Oferendas Ancestrais


O bipedalismo, ou seja, a capacidade de se andar apenas com dois membros, e não com quatro, é uma característica desenvolvida por pouquíssimos animais ao longo da evolução das espécies. Como se sabe, um desses animais é o homo sapiens. Segundo a teoria de Darwin-Wallace, o homo sapiens evoluiu a partir de um ancestral comum com o chimpanzé, ou pelo menos esta era a teoria mais aceita até alguns anos atrás. Uma outra teoria acerca da evolução humana postulava que o bipedalismo foi desenvolvido sobretudo quando os humanos arcaicos, ancestrais do homo sapiens, abandonaram as regiões africanas de densas florestas e se aventuraram nas pradarias, onde a capacidade para arrancar frutos e carregar comida e armas de caça seria, talvez, mais importante do que a velocidade e equilibrio conferidas pelo andar em quatro patas, o que seria muito mais útil para se fugir de predadores.

No entanto, descobertas da arqueologia nas últimas décadas tem colocado em xeque tais teorias. Particularmente a descoberta do esqueleto de Ardi (ardipithecus ramidus) encontrado em 1992. O esqueleto demorou três anos para ser escavado pela equipe do Projeto Médio Awash, em Aramis, na Fenda de Afar, Etiópia. Sua reconstrução foi realizada por dezenas de cientistas de todo o mundo, sendo que atualmente a liderança dos estudos está em mãos de Tim White. Ele trabalha com Paleontologia e Arqueologia Paleolítica na África desde 1974, sendo professor de biologia da Universidade da Califórnia em Berkley e codiretor do projeto que atuou na retirada do achado.

Após mais de uma década de análises minuciosas, as conclusões finais dos arqueólogos e cientistas envolvidos foram finalmente publicadas na revista Nature de Outubro de 2009. A datação de Ardi como tendo vivido a 4,4 milhões de anos, e sua combinação única de bipedalidade indiscutível com os dentes molares pequenos, assim como a curiosa semelhança dos pés com os pés de outros símios, capazes de agarrar objetos como as mãos, lança muito mais dúvidas do que certezas no estudo dos cientistas.

Primeiro, fica comprovado que o "elo perdido", ou a espécie ancestral que o homo sapiens teria em comum com outros símios, teria vivido há muito mais tempo do que antes se imaginava, há pelo menos 7 milhões de anos. Isso levanta a curiosa hipótese de que os chimpanzés evoluíram por muito mais tempo após terem se "dissociado" de nosso galho evolutivo. Nesse sentido, é possível que muitas características dos chimpanzés sejam exclusivas deles, e nunca tenham estado realmente presentes em humanos arcaicos.

Mas a questão mais curiosa é que, além da bipedalidade ter se desenvolvido há muito mais tempo do que antes se imaginava (sabe-se também que ela ocorreu milhares de anos antes do aumento e evolução do cérebro humano), estudos da região onde Ardi foi encontrada comprovaram que, em sua época, há mais de 4 milhões de anos, aquela região da Etiópia era cercada por densas florestas! Isso significa que a ciência precisa arranjar uma nova e arrojada explicação para o motivo dos humanos arcaicos teremos evoluído para a bipedalidade e os caninos menores, ainda milhares de anos antes de desenvolverem a cognição peculiar da mente do homo sapiens.

Uma das hipóteses que mais me agradaram foi a descrita no documentário da Discovery Channel. Segundo essa teoria, o bipedalismo e a redução dos dentes caninos foi acompanhada das primeiras convenções sociais entre os caçadores-coletores. As fêmeas passaram a preferir machos menos agressivos, e passaram também a trocar sexo por comida, além de se comprometerem por mais tempo com a "educação" dos filhos. Isso favoreceu nos machos, e consequentemente em toda a espécie, o bipedalismo: assim poderiam se deslocar por distâncias maiores, e carregar oferendas (pequenos pedaços de comida, sejam frutos ou carne de animais abatidos) por sexo. A redução dos caninos talvez indicasse que os machos não precisavam mais competir agressivamente pelas fêmeas, e que a troca de carinho (sim, talvez pudéssemos usar esta palavra) era mais reconfortante e necessária, então, do que as lutas sangrentas pelo direito de copular com as fêmeas.

Será que isso faz sentido? Será que nossas convenções sociais, nossa organização em famílias de indvíduos, tem uma origem ancestral, bem mais antiga até do que nossa cognição avançada?

Hoje se sabe que o altruísmo é uma forma de evolução da espécie. Grupos de indivíduos capazes de colaborar entre si tem maiores chances de sobrevivência do que indivíduos solitários que caçam sozinhos. Sim, eles tem maior reserva de alimento, mas muito menos proteção contra outros predadores, e contra a própria solidão da vida selvagem… Caso possamos fazer uma associação entre o altruísmo e o que o homem moderno chama de amor, talvez o estudo científico da evolução humana nos traga lições muito mais profundas do que a mera compreensão do mecanismo pelo qual nossos corpos evoluíram. Talvez compreendamos que não foram apenas dentes que deixaram de ser pontiagudos, ou mãos que passaram a ser capazes de produzir ferramentas especializadas, mas antes a evolução social que potencializou nossas chances de sobrevivência, e nos tornou a espécie dominante deste planeta.

