Por Frater Taliesin, DF
Na primeira monografia de Atrium do Arcanum Arcanorum é passado um exercício que venho realizando já há algum tempo e cada vez mais se mostra importante para a minha vida. Este exercício é lá chamado de “Obituário”. Abro este tópico para discutirmos a forma como deve ser feito e a utilidade deste exercício.
Primeiramente cumpre ressaltar que o exercício é feito como se um amigo seu estivesse contando a uma 3ª pessoa como foi a sua vida em poucas palavras. Não é você descrevendo o que fez, é outra pessoa dizendo o que conseguiu perceber de importante de sua existência.
Essa ideia de ser outra pessoa contando sobre nossa vida é essencial já que irá refletir aquilo que você quis deixar de legado para os outros e não as transformações internas que você teve. Ou seja, o que importa não são as transformações internas ou reformas íntimas que você teve durante a sua vida, mas sim o que isto marcou nas atitudes que você tomou e que os outros perceberam.
A ideia é supor que você se realizou durante a vida, que realizou os seus sonhos e ambições mais altos, e que a sua vida adquiriu um formato, que é aquele que você desejaria realmente transmitir a outras pessoas, ou seja, o exemplo que você quer passar.
Outra observação importante é a necessidade de que este relato seja em poucas palavras, já que o que se deseja é descobrirmos as características que REALMENTE são importantes e queremos deixar de legado desta vida. Um obituário muito grande nos levaria a ficar divagando sobre atributos que não são os mais importantes e essenciais para a gente.
A sinceridade neste exercício é essencial, se você quiser ser um mega milionário, mais rico que o Eike Batista, escreva isto. Não tenha vergonha dos seus desejos, não deixe que o politicamente correto e que a opinião pública limitem seus sonhos. Se você quiser ser um monge trapista ou um eremita, escreva isto. Neste exercício, a princípio, nem a realidade objetiva que se apresenta deve ser limite para você escrever o que você deseja ser. Como diria José de Ortega y Gasset: “Gênio é aquele que inventa a sua própria profissão”. Então não se prenda a realidade existente, se o que você quer fazer não exista, invente.
Exemplo: Eu quero ser médico. Porém já tenho 30 anos, 3 filhos, trabalho como contador em uma empresa e “sei” que nesta altura da minha vida ser médico é algo “impossível”. Se for isso que você acha que deveria deixar de legado – ser médico ou cuidar da saúde dos outros – escreva. Neste primeiro momento este exercício é para nos conhecermos, sabermos o que nos desperta interesse e o que, sendo confrontado com a inevitabilidade da morte, nos é importante de ter feito e deixado de exemplo para os outros, de história de vida que gostaríamos que fosse percebida pelos outros.
É de suma importância a SINCERIDADE neste exercício. Sejamos sinceros. Agora, a sinceridade não é algo simples que em um primeiro momento conseguiremos transpor para o papel com facilidade. A sinceridade é uma busca constante e este exercício do Obituário deve ser feito diversas vezes buscando sempre ser cada vez mais sincero consigo mesmo.
“A sinceridade é a esfera subjetiva da verdade!”
Outro ponto importante é a repetição deste exercício. Ele deve ser refeito de tempos em tempos, para podermos aprimorar nossa sinceridade e também porque nossos objetivos e valores tendem a se refinar com o decorrer do tempo. O cara lá que escreveu que queria ser médico no primeiro obituário pode descobrir que a Verdadeira Vontade dele não é de ser médico, mas de divulgar hábitos saudáveis para os outros (pode ser um jornalista na área da saúde), ou então de auxiliar os outros a terem saúde (pode ser um professor de educação física), ou então de cuidar da sua própria saúde com mais afinco, etc.
E a utilidade deste exercício qual é?
