Ocultismo Literário

 

Recentemente lancei alguns livros no Clube de Autores, especialmente nos gêneros romance, fantasia e realismo mágico. Mas o que realmente nos interessa é que alguns deles são baseados na filosofia oculta, com personagens magos que fazem parte de sociedades secretas. São esses livros que eu gostaria de apresentar a vocês.

Escrever obras de literatura com base no ocultismo não é algo novo, mas acredito que continua sendo uma alternativa maravilhosa para quem deseja aprender um pouco de ocultismo, ou receber algumas reflexões filosóficas, com diversão. A leitura de grimórios continua sendo totalmente válida, mas para quem deseja intercalar entre as leituras áridas e pesadas dos velhos calhamaços de magia, nada como uma narrativa repleta de personagens e situações pitorescas para relaxar.

Antes de começarmos, agradeço ao Rafael Arrais, que com o lançamento de seu livro “Ad infinitum” inspirou-me a lançar os meus. Através dele eu também conheci o Wattpad. Já adquiri o “Ad infinitum” e estou lendo essa obra juntamente com os outros livros do autor no Wattpad. Recomendo a todos!

No que concerne aos meus livros, primeiramente irei falar do volume intitulado “A Guerra dos Esquecidos”. Trata-se de uma história de fantasia na qual os personagens magos utilizam seus poderes mágicos tendo como base alguns conceitos que os ocultistas conhecem. Um dos grandes atrativos dessa história é que também são mostradas algumas práticas da Magia do Caos, particularmente o processo de confecção de servidores.

  “A Gata Mascarada” é um livro de realismo mágico, no qual a personagem principal possui poderes psíquicos e faz parte de uma ordem de magia. Esse é meu favorito, possuindo dois volumes. A história também explora o conceito de sociedades secretas universitárias e mostra muitas situações interessantes e curiosas que ocorrem no interior de um grupo de magia (debates, rituais, discussões, brigas, etc).

Em “LHP Excelsis” o personagem principal envolve-se numa ordem de satanismo. Possivelmente é o mais polêmico dos três livros, embora não tenha sido exatamente escrito com essa intenção. Minha ideia era mostrar algumas situações engraçadas e absurdas, incluindo debates e rituais insanos e duvidosos envolvendo o LHP. Enquanto alguns debates da história tratam o satanismo com seriedade, em outras partes faço questão de apresentar praticantes nada sérios, ou “satanistas de Facebook” para os íntimos. Sendo assim, esse livro não ambiciona nem atacar e nem exaltar o satanismo. Foi escrito para proporcionar reflexões intrigantes com alguns ligeiros toques de humor.

Nas minhas histórias eu não apresento o ocultismo como um sistema pronto e fechado. As conclusões apresentadas não são absolutas ou definitivas. Muitas das afirmações envolvem, além de conhecimentos adquiridos em livros de magia, conceitos e situações criados por mim. Por exemplo, na época que escrevi o “LHP Excelsis” eu estava lendo alguns livros de Michael Kelly, autor de LHP que mistura Dragon Magic com Chaos Magick. Já que sou caoísta, não é surpresa que até algumas passagens sobre magia tradicional que escrevo tenham inspiração de Magia do Caos.

Para aqueles que preferem ler livros impressos, à moda antiga, meus livros podem ser adquiridos no Clube de Autores. Para quem não se importa em ler no computador, você poderá encontrar todos esses livros no Wattpad, na íntegra. Você pode ler os livros completos de graça por lá.

Eu geralmente prefiro escrever livros de filosofia oculta na forma de história para tornar a leitura mais agradável. Mesmo assim, pretendo lançar um livro de Magia do Caos ainda esse ano, fazendo todo o possível para que seja uma leitura divertida e envolvente. Avisarei aqui no TdC na ocasião do lançamento.

Eu reativei meu antigo blog de ocultismo. Embora ainda tenha pouca coisa por lá, já que as postagens antigas foram apagadas, pretendo retomar meu ritmo de escrita em breve. A propósito, todos esses livros que estou lançando eram originalmente contos que escrevi nesse blog. Os contos mais votados por lá ganharam continuações e viraram livros. Quem sabe outros contos meus também virem livros no futuro.