Talvez, as oferendas ancestrais de humanos arcaicos em troca de sexo, dando origem aos rudimentos do que hoje chamamos de família, tenha sido o momento-chave que possibilitou toda a evolução seguinte. Afinal, a partir do momento que deixamos de rastejar junto ao solo, buscando comida e sobrevivência, e passamos a andar eretos, e a enxergar as estrelas no céu, e os olhos e a face de nossos semelhantes, possivelmente tenhamos passado a desenvolver o rudimento da consciência de nós mesmos, e do que afinal viemos fazer nesta terra.

***

Crédito da imagem: J.H.Matternes

 

O Textos para Reflexão é um blog que fala sobre espiritualidade, filosofia, ciência e religião. Da autoria de Rafael Arrais (raph.com.br). Também faz parte do Projeto Mayhem.

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Respostas de 19

  1. Me fez pensar sobre o que devemos modificar em nós, pessoalmente, a fim de evoluirmos.Parei para refletir se ainda estou estacionado nas regiões de densas florestas ou estou começando a me aventurar nas pradarias.

  2. Em outras palavras : Só somos o que somos graças à prostituição !
    LoooooooooooooooL !
    Enfim.
    Uma coisa a se lembrar sobre o texto, e que acho bem importante : Não se explica ‘o porque de ter havido evolução’. Explica-se o motivo pelo qual a evolução beneficiou ou maleficiou uma espécie, e como isso pode ter contribuído ou não para que ela sobrevivesse melhor em seu meio.
    Evolução não depende de motivo. Ela acontece a toda hora, a todo momento. Mutações, tanto positivas quanto negativas, são algo que independe de um plano anterior.
    Assim, não existe explicar “o porque de termos virados bípedes”. Existe explicar ‘o porque de a bipedia não ter extinguido essa espécie’. Sermos melhores, igualmente bons ou até mesmo um pouquinho piores em nossa capacidade de sobrevivência no meio é o que determina se a espécie sobreviverá ou não.
    @raph – Mas o fato de não compreendermos a função do sistema não faz dele um sistema aleatório (e “aleatório”, em todo caso, no fundo é o mesmo que “desconhecer a causa ou cadeia de causas”). Todo sistema tem sua função, e o papel do espiritualista, pelo menos, é tentar desvendar a função do Sistema-Natureza. Abs 🙂

    1. Acho que mais importante que perguntar o “Por que?” seria perguntar o “Pra que?”. E vejo que a teoria apresentada determina este “Pra que?’, com duas mãos livres os indivíduos conseguiam carregar oferendas e se deslocar maiores distâncias. Segundo o principio da mínima ação a natureza não procura o caminho mais curto nem o mais rápido e sim o mais fácil, ou seja, o que gaste menos energia. Existe uma solução mais suave que a troca de presentes ao invés de brigas?

    2. A evolução tem um propósito? Isto é, os seres simplesmente evoluem por acaso, ou há um motivo, uma força, ou uma inteligência que “deliberadamente” age e faz com que os seres evoluam em um determinado sentido?
      Falar que não tem como explicar “o porquê de termos virados bípedes”, assumindo que não haja um porquê não seria ir longe demais?
      Afinal de contas, onde está a prova de que não há um propósito?
      Se eu afirmo que existe um propósito para a evolução, o ônus da prova é meu. Mas se eu afirmo que não há em hipotese alguma um próposito, eu também não sou obrigado a demostrar isso?
      Acho que o máximo que dá pra dizer é que não existem evidências do próposito (embora isso seja discutível), agora, dizer que não dá pra explicar o próposito, em hipotese nenhuma, ao meu ver é ir um pouco longe demais.
      @raph – O maior propósito da evolução é, talvez, manter uma espécie o mais adaptável possível ao seu meio ambiente. Dessa forma, podemos supor que o meio ambiente é o maior agente de evolução das espécies. Ocorre que, é exatamente quando surge a consciência no homo sapiens, que passamos, lentamente, a observar e compreender o meio ambiente; Até que, nos dias atuais, nós mesmos somos também responsáveis pela gestão deste meio ambiente (podendo, inclusive, levar a extinção da nossa espécie e inúmeras outras, embora a Terra continue por aí mesmo após).
      Existem muitas teorias científicas que postulam que o surgimento da consciência é o grande “propósito”, e que a evolução das espécies também passa por uma “evolução da consciência”. Enquanto ainda outras, mais “ousadas”, postulam que o próprio universo é um “sistema cuja função é a vida”. Eu trago textos de alguns cientistas e jornalistas científicos sobre o assunto abaixo:
      Evolução, até onde vai o acaso?, com Chris Impey.
      Biocosmos, com James Gardner.
      Abs
      raph

