.
    Sócrates foi acusado de “negar os Deuses da Pólis”, o que em uma sociedade na qual os deuses puniam um povo por causa de um membro (vide Édipo), era um crime.
    Sua defesa (“Apologia de Sócrates”) basicamente, alegou que ele abertamente falava que “ouvia a voz de seu Daemon”, e sendo tal Daemon filho dos deuses, como poderia ele não acreditar nos Deuses?
    Problema: essa defesa é um grande “Veja Bem”: ele foi acusado de negar os deuses da Pólis, mas ele claramente afirma que seu Daemon existia. A afirmação da existência do Daemon é uma afirmação da existência de uma causa maior, o que não necesasriamente significa que ele reconhecia a existência, por exemplo, de Palas Atenas.
    Ou seja: Sócrates era um Ateu Grego, mas não era em aspecto algum um Ateu Moderno, visto que acreditava na existência de uma causa maior.
    @raph – Extao. Obrigado pela contribuição… Eu concordo plenamente com o que disse acima 🙂
    Agora, se quiser aprofundar um pouco a mais, temos o problema de que Sócrates foi “apropriado” por diversos discípulos seus, destacando-se Xenofonte e Platão. Com isso a imagem que temos de Sócrates é virtual e não real.
    Há quem defenda, por exemplo, que Sócrates era algo próximo de “Agnóstico”: reconhecia a existência de uma causa maior, mas não se importava com ela. Dessa forma, a filosofia Socrática era focada no que estava dentro do Alcance. Sua pergunta não era sobre a Natureza de Deus, mas sobre a Natureza Humana e a busca pelo Certo.
    Platão e Xenofonte distorcem um pouco Sócrates pra que ele sirva de instância de autoridade de seus discursos…
    @raph – Acho que Sócrates se importava, e muito, com a “causa maior”. Na realidade, ele talvez fosse uma espécie de médium e não apenas um filósofo (há muitas descrições de como por vezes ficava imóvel, em transe, por longas horas, em contato com seu daemon ou “seja lá o que”)… Embora Sócrates tenha sido “apropriado” por Platão, Xenofonte e Aristófanes (cada um a sua maneira), fica “no ar da história” que ele, enquanto indivíduo, provavelmente foi ainda mais extraordinário e complexo do que o personagem que conhecemos através dos livros antigos. Tornou-se mito, sem dúvida, mas um mito construído em cima de um indivíduo extraordinário, e que efetivamente existiu!

    1. Aristófanes! Tinha esquecido Aristófanes!
      E sim, concordo com você: muito do que foi escrito corre um risco sério de ser mito. No entanto, mito construído sobre uma realidade. Maquiada, talvez, mas até aí, se Aquiles realmente existiu ou não é algo irrelevante, na minha opinião.

  4. Heya!!!
    É interessante perceber o quanto parecidos são estes conceitos, se colocada desta maneira, eu seria um agnóstico panteísta.
    Não há necessariamente causa primeira, poderia o universo existir sem causa alguma, partindo da ideia de algo infinito existe isso perdurará eternamente assim como sempre existiu, nosso “pedacinho” de realidade palpável seria apenas uma forma de perceber e interagir com essa realidade infinita (para cima e para baixo) e mesmo o espaço e o universo observável são componentes “temporários” desta infinitude.
    @raph – Mas persiste o problema de “existir algo, e não nada”. E além deste: “existe algo dividido um infinitas substâncias, e não somente uma”. Obviamente que quando falamos em uma causa primeira, pela lógica ela não surgiu do nada, pois ex nihilum nihil fit… Portanto, pela lógica, ao menos uma substância incriada e eterna há de existir (para que exista algo, e não nada), e tal substância apenas irradia-se e se transforma em tudo o mais, pois ela “não pode criar a si mesma”. Foi esta a magistral conclusão de Espinosa em sua Ética.
    Não creio em um criador embora não negue a possibilidade de haver um.
    Fruto de Vontade(s) objetiva(s) para ver o mundo com os olhos que desejam, consciente e inconscientemente há “forças-emanações-whatever” que formatam aspectos da realidade humana e animal. O Todo nesse caso não é um ser com qualquer desejo ou temporariedade, mas uma gama de recursos sem fim explorados até chegar a nós outros já padronizados bit per bit. No entreposto: Todo e Indivíduo-Humano é provável (se não MUITO provável) a existência de seres-Vontades com recursos para fazer/destruir muitas humanidades, portanto, caso a humanidade da Terra tenha um criador no estilo: Demiurgo/Arquiteto não é absurdo, mas quem sabe é até: plausível. E só há Ordem e Causalidade porque nós queremos ver assim: ponto por ponto.
    Intervenções sobrenaturais? Não mesmo, pooooréemmmm, temos a estranha tendência de classificar de sobrenatural recursos perfeitamente naturais e associar modelos humanos o que não é.
    Revelações divinas e dogmas: não.
    Obrigado e tudo de Bom pra Gente!!!
    @raph – Obrigado você. A sua lógica é boa, acredito que irá gostar muito da Ética, se ainda não leu…