– Auxiliar através da pratica da sinceridade pessoal a descoberta de Verdadeira Vontade, da sua vocação, do que você gosta e quer deixar de legado quando a morte chegar, quando sua forma, que até a morte pode sempre mudar, torna-se definitiva e imutável. (Você pode até acreditar em reencarnação ou o que for, mas aquela sua vida como aquele ser humano de carne e osso tornou-se definitiva. A não ser que o Machado de Assis ressuscite e escreva um novo livro, aqueles livros escritos por ele, tomaram a forma da “obra de Machado de Assis” e esta obra após a sua morte esta completa e acaba, imutável e definitiva).
– Utilizar deste exercício como base de confronto para o que você faz, quem deve julgar suas ações é o quanto suas ações te aproximam ou te afastam do descrito no seu exercício do obituário. Se a gente não sabe o que quer deixamos para os outros escolherem o que fazemos. Deixamos os outros julgarem nossas atitudes segundo o que eles acham que devemos ter feito ou segundo o padrão repetido em sociedade. Se não temos uma ideia do que queremos deixar de legado nesta vida não somos aptos a julgarmos a nós mesmo, e utilizamos critérios externos para pautar nossas ações. Vivemos na famosa “correnteza leva mané”, onde seguimos o fluxo da maré de opinião pública e do politicamente correto.
Beleza, fiz o exercício, já tenho uma ideia do que eu gostaria de deixar de legado, mas a realidade que se apresenta para mim não facilita a consecução do meu “obituário”. O que fazer?
Após ter feito o exercício do obituário vem a segunda parte da equação:
[O que eu quero ser] + [a realidade que se apresenta] = O que eu sou!
Muito provavelmente você não irá conseguir ser exatamente o que você descreveu no “obituário”, já que existe outro fator que deve ser levado em conta e este outro fator não depende de nós, é a Realidade que nos é apresentada.
Aquela história de “Quando você quer alguma coisa, todo o universo conspira para que você realize o seu desejo.” é balela…
A realidade é neutra, ela é a mesma para todo mundo, por isso nem ajuda e nem atrapalha seus objetivos, ele simplesmente é! O que acontece é que quando a gente sabe o que quer nós conseguimos observar as oportunidades que aparecem para nos auxiliar a cumprir nossos objetivos, bem como ficam mais claras as dificuldades que temos, e assim facilita a busca por soluções e a consequente integração daquela circunstancia desfavorável ao nosso projeto.
Temos dois elementos, um unificante que é o seu ideal, o seu necrológio, o que você quer; e temos um elemento que é em parte favorável e em parte desfavorável a realização de nosso ideal, qual seja a realidade que quase sempre não conspira a nosso favor já que ela é a mesma para todos, sendo neutra quanto aos nossos sonhos.
O elemento unificante que é o que dá sentido a nossa vida, está em constante tensão com o elemento dispersante, sempre tentando trazer um significado a realidade aparentemente desordenada da nossa existência. Devemos estar sempre atentos a este elemento unificante pois mesmo quando nos deparamos com diversos elementos desfavoráveis devemos nos esforçar para integra-los ao elemento unificante.
Com frequência o que antes parecia como um elemento desfavorável/dispersante, mais a frente conseguimos integra-los e unificar com nosso ideal.
Existem vários exemplos onde a realidade que aparentemente era totalmente dispersante e sem sentido, passa, no futuro, a ser unida e coerente através da junção dele com o ideal unificante.
O próprio Steve Jobs naquele vídeo famoso onde ele conta um pouco da história da vida dele em uma formatura ele descreve como um curso de grafia que aparentemente não lhe serviria para nada, no futuro o serviu para criar as fontes do sistema operacional que ele estava desenvolvendo (coisa assim).
Tantos outros que viveram na miséria e depois dali retiraram inspiração para suas obras de arte, ou que sofreram acidentes que lhe tolheram determinadas funções do corpo e se realizaram como esportistas paraolímpicos, ou palestrantes justamente sobre como nos adaptamos e podemos nos realizar independente da realidade que nos é apresentada. Vocês com certeza conhecem exemplos de pessoas que integraram a realidade dispersante ao seu fator unificante, que transformaram elementos desfavoráveis em elementos favoráveis para a consecução do seu sonho.