    3. Podemos até não conhecer a causa – mas minha observação não é sobre isso…
      A Causa Última é indecifrável usando a lógica. Ela transcende todo o pensamento até o momento porque é parte de um processo que se extende infinitamente de forma radial (se descobrirmos que tudo se originou em um processo circular, isso origina novas questões, novos raciocínios que se expandem também para serem descobertos).
      O que observei é que a Teoria da Evolução foi usada fora de contexto, e isso é MUITO perigoso.
      Creditar à Teoria da Evolução o papel de explicar as causas – ao invés de explicar o processo – é dar a ela um papel teológico que não lhe cabe, e ainda abre MUITAS brechas para que ela se torne ainda mais mal entendida do que é hoje.
      @raph – Eu compreendo o que quer dizer. Mas, por outro lado, não creio que manter a ciência hermeticamente isolada da espiritualidade seja um bom caminho… É óbvio que eu toco no assunto da Evolução sob o ponto de vista espiritualista, e isso fica cada vez mais claro na medida que as pessoas vão lendo meus textos. Eu não sou um cientista e nem pretendo um dia ser, mas sou um espiritualista que ama a ciência, de verdade. Acredito que muitos dos amantes de ciência, e até cientistas, que acompanham meus textos de vez em quando, tendem a compreender que o meu uso da teoria da evolução não é propriamente científico.
      Por outro lado, o próprio Alfred Russel Wallace, co-criador desta mesma teoria, acreditava que ela deveria sim ser “expandida” para uma explicação mais abrangente, que considerasse, por exemplo, a hipótese da reencarnação. E exatamente por isso Wallace foi meio que “excomungado” da história da ciência (quando é que alguém fala, hoje em dia, em “teoria de Darwin-Wallace”?). Eu, por outro lado, não vejo tanto “perigo” em unir ciência e espiritualidade. Eu só vejo perigo na ignorância das pessoas quando abordam teorias científicas, como que desejando “ditar como a Natureza deveria ser” – ai sim, dentro do dogma, tudo é perigoso, e o pensamento é represado…

    4. Essa história de oferenda vai longe…
      Teve uma pesquisa que tentou ensinar macacos os conceitos básicos de economia/dinheiro ( a hipótese era descobrir se a dificuldade financeira da humanidade era cultural ou tinha origen genética).
      Os macacos ganhavam um número x de dinehiros que os próprios podiam trocar por uvas, enfim essa pesquisa é bacana e não vou me estender explicando todos os detalhes
      O fato peculiar é que em um dado momento, descobriram que uns macaquinhos estavam dando o dinheiro para as fêmeas em troca de sexo, provando que prostituição é mesmo a mais antiga das profissões
      http://www.zmescience.com/research/how-scientists-tught-monkeys-the-concept-of-money-not-long-after-the-first-prostitute-monkey-appeared/
      @raph – Mas a beleza disso é que o sexo, ao menos no estágio dos macacos, é o grande motor da vida. Como eu falo no artigo “3 Chimpanzés”, anterior a este, melhor a “prostituição” (e certamente, se usamos a palavra, esta BEM fora de contexto) do que a competição feroz pelas fêmeas, quando os dentes caninos por vezes precisam ser usados como armas letais, assassinando outros machos. Ou seja, quanto mais vida é possível, ao menor saldo de violência, tanto melhor – embora a violência também tenha sua função, particularmente no estágio animal.

  3. Quase totalmente fora do contexto mais naturalista do artigo, mas a evolução do homem vem exatamente da sua capacidade de se doar na mesma proporção que tem a capacidade de receber. E doando o que de construtivo tem recebido, ele se assemelha ao criador, pois passa a ser co-autor de uma outra “realidade” que vem do alto e passa por suas mãos para moldar o Reino…
    (não dá para fugir das correlações filosóficas em seus textos, Raph…rs. Hoje foi uma correlação com a filosofia da Kabbalah)
    abraços
    @raph – Pois é. Mas quando um espiritualista (ou um panteísta) fala que “a Natureza é divina”, as vezes aquele que ama a natureza, mas não vê nela nada além de um Mecanismo, não compreende exatamente a extensão e profundidade deste amor. Alguém que se foca somente no Mecanismo, e ignora, ou não crê que possa existir, o Sentido, talvez nunca passe pela mesma experiência do espiritualista – talvez nunca se veja realmente espantado pela inconcebível natureza da Natureza.

  4. Que raio de troca de comida por sexo,que!
    Que teoria estúpida essa, se tivesse sido creditada à algum homem das cavernas, não me surpreenderia!
    Em primeiro lugar, quem disse que as fêmeas não eram capazes de buscar seus próprios alimentos sozinhas?
    Abçs
    @raph – Durante a gestação, as fêmeas se encontravam numa posição extremamente perigosa, sem poder caçar sozinha e a mercê de predadores naturais. Uma solução, que envolve um macho-alfa feroz (*), cria uma comunidade em que um único macho protege várias fêmeas, que não entram em gestação ao mesmo tempo, e podem se proteger em grupo (além de outros machos jovens, ou “betas”, que são aceitos no grupo).
    Ocorre que, neste outro sistema, durante a gestação a fêmea pode ficar no mesmo local, nalgum esconderijo, talvez colhendo frutas pu caçando pequenos animais, enquanto apenas um único macho pode caçar animais maiores e trazer as oferendas. Obviamente isto ocorreria ainda antes da gestação, na troca por sexo (e por uma prole), mas se estenderia também para depois… Como o macho não precisaria competir com outros machos pela fêmea (não seria um macho-alfa, e eles nem teriam um grupo), neste caso poderíamos conceber uma sobrevivência verossímil para apenas este único casal, gerando várias proles com reais chances de sobrevivência.
    Esta espécie de teoria de “Adão e Eva” faz muito mais sentido, e carrega toda uma beleza oculta, ao menos para quem tem olhos para a inconcebível natureza da Natureza, para o seu divino Sistema.
    (*) Quero lembrar que os hominídios citados se assemelhavam mais a chimpanzés do que a homens como nós, mas talvez tenha sido exatamente o bipedalismo, e o que se seguiu após, que tenha “catapultado” a cognição e consciência de nossos ancestrais para adiante, até que finalmente “despertou” o homo sapiens.