  5. Excelente texto. Como muitos dos textos bem elaborados, este serviu para aumentar a minha dúvida de como eu me classificaria, caso isso fosse realmente necessário, expondo a mim mesmo os meus próprios questionamentos.
    De qualquer modo, como eu ficaria também entre o deísmo, panteísmo e pandeísmo, acho que seria mais honesto aceitar logo que sou agnóstico teísta. Fundamental para mim é saber que esse é o tipo de discussão que não pode ser vista pela ótica da ciência. Além de ser infrutífero discutir este assunto, causaria conflitos desnecessários.
    @raph – Exato! Discutir se Deus existe ou não é um tanto quanto inútil, visto que cada um tem uma visão muito própria e subjetiva de Deus (contanto que não seja dogmático, e pelos comentários acima e abaixo podemos ver que pelo menos neste portal os visitantes são em sua maioria 1) não dogmáticos; e 2) com visões bem peculiares e pessoais de Deus).
    Melhor seria então apenas indagar: “O que é Deus para você?” – Assim faremos mais amigos que inimigos, ou pelo menos assim eu espero…

  6. Essa é uma questão muito complicada porque cada classificação possui suas nuances! Eu, por exemplo, vejo como caminho o que foi ensinado pelo Buda Gautama. Assim como a doutrina budista ensina, não creio no Deus dos Teístas
    Uma lidinha rápida deste texto pode ajudar:
    http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=21
    Mas quem sou eu pra dizer que existe ou não existe um Deus? Ou Deuses? (Diferente da concepção de deus dentro dos 6 ciclos de existência). Como não tem resposta, esse é um questionamento que perde a importância
    @raph – Pelo que disse acima você seria um agnóstico bem ao estilo do Kant: cansado de discussões sobre questionamentos que acredita não haver resposta (hoje, e talvez nunca), e muito mais interessado nos temas que podemos hoje nos aproximar das respostas.

  7. Caro Marcelo,
    @raph – Oi este artigo foi escrito pelo colunista Rafael Arrais (eu), e não pelo Marcelo Del Debbio. Só pra deixar claro 🙂
    De acordo com estas classificações, eu seria um Agnóstico. Me situando bem por aí.
    Apesar de tudo gosto de me entender como um panteísta cético que foi se descobrindo aos poucos. Afinal, como afirmar que conheço O Todo e o Absoluto apenas pelas partes?
    @raph – Talvez pela intuição, pela imaginação, pela fé, e não tanto pela razão… Se formos considerar a razão moderna, e não a razão antiga, conectada ao Cosmos, então acho que para sermos estritamente racionalistas só poderemos ser hoje agnósticos ou agnósticos ateístas… Mas não há razão para desconsiderar a razão antiga.

    1. Caro Rafael,
      Primeiramente me desculpe pela confusão com os nomes.
      Concordo com você sobre poder afirmar pela Fé, mas outra forma de ter certeza e poder fazer uma afirmação seria a Razão, seja Razão moderna ou antiga ambas nos dão (ou são) meios para fundarmos nossas convicções. Já a Intuição seria um método, a ferramenta para se chegar a certeza, bem como a Imaginação, sobre esta última sendo a mais questionável pela sua grande subjetividade que deixa lacunas na hora de fazer atestados categóricos. Se não me engano existe um filósofo que não me recordo o nome agora que escreveu ensaios sobre a Intuição como método de se estudar um objeto.
      Mas o que digo é o hábito que temos de adquirir conhecimento através da análise das partes, mas com um Todo indivisível, como podemos afirmar conhecê-lo por suas partes, seria de fato um conhecimento? Acreditar neste Todo é uma coisa, saber que O Todo existe é outra, mas Conhecê-lo é uma diferente das duas primeiras.
      Não existe motivo para desconsiderar nenhuma perspectiva, mas para dizer “esta é a correta” é necessário conhecer bem todas elas. Por isso vou devagar, aos poucos, ponderando, experienciando e aprendendo. Talvez no fim dessa existência vislumbre verdadeiramente O Todo e possa dizer que “O conheci”.
      Abraços,
      Thiago de Melo.
      @raph – Nesse sentido em que colocou, eu concordo… Afinal, hoje vemos em parte, mas dia virá que veremos face a face. Foi o próprio rabi da Galileia quem disse que somos deuses, e que faremos tudo o que ele fez e ainda muito mais… Porém, ele tampouco era Deus… Compreender a Deus talvez seja a atividade de infinitas vidas, mas não devemos desanimar com a grandiosidade do final do caminho, pelo contrário: a espiritualidade está no caminhar, passo a passo. De certa forma, a jornada começa quando achamos que terminou, ad infinitum.
      Abs
      raph

  8. Bom, se me perguntassem originalmente eu diria que era um teísta, mas depois de ler as definições vou passar a me apresentar como agnóstico teísta.
    @raph – Taí um depoimento bastante sincero, obrigado. Não acho que seu teísmo seja “inferior” por conta disso, pelo contrário… Reconhecer que ainda estamos muito distantes de compreender a Deus somente faz com que nos dediquemos mais arduamente no caminho de religare – ou pelo menos é assim que penso.

