Por Jonatas Lacerda
Faze o que tu queres deverá ser o todo da Lei.
Muitas vezes sou questionado a respeito de como uma pessoa pode se tornar Thelemita, assim como de quais são os requisitos para ser um. A partir disso fica a questão: Quem pode e o que deve ser feito para se tornar um Thelemita?
Não existem escolas que trabalhem na formação de Thelemitas, já que não se forma um Thelemita, todo homem e toda mulher nascido após o Equinócio dos Deuses[1], está preparado para esta era e está em suas mãos aceita-la ou não. Não são necessárias quaisquer certificações e nem mesmo patentes que atestem seu conhecimento ou o status, assim como, não são necessários mestres ou instrutores[2]. Enfim, ser Thelemita é uma questão pessoal e somente o indivíduo tem capacidade para se considerar um[3].
A verdade é que a resposta dessa pergunta é muito simples. Por definição, um Thelemita é aquele que aceita o Livro da Lei e que trabalha, de alguma forma, na divulgação e no estabelecimento da Lei do Novo Æon, Thelema. O Thelemita está cônscio de seu papel na sociedade e está disposto a avaliar seus atos sob a ótica da Lei e a trabalhar dia-a-dia na evolução de sua própria concepção: sobre si mesmo, sobre o próximo, sobre a humanidade e sobre o meio-ambiente. Ele é responsável por todos os seus atos e deve observar esses constantemente, para que dessa forma, jamais interfira na órbita de outras estrelas.
O Thelemita toma a consciência da não existência do pecado, e dessa forma se não existe pecador não existe redenção e, portanto não há como culpar a Deus ou ao Diabo por suas dádivas ou por suas tentações. Toda ação tem uma reação e toda mudança só é realizada com intenção, portanto, somos responsáveis por tudo de bom e tudo de ruim em nossas vidas e devemos sempre procurar melhorar cada aspecto dela, avaliando e corrigindo nossas falhas.
O Thelemita deve buscar por sua ascensão em Luz, Vida, Amor e em Liberdade e a Lei de Thelema tem a fórmula que é capaz de auxiliá-lo a compreender sua relação com cada ponto deste vasto espaço. O mais importante é que o Thelemita está consciente de sua realidade como uma estrela única e também da existência de muitas outras, que são, por direito, também únicas.
A Lei de Thelema é sim o encontro da liberdade incondicional, mas exatamente por ser a Lei de Liberdade, ela se mostra ao Thelemita como a mais restrita de todas as restrições, já que a liberdade não está ali somente para ele, ela está da mesma forma para todos.
Todo homem e toda mulher tem o sagrado direito de aceitar o Livro da Lei e de aplicar os preceitos da Lei de Thelema em sua vida. Não existe a obrigatoriedade de uma iniciação ou rito de passagem, nem de nomeação ou ainda de se filiar a uma organização[4]. Todo homem e toda mulher que aceita o Livro da Lei e caminha em direção da aplicação completa dos preceitos da Lei de Thelema em sua vida e trabalha de alguma forma, na divulgação e no estabelecimento do Æon da Criança Coroada e Conquistadora, é um Thelemita.
Amor é a lei, amor sob vontade.
Notas de Rodapé
1- O início do Æon de Hórus, em 1904.
2- É evidente que em muitos casos é necessário que um Thelemita auxilie outro em diversas questões relativas à Lei. O importante é ter em mente que mesmo que existam mestres ou instrutores, eles não são fundamentais para que uma pessoa se considere uma Thelemita.
3- Dizer que alguém é Thelemita, lhe forçando, de alguma forma a sê-lo é uma interferência danosa que jamais deve ser realizada. Um homem ou uma mulher só é Thelemita se ele ou ela assim o quiser. ? voltar
Muito embora realmente não haja a necessidade de se filiar a uma organização de cunho Thelêmico, é muito comum que se faça isso, já que essas organizações são extremamente importantes, em primeiro lugar para ajudar no crescimento individual da pessoa e em segundo lugar, para fornecer ferramentas que auxiliem na tarefa de divulgação da ideia do Novo Æon.
Publicado originalmente em Thelema.com.br
Respostas de 4
Ser thelemita é respeitar a si mesmo e a sua vontade interior , não ultrapassando a liberdade e a vontade dos outros….
Em relação as ordens iniciáticas também acho que não são obrigatórias mas ajudam muitos a trocarem conhecimentos e experiências pois sabemos que esta senda ocultista infelizmente ainda é um caminho solitário e estupidamente incompreendido.
Uma pequena dúvida, o Aeon de Hórus é a mesma coisa que a era de Aquário, ou são duas coisas diferentes?
Amei show de explicação!:-D
Senti fimeza, brother!!! – marcio “osbourne” silva de almeida – joinville/sc