  5. Eu não aplicaria o termo “prostituição” nesse caso; rotular esse comportamento arcaico, que hoje ainda é observável nos bonobos, nos convida a ceder a um recalque psíquico.
    A hipótese descrita no Discovery Channel pode não ser exata, mas é muito interessante. Sob outro ponto de vista, não poderíamos ver aí uma primeira sensibilidade à influência de Vênus, da qual dependerá, futuramente, gradual sensibilização ao raios de Urano, conduzindo a um profundo altruísmo em nossa espécie?
    Talvez, então, possamos falar disso como uma consequência da postura ereta, mas não como uma de suas causas. Vai saber?
    Voltando ao térreo, creio que a Ciência ainda descobrirá muitas coisas. É tudo uma questão de tempo, e os ventos estão favoráveis. Embora nem sempre ela seja exata, ela é sincera. Confiemos nos nossos homens de razão.
    Adorei o post. Antropologia é uma ciência maravilhosa.
    @raph – Obrigado. Eu acho que vou trazer mais um post sobre o assunto na próxima coluna (dia 1/8), para completar uma “trilogia” sobre antropologia (3 Chimpanzés, este e o próximo)…

  6. NÃO EXISTE EVOLUÇÃO E SIM INVOLUÇÃO, ME MOSTRE O ELO CONHECIDO COMO ELO PERDIDO, NÃO EXISTE, TENHO QUE TER MAIS FÉ PARA ACREDITAR NA EVOLUÇÃO DO QUE NA CRIAÇÃO…. FIQUE NA PAZ…
    Quando a verdade te incomoda, está na hora de optar por ela.
    @raph – O elo perdido talvez esteja na mente humana, mais do que nos ossos encontrados. Mas se hoje alguém não acredita em Evolução, não deveria crer em Biologia, em grande parte da Medicina e Zoologia, e também na quase totalidade da Genética. Se você realmente não acredita em nada disso, ou melhor, se acredita que “faltam evidências fortes” para crer que a Evolução existe, enquanto também crê que “sobram evidências” para crer que os dinossauros foram criados juntamente com Adão e Eva, e que raptores e leões tinham dentes e garras afiadas, não para caçar e matar outros animais ou o homem (afinal, eram “mansos”), mas sim para “devorar castanhas de casca muito dura”, então eu realmente aplaudo a sua fé. O problema é que a fé, por si só, isolada de outras potencialidades da alma, não leva ninguém a dois passos de distância…
    @raph – (*) Estou comentando um segunda vez para pedir desculpas pela minha generalização apressada na primeira resposta (que prefiro não apagar nem editar). De fato, apesar do seu comentário não ser lá muito gentil, não seria razão para eu pressupor que você é um criacionista “do tipo que crê que o mundo tem 4 mil anos”, e não apenas alguém que simplesmente não crê na teoria de Darwin-Wallace. Finalmente, vale lembrar que a teoria da evolução nada diz sobre a crianção da vida em si, nem sobre o surgimento da consciência humana. Abs.

    1. Rafael, só pq alguém é cetico com a Teoria da Evolução (não estou me referindo à evolução espiritual), quer dizer que ela é criacionista, que acredita no Adão e Eva, que o mundo tem apenas algúns milhares de anos etc (só faltou botar o Papai Noel e o Harry Potter no meio)?
      Nada a ver: o que TAMBÉM pode acontecer é que certa pessoa é simplesmente cética e que ela acredita que haja outra “explicação” menos famosa (talvez a história da vida na Terra e principalmente da humanidade seja algo muito mais misterioso e complexo e ignorado do que muitos supõem) além dessa criacionista e evolucionista que sim, carece de provas sólidas como toda “teoria”, (teoria no sentido de “especulação”) e é motivo de fé para muitos daqueles mais fanáticos (pelo menos no que se diz sobre a MACRO EVOLUÇÃO – espécies se transformando em outras totalmente diferentes e mais complexas). E o que diabos tem a ver em se acreditarem medicina etc e ter que acreditar em evolução Darwinista em específico? Estou farejando um Red Herring ou algo do tipo? É tb quase como dizer que para que eu tenha que acreditar em evolução eu seja obrigado a ser um ateu materialista – e digo “ateu materialista” pq nem todo ateu é materialista).
      @raph – Toda a disciplina da Biologia se baseia na teoria de Darwin-Wallace, é muito complicado ser um biólogo sem considerar, ao menos, a evolução como “algo muito próximo do que realmente ocorre na Natureza”…
      Já sobre nem todo cético da evolução ser um criacionista, nesse caso concordo contigo, foi um julgamento apressado meu. Portanto, ao Ribeiro: se você não é um criacionista, ignore o que falei sobre Adão e Eva e os raptores “mansos”.