 

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Respostas de 18

  1. Nossa Wanju, até esse momento eu não havia me tocado que a “Wanju do Wattpad” era a mesma do TdC 🙂

    Isso explica porque a “Wanju do Wattpad” escreve tão bem… Claro eu não li nenhum livro inteiro lá ainda, mas agora que descobri que a Wanju de lá é a mesma daqui, acho que vou ler algum.

    Em todo caso, me parece que o seu estilo literário casa muito bem com o tipo de livro que está em alta no mercado, com o benefício de você escrever bem (o que nem sempre é o caso dos bestsellers com “vampiros e etc.”)… Acho que deveria tentar publicar nalguma editora além da LP Books.

    ps. Você também poderia publicar para o Amazon Kindle. Para lançar um eBook para Kindle sem índice ativo, dá para converter direto do Word. Já com índice ativo é mais complicado porque teria de criar um ePub direitinho… Mas se você vender baratinho ninguém vai sentir tanta falta do índice ativo:
    https://kdp.amazon.com/self-publishing/signin

    Bjs!
    raph
    @Wanju – Muito obrigada, Rafael! Vou tentar sim publicar em outra editora. E agradeço pela dica do Amazon Kindle, vou dar uma conferida. Estou quase na metade da leitura de seu livro “Ad infinitum” e estou adorando! Bjos!

    1. Que ótimo que está lendo e gostando 🙂

      Se no final quiser escrever alguma coisa sobre o que achou, terei enorme prazer em publicar no meu blog.

      Bjs–raph

  2. Eu acompanho de perto todos esses livros. Não sou um leitor muito dedicado, mas nesse caso eles me prendem! Os livros da Wanju são realmente muito bons.
    @Wanju – Fico muito feliz que você goste, Luiggi!

  3. Já tinha gostado dos post dela e agora vou partir para esse texto….Aproveitei para fazer meu wattpad ..hehehe
    @Wanju – Valeu mesmo!

  4. Mergulhei de cabeça na história (LHP Excelsis). Acabei há alguns minutos. Muito envolvente, pelo menos pra mim. Maior catarse aqui…

    parabéns!
    @Wanju – Uau, você lê rápido, Vinicius. Muito obrigada!

  5. Achei muito interessante a sua forma de escrever e os temas relatados nos seus livros .parabéns pelo seu trabalho ,vou acompanhar …
    @Wanju – Obrigada, Paulo.

  6. Olha, te achei completamente sem querer! Até porque ocultismo não é assunto que me interesse mais há muito tempo…

    Fui ler uma notícia no “horizontenews.blogspot” e, em uma coluna à direita, vi diversos links para outros blogs. Resolvi clicar em um sobre conspiração (aí um assunto que já me chama atenção) e me abriu esse seu post, sobre seus livros e Magia do Caos.

    Achei interessantíssimo, pois justamente ontem tive um insight (ou uma compreensão) acerca das forças da Ordem e das forças do Caos e como elas repercutem em nossas vidas, na vida das nações, em política e governo e dia-a-dia e etc. Então daí.., resolvi ler um pouco mais.

    Bom, inegável é o seu talento para escrita. Prende mesmo, dá vontade de ler. Principalmente se também estamos sendo levados pela curiosidade (este o meu caso). Sou bastante curioso, o suficiente para me meter em enrascadas de vez em quando. Sabe aquele Adágio popular “a curiosidade matou o gato”.. pois bem.

    Então… eu li as descrições dos livros e resolvi ler o LHP EXCELSIS, li o capítulo 1 inteiro e aí pulei pro 8 e li a primeira parte, meio tons de cinza.

    Bem, eu até ia fazer um comentário sobre a literatura em si, minha impressão, etc. Mas vou só resumir: gostei da leitura, apesar de achar a revelação da ordem na cena do encontro da Sancha (que és tu ao final) e do Roberto meio desconexa com todo o ar de mistério e de dificuldade em obter respostas em uma sociedade secreta. E depois em poucas linhas há uma expulsão, e o cara sai correndo e encontra ela numa praça… bem, aí eu já achei meio infantil, mas não deixou de ser bom. Tá valendo. E também não li o resto, não posso falar. Mas já imaginei que ia rolar entre eles, tanto que no cap. 8 já se vê ali bem descrito a coisa.