  9. É engraçado como o texto busca ser o mais imparcial possível até no tópico sobre o antiteísmo. Na sua definição de antiteístas, estas pessoas parecem com um reflexo distorcido dos evangelizadores teístas.
    Não acho que a comparação venha a incomodar quanto a intenção de espalhar suas ideias ao maior público possível. Este site mesmo dedica-se a um propósito semelhante.
    A comparação incomoda quanto a afirmação implícita de métodos parecidos. É notória a manipulação emocional e a falta de argumentação lógica nos discursos de tais teístas. Acusar os ateístas que se propõe a divulgar suas crenças de usar tais gafes argumentativas carece de solidez. Uma das grandes exigências do discurso pró-razão é a capacidade de excluir os apelos emocionais e manter a coerência de ideias.
    Pelas definições, sou um antiteísta. Não só considero a questão religiosa uma fantasia como entendo que esta é perniciosa para a sociedade e a evolução da capacidade intelectual da humanidade.
    @raph – Bem Raphael, quem dera que todos os antiteístas fossem que nem você. Veja que engraçado, pela forma como se manifestou eu mesmo não te consideraria um antiteísta e sim um ateu puro.
    Em todo caso, concordo que as ‘técnicas” dos evangelizadores teístas são outras e provavelmente mais “apelativas e sentimentalmente desonestas”, mas a minha crítica (que não pode ser melhor desenvolvida devido ao pouco espaço) se estende aos antiteístas que creem que “evangelizar o racionalismo e descrença em Deus” fará das pessoas “mais evoluídas e felizes”… É apenas um outro tipo de julgamento, porém MUITO parecido com o julgamento dos evangelizadores teístas, apenas efetuado “do outro lado da moeda”.
    Eu, pessoalmente, acho pretensioso julgar o que fará ou não alguém mais “feliz”, pior ainda o que fará de alguém “mais evoluído”… Ainda gostaria de citar o Barão de Telve (Fernando Pessoa):
    Pertenço a uma geração – supondo que essa geração seja mais pessoas que eu – que perdeu por igual a fé nos deuses das religiões antigas e a fé nos deuses das irreligiões modernas. Não posso aceitar Jeová, nem a humanidade. Cristo e o progresso são para mim mitos do mesmo mundo. Não creio na Virgem Maria nem na eletricidade. Barão de Telve, “A educação do estoico”.

    Abraços
    @raph – Abs!

  10. Ótimo texto Rafa, mas queria dar uma acresentada ( apesar de suspeitar que já foi postado no Artigo 19, não lembro ), talvez queira dissertar sobre isso depois.
    Há um grande mal entendido corrente entre os ateus atuais em juntar vários conceitos para justificar o ateísmo.
    É interessante separar e deixar bem clara a distinção entre: Materialismo, ceticismo, ateísmo e cientificismo.
    Ateus crêem no materialismo porque é a melhor ferramenta para defenestrar tudo que é dito etéreo, até o próprio éter.
    @raph – Há muitos espíritas e espiritualistas que creem que o espírito é formado por matéria, só que matéria fluida, ainda não detectada pela ciência moderna. A pergunta #82 do Livro dos Espíritos deixa isso bem claro: espíritos seriam incorpóreos, não imateriais. Portanto, ao contrário do que muitos imaginam, espiritualistas SÃO materialistas (e eu sou um deles). Porém, não somos tão crentes quanto os materialistas científicos (termo meu), que creem que apenas os 4% da matéria já detectada pela ciência explicam a consciência humana e tudo o mais de “estranho” que a ciência ainda não explica nem comprova como fraude.
    Ateus crêem ser céticos porque criticam crenças, sendo que eles não o são porque não criticam com questionamento e sim apenas através da retórica ( repetitiva e mimética ) e por fim, utilizam da ciência, bastião da razão radical para justificar o acaso e a não existência de entidades extrafísicas, sendo que o ateísmo em si nem discute a existência ou inexistência de entidades extrafísicas.
    @raph – E a ciência não é ideologia, nem materialista nem espiritualista, nem monista nem dualista, nem teísta nem ateísta, a ciência é o conhecimento da realidade detectável na Natureza.
    Claro, não todos os ateus, mas infelizmente a maioria.
    ps: Blavatsky no Ísis Sem Véu fala muito da Royal Society que lentamente destruiu a validade ou aceitação do sobrenatural dentro da comunidade científica mundial, ótimo momento histórico para ser analisado, a propósito.
    @raph – Um bom exemplo é o caso do co-criador da Teoria da Evolução, ou teoria de Darwin-Wallace, Alfred Russel Wallace, que é solenemente esquecido pela mídia “especializada”, e mesmo na própria Academia. Quando sabemos pela história que se o próprio Darwin não tivesse “se apressado em publicar seu livro” a primazia da proposta desta teoria ficaria APENAS com Wallace… Wallace, porém, era espiritualista… Isso explica muita coisa sobre a lenda da neutralidade científica.

    1. Então, mas matéria negra e energia negra talvez não sejam tão quanto a matéria e energia clara: Apenas vibração ?
      Entendo a afirmação que seja uma matéria distinta, mas matéria e espírito não são a mesma coisa afinal ?
      Estou postando este link, mas fico em dúvida se é válido. Se for, é um ótimo assunto para ser discutido ! Aumentar o espectro de percpeção sobre tal.
      http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=confirmado–a-materia-e-resultado-de-flutuacoes-do-vacuo-quantico&id=010130081125
      @raph – Quanto ao link, mesmo que seja algo “quente”, é importante lembrar que o vácuo quântico, ou mesmo um espaço totalmente vazio (mas que tem a “possibilidade de ser preenchido”), não é o mesmo que o nada. De fato nada é o mesmo que o nada, o nada não é nem foi nem jamais será nada, desde que existe algo. Portanto nada suge do nada, tampouco a matéria.
      Quanto ao “tipo de matéria a formar o espírito”, seria uma matéria ainda não detectada, certamente mais fluida do que a que estamos habituados a ver (pois reflete luz). Algo mais próximo de um neutrino do que de um próton ou elétron… Esta teoria é chamada de “dualismo de propriedade” em filosofia da mente, e defende que existe uma substância única, porém ora podendo assumir propriedades físicas, ora podendo assumir propriedades mentais (do mesmo “tipo” que forma pensamentos, sensações subjetivas, etc.). Há grandes cientistas que são dualistas de propriedade, dentre eles Sir John Eccles, que foi Nobel de medicina (não quer dizer que Eccles acreditava na existência de espíritos da mesma forma que um espírita, por exemplo, crê).