      Veja bem, quando digo que não tem provas sólidas, não estou querendo dizer que “não ecziste”, e sim que não é algo provado como FATO IRREFUTÁVEL. Isso se chama “ceticismo saudável”. Vc pode até dizer EU não vi essas provas eque estou afirmando que elas não existem, comentendo uma falácia. Mas se elas existem, basta mostrá-las que tudo se resolve. Aposto que facilitaria a vida de muitos (sem sarcasmo.)
      @raph – Existe muito mais evidência da evolução do que da narrativa bíblica para a criação da vida (que, inclusive, possuí 2 versões no Gênesis), mas é sempre possível ser um “cético total” e não crer nem em uma nem em outra. O estranho é ser criacionista e argumentar “que não existem evidências fortes da evolução”. Ainda que não existissem, existiriam menos ainda para o criacionismo… No entanto, é preciso lembrar que a teoria de Darwin-Wallace não trata nem de criação da vida, nem do surgimento da consciência humana – neste caso, daí sim, pode-se dizer que a “evolução não explica”, pois que de fato ela nunca pretendeu explicar.
      Mas de qualquer forma se ela existe ou não, não é caso, pois o que quero dizer é que, desculpe, adoro os seus textos e respeito totalmente mesmo os seus pontos de vista com os quais eu não concordo (como por exemplo tratar a evolução como um FATO consumado e TOTALMENTE PROVADO, tanto que nem comentei aqui antes apesar de já ter lido o texto, assim como respeito vários criacionistas) mas agora vc agiu como um típico Neo-Ateu Darwinista Materialista (não estou falando que vc é um) ao apelar para o lado emotivo entre outras coisas,falando de Adão, fé etc e generalizando os céticos sobre a teoria da evolução como criacionistas religiosos e tentando desviar o assunto.
      Mania das pessoas de querer classificar todas as outras como ou é 8 (criacionista) ou 80 (evolucionista), como se houvesse possibilidade para outras opções.
      @raph – Como eu disse acima, eu concordo que errei ali, e inclusive esta coisa de 8 ou 80 e generalização apressada é algo que eu sempre critico. Mas as vezes comentários em caixa alta e meio exaltados me fazem cair no 8 ou 80 🙁
      Caramba,até o Dawkins demonstrou ter cabeça super aberta em relação a certas coisas (como neste vídeo em que ele fala sobre a origem da vida na Terra. Sim antes que alguém fale eu não estou confundindo a arigem da vida com Evolução):
      http://www.youtube.com/watch?v=_LLWdSUccnU
      Só pq ele não crê que a origem da vida na Terra veio de algo aleatório (como por um exemplo uma poça imunda que deu origem à primeira célula e coisa do tipo) isso quer dizer que ele virou um criacionista tb?
      @raph – Pois é mas existem duas coisas aí: a origem da vida, e a evolução da vida. Os criacionistas tem solução para as duas, na sua teoria. Os que creem na evolução tem solução para apenas uma, a evolução. É exatamente na questão da criação da vida que Alfred Russel Wallace, um espiritualista, se aventurou por “explicações não-científicas”, e por isso foi “excomungado” da história da ciência… No mais, o Dawkins também prestou uma grande homenagem indireta ao espiritualismo, ao criar a teoria dos memes 🙂
      Não tenho a menor intenção de mudar o que vc ou qualquer pessoa aqui acredita apesar de eu ter falado sobre as faltas de provas sólidas (que com certeza vc irá argumentar contra, o que é natural e sem problema algúm), e nem começar uma discussão sobre evolução (ninguém iria convencer ng e iriámos escrever uma Bíblia aqui,a lém do que o foco aqui não é isso), mas peço apenas que não classifique, automaticamente generalize alguém como algo (no caso, religioso criacionista) por ela ter uma visão específica sobre outro algo. Mesmo que o ribeiro alí seja um criacionista ( afinal ele falou sobre CRIAÇÃO) e que ele tenha AFIRMADO que evolução não existe, do jeito que vc escreveu acabou colocando tb pessoas céticas (não confundir com “pseudo-cético”) mas não religiosas no meio.
      Vc pode dizer que vc estava se referindo especificamente ao ribeiro, mas isso aqui que vc escreveu:” Mas se hoje ALGUÉM não acredita em Evolução, não deveria crer em Biologia, em grande parte da Medicina e Zoologia, e também na quase totalidade da Genética…” acaba dando uma dica de generalização, e ainda jogou no argumento questões fora do assunto tentando invalidar o argumento do cara, além de ter desviado o assunto sobre os tais “elos perdidos” entre outras coisas.
      Mas ok, como eu disse eu respeito o que vc acredita (afinal eu tb acredito em várias coisas e creio que tb seja possível achar várias “falhas” nesse meu post – afinal não sou perfeito e muito menos sei de tudo), e o que quero dizer é, resmunindo a coisa: por favor, apenas não generalize. O mundo não é 8 ou 80.
      Apenas uma questão de respeito e de ter cabeça aberta.
      E como eu disse, estou falando de Evolução Darwinista, e não Espiritual, que fique claro.
      @raph – Mesmo usando “alguém” em vez de “você”, o contexto da resposta era endereçado apenas ao Ribeiro mesmo. Quando alguém procura explicar melhor o que está querendo fizer, como você fez acima, também fica mais difícil de cairmos no 8 ou 80 (de ambas as partes), e o diálogo ganha em profundidade. Abs.