    Mas aí eu resolvi bisbilhotar um pouco, li teu perfil, tudo o que já estudaste, e resolvi te escrever algumas coisas (senti que deveria, já que te achei tão “sem querer” assim).

    Então eu te pergunto: você realmente acredita nessas coisas? Creio que sim. Bem, se você realmente considera real e verdadeiro as coisas “negras” (e aqui não estamos nos referindo tão somente a cor), então, necessariamente, você considera real e verdadeiro as coisas “brancas”, correto?

    Não quero nem entrar no mérito do “Deus Cristão Bíblico”, conforme tá no livro. Me restrinjo somente à oposição, à dualidade. Se você considera existente e real as forças negras, necessariamente elas só podem ser assim consideradas quando em oposição à uma outra força, neste caso, às forças brancas.

    Assim também como caos e ordem. “Ordo ab Chaos”, não é?

    Bem, neste caso, eu lhe faço uma simples pergunta: se é real (e você sabe que é), sendo considerado tudo o que existe escrito sobre essas duas forças, porque, em sua sã consciência e razão, tendo estudado e não sendo ignorante à nada, porque razão você escolheria ficar do lado que será derrotado ao final? Do lado que sofrerá ao final? Do lado perdedor?

    Não me diga que escolherias pelos “poderes”! Não preciso invocar aqui o quanto ilusório é….

    Porque trabalhar para forças do Caos? Você pode ser uma pessoa extremamente realizada trabalhando para as forças da Ordem, isso eu te garanto. Você é uma excelente guerreira, muito forte e talentosa! Pode influenciar milhões para terem um bom julgamento!

    Aquilo que você diz sobre “a liberdade estar na alta magia” é um sofisma! A liberdade só pode existir na ordem! Nunca, jamais, no caos.

    Veja, é impossível haver liberdade no caos, porque o caos é tudo, e quando se é tudo, se é nada ao mesmo tempo. Eis a ilusão.

    É necessário haver oposição em todas as coisas, pois somente assim temos liberdade. Se não há régua de medida, não há escolha.

    Um exemplo: defina A. A é A. Logo, A não pode ser B. Correto? Pois existe uma regra. Mas aí alguém fala “não é justo, A pode ser B”, ou “e a liberdade, A pode ser C”, e outro fala que A pode ser o que A quiser ser, pois A é deus.

    Se acontecer isso, A perde sua definição, logo, já que A pode ser qualquer coisa, A ao mesmo tempo não é nenhuma! Compreendeu? Essa é a força do caos. Por tudo no caos!

    A armadilha está que no caos não há liberdade, nem felicidade, nem nada. Por que liberdade e felicidade só podem existir em oposição à escravidão e tristeza. Assim como justiça e injustiça, bondade e maldade. É necessário haver oposição em todas as coisas.

    Por isso que é mentira quando dizem que há liberdade no caos. Não há! Só há liberdade na ordem, só há liberdade quando há lei e limites. Por mais duro que isso possa parecer aos olhos daqueles que desejam que o caos impere. E quando o caos chegar (e provavelmente ele irá chegar, mais cedo ou mais tarde, devido a apostasia que vivemos em nossos dias), aí haverá “pranto, choro e ranger de dentes”, pois o inferno estará na terra. Se tu duvidas disso, tente criar uma “ordem” sem ordem e tu terás a experiência, que resultará na necessária “ordem” de alguém impondo algo à outrem (e aí, cadê a liberdade?).

    Bem, já me aprofundei no final em muita coisa.. queria só deixar claro meus pontos de vista que, obviamente, além de achar que não concordas e considerar tudo uma grande besteira, servem para orientá-la no teor de interpretação da pergunta que lhe fiz e que gostaria que me respondesses.

    Caso desejes me responder por email, ele está subscrito aí (não sei se tu vê ele), ou então me peça que lhe envio.

    Em todo caso, prazer em conhecê-la e seu trabalho. Espero que reflitas, sinceramente, acerca das coisas que lhe falei e – quem sabe – uma dia possas considerá-las com mais atenção.

