Saindo do Velho Æon e entrando no Novo


por Charles Stansfeld Jones
Faze o que tu queres deverá ser o todo da Lei.
Como você deve saber, nós entramos em um Novo Æon. Uma Verdade mais Elevada foi outorgada ao Mundo. Esta verdade está aguardando em prontidão para todos aqueles que vierem a aceitá-la conscientemente, porém ela tem que ser percebida antes de ser compreendida, e dia após dia aqueles que tiverem aceitado esta Lei, e estiverem tentando vivenciá-la, perceberão mais e mais a sua Beleza e Perfeição.

O novo ensinamento parece estranho no começo; e a mente é incapaz de assimilar mais do que um fragmento do que este realmente significa. Apenas quando estivermos vivenciando a Lei é que aquele fragmento poderá se expandir para dentro da infinita concepção do todo.
Eu quero que você compartilhe comigo um pequeno fragmento desta grande Verdade que foi esclarecida para mim nesta manhã de Domingo[1]: eu quero que você venha comigo – se quiser – exatamente através da fronteira do Velho Æon e olhe atentamente por um momento o Novo. Então, se o aspecto lhe agradar, você permanecerá, ou, talvez, você retorne por um tempo, mas uma vez que a estrada esteja aberta e o Caminho manifesto, você sempre será capaz de ir lá novamente, num piscar de olhos, simplesmente reajustando a sua visão Interna na direção da Verdade.
Você sabe o quão profundamente nós sempre ficamos impressionados com as ideias de Sol nascente e Sol poente, e como os nossos antigos irmãos, vendo o Sol desaparecer à noite e nascendo novamente na manhã seguinte, basearam as suas ideias religiosas neste conceito de um Deus Moribundo e Ressuscitado. Essa á a ideia central da religião do Velho Æon, porém nós a deixamos para trás porque embora ela parecesse estar baseada na Natureza (e os símbolos da Natureza são sempre verdadeiros), nós ainda assim superamos esta ideia que é apenas aparentemente verdadeira na Natureza. Uma vez que este grande Ritual de Sacrifício e Morte foi concebido e perpetuado, nós, através da observação dos nossos homens de ciência, soubemos que não é o Sol que nasce e se põe, mas é a terra sobre a qual nós vivemos que gira de forma que a sua sombra nos isola da luz solar durante aquilo que chamamos de noite. O Sol não morre, como acreditavam os antigos; ele está sempre brilhando, sempre irradiando Luz e Vida. Pare por um momento e tenha uma clara concepção deste Sol, como Ele está brilhando já cedo pela manhã, brilhando ao meio-dia, brilhando à tarde e brilhando à noite. Você percebeu esta ideia claramente em sua mente? Você acabou de sair do Velho Æon e entrar no Novo.
Agora consideremos o que aconteceu. O que você fez para obter essa imagem mental do Sol sempre brilhante? Você se identificou com o Sol. Você saiu da consciência deste planeta; e por um momento você teve que se considerar um Ser Solar. Então por que voltar para trás novamente? Você pode tê-lo feito involuntariamente, porque a Luz era tão grande que parecia como Escuridão. Mas faça novamente, dessa vez mais completamente, e consideremos quais serão as alterações no nosso conceito do Universo.
No momento em que nos identificamos com o Sol, percebemos que nos tornamos a fonte de Luz, que agora nós também estamos brilhando gloriosamente, mas também percebemos que a Luz Solar já não é mais para nó, pois não conseguimos mais ver o Sol, pouco mais do que podíamos ver a nós mesmos em nossa pequena consciência de Velho Æon. Tudo em volta é Noite perpétua, mas esta é a Luz Estelar e o Corpo de Nossa Senhora Nuit, no qual nós vivemos e movemos e temos o nosso ser. Então, desde esta altura nós voltamos o nosso olhar para o pequeno planeta Terra, do qual nós partimos há um momento atrás, e achamos que nós mesmos estamos projetando nossa Luz por sobre todos aqueles indivíduos que chamamos de nossos irmãos e irmãs, os escravos que servem. Mas nós não paramos por aqui. Imagine o Sol concentrando os Seus raios por um momento sobre um pequeno ponto, a Terra. O que acontece? Ela é queimada, é consumida, ela desaparece. Mas em nossa Consciência Solar é Verdade, e embora observemos por um momento a pequena esfera que deixamos para trás, e ela não existe mais, ainda assim existe “aquilo que permanece”. O que permanece? O que aconteceu? Nós percebemos que “todo homem e toda mulher é uma estrela”. Nós observamos em volta a nossa herança maior, nós contemplamos o Corpo de Nossa Senhora Nuit. Nós não estamos na escuridão; nós estamos muito mais próximos Dela agora. As coisas que (a partir do pequeno planeta) pareciam como partículas de luz, estão agora brilhando como outros grandes Sóis, e estes são verdadeiramente os nossos irmãos e irmãs, cuja natureza essencial e Estelar nós jamais tínhamos visto e percebido antes. Estes são os ‘restos’ daqueles que pensávamos ter deixado para trás.
Há bastante espaço aqui, cada um viaja no Seu verdadeiro Caminho, tudo é prazer.
Agora, se você quer voltar para o Velho Æon, faça-o. Mas tente e tenha em mente que aqueles ao seu redor são em realidade Sóis e Estrelas, não pequenos escravos temerosos. Se você não quer se tornar um Rei, ainda assim reconheça que eles têm direito ao Reinado, assim como você o tem, sempre que desejar aceitá-lo. E no momento em que desejar fazê-lo deverá apenas se lembrar disso – Contemple as coisas a partir do ponto de vista do Sol.
Amor é a lei, amor sob vontade.
Notas de Rodapé
1- Nota do revisor: No original, em inglês, o autor usa Sun-Day de forma a evidenciar que aquele era o dia do Sol

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Respostas de 6

  1. “… Reconheça que eles têm direito ao Reinado, assim como você o tem, sempre que desejar aceitá-lo. E no momento em que desejar fazê-lo deverá apenas se lembrar disso – Contemple”
    Visualização?

  2. As pesquisas científica nos confirmou que é a terra que gira e não o sol que se põe. Claro, isto é fato. Porém, acredito que isso não é argumento para negar rituais baseados nos fenômenos cósmicos, mas sim negar a aceitação em um nível mais interior, de velhas e obsoletas crenças. Esta é a mensagem. Mesmo com este conhecimento científico, o sol continua “levantando e se pondo”. Este aparente movimento do sol, pode ser interpretado esotericamente por qualquer seguimento. Mesmo dentro dos princípios do Novo Eon. Falo isso porque tenho visto “thelemitas” cuspidores de cruz e tenho certeza em minha convicção, que o intento do Mestre Therion era libertário e não produzir fanáticos fundamentalistas.
    Mestre Therion, um pouco antes de sua partida para o Grande Oriente chegou a afirmar que este culto, da “Ressurreição” do sol, O Ritual da Primavera, praticado desde a antiguidade, era a verdadeira religião e ele tinha alguns discípulos que difundia esta crença.
    Podemos explicar praticamente todas as teorias de modo esotérico. Isso porque o que é escrito e o que nos é dito pelas Escolas, nos são transmitidos apenas para que possamos compreender. Mas a verdade não são as letras e não estão nas letras que é morta. O assunto vai mais além!
    Por isso acredito que todas as crenças e religiões tem que ser discutidas sim, porém respeitadas e não julgadas precipitadamente.
    Gosto muito desse texto do Frater Achad e compreendo sua essência. Apenas achei necessário colocar minha opinião que acredito não ferir os verdadeiros thelemitas.
    Pax Vobis. – 93.

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