  7. Eu entendo que você aprecie a qualidade filosófica-esotérica da teoria de Darwin-Wallace Ralph, mas ainda insisto que não deveria tratar dos “propósitos” de uma certa evolução.
    Em primeiro, porque a evolução espiritual e a evolução física são duas coisas distintas que, por mais que se intercambiem, não são as mesmas !
    Sim, a consciência se exprime com maior potência no Homo Sapiens Sapiens, mas já existe em outros grupos de animais. Recente declaração feita em Cambridge recohece que praticamente todos os mamíferos e aves, e até alguns polvos, já dão mostras de possuir consciência.
    http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/nao-e-mais-possivel-dizer-que-nao-sabiamos-diz-philip-low (sim, a Veja é a Veja, eu sei…. mas a materia é bem clara, e o ponto não é se ela é bem escrita ou imparcial, mas apenas os dados apresentados).
    @raph – Exato, acredito que a evolução da consciência seja o sinal “físico” mais claro da evolução espiritual. Como todos passamos pelo estágio animal, é mesmo lógico supor que os animais possuem a consciência em estágios menos “despertos” que o nosso, no caso, num cérebro de homo sapiens. Mas certamente não são a mesma coisa, até porque genes determinam apenas características físicas nas espécies (ou pelo menos não está comprovado que determinem características não-físicas), e a explicação científica da Evolução está atualmente fincada no território dos genes (há muitos que gostariam que existissem “genes da fé”, “genes da homossexualidade” e etc., mas nunca foi comprovado).
    Se o objetivo da evolução é a consciência, então porque não somos nós o seu único expoente ou, em outra medida, porque existem tantas espécies “vencedoras” (adaptadas) e que não a possuem ? (como a maior parte dos Insetos, os poríferos e cnidarios, etc.).
    Ainda podemos casar a teoria neodarwiniana com a teoria da evolução espiritual de formas animais até níveis mais humanos, como por exemplo foi postulado no Livro dos Espíritos de Kardec, mas isso envolve um tiro no escuro, uma hipótese que torna-se mais difícil de defender sem termos de fazer ressalvas – e, como diz o ditado : “O diabo mora nos detalhes”. Todo o sentido de uma Teoria, toda a reflexão que tiramos de uma observação da natureza pode ir a terra, ao percebemos os detalhes específicos das Leis envolvidas.
    Assim, devemos deixar bem claro onde começa e termina a evolução neodarwiniana e incia-se a espiritualidade. Integrar ambos é algo que deve ser feito com muita parcimônia, pois as linguágens usadas são diferentes o que, por sí só, traz problemas de entendimento e reflexão, sem nem citar a nossa ignorância nesses aspectos !
    @raph – Sim é claro, mas a linguagem espiritual é mais metafórica e poética. A filosofia talvez consiga chegar mais próximo da linguagem científica, embora se baseie em lógica e não puramente em comprovação experimental. Mas, da mesma forma que “não se experimenta com espíritos como se experimenta com pilhas voltaicas”, todo o postulado acerca da comparação entre a teoria de Darwin-Wallace e a teoria da reencarnação, e do espírito que foi mineral, vegetal, animal, e agora é homem, tudo isso passa por uma reflexão espiritual que não pode hoje ser comprovada ou compreendida inteiramente, embora tampouco seja uma aposta no escuro (basta ver os estudos de Ian Stevensson e outros sobre crianças que lembram vidas passadas, os estudos de EQMs como os do Dr. Sam Parnia, o estudo da Associação Médica Brasileira sobre as cirurgias de João de Deus, e etc., não que alguém possa dizer: “agora sim está tudo comprovado!”, mas também não é o caso de um chute no escuro, pois todos esses estudos, e tantos outros, são genuinamente realizados de forma puramente científica, e tem conclusões científicas, e linguagem científica).
    Ao falarmos de um propósito para a evolução, acabamos sem chão para enteder o porque de existirem tantas centenas de milhares de erros e mutações que chegam mesmo a trazer espécies inteiras a um estado de fragilidade insustentável, levando-as a desaparescer.
    O sucesso em adaptar-se ao meio não é algo comúm ! De fato, o mais comúm é a falha e a morte.
    Podemos postular, como faz Robinson Pinheiro em “O Crepúsculo dos Deuses” que existem inteligências usando de leis naturais para acelerar o processo de evolução física, de modo a poderem usar seus próprios corpos espirituais com maior potência e expressão na Terra (ele cita, no livro, uma falange de espíritos caídos que chama de Dragões, e que teriam, milhares de anos atrás, buscado aperfeiçoar os hominídeos da época à sua imágem, buscando poder reencarnar nesse planeta, que lhes era novo e ainda não comportava seu nível de evolução).
    Ou podemos ainda imaginar uma Lei universal, pela qual a combinação de substâncias e genomas, associadas a potências espirituais quaisquer, leva os mesmos a ir contra a lei geral da Entropia, gerando a Evolução tal qual conhecemos. (Ainda que isso seja discutível, visto que nossos próprios corpos físicos são veículos da Entropia universal, metabolizando compostos energéticos e tornando-os menos energéticos e mais caóticos, além de serem formados por cadeias de substâncias tanto quanto estáveis, à excessão do bentido DNA, que é muito, muito frágil).
    Mas ambos apenas atestam a Evolução física como uma Lei natural – a tímida linha entre o fato de existirem Leis abaixo do Abismo e tomar-se essa linha como prova de um sentido na existência é um ponto MUITO delicado, pois envolve uma outra discussão, muito complexa, que é a associação de causa-e-efeito entre a Lei e o Sentido.
    Sim, é muito possível que o Universo, principalmente o Físico, tenha uma função prática, ou seja ao menos usado de forma prática.
    Mas onde inicia-se o uso planejado e onde não acontece simplesmente de tornarmos algo uma ferramenta quando isso não necessariamente é seu sentido ?
    Ao tomarmos um pedaço de madeira, podemos dar-lhe sentido como lenha, um cabo de ferramenta ou utensílio de alguma forma.
    Mas isso não implica que o seu Sentido original seja ser uma ferramenta.
    De fato, aquele pedaço de matéria pode ter diversos Sentidos e diversas Finalidades, muitas vezes não-correlatas. É um veículo de expressão da divindade, pois É (no sentido de “Existe”), o que lhe dá essa característica. É uma ferramenta. É um deflagrador de mudanças no meio, pelo fato de estar inserido no Sistema.
    Qual desses é o verdadeiro sentido desse objeto ? Tem de haver somente um ? E, principalmente : Ele tem necessariamente de se prender às finalidades a que o objeto está submetido ?
    Se até mesmo as mais simples partes da matéria podem estar desvinculadas da relação Propósito-finalidade, a Evolução, tanto física como espiritual, também não poderia ser desvinculada de seu Sentido, sendo o sentido que deduzimos pela observação do uso ilusão, ou tomar diferentes sentidos em diferentes ocasiões ?
    @raph – Neste trecho final você trouxe algo que realmente é bem mais profundo, e faz sentido (hehe)… Isso me lembra da Programação Genética, por exemplo, que lida com algoritmos que podem criar outros algoritmos e compara-los a um meio ambiente que atua como “objetivo final”, e depois de muitas gerações algumas soluções matemáticas podem mesmo ser encontradas, sem que nenhuma delas tenha sido diretamente elaborada por uma mente humana. Isso significa que “os algoritmos genéticos” estão vivos? Claro que não, como qualquer computador, são apenas ferramenta, e apenas computam informações. Apenas nós sabemos interpretar informações. Nesse contexto, mesmo o cérebro é ferramenta. E o que quer que interprete as informações do cérebro, realmente, é o que opera de forma não entrópica, e esta em eterno desenvolvimento.