    Att.
    Matheus
    @Wanju – Oi Matheus. Obrigada por sua mensagem. Eu sinceramente aprecio e admiro o tempo e dedicação que você levou para escrevê-la.
    Apesar de eu já escrever a longos anos, ainda sou uma escritora iniciante, com muito caminho pela frente e muito a aprender. Então é completamente natural que você encontre trechos não tão bem escritos ao longo de minhas histórias. Até porque os livros apresentados aqui foram a reunião de histórias postadas originalmente em um blog, escritos puramente por diversão, que eu decidi compartilhar na forma de livro.
    Atualmente eu estou preparando uma lista de livros de escrita criativa e literatura clássica para que eu possa estudar com mais afinco o ofício literário e melhorar as minhas habilidades no futuro, para que um dia, quem sabe (e isso leva décadas de trabalho duro), eu possa escrever quase tão bem quanto escritores que eu admiro.
    De qualquer forma, se você pulou do capítulo 1 de LHP Excelsis diretamente para o último, você mesmo pode notar que perdeu muita coisa pelo caminho… apesar de sincronicidades serem frequentes nesse meio, é evidente que houve uma longa teia de acontecimentos até que as coisas se desenrolassem a tal ponto.
    Eu escrevi LHP Excelsis porque eu sei que atualmente no Brasil existem muitos interessados por satanismo e LHP. Com esse livro imaginei que eu pudesse dar boas reflexões aos interessados. Como eu mesma disse no post, minha intenção com esse livro não é nem atacar e nem exaltar o satanismo. Caso eu escrevesse uma história repleta de assassinatos e torturas você não deveria supor que seu autor é um homicida em potencial. O ofício do escritor é interpretar papéis. Não significa que eu mesma seja um dos personagens ou que concordo com as ideias apresentadas.
    Ainda assim, estou ciente dos efeitos que um livro pode provocar no leitor. Por isso mesmo existe uma mensagem no começo do livro “LHP Excelsis” alertando que as práticas lá apresentadas não devem ser copiadas.
    Alguns de meus objetivos ao escrever são mostrar que existem muitas contradições em nosso mundo, que ninguém possui a “verdade”, que às vezes nos consideramos muito bondosos e inteligentes, mas defendemos ideias às vezes tão absurdas quanto aqueles que atacamos e que se pararmos para escutar algumas ideias que são diferentes das nossas e as analisarmos antes de negá-las, isso pode levar a uma vivência mais plena de respeito, embora ela provavelmente nunca seja perfeita, pois o ser humano não é perfeito.
    Eu me considero uma caoísta porque a Magia do Caos é um sistema de magia moderna em que o próprio praticante cria sua religião e espiritualidade. E essa criação não segue princípios fixos. Leis e regras são interessantes e extremamente úteis, mas não necessariamente devem ser consideradas como absolutas ou a “verdade”, pois há casos em que isso pode provocar o efeito oposto, gerando intolerância e repressão.
    Eu não defendo o caos ou a ordem. Acredito que cada pessoa deva achar o seu lugar entre os dois. Nenhum ser humano é igual ao outro e cada um precisa de coisas diferentes, então nem sempre as mesmas regras vão funcionar para todos.
    Se há alguma pergunta sua que não respondi, ou que você considere que merece uma maior explicação da minha parte, apenas me avise que iremos a ela.

    1. Resposta sóbria, educada, diria até mesmo profissional. Parabéns pela postura diante de críticas e comentários nem sempre 100% elogiosos, como o meu, por exemplo. Gostei da tua sinceridade e humildade. Eu não duvido que teu potencial é excelente! O que já é bom ficará muito melhor com seus estudos e práticas. Com certeza.

      Acho que você não respondeu a minha pergunta diretamente, mas indiretamente desse a resposta, ou, uma meia resposta, que para um bom entendedor basta.

      Poderíamos divagar horas a fio e só pelas poucas palavras que trocamos é possível fazer tratados. Na tua resposta eu encontro diversos pontos os quais eu poderia – embora não convenha – refutar, ainda que sem dúvida [me] fosse um prazer. Mas não irei.

      Neste ponto estamos em lados opostos, não tenhas dúvidas disso. É uma pena, realmente. (sei que não vês assim) A sua verdade é relativa, não tem definição, ela pode ser o que se queira que ela seja e… bem, já coloquei meu ponto antes e não preciso me repetir, para evitar tautologia. Do lado de “cá” (ilustrativamente falando), existe, sim, uma Verdade. E ela existe per si, quer uma pessoa opte por aceitá-la ou não (daí a liberdade!!). A Verdade não deixa de ser Verdade, independentemente se A pense que é diferente, ou se B ache que não exista. Nosso livre-arbítrio é garantido, sempre.