Outro dia encontrei um amigo meu que desde pequeno fazia Judô e gostava muito de artes marciais. Muito provavelmente se ele fizesse o exercício do obituário ele colocaria que seria um Judoca olímpico e tal. Mas a realidade que se apresentou a ele não era favorável a isso. Ele não treinou o tanto necessário para ser um judoca olímpico, teve que estudar, fazer faculdade, se preocupar em ganhar dinheiro com outras coisa, etc. Acabou que arrumou um trabalho em um Tribunal. Aparentemente a realidade dele era totalmente desfavorável a realização do seu intento. Mas depois de um tempo trabalhando no tribunal, descobriram que ele era faixa preta de judô e que conhecia técnicas de defesa pessoal e começaram a abrir um espaço para ele ensinar essas técnicas aos juízes, promotores, etc. Hoje ele ganha vida ministrando esses tipos de cursos. Não virou um judoca olímpico, mas conseguiu manter as artes marciais em sua vida mesmo parecendo que ela tinha ido para outro lado.
Esse é só um de tantos os casos onde a realidade que aparentemente nada tinha a ver com o ideal da pessoa, tempos depois passou a ter um sentido unificante. Então tenhamos calma e fiquemos atentos, mesmo que nossa realidade não pareça auxiliar no cumprimento de nosso ideal devemos buscar sempre manter a unidade de intenção, integrando os elementos desfavoráveis ao nosso ideal, com negociações entre a realidade e o nosso ideal.
Me alonguei bastante, mas espero ter conseguido transmitir a importância que esse exercício pode ter em nossas vidas. Muito provavelmente o objetivo do MDD ao nos passar esse exercício seja a descoberta da nossa Verdadeira Vontade, sendo ele mais um elemento, junto com nosso mapa astral, nossas vocações, dentre outros, para este desígnio. Busquemos então sermos os mais sinceros que conseguirmos e termos a maior seriedade possível na feitura do exercício, afinal fazemos ele como um obituário para termos a ideia da seriedade que a morte traz para nossas vidas.
Assim Seja!
Respostas de 31
Sabia! Sabia que eu estava fazendo algo de errado… kkkkkkkkkk. Poxa Marcelo, obrigado por esse post… Estava “travado” nesse exercício. Agora vou começar a elaborar ele da forma correta. Achei bem interessante, pois isso explica o famoso dito popular “O mundo dá voltas”. Pode ser em forma de narrativa, tipo um amigo meu contando “informalmente” um resumo da minha vida, Certo? Obrigado! Espero ainda essa madrugada te enviar. Obrigado Paz Profunda pra você e todos os amigos e irmãos!
Fazia muito tempo que não lia alguém citar Ortega y Gasset. Filósofo genial, praticamente desconhecido fora do círculo de quem estuda Filosofia.
Em relação ao obituário, logo que encaminhei na primeira monografia, fiquei com a sensação de que algo já havia mudado. A cada vez que você reflete e ESCREVE, é como se fosse um pouco mais fundo dentro de si mesmo. Um exercício para ser feito periodicamente, com certeza.
@MDD – esse exercício é para ser refeito de tempos em tempos… não se preocupe…
Ainda bem que tive a oportunidade de ler isso antes de fazer o meu 1° obituário
Excelente texto, vai ser de grande ajuda
Bem esclarecedor, vou refazer meu Obituário assim que possível.
