Conquanto a Tradição Hermética constitui uma via do Ocidente para o Conhecimento, isso não significa que não guarde estreitas analogias com outras tradições que também manifestam o mesmo. Tal é o caso da tradição hindu, sua Teogonia e Cosmogonia. Dela queremos destacar os três Gunas, que representam energias ou princípios presentes em todas as coisas. A primeira é Sattwa, assimilada à energia sutil e celeste, à qual se opõe Tamas, identificada com a atração gravitacional da densidade da Terra. A força de uma é invertida com relação à outra. Mas ambas em um ponto se unem, complementando-se. Sattwa e Tamas se encontram sobre um mesmo eixo vertical em diferentes níveis. E a distância média entre elas é o lugar em que se conjugam. Esta identificação e neutralização dá lugar a uma terceira energia, gerada pela expansão da potência das outras duas, gestando um plano de irradiação horizontal, listras, que é a projeção das energias opostas do plano vertical, a qual junto com elas, e como princípios presentes em todas as coisas, no Cosmo inteiro, dará lugar ao Mundo.
Respostas de 7
“Svadisthana” deriva da união dos dois nomes Sattwa e Tamas?
Ignus, vc perguntou, Astraeus respondeu, e a resposta dele foi valiosa para mim.
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Esse gráfico me lembra da Força Principal de Corrente Vertical, no corpo Astral que possuimos, e os Rajas me lembram dos Chakras, processando a energia horizontalmente… e criando os vários corpos associados a eles, nas mais diversas dimensões…
Essa eu posso responder! hehehe
Svadisthana significa algo como “fundamento de si mesmo”, ou “sua própria fundação”. Coincidentemente YESOD traduz-se por “fundamento”, que é a sephirah comumente associada ao svadhisthana chakra…
Totalmente off topic, mas como é sobre religião de uma certa maneira acho que cabe ser comentado e divulgado aqui:
http://www.deusnaoesurdo.com.br/
Acho que merece post.
Olá,
Um pequeno trecho interessante do livro “Yoga – Imortalidade e Liberdade, de Mircea Eliade, pertinente ao assunto.
A prakrti (matéria) é tão real e tão eterna quanto o purusa (espírito); porém, diferente do espírito, ela é dinâmica e criadora. Ainda que perfeitamente homogênea e inerte, essa substância primordial possui, por assim dizer, três “modos de ser” que lhe permitem manifestar-se de três maneiras diferentes denominadas guna: 1) sattva, modalidade da luminosidade e da inteligência; 2) rajas, modalidade da energia motriz e da atividade mental; 3) tamas, modalidade da inércia e da obscurosidade psíquica. Entretanto, esses guna não devem ser considerados como diferentes da prakrti, pois jamais aparecem separados; em todo fenômeno físico, biológico ou psicomental, eles coexistem, ainda que em proporções desiguais. É justamente essa desigualdade que permite o aparecimento de um “fenômeno”, qualquer que seja sua natureza, sem o que o equilíbrio e a homogeneidade primordial – graças aos quais os guna se achavam em equilíbrio perfeito – persistiram eternamente. Percebe-se que os guna possuem dupla característica; objetiva de um lado, pois constituem os fenômenos do mundo exterior e, de outro, subjetiva, porque suportam, alimentam e condicionam a vida psicomental. É por isso que devemos traduzir tamas tanto por “princípio da inércia da matéria” – sendo objetivo – quanto por obscuridade da consciência, obstáculo criado pelas paixões”, sentido psicofiosiológico.
Um abraço a todos,
Lucas
Peço ajuda aos que sabem mais:
Satva e Rajas pertencem ao plano vertical.
A interação entre Satva e Tamas dá origem a Rajas.
Rajas gera o plano horizontal.
A palavra Mundo, empregada pelo sr., designa a parte do Todos que está contida no plano horizontal?
A palavra listras presente no texto me confunde. Ela está no texto por engano, desnecessariamente?