      Mas aí já extrapolarei o objetivo deste contato.

      Sou muito grato por poder ter te dito essas coisas e sinceramente grato por me teres respondido tão educadamente. Muito obrigado mesmo.

      Deus te abençoe!
      Att.
      Matheus
      @Wanju – Obrigada, Matheus, pela resposta igualmente educada. Porém, enquanto você pensa que estamos em lados opostos, eu não penso dessa forma. Eu simplesmente acho que não há uma única forma de explicar ou de fazer as coisas. Por exemplo: você elogia minha humildade, mas há momentos em que eu posso desejar não ser humilde ou achar que a confiança tem valor em certos contextos. Ou seja: não seria absoluto afirmar que a humildade é melhor em todos os momentos. Não significa que eu não valorizo a humildade, a bondade e a gentileza, apenas não acho que devam ser impostos ou aplicados em 100% dos casos, como uma regra fixa. São coisas que devem nascer de dentro, naturalmente, e para mim isso também é liberdade, além da definição que você colocou. Não acho que duas definições diferentes sejam necessariamente opostas e excludentes.
      Você disse que poderia refutar alguns dos meus pontos, e eu poderia, em contrapartida, tentar refutar os seus, mas acho mais apropriado tentarmos encontrar semelhanças em nossos argumentos em vez de buscar as diferenças. Nesse caso talvez funcione, embora um bom debate repleto de ardor também tenha seus méritos.
      Para algumas pessoas a verdade é relativa. Para outras é absoluta. E ainda para outras, o fato de ela ser relativa ou absoluta às vezes se transforma apenas num jogo de palavras, quando talvez tanto o fato de ela ser relativa ou absoluta sejam apenas pontos de vistas que podem ser reconciliados.
      Isso significa que talvez tanto você como eu estejamos defendendo as mesmas ideias, mas usando outras palavras e explicações. Uma pessoa pode acreditar em Deus e defender a gentileza, outra pessoa pode não acreditar e defender a liberdade de ser rude ou gentil conforme se deseje. Mas se no final, ambas estão vivendo o melhor que podem, são educadas e tentam contribuir para o mundo de alguma forma, será que elas estão realmente em lados opostos ou apenas escolheram uma definição diferente de liberdade? No fundo, as duas pessoas podem ser livres, do seu jeito.
      Você diz que existe uma Verdade. E eu respondo: bem, talvez exista mesmo. Do meu ponto de vista, não há como saber se existe ou não. Do seu ponto de vista ela realmente existe. E, OK, não vou discordar, você pode estar certo. Mas o fato de você estar certo não significa que eu esteja necessariamente errada. Ambos podemos estar certos simultaneamente, por mais que isso não pareça logicamente plausível. Não é apenas a lógica que define como as coisas são, já que a mente humana é limitada e imperfeita. Eu acredito que o melhor raciocínio a usar costuma ser aquele que leve a reconciliação dos pontos de vistas apresentados, independente de ser “verdade” ou “mentira”.
      Não estou do lado do bem ou do mal. Não tenho a pretensão de moralizar ninguém ou de ensinar como as pessoas devem viver. Eu não escrevo uma história para convencer ninguém de certo ponto de vista. Nem mesmo desse que acabei de apresentar, que também pode estar errado e certamente possui falhas, pois não sou perfeita. Eu escrevo para apresentar diferentes formas de ver o mundo e de pensar, até mesmo algumas que eu não concordo, para que talvez outros ou até eu mesma aprendam com isso (ou se divirtam, fiquem indignadas, etc), para que alguma emoção seja gerada e dali surja a reflexão.
      Você disse que não queria continuar o debate, mas parece que eu mesma continuei, então sinta-se à vontade para tomar a decisão que achar melhor a partir daqui. Por enquanto acredito que a discussão está sendo benéfica. Deus te abençoe também! (se eu acredito ou não em Deus? Talvez eu acredite e não acredite ao mesmo tempo, embora eu não me considere agnóstica. Se eu falo com um cristão eu digo “Deus te abençoe”, se eu falo com um satanista eu digo “Salve Satã”, etc). E se quiser ler um livro meu sobre RHP eu indico A Gata Mascarada, lá há alguns personagens cristãos e realizando magia da Via da Mão Direita.