Bom, acho que não tem problema se eu refizer meu obituário só como exercício pra mim. O que eu li aqui foi bem esclarecedor sobre algumas dúvidas que eu tinha quando escrevi o meu. =)
@MDD – Voce pode (e deve) refazer seu Obituario de tempos em tempos…
Este post não somente é uma maravilhosa dica para a realização do Obituário, como também é, na minha concepção, um verdadeiro incentivo à busca pessoal e como proceder com as dificuldades. Uma verdadeira aula de como se portar perante os sonhos e às pedras que aparecem no caminho, mostrando a maneira adequada, a cada um, à sua própria maneira, de como sobreviver e vencer suas limitações. Sou agradecido por ter tido a oportunidade de ler este texto. Um grande abraço!
… E pedimos licença, FT, DD e Gabriel,
Para expressar o quanto esse post e o comentário são muito, muito úteis.
O post em si é uma aula… Super didático até para os que ainda não começaram.
Que esse post aqui inspire muitos a iniciar a Caminhada.
E o comentário do Gabriel… Manifestando Gratidão pela oportunidade de ler o texto… Nossa, isso foi… Incrível. Inspirador. Contagiante.
Vou continuar o trabalho aqui muito inspirada pelo post do FT e pelo comentário do Gabriel. É… Senhores, muito obrigada mesmo.
Gostei muito do texto, não achei que se alongou, foi necessário… O exemplo de seu amigo judoca é o mais comum para aqueles que estão descobrindo a verdadeira vontade (pelo menos no meu atual grau de entendimento)… Concordo com você sobre o mapa astral ser uma ferramenta importante para auxiliar neste aspecto, e assim como o obituário deve ser lido e re-interpretado a cada fase da vida (o mais engraçado é que quanto mais maduro ficamos mais aproximado ele fica)….
Parabéns pelo texto e acredito quer será de grande auxílio para aqueles que buscam (também no obituário) uma forma de representar a sua verdadeira vontade…
Valeu mesmo, estava travado ainda
Obrigado pelo texto! Esclarecedor e de grande valia. Se apresenta sincero e objetivo, como sugere que o exercicio deve ser realizado. Me intriga o processo formador da realidade, como algo grandioso e complexo quando assimilidado se torna simples. Tenho refletido bastante sobre as manifestações do eu e do todo e suas relações. quando digo“todo“ aqui me refiro a humanidade e sua realidade compartilhada. este texto me fez repensar meus projetos e esclareceu minhas possibilades. Obrigado!
Muito bom Frater. Muitos de nós ainda estão no dilema de já ter uma idéia de VV, mas viver numa realidade ”diferente” (trabalho, estudos/formação, relacionamentos), aparentemente sem nexo com o que queremos fazer. E, se tudo o que desejássemos instintivamente fosse facilmente cumprido da noite para o dia, aproveitaríamos pouco da jornada e não conseguiríamos refletir sobre todo o pacote de uma forma produtiva. Acabaríamos andando em círculos, e por consequência entrando numa depressão profunda.
O Obituário, o Mapa e reflexões rotineiras (e textos como esse), nos lembram de clichês que ouvimos de baldada desde pequenos, e muitos não entendem o que significam e em que situações podem ser aplicados, sem que uma oportunidade real se apresente:
– não desistir dos seus ”sonhos” e vontades interiores, por mais simples que sejam, mesmo que tudo conspire contra isso;
– ter paciência e ponderar tudo com cuidado. Meditação e momentos de pausa frequentes são importantes.
A longevidade e continuidade dos exercícios, como você disse, é também muito importante. Hoje, no último dia da contagem e meditação do Omer, não é o ”último” dia. Eu penso no Omer e nos aspectos e meditações, e nas virtudes que nos ajudam a redescobrir e refinar, desde que conheci o exercício, lá nos tempos do Sedentário, não só nos 49 dias, mas constantemente, várias vezes por ano e por mês!
Desculpe o prolongamento. Abraços à todos e obrigado.
