Qual caminho devemos seguir?

“Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. João 14:2

Desde muito cedo somos forçados a tomar decisões que nortearão os acontecimentos futuros em nossas vidas. Decisões que, em tese, deveriam ser tomadas medindo cada uma das consequências que trarão no futuro, procurando sempre optar por aquela que nos trará os melhores frutos. Porém, sabemos que isso não é nada simples, e que medir as consequências de nossas ações pode ser um tanto obscuro por ser algo extremamente complicado.

No caminho espiritual, isso não é diferente. Passados os primeiros passos no caminho do autoconhecimento, quando tomamos consciência de que tudo depende unica e exclusivamente de nossos atos, e, principalmente, de que somos um espírito habitando temporariamente um corpo de carne e não o inverso, não tarda para que a primeira encruzilhada apareça: Qual dos inúmeros caminhos disponíveis devemos seguir?

Tem razão. Eu já compreendi o que foi falado nas colunas anteriores, mas ainda não consegui me encontrar muito bem.

Pois é, isso é muito comum no início da jornada. O despertar inicial depende apenas de nós, de abrirmos os olhos para ver o que está a nossa frente e a maioria ignora. Mas e depois? Sabemos que sozinho não se vai muito longe, mas também, um grande mestre do passado já nos alertou que muitos são os falsos caminhos que tentarão nos desviar da busca de nosso Verdadeiro Eu, e hoje, com a facilidade que a internet trouxe em disponibilizarmos e encontrarmos informações sem embasamento e fundamento, o risco é ainda maior.

Muitos são as opções que temos para nosso desenvolvimento espiritual: sozinhos, em grupos, covens, irmandades, fraternidades, sociedades secretas… Podemos optar por um caminho mais científico, mais ritualístico, mais erudito… pilar direito, pilar esquerdo, pilar do meio…  Enfim, a infinidade de opções é tanta que acaba por nos confundir, e acabamos perdendo tempo precioso de nossa jornada.

Mas afinal, qual é a melhor opção? Qual é a mais curta e mais certa para alcançar a iluminação?

Não existe uma resposta pronta. É impossível para mim dizer qual o melhor caminho para você seguir, isso o seu coração deve dizer. Mesmo que você faça essa pergunta para qualquer guia ou em qualquer uma das opções que se tem, a resposta sempre será a mesma. Não existe um caminho melhor ou pior, ninguem pode lhe dizer que a fraternidade A é melhor que a fraternidade B. No meu ponto de vista, assim como as religiões, todas fazem parte de um coletivo, cada um, cumprindo o papel que lhe cabe, cada um é uma nota diferente na harmonia da existência, e vibra com o tom que cada um de nós ecoa no universo.

Nosso desafio é descobrir qual é o nosso tom. Qual das trilhas nos levará até o nosso caminho. E essa resposta só nos mesmo podemos nos dar.

Meu conselho? Conheça! Experimente! Não isole-se em apenas uma nota musical, toque todas elas. Leia um pouco sobre cada uma das religiões e escolas iniciáticas, procure conversar com membros e praticantes de cada uma delas, certamente, quando você encontrar aquela que vibra de acordo com a sua harmonia, seu eu interior saberá que esta é a escolhida.

Se mesmo assim, depois de tantas visitas e estudos, você ainda estiver em dúvidas, faça o seguinte:

Procure um local onde possa ficar em silêncio e tenha certeza de que não será interrompido. Sente-se, de olhos fechados, em uma posição confortável, de preferência sem calçados nos pés e relaxe. Procure respirar suavemente e tenta esvaziar sua mente, não force, apenas concentre-se na respiração. Se você conheça qualquer outro exercício de relaxamente e/ou meditação, também serve. Durante o relaxamento, procure elevar seus pensamentos o máximo possível, se tiver identificação com alguma entidade superior, eleve seus pensamentos a ela, senão, visualize-se apenas sendo tomado por um facho de luz branca. Peça então para que esta luz ilumine seus pensamentos e o auxilie a enchergar qual caminho você deve seguir, qual é a melhor direção a tomar no caminho de encontro com a sua Verdadeira Vontade. E deixa sua intuição agir. Se você não tiver restrições quanto a rituais, pode utilizar este aqui.

Se isso lhe ajudar, por favor, compartilhe conosco sua experiência nos comentários!

Paz & Luz

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O blog Autoconhecimento e Liberdade busca auxiliar seus visitantes a encontrarem o caminho da espiritualidade dentro de seu próprio cotidiano, através de transformações em nosso comportamento e na maneira como encaramos nossos desafios.

Colunas anteriores:

E quem disse que precisa ser igual ao Harry Potter?