  11. Me encontro em todos eles, se o divino é infinito, ele é de fato todos os conceitos do glossário, em uma dança universal.
    Menos agnóstico. Já a construção da palavra me dá calafrios. “Sem Gnose” ? Não, obrigado, prefiro ser ignorante mas sempre atrás da sabedoria e não negá-la em uma indecisão.
    @raph – Essa é uma forma de ver a coisa. Mas podemos considerar “a ausência de conhecimento” (definição melhor para agnose) como um combustível a mais para a nossa vontade eterna de ir em busca deste conhecimento que hoje nos falta… Kant afirmou que a questão da Criação não pode ser resolvida HOJE, mas deixou espaço para que “talvez um dia ela possa ser solucionada”, embora ele mesmo não acreditasse nisso, mas não poderia julgar o futuro.

    1. Conheço esta afirmação de Kant através das citações, mas ás vezes temo que esta concepção banalize e se transforme em um “fiado só amanhã”. Acredito que seja um derivado ou uma corruptela deste pensamento que impeça a ánalise da Astrologia e outras ciências ocultas. “Por que analisar a Astrologia se temos a Astronomia ?”
      Respondi no bloco errado, ma bad
      @raph – É, acredito que no caso da Astrologia e Astronomia, pesa mais o fato de uma ter sido eleita “ciência oficial” e a outra “pseudociência”, talvez porque aqueles membros da Academia a fazerem o julgamento o fizeram considerando a “astrologia de jornal”, e se esquecendo que a Astronomia veio da Astrologia. Nesse caso não é uma “agnose”, mas uma ignorância mesmo – “não sei e tenho certeza de que não preciso saber”.

  12. Muito interessante o post! Da pra ver que não há apenas algumas definições…devido a minha educação religiosa, cresci como Teísta, mas ouso dizer que estou caminhando devagar e sempre, para o Deísmo.

  13. Pelas definições estou num lugar entre agnóstico, teísta e deísta. Quanto mais leio mais minha visão se amplia e ainda estou longe de chegar a uma conclusão sobre Deus.
    @raph seus textos são excelentes, parabéns!
    @raph – Obrigado 🙂

  14. Não havia parado para pensar sobre deus e deuses dessa forma. Guiando-me pelas quatro colocações sobre cada ismo eu até tentei achar alguma coisa, mas nenhuma resposta foi plenamente satisfatória. Mas se tivesse de chuta seria uma mistura de panteismo e agnostico teista.

  15. Ateu.
    Mas para Deus sou uma fiel oposição rs
    Brincadeiras a parte, sou ateísta. A medida que a ciência avança não vejo lugar para a existência de Deus (como Ser, Criador, Todo Poderso ou qualquer atributo). Também acho que panteísmo é um ateísmo disfarçado, pois quem está em tudo, também não está em nada.
    Todas as teorias que já estudei sobre a existência de Deus são bem elaboradas e até bem racionais, mas pecam em um quesito: evidência empírica direta.
    E como o “KK” comentou em cima: eu realmente falei sobre a questão do ateísmo x materialismo alguma vez no Artigo 19. Materialismo é uma corrente paradigmática, entretanto não é o mesmo que ateísmo. Qualquer um pode ser ateísta (negar a existência dessa entidade Una) e ter qualquer outro tipo de crença mnetafísica: como espíritos, cristais ou seja lá o que for.
    O grande problema dos ateístas modernos é, em minha opinião, ter o ateísmo como causa, e não consequência. Uma coisa é você ser ateísta porque não encontra razões para acreditar em Deus, outra coisa é você não acreditar em Deus (acreditar no ateísmo), e depois partir para um malabarismo intelectual tentanto provar sua crença. Este segundo é tão fanático quanto qualquer religioso a moda antiga.
    O ateísmo é para mim uma consequência da minha forma de ver o mundo. Nunca escolhi o ateísmo a priori, como poderia ter escolhido qualquer outra religião, mas cheguei a ele.
    Ótimo texto, Raph
    Um abraço!
    @raph – Valeu Igor, Abs!