  8. Bem, eu particularmente, discordo de todas essas teorias. Entendo que todas elas são conjecturas, e se baseam na necessidade premente do ser humano em “tentar” explicar as coisas, ainda que a grosso modo e sem fundamentação concreta, de forma precoce, somente para tentar explicar.
    Acho que a teoria evolucionista Real ainda está para ser descoberta, ou já a foi, mas ainda se mantém velada, como tantos outros conhecimentos.
    Os humanos têm funcionado como marionetes das teorias desde sempre. A teoria X diz tal coisa, e a humanidade acredita, até que a teoria Y prove o contrário, aí chega a teoria Z e diz que “não é nada daquilo, e muito pelo contrário”. Conspiração?? Aquele que tem (e detém) o conhecimento governa o mundo. Quem tiver ouvidos que veja… e quem tiver olhos que ouça. (o trocadilho foi proposital)

  9. Algumas pessoas acreditam que a evolução do corpo denso, enquanto adaptação ao meio, e a evolução de veículos superiores, que se traduziria na gradual expressão de uma consciência individual, são necessariamente convergentes. Outras não. Particularmente, reconheço que há consciência nos seres, como diz o estudo veiculado na Veja, mas isso pode não significar uma evolução espiritual “pari passu”. O tipo físico de um polvo pode ser melhor adaptado do que o de um ser humano, mas isso se deve à evolução da espécie como um todo. Não significa que o polvo apresente uma “evolução espiritual” semelhante à do homem, ou seja, o mesmo patamar de individualização e manifestação da consciência. Embora a palavra “evolução” seja aplicada igualmente ao conceito “científico” e ao conceito “esotérico”, graças às limitações de nossa própria linguagem, cogitemos que possam se tratar de idéias muito diferentes entre si.
    @raph – Acredito que nem os espiritualistas nem os cientistas falem em uma “evolução espiritual” semelhante em animais (como o polvo ou um lobo) e homo sapiens. O conceito se assemelha a evolução no sentido de surgir do organismo mais simples e evoluir ao mais complexo, passo a passo, durante milhões de anos. Nesse sentido, se a “evolução espiritual” do polvo fosse comparável a do homo sapiens, o espírito não habitaria um polvo, e sim um homo sapiens. No entanto, postula-se que, mesmo no polvo, a “semente da consciência” já esteja a germinar, de modo que (com o conhecimento de) hoje não podemos mais dizer que animais não tem consciência alguma – ao menos aqueles que possuem um cérebro, tem “alguma espécie de consciência primitiva”.

