Simbolismo Animal II


É importante ademais destacar que quase todas as divindades zodiacais, não importa de que tradição, estão representadas com formas de animais, e recordaremos novamente que a palavra Zodíaco não quer dizer senão “roda dos animais”, ou “roda da vida”, o que está obviamente unido à idéia de movimento e de geração surgida do Ser universal, ou melhor, de sua energia criadora, que permanentemente se recria a si mesma, neste caso através das indefinidas formas animais. Isto concorda perfeitamente com a idéia, muito difundida entre as civilizações pré-colombianas de que o Cosmo, isto é a Vida universal, é um animal gigantesco, do qual todos fazemos parte integrante (tal é o caso também da serpente alquímica Ouroboros), e isso explicaria o porquê entre ditas culturas a Deidade criadora estar em bastantes ocasiões representada como um animal (como ocorre na tradição indiana, com o deus com forma de elefante Ganesha), ou bem caracterizada com as partes mais significativas de um animal, geralmente a cabeça, como é o caso, por exemplo, dos deuses assírio-babilônicos e do antigo Egito. Nas tradições Centro-americanas o deus Quetzalcoátl quer dizer “pássaro-serpente”, ou “serpente emplumada”, conjugando em sua natureza as energias aéreas que tendem para o céu (o vertical), e aquelas que reptan e se movem pela terra (o horizontal). A águia e a serpente são, efetivamente, os dois animais que melhor representam esse antagonismo e complementaridade entre o celeste urânico e o terrestre ctónico e telúrico.

Por outro lado, junto com o cordeiro, o pelicano e o peixe, a águia e a serpente são os animais-símbolos mais representativos de Cristo, conquanto isto teria que se estender a quase todos eles (inclusive os fabulosos), como o demonstra o riquíssimo bestiário de Cristo (dentro do qual se inclui o Tetramorfos), tão amplamente desenvolvido na arte da Idade Média. Dito bestiário compreende praticamente todas as espécies repartidas em quatro grandes grupos, em correspondência com os quatro elementos: os répteis à terra, os peixes e anfíbios à água, as aves ao ar, e os mamíferos ao fogo, sendo o mesmo Cristo (o Filho do Homem) o elemento central, ou “quintessência”, pois dele emanam, enquanto expressões dos atributos de seu Verbo ou Logos criador.

Compartilhar:

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn

Respostas de 3

  1. Tchê, meio off topic, mas ja leste sobre os 6 reinos ou caminhos no Budismo???
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Bhavachakra.jpg
    Segundo o Budismo uma pessoa pode gerar uma nova entidade com sua morte… Parecido com a reencarnação, mas diferente… Cada renascimento ocorre dentro de um dos seis reinos, de acordo com os seus reinos de desejos, podendo variar de acordo com a escolas:
    1. Seres dos Infernos: Aqueles que vivem em um dos muitos infernos.
    2. Preta: O reino de seres que padecem de necessidades sem alívio, sofrimento, remorsos, fome, sede, nudez, miséria, sintomas de doenças, entre outros.[25]
    3. Animais: Um espaço de divisão com os humanos, mas, considerado como outra vida.
    4. Deva: Comparado ao paraíso.[25]
    5. Semideuses: variavelmente traduzido como “divindades humildes”, demônios, Titãs, e anti-deus; não é reconhecido pela escola Teravada e Maaiana.
    6. Seres Humanos: Um dos reinos de renascimento, em que é possível atingir o Nirvana.
    Ja falou sobre isto?

  2. Olá Marcelo,
    gosto muito do site, leio sempre. Este é meu primeiro comentário, espero participar mais vezes.
    Você conhece esse site http://ovoodaserpenteemplumada.com/ é muito interessante e intrigante. Este é um bom momento tb para falar sobre Judas né não?
    Paz e Amor para ti,
    Luiza

  3. Sobre a águia, a serpente e símbolos:
    “MOYERS: Alguém me perguntou: “Por que você se empenha tanto nesses mitos? O que você vê no que Joseph Campbell diz?” E eu respondi: “Esses mitos me tocam, pois dizem que o que sei no meu íntimo é verdadeiro”. Por que é assim? Por que me parece que essas histórias dizem que o que sei no meu íntimo é verdadeiro? Será que isso vem da base do meu ser, do inconsciente que herdei de tudo o que me antecedeu?
    CAMPBELL: É isso mesmo. Você tem o mesmo corpo, com os mesmos órgãos e energias que o homem de Cro Magnon tinha, trinta mil anos atrás. Viver uma vida humana na cidade de Nova Iorque ou nas cavernas é passar pelos mesmos estágios da infância à maturidade sexual, pela transformação da dependência da infância em responsabilidade, própria do homem ou da mulher, o casamento, depois a decadência física, a perda gradual das capacidades e a morte. Você tem o mesmo corpo, as mesmas experiências corporais, e com isso reage às mesmas imagens. Por exemplo, uma imagem constante é a do conflito entre a
    águia e a serpente. A serpente ligada à terra, a águia em vôo espiritual – esse conflito não é algo que todos experimentamos? E então, quando as duas se fundem, temos um esplêndido dragão, a serpente com asas. Em qualquer parte da terra, as pessoas reconhecem essas imagens. Quer eu esteja lendo sobre mitos polinésios, iroqueses ou egípcios, as imagens são as mesmas e falam dos mesmos problemas.”
    (CAMPBELL, O poder do mito, p. 49).
    Ler Campbell é uma experiência maravilhosa.
    Abraço.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Social Media

Mais popular

Receba as últimas atualizações

Assine nosso boletim informativo semanal

Sem spam, notificações apenas sobre novos produtos, atualizações.

Categorias

Projeto Mayhem

Postagens relacionadas

Mapa Astral de Pablo Picasso

Pablo Picasso (Málaga, 25 de outubro de 1881 — Mougins, 8 de abril de 1973), foi um pintor, escultor e desenhista espanhol, tendo também desenvolvido

Mapa Astral de Timothy Leary

Timothy Francis Leary, Ph.D. (22 de outubro de 1920 – 31 de maio de 1996), Professor de Harvard, psicólogo, neurocientista, escritor, futurista, libertário, ícone maior

Mapa Astral de Oscar Wilde

Eu não gosto muito de postar vários mapas seguidos, porque o blog não é sobre Astrologia, mas agora em Outubro/Novembro teremos aniversário de vários ocultistas