  16. Interessante sua percepção de ao invés de questionar aos participantes se existe deus, questionar qual a ideia que têm do conceito, afinal, não crer no Velho Barbudo não é necessariamente ateísmo. Particularmente, me acho mais panteísta, apesar de não gostar muito de rótulos. Sim, vejo um deus, em mim, em todos, nas árvores, no mar, no luar, mas cada uma dessas coisas são, para mim, como células de um corpo. O universo é deus? Não chegaria a essa conclusão, porque também creio em algo fora do tempo e do espaço, então, o universo é só mais uma parte desse todo, ou o multiverso, para alguns… Ainda vejo uma coisa muito sublime em um dos estudos de Hawkings: num buraco negro, o tempo não deveria existir. Será que só eu vejo a grandiosidade de descobrir que há um lugar sem tempo? Mas retornando ao assunto, usando a analogia das células, a maioria delas, apesar de terem se especificado, se individualizado, têm em seu DNA toda a informação genética do resto do corpo. E isso é o que impulsiona a busca para dentro… para uma célula pequena, conhecer todo o corpo é complicado, mas dentro dela, ela tem o design desse todo e poderia compreendê lo em si mesma… tá, estou longe de ser filósofo e claro…rs… ainda sou daqueles que pensam que sabem, sem saber por que sabem, só sabem por intuição, digamos assim. Mesmo em matemática e em física, durante meus estudos, sempre resolvi corretamente os problemas, sem saber explicar como resolvi e claro, errei algumas vezes… vai entender… talvez eu seja só mais um misticóde louco que pensa que as pedras sentem êxtase ao luar e que há um orgasmo quando átomos de hidrogênio e oxigênio se fundem para produzir água… só mais um misticóde que acha que há consciência fora do cérebro e que o universo tem seu grau dessa faculdade…. ou poderia só ser uma inconsciência, como inconscientemente fazemos nossa digestão e nosso coração bater? você foi em um dos pontos mais complicados do pensamento humano…rs… aquele ponto no qual nos perdemos no turbilhão de pensamentos e conceitos… e claro, como quase sempre ocorre, fui obscuro e não soube explicar o que penso…kkkkkkkk
    @raph – Bem Carlos, talvez a essência das experiências religiosas e contemplativas genuínas seja o fato de não conseguirmos transportá-las para a linguagem atual, de não conseguirmos resumi-las em cascas de sentimento, em meras palavras… Esta “divina intuição” que nos faz solucionar problemas sem que saibamos como, que nos faz entoar e admirar a poesia e as artes em geral, que nos “chama de volta a algum lugar”, é exatamente o que Espinosa via de divino no Cosmos, exatamente o que separa, talvez, o panteísmo de um agnosticismo ou ateísmo. Abs!

  17. O Neo-Ateísmo nasce na necessidade de tentar desestruturar as religiões e da crença em um criador (ou ser superior qualquer), partindo da ideia de que não precisaríamos destes para vivermos em harmonia. É mais um “método” ateísta do que propriamente um modo de ver a vida.
    Vejo muito neo-ateísta atacar os dogmas, a literalidade da bíblia, a hierarquia das igrejas, a improbidade financeira, e não é muito diferente do que vejo por aqui, partindo dos ocultistas…
    Como bem lembrado na observação, a ciência não é ideologia e muito menos doutrina, no entanto, ela está enraizada no que é propriamente aceito, mais materialista do que espiritualista. Ela atua no campo experimental. Cabe também lembrar que o papel da ciência é evolutivo, ou seja, cada teoria deve ser questionada, refutada, combatida, até que se encaixe verdadeiramente como aceita, e é isso que os próprios cientistas fazem (ou deveriam). Diferente do papel destes “ismos” que acreditam piamente e não aceitam refutações.
    @raph – Exato, e os espiritualistas também tem muito a aprender com a ciência genuína, o conhecimento “em construção”, que por essa mesma razão não tem como ser “revelado”. O Deísmo, para citar um exemplo, deve muito a essa concepção da ciência.

  18. Hmm.. pelo visto eu me encaixo bem em Agnóstico Teísta, mas também me encaixo mais ou menos no Panteísmo =S

  19. Explicação muito boa, mt elucidativa, me ajudou a entender melhor e discernir cada coisa em seu lugar. Eu me vejo em algo próximo do Panteísmo e Panenteísmo, mas não compreendo o Cosmos como sendo o próprio Deus, mas tudo aquilo que advém de seu poder.
    Achei mt interessante o que você disse ao Carlos sobre sobre o que separa o espinosismo do agnosticismo ou do ateísmo, e fiquei pensando: é uma linha ao mesmo tempo tênue mas significativa. Entender o sistema como algo vivo e não apenas sistemas motores aleatórios, pra mim, é o que faz toda a diferença. Olhos abertos no Cosmos advindos de uma consciência que antecede o pensamento. Abs!
    @raph – No Ev. de Tomé Jesus diz que o Reino já está a nossa volta, mas não o vemos… Acredito que não necessariamente a espiritualidade deva se basear em uma realidade diversa, totalmente transcendente. A transcendência pode ser também ela mesma uma “vir a ser”, uma evolução das potencialidades humanas, até que “tenhamos olhos para ver”… E, então, não deveria ser surpresa alguma se percebermos que o Éden já é aqui, já está em nossa volta. Sair da caverna (do mito de Platão) não necessariamente significa sair do mundo. Abs!

  20. Eu também me enquadro nos mesmos conceitos que o seu, Raph. Mas obóvio que me falta muuuuuito feijão com arroz pra chegar no teu nível! xD
    @raph – Olha Roberto, eu gosto muito de uma frase que Newton dizia: “cheguei onde cheguei por estar nos ombros de gigantes”… O conhecimento humano é uma construção compartilhada e refletida entre todos nós… A “reflexão” do título desta coluna (e do meu blog) deve ser compreendida também desta forma, uma reflexão interna e também externa, de “saberes” que vão e voltam, e quando voltam trazem um pouco mais de sabedoria. Abs 🙂