É complicado, ainda. Na minha visão eu teremos que escrever coisas que ficaram bem claras para os outros, para os olhos dos outros. E se eu tiver realizado grandes feitos, seja na caridade ou qualquer coisa, e os tenha guardado para mim? Vamos supor – sendo bem altruísta e ingênuo – ganhei na mega sena e sem que ninguém saiba doei todo o valor para um orfanato e anônimo ainda? Ai mantive esse segredo por anos e no dia do meu enterro, ninguém soube que os milhões que cairam na conta deste orfanato foram da minha doação. Mas ai – digitando agora pensei – chega o gerente da minha conta e diz o q aconteceu? Mesmo sabendo que eu queria q fosse guardado em segredo? Ficou complicado essa parte de descrever até que ponto minhas atitudes e realizações ficaram aparentes para os que estão ao meu redor.
O objetivo é já preparar o subconsciente para ver as ações como prontas para aí sim facilitar a aplicação da vontade e foco conscientes na realidade objetiva?
Já entendi que o exercício funciona para descobrir e expressar a Verdadeira Vontade.
Duvida boba, mas que, me atrapalha na realização do Obituário.
1 – O texto deve conter o que somos? Sendo-o direcionado a uma terceira pessoa, então ficará assim!
“Fulano foi uma pessoas muito alegre… trabalhou desde cedo com…foi uma pessoa educada…esteve sempre com disposição para ajudar os outros…”
ou,
2 – O que gostaríamos de Ser?
Exemplo: Eu quero ser médico. Porém já tenho 30 anos, 3 filhos, trabalho como contador em uma empresa e “sei” que nesta altura da minha vida ser médico é algo “impossível”.
Porque agora me questiono bastante na seguinte questão:
Uma coisa é você descobrir sua verdadeira vontade, outro coisa e de ter descoberto, e então expressa-la ao ponto de outra pessoa argumentar sobre sua encarnação (feitos, sonhos, conquistas, realizações).
@MDD – O obituário é uma visão do “ideal”, sem limites do mundo real. a partir dele, serão feitas reflexões sobre como podemos transformar o ideal em real, adequando nossa Verdadeira Vontade ao mundo em nosso redor.
Estou com um problema.
Achei que teria problema com os exercícios de concentração e visualização, mas eles estão cada vez mais faceis, porém o obituário está muito dificil…
Parei um instante em silêncio e pensei bastante na minha vida. Comecei o obituário e já estava bem adiantado. O problema é que não consigo ter resolução na escolha, já apaguei e escrevi muitas coisas diferentes, acho que ja fiz o equivalente a 3 obituarios… hehe
Faz pouco tempo que minha vida mudou radicalmente por “forças maiores” e agora não to conseguindo ter um ‘Sonho’. Não é que eu não tenha desejos ou espectativas para meu futuro, eu tenho, e estou buscando eles, porém não tenho Certeza se realmente quero esses sonhos, está tudo muito vago no momento.
Não teria razão eu escrever um personagem apenas, cheio de fantasias, mas que eu não consigo me identificar totalmente, não é?
E agora, o que eu faço? :S
@MDD – Escreve como esta agora… o exercicio do Obituário é refeito de tempos em tempos…
É uma oportunidade solene de transmitir a afirmação do destino e traduzi-la em imagens, sentimentos, emoções, que levem enfim à vibração, essa atemporal, que vibra em passado, presente e futuro, se manifestar na sua vida como um golpe, como um facho de luz certeiro. O semblante de quem vive é sempre efêmero e denso. O sutil está nos outros, que são apenas pensamentos que fazemos dos outros, e no que desconhecemos de nós mesmos. Está no ar que respiramos e não entendemos, e nas espirais do DNA. Impressões da natureza que não são destruídas com facilidade. As cenas de nossa morte sempre serão as cenas de nossa vida. O cenário é o que queremos ocupar e o que ocupamos. No fundo é a mesma coisa quando se trata da Verdadeira Vontade. E se você puder juntar a ela virtudes como a Prudência e a Justiça, a Temperança e a Fé, talvez você possa ter o Amor necessário para cumprir a Lei.