  10. É isso mesmo Edson, falou tudo agora!
    Algumas teorias são feitas para manipular a cabeça das pessoas,
    e ainda inventam teorias machistas, como se o mundo já não fosse machista o suficiente.Esse tipo de teoria é puro despeito masculino.
    @raph – Não faz muito sentido falar em “machismo” quando estamos falando de hominídios, e não de homo sapiens como nós. Seria o mesmo que criticar o machismo dos chimpanzés machos-alfa. E, nesse caso, esta teoria nos traz na verdade uma possível solução que lembra mais o “feminismo”, visto que seria a fêmea quem deteria o “controle” sobre quando e com quem procriaria, coisa que raramente era possível no sistema dos machos-alfa. Abs.

    1. De fato.
      JK, se você me permite a palavra, tenho de te avisar que sua batalha contra o “machismo do mundo” está sendo feita, no mínimo, de modo errado.
      Releia os textos. As fêmeas de bonobo são ditas se prostituírem não por necessidade, mas sim por facilidade.
      De fato, na falta do estupro, tão frequente na comunidade dos chimpanzés, a prostituição da fêmea bonobo não a torna uma pária ou um “ser inferior” aos machos : Lhe dá, ao contrário, poder de matriarcado e decisão.
      Passando dessa analogia para o comportamento humano, não é porque uma mulher é uma prostituta que ela é, necessariamente, uma coitada explorada.
      A prostituição é uma profissão válida e possível para ambos os sexos, e para todos os gostos sexuais.
      Quem vive determinando que a prostituição é um nível “baixo” e “sujo” de vida são, esses sim, os seres humanos mais machistas, que acreditam em um “lugar natural” para a mulher, que inclua sua entrega sexual apenas a alguém que lhe seja dado por razões sentimentais ou vendida (no caso do casamento arranjado).
      É verdade que a quantidade de pessoas exploradas no meio da prostituição é grande ? SIM. Há muitas prostitutas que dariam qualquer coisa em troca de não terem de se prostituir – mas isso é muito mais um efeito do meio (que abre as portas para esse tipo de comportamento) do que um “vício inerente” à prostituição.
      O texto não é machista, a prostituição não é algo machista, e a teoria não é machista – em momento algum os bonobos se curvam a estruturas patriarcais, estimam que suas fêmeas tenham valor inferior a seus machos ou similares. O que ocorre é justamente o contrário.
      A única diferença é que os bonobos são menos burros que agente : Ao invés de brigarem para definir quem nasce no “gênero superior”, deixam isso de lado, consideram que cada pessoa tem suas particularidades, e vão viver a vida.
      @raph – O D. se refere ao último artigo, “3 Chimpanzés”, quando o comentário foi feito para este, “Oferendas Ancestrais”, mas o que ele disse na verdade pode ser aplicado a ambos os artigos 🙂

  11. D,
    Desculpe a grosseria, mas se você acha que um bonobo é menos burro que você, vá viver com eles e ver se aprende alguma coisa com os mesmos.
    Prostituta = uma palavra usada para ofender e inferiorizar as mulheres, se voce não se ofendeu, é porque não é uma.
    As pessoas associaram de imediato essa teoria com prostituição (propositadamente tendendo ao lado pejorativo da palavra) leia os primeiros comentários ( o seu foi um deles).
    @raph – Só gostaria de lembrar que o erro está exatamente na associação apressada com a prostituição (*), pois: (1) Não se pode falar em prostituição quando estamos falando de hominídios (ou seja, espécies anteriores ao homo sapiens), faria tanto sentido quanto falar em “prostituição dos bonobos”; (2) A alternativa a esta espécie de “solução para a procriação” seria a usual organização de machos-alfa agressivos que competem e até matam outros machos para manter o seu “harém” de fêmeas. Ou seja, o que quero dizer é que esta solução é menos violenta e opressiva, tanto para fêmeas quanto para machos – e, sim, por colocar a fêmea (e não o macho-alfa) no “controle” da situação, é mais “feminista” do que “machista”, embora nenhum desses termos usados entre aspas duplas possam ser diretamente aplicados aos hominídios; (3) Tanto oposto ao que geralmente se associa com o termo prostituição, a teoria ainda abre uma brecha para refletirmos sobre a própria origem da monogamia e das famílias de poucos indivíduos, entre os hominídios. Por encontrar um parceiro “provedor” confiável e não agressivo (como os machos-alfa), a fêmea poderia mesmo viver com ele o restante da vida, quem sabe na companhia dos filhos, ao menos quando jovens.
    (*) Em nenhum momento os autores da teoria usam a palavra “prostituição” para se referir ao que supostamente ocorria entre as fêmeas e os machos hominídios, quando do surgimento do bipedalismo.

    Nem o texto, nem a teoria, o problema é a interpretação tendenciosa que as pessoas sempre fazem.
    Como tudo nesse mundo é distorcido, não é de se duvidar que daqui à pouco se ensinem nas escolas que nossas ancestrais eram prostitutas, e evoluíram porque esse foi o meio mais fácil que encontraram para conseguir comida.
    Nem todos tem a responsabilidade necessária para passar conhecimento.
    Abçs

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