  21. Raph, e quanto aos ditos gnósticos, como eles se caracterizam? Por exemplo, vi essa definição aqui:
    http://cinegnose.blogspot.com/2011/12/voce-sabe-que-e-gnostico-quando.html
    @raph – O Gnosticismo, assim como o Cristianismo, ou o Budismo, ou o Zoroastrismo, ou o Jainismo, etc., não caberia na lista acima por se tratar se um conjunto de doutrinas filosóficas e religiosas, e não exatamente de apenas “um posicionamento filosófico ou religioso em relação a questão da Criação”… O link que passou é mais uma brincadeira, apesar de concordar que traz elementos mais profundos “nas entrelinhas”, mas o problema principal em te responder a pergunta é que existem vários tipos de correntes gnósticas, e vários tipos de gnósticos, cada qual com sua crença pessoal.
    Mas, eu posso falar por mim, que também sou gnóstico (mas minha religião é meu pensamento)… Eu entendo que o gnosticismo era o genuíno cristianismo primitivo (aquele que foi considerado “apócrifo” e então dizimado pela turma do Constantino). Talvez literalmente graças a Deus alguns escritos gnósticos sobreviveram enterrados em vasos nos desertos do Oriente Médio. Em Nag Hammadi foi encontrado o Ev. de Tomé, que para mim é de longe o mais profundo dos evangelhos da época de Cristo, e nele temos um belo versículo logo no início, o versículo #3:
    Jesus disse: Se aqueles que vos guiam vos disserem: vê, o Reino está no céu, então os pássaros vos precederão. Se vos disserem: ele está no mar, então os peixes vos precederão. Mas o reino está dentro de vós e está fora de vós. Se vos reconhecerdes, então sereis reconhecidos e sabereis que sois filhos do Pai Vivo. Mas se vos não reconhecerdes, então estareis na pobreza, sereis a pobreza.
    Com base nessa noção de que o Reino já se encontra a nossa volta, mas nem todos tem olhos para ver, considero um Panteísmo evidente. Porém, com base nas óbvias referências a um “Pai” feitas constantemente por Jesus ao longo dos versículos, considero também um Deísmo (pois Jesus ali não “revela” nada, apenas “aponta um caminho”)… Por isso sob esse ponto de vista o gnosticismo seria mais ou menos favorável ao Pandeísmo, ao Deísmo ou ao Panteísmo.
    Você pode ver o Ev. de Tomé no meu blog (transcrição completa):
    http://textosparareflexao.blogspot.com/2008/12/o-evangelho-de-tom-i.html
    Abs
    raph

    1. Legal, acho q saquei a diferença. Já li o evangelho de Tomé a muito tempo atrás, mas acho que é hora de ler e reler. Muito obrigado. abs!

  22. O termo “deus” deveria ser extinto pois só gera confusão. Somos apenas compostos pelos elementos da Tabela Periódica, os quais foram se formando desde o Big Bang, ou já existiam. Por que será que existem moléculas de Ferro numa rocha e o mesmo Ferro nas nossas hemáceas? Estudem a Evolução das Espécies. Leiam os ótimos livros do Biólogo Richard Dawkins e entenderão!
    @raph – Concordo… Leiam, mas leiam bastante… Por exemplo, leiam o suficiente para saber que Alfred Russel Wallace, co-criador da teoria da evolução das espécies, juntamente com Charles Darwin, era um espiritualista, e até o fim de seus dias procurou desenvolver a teoria para abarcar associações com os problemas do surgimento da vida, e da própria consciência… Ou leiam O Livro dos Espíritos de Kardec, que era cientista e recebeu uma bela resposta das médiuns adolescentes que pesquisava, a resposta da pergunta #82 que afirma que espíritos seriam incorpóreos, não imateriais – formados quem sabe por parte dos 96% de matéria e energia escura, que não interagem com fótons e jamais foram detectados em experimentos (percebemos seus efeitos apenas por fracas interações gravitacionais com “os 4% de matéria que refletem luz”)… Ou se preferirem se ater apenas ao Dawkins, leiam seu célebre O Gene Egoísta, e reflitam sobre o que diabos seriam os memes, estes “genes místicos” que tampouco foram detectados em experimentos… Abs.

    1. Tem um livro de um grande filósofo chamado Henri Bergson, chamado A Evolução Criadora, no qual mostra como conciliar adaptação e espírito. Ele parte do conceito de elã vital, um mesmo impulso que se desenrola, se divide, se multiplica e se desenvolve secretamente por trás das adaptações. Eu diria que é meio que um lamarquismo do espírito. Não contradiz em nada com a adaptação de Darwin, na verdade a complementa com meios em que ocorrem a adaptação. Esse impulso vital é como uma potência que vai se desenvolvendo a medida que as condições externas se tornam mais ou menos favoráveis.
      Tem um exemplo mt interessante que ele compara o desenvolvimento da olho/visão, com o uma mão penetrando um limanha de ferro. Quanto mais ela penetra mais o impressão da mão fica gravada na limanha, sendo a mão o impulso vital e a limanha a matéria. Basicamente o diferencia um olho mais simples como de um molusco e de uma águia e o quão longe o elã da visão conseguiu penetrar na matéria. É muito interessante e muito bonito também.
      Quanto aos memes, mais uma vez tem a ver o papel dessa tal consciência no processo que definitivamente esta longe de ser puramente mecânico.
      @raph – Exato, existe muito para ser estudado, e o fato de considerarmos teorias espiritualistas não significa sequer que sejamos teístas, muito menos que cremos num “deus papai noel barbudo x-man”, e tampouco em um “céu de ócio eterno para os bonzinhos”, como as vezes alguns céticos parecem entender.
      Sobre a questão da “evolução não física”, como qualquer característica que nasce conosco e que não pode ser explicada apenas pelos genes (como, por exemplo, o homossexualismo “de nascença”), persistem uma série de teorias, que nada mais são que teorias. No ramo estritamente científico a mais notável que já encontrei se encontra no livro “Evolução em 4 dimensões” (Cia. das Letras), de duas grandes biólogas (cujo livro é a grande obra até agora). Pendendo para o lado espiritual, temos os Memes de Dawkins, o Inconsciente Coletivo de Jung, inúmeras teorias da parapsicologia, o estudo de crianças que lembram vidas passadas (sobretudo os de Ian Stevenson), o espiritismo e as diversas doutrinas religiosas reencarnacionistas do Oriente. O ocultismo, enquanto ciência, nada mais seria do que um estudo o mais imparcial possível de todas essas teorias.