Submeterei o obituário com a devida sabedoria de quem quer construir o seu destino, pedra por pedra, e polindo as pedras para ter mais trabalho e mais certeza do encaixe. Eis o Artífice.
3 abraços,
Leo
“A sinceridade neste exercício é essencial, se você quiser ser um mega milionário, mais rico que o Eike Batista, escreva isto. Não tenha vergonha dos seus desejos, não deixe que o politicamente correto e que a opinião pública limitem seus sonhos. Se você quiser ser um monge trapista ou um eremita, escreva isto. Neste exercício, a princípio, nem a realidade objetiva que se apresenta deve ser limite para você escrever o que você deseja ser.”
Eu estou com vergonha de escrever algo assim… Sei lá. Já sou meio tímido, imagina então contar algo tão íntimo como os sonhos e desejo da minha vida!
Mas é preciso..
Tio Debbio, quantas pessoas vão ter acesso ao relatório que eu lhe enviar?
@MDD – apenas e tão-somente eu. É uma das responsabilidades de Magister Templi.
Uma dúvida:
O texto é para ser feito no formato de REDAÇÃO com poucas linhas e dentro dos parâmetros já entendidos de terceira pessoa???
Ou então é para escrever em pequenas FRASES em terceira pessoa? tipo 2.000 a 3.000 pequenas frases?
@MDD – Naoooo… pelamordosdeuses, ai voce nao termina nunca rsrsrsrs… sao 2000-3000 caracteres (letras) é como o word faz para contar palavras. Dá um texto de meia pagina, uma pagina de papel.
Fiquei em dúvida neste ponto….. Se faço uma redação ou se fico citando pequenas frases. O restante todo do Obituário eu já entendi bem.
Valew MDD, obrigadão!!! agradeço desde já pela resposta!
Desculpa, mas talvez nem assim eu tenha entendido direito…Inicialmente é orientado a se escrever como uma terceira pessoa dizendo suas realizações e o que você queria deixar de legado à humanidade. Depois pede para falar sobre o que vopcê gostaria de deixar de legado…mas se é uma terceira pessoa como ela saberia de seus desejos? É para escrever como se fosse uma pessoa onisciente? Um narrador em terceira pessoa? Obrigado.
@MDD – É para escrever como se voce ja tivesse realizado seus desejos e o que as pessoas ao redor veriam do que voce realizou.
Eu posso começar falando sobre por exemplo, minha vida como está agora e o que se passou, qualidades e defeitos atuais e antigos e logo depois começar a falar de meus desejos e futuros sonhos e mudanças que apresentei ter feito em minha essencia?
@MDD – So se for em terceira pessoa, como se um amigo seu estivesse contando a sua vida para um desconhecido.
Nunca havia lido uma explicação tão detalhada sobre a Verdadeira Vontade, obrigado
Marcelo pela postagem,vem num momento de muita turbulência na minha vida. A crise dos 40 batendo na porta.Grato por ser esse farol em meio ao mar revolto…
Olá Marcelo!,
Estou realmente atento a qualidade do teu desenvolvimento e percepção. Com relação a matéria que propõe uma realidade dispersante e unificante eu teria a dizer que tens absoluta razão. Entretanto, adentramos aqui, na linha mestra de toda a magia que permeia todas as realidades. O mais avançado computador somente executa as quatro operações. O bem, assim como o mal se consumiriam por sua própria natureza não fosse um o oposto do outro. A escuridão ou a claridade repartem sua existência entre si e assim por diante. O universo é dispersante na medida exata em que é unificante. Essa passagem que nos ofereces com grande sabedoria, me faz pensar sobre o que de forma costumeira encontramos em livros de ocultismo e magia onde são apregoadas determinadas regras para isso e aquilo. Evidente e necessárias são as regras e disciplina. Pretendo me referir a questão das conspirações do universo. Realmente o universo não conspira, mas certamente que o universo nos bombardeia diuturnamente com uma infinidade de injunções que caracterizam o que chamaríamos de ato mágico. Portanto eu diria que uma pulga pode sim, pular na perna de um elefante com intenções de sequestro, dependerá muito da pulga conhecer as ferramentas do ato magico frente a uma realidade adversa. O universo do qual somos parte é uma maravilha. Maravilha é o segredo de Deus que encerra Seus segredos. Obrigado por tudo. Abraço.