A informática e a espiritualidade

– Sobre Autoconhecimento – Parte 1

– Sobre Autoconhecimento & Liberdade

Outros assuntos interessantes:

O Encantro dos Orixás por um Teólogo

98 anos de Umbanda no Brasil

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Respostas de 14

  1. Muito bom!
    Tem de botar esse artigo em todos os Abouts dos blogs daqui 😀
    Parabéns!
    [ ]’s

  2. Muito útil para iniciantes principalmente.

    So add,“ Todos os caminhos levam ao mesmo fim ´´, por exemplo existem varias maneiras de subir um montanha mas no fim o resultado é o mesmo. tem muita gente ai no meio ocultista que acham que é necessário estudar e praticar tudo, se fosse assim acho que seria impossivel alcançar alcançar o resultado maximo nessa vida rs .
    congratulations on the article!

    @Peterson: Perfeita adição. Todos esses sistemas DEVEM ser apenas meios para chegar em um destino comum, nunca deve ser um fim, o fim é sempre “o sol”, Tifereth…

    Obrigado pela contribuição!

  3. Lindo post, Marcelo! minha impressão é que nosso desafio aqui é morrermos tão sábios quanto nascemos. O porque, eu ainda não faço idéia. Mas acho que se Deus não gosta de alguma coisa, é da preguiça… Quem se esforça pra se conhecer e se respeita, pratica o bem e evolui pra algo que deve ser, espero, menos trabalhoso que esse plano. Parece que nosso desafio aqui é justamente o exercício da fé o tempo todo. E por ser tão difícil acrediter em si mesmo na essencia, acaba sendo mais fácil, menos angustiate acreditar nos outros e é aí que a fé vai pro saco. É um campo minado sem fim… Mas me parece que quanto mais exercitamos nossa fé, mais fica fácil manter a energia pura. Os pensamentos de querer o bem das pessoas também ajudam a manter a energia limpa. Acredito que a caridade também.

    Abraço!

  4. O nosso caminho é nós próprios. Grupos e sistemas ajudam a nos encontrar, e isso de seguir a intuição é muito verdade, é uma luz indicando que direção tomar…
    Eu sinto “necessidade” de estudo mais profundo, ocultista, e também da leveza do espiritualismo universalista, as vezes parece que as duas coisas se chocam, principalmente quanto à parte prática… Mas vou tentando levar, acho que não tenho que escolher nesse caso, não é?

  5. O caminho é longo. Um dos maiores erros é ficar se comparando com fulano, beltrano e sicrano. O caminho é do indivíduo e cada um possui necessidades e energias diferentes a serem trabalhadas. As vezes é preciso um guia, um guru, mas nunca se deve deixar de ouvir aquela voz interior.
    Sentar-se confortavelmente, meditar por longos períodos. Desligar-se do mundo.
    Se não lutar contra o seu caminho, você se dará conta de que caminha sobre ele.

  6. Perfeito o texto, seremos julgados por nossos atos e não por nossa fé, como muitos gostam de atribuir.

    Gosto do lado cientifico de análise teórica e do ritualistico na prática e teoria. Não deixo muito outras coisas ultrapassar o modo racional de pensar.

  7. Você não faz ideia do quanto eu estava precisando de um texto sobre a Verdadeira Vontade. Muito, muito obrigado.

  8. Incrível. Adorei o texto. Ultimamente me voltei a textos menos práticos e mais filosóficos para não me deixar levar pela ”febre Harry Potter”, me vendo como um ser humano e não sobre-humano só porque estudo magia.
    O texto veio bem a calhar num momento do que minha filosofia de vida entra em conflito com a minha religião.
    Mais uma vez, obrigado pelas palavras mais do que sábias.

  9. Erros comum acerca da escolha do caminho (na minha opinião):

    1) Tolher a própria vontade por causa da opinião alheia.
    Estudar, ler, ir, pensar (ou se enganar) para agradar um grupo específico (amigos, familiares ou algum outro). Exemplo prático: ler tarot, praticar magia e fazer um curso de exatas. Se alguém por algum acaso tem acesso a essa informação, muito provavelmente perguntará: Mas cientistas são pessoas racionais, como você acredita nisso?
    De fato, pode inibir e retardar a aceitação de si próprio por inicialmente saber que “ninguém sério” mexe com isso. Muito difícil assumir publicamente depois, mesmo assim.

    2) Postergar a escolha do caminho
    Por mais que erre, é muito mais interessante seguir um caminho a ficar parado no lugar esperando aparecer algo próximo ao ideal. Ao meu ver, as coisas se acertam (ou não?) ao longo do tempo.

    3) Ter medo.
    Está mais relacionado ao primeiro item e a outros. Nós fomos condicionados a acreditar falsamente que muitos caminhos levam a perdição simplesmente porque um grupo X (pode substituir X por “cristãos”) demonizou por séculos práticas milenares e sagradas.

    4) Não trabalhar a razão e a intuição de forma conjunta.
    Muitos escolhem algum desses extremos. Somos seres dotados de razão e intuição e quando podamos uma dessas vertentes, caímos na cegueira.

    Mesmo sabendo isso, não facilita em nada a busca pelo caminho que se tem que buscar. Mas talvez traga mais harmonia.

    @Peterson: Obrigado pela contribuição, complementou muito bem o post. Realmente cometemos estes erros, protelando cada vez mais nosso despertar.

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