      1. Até aqui eu pensei que pudesse estar te importunando. É.. parece que continuasse mesmo. 🙂 Fico feliz porque eu nutri uma simpatia sincera por tua pessoa e não queria mesmo encerrar nossa conversa. Eu acho que tu és uma guria muito especial, de verdade. Mas como normalmente as pessoas não gostam muito de receberem contestações ou críticas (e eu praticamente te fiz as duas coisas), achei por bem não te importunar e encerrar os debates. Mas.. parece que não se encerrou ainda, então, vou tomar a liberdade de dizer mais algumas coisinhas que penso.

        Antes, tenho que te confessar que seu ponto de vista conciliatório [quase] me fez perder a cabeça. Porque essa é a primeira vez que me deparo em meus 31 anos, em uma conversa que penso estarem duas pessoas em posições opostas, com uma proposta para refletir se realmente estaríamos em posições opostas, e, se assim for, procurar buscar o que pode haver de comum entre os dois.

        Isso é uma estratégia retirada de algum livro, do tipo “estratégias para vencer um debate?”. rsrsss Estou brincando.

        Porque eu parei realmente para pensar sobre isso sabe? Mas eu reli algumas vezes sua resposta, e vi que não. Realmente pode até aparentar, mas estamos em lados opostos. Veja aqui, p.ex.:

        “Para algumas pessoas a verdade é relativa. Para outras é absoluta. E ainda para outras, o fato de ela ser relativa ou absoluta às vezes se transforma apenas num jogo de palavras, quando talvez tanto o fato de ela ser relativa ou absoluta sejam apenas pontos de vistas que podem ser reconciliados.”

        Aqui você toma a verdade pelo ponto de vista subjetivo. Algo como “a verdade está dentro de cada um” e, portanto, por sermos diferentes, haveriam ‘diferentes verdades’. Então, por seu raciocínio, ambos estariam certos, tanto o que pensou ‘absolutamente’ quanto o que pensou ‘relativamente’.

        A falsa premissa desse raciocínio se encontra na colocação da verdade como algo subjetivo. A verdade jamais pode ser algo subjetivo, pois ela seria necessariamente relativa e, sendo ela relativa, deixaria de ser verdade. Ela passaria a não existir, ou poderia ser considerada qualquer coisa. A verdade só pode existir enquanto algo objetivo, tangível e alcançável por todos, em um mundo em que existam mentiras, de modo que se possa saber como ela é, o que é, etc.

        Outro ponto:

        “Uma pessoa pode acreditar em Deus e defender a gentileza, outra pessoa pode não acreditar e defender a liberdade de ser rude ou gentil conforme se deseje. Mas se no final, ambas estão vivendo o melhor que podem, são educadas e tentam contribuir para o mundo de alguma forma, será que elas estão realmente em lados opostos ou apenas escolheram uma definição diferente de liberdade? No fundo, as duas pessoas podem ser livres, do seu jeito.”

        Aqui é interessante observar duas coisas. A primeira é que você utilizou a palavra “escolheram” e a expressão “do seu jeito”, no tocante à definição de liberdade. Ou seja, novamente você ingressa no aspecto relativista das definições.

        O segundo ponto interessante de ser observado é que você utiliza uma “régua” de medição comportamental para tentar justificar duas posições contrárias poderem aparentemente estar do mesmo lado. Seria o ” vivendo o melhor que podem, são educadas e tentam contribuir para o mundo de alguma forma”.

        Aí eu te pergunto: de onde você tirou essa “régua” de medição para justificar que, independentemente da definição de liberdade e/ou verdade que venhamos a escolher, estaremos todos “do mesmo lado”? Qual a fonte? A bondade? O bem? O certo? O justo?

        Vê como é necessário existir uma régua? Se esses conceitos todos forem relativos, então, necessariamente, ingressaríamos no caos. Que é supor que cada um possa criar suas próprias leis, sua própria verdade, seu conceito de liberdade, de justo, de bom e mal, etc, etc, etc, ad infinitum. Um mundo assim necessariamente ingressaria no caos e, logo após, numa tremenda ditadura, pois o que prevaleceria, ao final da total desordem, seria a lei do mais forte.