Já enviei o relatório, porém no segundo seguinte já estava com vontade de refazer inteiro, não só a parte do obituário, mas em relação a este, tive a impressão de que sonhei muito baixo.
Entendi que devo refazer o obituário de tempos em tempos e primeiramente escolhi refazer sempre na data do meu aniversário. Quanto a essa decisão, existe alguma restrição? Uma vez por ano é pouco? Ou devo fazer sempre que estiver com essa sensação de que não sou mais o mesmo?
@MDD – Pode refazer e reenviar quando quiser, sem problema nenhum.
Meu Irmão Marcelo, o que é esse relatório que tenho que mandar juntamente com o
questionário, e o obituário…. poderia me esclarecer a esse respeito.
Agradeço a atenção, BOA NOITE.
@MDD – Relatorios dos resultados dos exercicios práticos propostos na monografia.
Censurou meu comentário?
@MDD – Este é o unico comentario com o seu IP/email que tem nos registros. Manda de novo, as vezes se o comentario tem links, ele acaba caindo nos spams
MDD,
estou grávida e gostaria de saber se tem alguma restrição qnto a gestação. Pode ser uma pergunta boba mas não poderia deixar de lhe perguntar isso.
@MDD – Nao. nenhuma. Pode ficar tranquila. Voce pode, inclusive, aproveitar os exercicios da vela e de visualização para conversar com o bebe.
Sr Marcelo:
O exercicio do obituário usa o mesmo método do exercicio do necrologio do filosofo Olavo de Carvalho., O sr o conhece?
Grande abraço.
@MDD – Sim, conheço. Tem o mesmo exercício na Opus Dei, na câmara de Reflexões da Maçonaria, em algumas câmaras de iniciação na Rosa cruz, nos exercícios de preparação da Golden Dawn. Escrever sobre a própria morte é um exercício bastante antigo, remonta dos rosacruzes do século XVII 🙂
Olá, MDD. Enquanto fazia o Obituário, comecei a chorar bastante, principalmente após escrever um trecho em específico. E toda vez que lembro dele, se me concentrar, volto a ficar com vontade, o que é estranho, já que não tenho esse hábito. Tem algo a ver com o Anahata? (faço o exercício dos chakras apenas duas vezes por semana, e nem sempre) Há algum motivo em específico?
Em tempo: não seria interessante pedir também que fosse feito um relatório sobre a confecção do Obituário?
Abraços.
Marcelo, você cita acima que o Obituário dá meia página do Word. Mas como assim!? É muito pouco!
Estou escrevendo o meu no mesmo esquema de um livro mesmo. Com diálogo, etc., e assim deve ficar entre três a cinco páginas do Word. Há algum problema?
@MDD – Absolutamente nenhum problema. Tem de ficar do jeito que voce se sentir melhor.
Quando leio este texto, lembro-me do velho e bom Olavo de Carvalho. Esse Professor mudou a direção de minha vida e por ele tenho profunda gratidão. Abriu minha alma para um monte de obscuridades que está nela ao mesmo tempo para a esperança de um dia estar consciente da profundidade luminosa de meu próprio Ser . Sem sinceridade, nunca se descobrirá a Verdadeira Vontade. A Filosofia para mim torna-se um caminho de ascese espiritual e faço da Magick um método para me transformar cada dia mais transparente para mim mesmo.
Fiz tudo errado! rsrsrs Muito bom. Obrigado!