primeiro ato
E todos olham para o céu à procura de solução para os próprios problemas. Adocicando a ideia do fim. O pretexto para um mísero… apocalipse. Remediando pela dor na carne as angústias malditas que se carrega. Imprimindo no espírito uma acústica e lúgubre solidão caótica, talvez, até se pensa num algo mais aquém, e provavelmente se proceda desta forma pelas velhas doenças dos hábitos. Marca-se um meta passo. Advindo deste, um amontoado de nada. O que está nos atos que fundamentam mudança? Palavra doída e corroída pelos fatos. E no som dos mantras diários feito de nãos e sins… Quase de fato sina. Que não ensina; replica.
E os olhos esbugalhados temem tanto quanto anseiam. Será que vira? E se vir é ajuda? Choro amargo que não se identifica. Marca até que manca. Marca as marcas. É sopro de cigarro, de desesperança! Não virá nada além de devaneios e se vir estarei pronto para ser? Ser o que? O que se responde diante de tamanha contradição? O que descobrir do ato de ser, que somente ser já não responda? É claustro! É claustro. Infinitamente colhemos o que nunca vemos onde plantamos.
E os sustos não são justos; justiça desmembrada pelas justificativas.
Não se justifica o ato feito.
Parece que agora vai começar. Alguns brilhos virão. O céu já estrelado vai apagar, de tanta constelação chegando. É tanto brilho que ofusca a permissão à mudança. Mas como mudar para um lugar sem saber onde se está? E como ser pra ser, pra atuar, pra conceder à palavra ‘mudança’ significação? Achamos sempre que pra mudar precisamos saber o que se muda. E o corpo envelhece dia e noite sem saber o por que da bermuda. Curiosa insatisfação com o teu, pois meu não existe, existe eu.
E até mesmo eu, não o é de fato.
Abstrações… somente. E o olhos vez ou outra percorrem o céu agora nublado, escondendo atrás das nuvens a esperança. O desejo de ver mudar aquilo que não se transforma pelas nossas mãos. Ver a segurança voltar à sensação do andar diante do outro. Diante do absurdo mundo das possibilidades. Elas correm soltas ao vento, junto às ilusões. Seria possível um fenômeno alterar isso para realizações? Seria possível o medo do não estar minar as decepções e contradições de abarcar o TAO de forma tão ímproba? Sabendo-se tão bem o quão tolo é tal ação.
O olhar permanece. Mesmo conhecendo os fatos. Os calendários nunca estiveram errados. O que erra é o olhar… E se sorri com quem está ao lado, rindo das loucas fantasias. Ri-se dos aliens do outro lado de lá, atrás das nuvens. À espreita do próximo passo. Assim a terra convulsivamente se reconstrói. Levando-nos à renovarmos junto. Isso é mudança. Acontece, é fato.
Contudo ainda espera-se ver ruínas das muralhas que nunca nos deram saídas. Dos dogmas que nos oprimem o direito à vida. Das leis que apodrecem a pele e chacinam as idas e vindas… Não nos sentimos donos, e isso é o primeiro erro. Não do de ter, possuir, mas do querer valorizar tal armadilha. E por isso famintos olhos se voltaram ao céu, desejando uma chuva estelar que recuperasse a vontade. Que saciasse a contínua situação do sofrer. Sofrer não de dor, que por si só basta. Mas sofrer pelo que não há. Pelo que não é. Pelo que já deixou de ser. O grande novo messias chegará… fatiado nas bilhões de almas que implicam por real transformação. Esta que não precisa de nave espacial, desta que não se aloja em implicações cataclísmicas, dessas que não duelam contra artilharias. Há satisfação nesse desejo, e essa satisfação já fecundou o mundo. Qual será seu gemido? O espaço escutará?
Ressoará?
Djaysel Pessôa
S.O.Q.C.
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