        Agora, o ponto fundamental de tudo isso é o seguinte: o mal. Ele existe, é real, e causa dor, tristeza e sofrimento. Oprime, causa medo, pânico, paralisa, controla. Ele é mau. Ele não é bom. Ninguém em sã consciência pode querer viver continuamente com medo, oprimido, escravizado, aterrorizado, com dor e sofrimento. Ele é real. Ele se chama: o mal. E deseja a miséria das pessoas. Miséria mortal, espiritual, carnal, emocional, física.

        Se você não acredita que exista o mal no mundo e que as pessoas podem ser más (justamente porque são livres) e acha que tudo não passa de uma questão subjetiva, de ponto de vista, sinto muito lhe informar, mas você está enganada e pode vir a sofrer muito por causa disso. Espero que nunca te aconteça!

        Agora, se você acredita que existe o mal no mundo, nas pessoas, que elas não são nem boas nem más, mas podem vir a fazer o mal eventualmente, saiba que o fruto da maldade sempre será o mesmo: dor, sofrimento. Alguém sofrerá com a maldade.

        E aí saímos do campo da Dualidade e da Liberdade e da Verdade e entramos no campo da Justiça…. hehehe bem… aí é assunto pra mais de quilômetro e não é o caso do debate.

        Sei que nem tudo o que pus é agradável e sei que não concordas com muito do que tenho dito, mas estou sendo sincero em expor meus pensamentos. A conversa tem sido boa pra mim também e não desejo ser rude com tuas opiniões. Se as refutei, foi somente para expor meus pensamentos.

        Com relação aos seus objetivos com os livros, só tenho a dizer que estou 100% de acordo contigo. E eu acho que tu tens mais é que continuar nesse caminho porque você é muito boa nisso! De verdade! Tanto que lhe disse que podes influenciar milhões de pessoas. E eu considero sumamente importante a consciência que tu mostraste ter, ao lembrar que um livro influencia sim!

        Só que nem todos lêem com ares de reflexão, tem muita gente que só absorve. Você sabe disso, basta ir à qualquer faculdade e verás gente repetindo igual papagaio o que o professor disse, o que leu num livro apenas, etc. Esse poder não pode ser negado, mas pode ser bem utilizado.

        Nem sempre simplesmente colocar coisas necessariamente fará com que as pessoas reflitam. Por isso o cuidado com o que se coloca. Claro, existem as emoções, não se pode descuidar disso. Apenas ressaltei o cuidado e sinto que podes influenciar milhões de pessoas a “terem um bom julgamento”. Foi isso que eu disse.