  23. “Melhor seria então apenas indagar: “O que é Deus para você?” – Assim faremos mais amigos que inimigos, ou pelo menos assim eu espero…”
    bem feliz essa sua colocação penso dessa mesma forma, é mais enriquecedor buscar semelhanças do que se excluir por diferenças.
    Eu me classificaria como deísta-panteita-agnóstico. Oscilando por eles dependendo do meu “estado de humor!” rsrs
    parabéns pelo texto!

  24. “céu de ócio eterno para os bonzinhos” kk
    seria uma boa um post sobre as religiões e seus entendimentos sobre “céu”, paraíso, ou o que for….
    @raph – É seria uma boa, mas acho que ficaria complexo definir a parte mística das religiões, como o Sufismo do Islã ou a Cabala do Judaísmo, etc. Definir somente as religiões de forma mais geral no entanto provavelmente seria bem mais simples 🙂

  25. Sou principalmente agnóstico, mas com um pendor para o panteísmo. Acho interessante a idéia de um deus que é o próprio universo, e também gosto da idéia de que ele não é “perfeito”, mas se aprimora a cada momento, assim como nós.
    Em parte porque não acredito em “perfeição” como algo real, apenas como um ideal a nos servir de farol.
    @raph – Ele também pode ser um relojoeiro tão perfeito que criou condições para que nos desenvolvamos por nós mesmos, sem necessidade de uma interferência arbitrária (que seria injusta, pois beneficiaria alguns em detrimento de beneficiar todos – ou pelo menos segundo nossa concepção humana de justiça). Nesse sentido que existe o Pandeísmo, que crê num Deus pessoal (não necessariamente um velho barbudo) que arquitetou um Cosmos onde a perfeição está exatamente no “vir a ser”, ou seja: é uma perfeição que se elabora na imperfeição, pois se fossemos criados perfeitos seríamos robôs, ou fantoches… Ainda assim podemos nos dizer agnósticos em relação a tal perfeição, ou as propriedades exatas ou mesmo periféricas de tal Deus… O importante é compreender todos esses termos e conceitos, pois nos auxiliam a elaborar melhor nossa própria crença ou descrença 🙂

    1. Gosto muito dessa idéia do “deus relojoeiro” que criou um sistema tão perfeito que, uma vez dado o impulso inicial, consegue funcionar sozinho, para todo sempre independente até do próprio relojoeiro.
      Quanto à aparente “imperfeição” do sistema, eu penso que um sistema onde todas as partes são individualmente perfeitas não geraria oportunidades de trabalho ou de escolha, e não creio que tal sistema seria “à imagem e semelhança” de un relojoeiro trabalhador, curioso e Consciente.

  26. O que me parece interessante nestas definições, pela forma como você escreveu, é o fato de que uma pessoa que nunca parou para pensar nisso antes vai tentar se classificar e ao tentar se classificar vai descobrir que existem muitas semelhanças entre elas, que pode levá-las a refletir um pouco mais sobre a própria posição.
    Eu estou entre o deísmo e o teísmo na maioria das vezes, mas acho que todos os posicionamentos têm uma razão de ser, na medida certa.
    Obrigada pelo texto.
    @raph – É geralmente mais pela ignorância da crença alheia, do “outro”, que as pessoas se digladiam. Pois se todos se conhecessem mais intimamente, no mínimo respeitariam mais as diferenças, ou pelo menos o direito do “outro” de pensar diferente. Claro que estou falando de religiosos, que teoricamente deveriam buscar o amor acima de tudo… Ou de humanistas, que deveriam buscar no mínimo um entendimento mútuo… Infelizmente há muitos que se dizem religiosos, ou humanistas, e passam longe de ser 🙁

  27. Já que se passaram alguns dias, achei que era uma boa hora para fazer uma contagem dos teísmos e ateísmos citados nos comentários até aqui:
    Teísmo – 5 (citado 5 vezes)
    (Henoteísmo) – 1
    Deísmo – 12
    Panteísmo – 13
    (Panenteísmo) – 4
    (Pandeísmo) – 3
    Agnosticismo – 8
    (Agnosticismo teísta) – 3
    Ateísmo – 2*
    (Antiteísmo) – 1

    (*)Um comentário acima defendia a leitura de Dawkins, embora não tenha citado explicitamente que era ateu, considerei como um.
    Abs
    raph

  28. Excelente texto. Já havia lido um estudo a respeito e tudo indica que eu estou localizado em uma posição interessante do deísmo. E mais interessante a visão do atual antiteísmo. O interessante dos antiteístas é que eles se especializam em desacreditar, a partir de qualquer evidência possível, a religião predominante do local – no caso do Brasil, o cristianismo.
    Caí nesse blog por causa de uma piada e dei de cara com MUITA coisa interessante.
    Vou continuar fuçando!
    @raph – Que bom, seja bem vindo. Que seja uma piada divina, afinal 🙂

  29. Eu costumava ir em Igrejas Evangélicas quando era criança, embora tenha sido batizada na Igreja Católica. Quando cresci começei a ver a hipocrisia e resolvi me afastar dos dogmas e da alienação.
    O interessante é que eu sempre ficava confusa quando me perguntavam a minha religião, sempre achei o ateísmo uma palavra muito forte para a minha concepção de Deus. Sobre o agnosticismo eu não tinha muito conhecimento sobre, portanto acabava por dizer que eu acreditava em Deus, mas não seguia nenhuma religião.
    Respondendo à pergunta acho que me enquadro no deísmo/pandeísmo.
    Não consigo imagimar tudo como sendo apenas mero acaso, átomos se ligando aleatoreamente. Para mim faz mais sentido que haja uma força que governe as leis do universo. Algums à chamam de deus, outros de alá, amon-ha, deus-sol, urano, enfim…

  30. Eu me identifico com as crenças panteistas mas uma coisa que nao concordo com o panteismo é quando se diz que tudo é deus e deus é tudo, jamais o mal pode fazer parte de Deus porque o mal é falho, quao perfeito é o mundo natural e tudo o que constitui o universo seria um absurdo pensar que o mal esta em Deus. Somente o dia em que o homem voltar a ser natural e valorizar sua essencia como filho de Deus ele ira voltar a fazer parte dele pois não se pode negar a si mesmo, se fazemos o mal o mal refletira em nós o mesmo acontece com o bem, me identifico com a filosofia índigena de pensar que acredito serem seres panteistas amam e respeitam o mundo natural como sua morada, vejam como sao felizes em seu ambiente quando nao inteferidos pelo homem branco.. a religiao dos na’vi do filme avatar claro ficçao mas é compativel com a minha forma de pensar ecologicamente profundo e o espiritualismo ecologico deles nao de chegar ao ponto de eu adorar uma arvore ou todos os seres viventes mas acredito que o respeito e a totalidade das coisas é a fonte. Sou cristão com um pé no panteismo eu acredito em Deus como o centro de todas as coisas e que ele vive separado de sua criação como diz em genesis, fica claro que apenas simpatizo com tal crenca ismo”.

  31. Raph,
    Desculpe pela demora em comentar, só fui ver este artigo hoje(05/12/2012), excelente por sinal, mas como ainda sei ao certo onde me classifico…vou colocar o que sinto, OK ?
    Também não sei até que ponto é válido ser rotulado em uma categoria e se isso na verdade, no final das contas tem alguma importância, mas vamos lá….
    Acredito que todos somos parte de um todo, todos interligados, como se fossemos parte de um grande organismo vivo, como se eu e você fossemos células deste todo. Células que ainda não estão oniscientes de que fazem parte deste todo. Células que estão em permanente processo de evolução, acredito na evolução permanente de tudo, do que é VIVO e do que não é VIVO. Vejo o tempo como não linear, vejo-me dentro de uma ilha chamada terra, mergulhada na vastidão do oceano cósmico. Vejo-me como um fragmento estrelar evoluindo em direção ao me tornar um universo e depois uma coleção de universos e depois e depois e depois.. Vejo-me como criador e criatura, como ser e como não ser, como inicio e fim, como uma criança mergulhada no barro, sentindo cada gota de água secando ao sol.
    Sinto que a evolução permanente é uma lei e a pergunta que fica é quem é a lei ? e se a lei é apenas um processo estabelecido automático e auto-regulador que existe independentemente da minha ciência ou não dele ? ele apenas o é !
    Na verdade essa parte final que agora vou dizer pode ser meio new age mas…o que sinto é que na verdade o que importa é o amor !, por mais ateus/agnósticos/deítas/politeistas/teistas ou que seja, apenas no amor é que esboçamos uma compreensão da plenitude do todo, esboçamos digo eu.
    Exemplifico isso apenas convidando a qualquer um, quem quer que seja, de qualquer categoria, isso não importa, a praticar um ato de amor. O que se sente neste momento ? Na minha opinião e experiência pessoal: O todo !
    Novamente parabéns pelo artigo.
    Um fraterno abraço,
    Leandro.

  32. Bom não ter que me incluir em uma única categoria.
    Não acredito em intervenções sobrenaturais como os teístas acreditam, mas vejo a fé como um sentimento importante.
    Seria a fé uma forma que, juntamente com a intuição, de se conectar à vontade do Cosmos?

  33. Eu me enquadro no panteísmo. Mas acho que o panteísmo sem o animismo não faz muito sentido. Acho que a crença de que tudo possui uma “alma” ou “espírito” é fundamental para a ideia de universo sagrado.
    De qualquer forma, quando a pessoa não se enquadra na dicotomia ateísmo/teísmo, é sempre bastante difícil explicar a própria crença para a maior parte das pessoas. Quando eu digo que não acredito em nenhum deus pessoal, já pensam que sou ateu. Quando explico que não, ficam confusos.
    Parabéns pelo site.

  34. Não gosto de denominações, mas com certeza na atualidade, apesar do meu modo “Metaforfose Ambulante Raulzista” de ser, eu me considero Panteísta… Pelo simples fato de achar tanto absurdo o raciocínio Religioso como o Ateu de ver o Universo…

  35. Me considero agnóstico, porém com tendências ao agnosticismo teísta, por que mesmo acreditando que não existem evidências científicas claras que comprovem a existência de um Criador, acabo por considerá-lo, por intuição.

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