        Ah, vou ler A Gata Mascarada (és tu? rsrsrs :P). Só não sei o que é RHP, mas vou lê-lo sim. Com certeza. E obrigado pela resposta.
        @Wanju – Devo dizer que esse é um dos melhores debates que já tive, no sentido de haver compreensão pelas duas partes. É maravilhoso conversar assim, principalmente porque seus argumentos são muito bem colocados e interessantes. Completamente pertinentes. Na verdade não vou ter muito que discordar do que foi dito. Afinal, como eu falei antes, é como se eu concordasse com as ideias que você me apresenta, mas na minha cabeça elas se construíssem com outra linguagem, entende? A linguagem da minha vivência, das coisas que já li, etc. Que é diferente da sua, é claro. Talvez nós dois tenhamos chegado a conclusões parecidas, mas só estejamos com dificuldade de comunicar isso ao outro. Algumas vezes palavras como “bem” ou “verdade” possuem diferentes conotações para as pessoas e uma conversa saudável pode virar uma Torre de Babel, quando a princípio as ideias, se não forem as mesmas, são, em algum nível, semelhantes.
        Minha proposta a respeito de debates em geral é exatamente a seguinte: mesmo se as ideias defendidas forem diferentes, o objetivo da discussão não deve ser que exista um perdedor e um ganhador, nem que um convença o outro. Deve ser que um aprenda com o outro e que sejam encontradas ideias parecidas. E se as ideias forem realmente opostas, bem, devemos tentar encontrar algo que seja igual. Tendo como meta promover um debate saudável. Se partimos do pressuposto de que o objetivo da vida é a felicidade, é sentir-se bem, isso supera a importância de construir um raciocínio invencível, que seja tão forte a ponto de derrubar qualquer outro. Nesse sentido, acredito que vale a pena até sacrificar porções de nosso raciocínio lógico e moldá-lo tendo como meta adequar-se a nos fazer chegar a um estado de felicidade.
        Mas isso não implica necessariamente nos fazer abrir mão do que acreditamos. Se você defende que exista uma só Verdade, eu acho que isso está completamente ótimo e correto. Se esse conceito funciona para você, se você acredita nele, te parece lógico, te traz felicidade, etc, então defenda-o e não o abandone. Minha única observação seria que você arrume uma forma de aliar o seu conceito de Verdade com o respeito a opinião dos outros, e me parece que você já faz isso bem.
        No meu caso, eu costumo defender “verdades relativas”, diferentes pontos de vista de interpretação da verdade, ou como queira chamar, simplesmente porque isso facilita, no meu caso, a construir um raciocínio que me faça respeitar a opinião de outros. Mas para quem consegue possuir a certeza de que há somente uma Verdade e ao mesmo tempo escutar outras definições, funciona igualmente bem.
        Eu estou analisando essa conversa do “ponto de vista da verdade relativa” e você do “ponto de vista da realidade absoluta”, mas essa minha explicação já seria meio tendenciosa, pois já seria uma análise dentro do ponto de vista da “verdade relativa”! E com a sua resposta eu creio que você tenha dado explicações semelhantes as minhas, mas afirmando que há uma só Verdade. É um pouco difícil resolver esse enigma, então minha sugestão é simplesmente rirmos do quanto a lógica nos prega peças. E seguirmos em frente, pois qualquer tentativa de explicar a realidade por palavras será somente uma tentativa, já que não podemos olhar o mundo de fora da limitação de nossas mentes.
        Mas de onde vem isso de pontos de vista, que defendo? Eu me baseei nos escritos do Caibalion para mostrar essas ideias.
        De acordo com as Leis Herméticas, o Princípio da Polaridade é o seguinte:
        “Tudo é Duplo; tudo tem pólos; tudo tem o seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados”.
        Outra frase do capítulo IV: “Deus e o Diabo são, pois, os pólos da mesma coisa, e o Hermetista entende a arte de transmutar o Diabo em Deus, por meio da aplicação do Princípio da Polaridade. Em resumo a Arte de Polaridade fica sendo uma fase de Alquimia Mental, conhecida e praticada pelos antigos Mestres hermetistas”.
        Frase do capítulo X: “O homem também reconheceu muitas coisas semelhantes a esse princípio e tentou exprimi-lo por essas máximas e aforismos: ‘Tudo existe e não existe ao mesmo tempo, todas as verdades são meias-verdades, todas as verdades são meio falsas, há dois lados em tudo, todo verso tem seu reverso'”.
        Outro trecho desse capítulo: “O Bem e o Mal não são absolutos; chamamos uma extremidade da escala Bem a a outra Mal. Uma coisa é menos boa, que a coisa mais elevada na escala, mas esta coisa menos boa, por sua vez, é mais boa (melhor), que a coisa imediatamente inferior a ela; e assim por diante, o mais ou o menos sendo regulado na posição da escala. É assim no Plano Mental. O Amor e o Ódio são considerados como sendo coisas diametralmente opostas entre si, inteiramente diferentes, irreconciliáveis. […] Há graus de Amor e Ódio, e há um ponto médio em que o semelhante e o dessemelhante se tornam tão insignificantes que é difícil fazer distinção entre eles. A Coragem e o Medo seguem a mesma regra. Os pares de opostos existem em toda parte. Onde encontrardes uma coisa encontrareis o seu oposto: os dois pólos”.
        No Caibalion existe um trecho (eu estava procurando por ele no livro e não o achei, mas acabei achando outras coisas, que coloquei acima) em que se explica que a realidade pode ser expressa por dois pontos de vista: o ponto de vista do Todo e o ponto de vista relativo. Por exemplo, do ponto de vista relativo poderíamos dizer que o mundo existe de fato, já que é isso que pensamos pela nossa percepção dos sentidos. Mas de acordo com o ponto de vista do Todo, nada existe, não há matéria ou realidade, apenas temos essa impressão porque nossos sentidos e nossa mente nos “enganam”. Então, qual é a verdade? Tudo existe ou nada existe? A “verdade” seria que as coisas ao mesmo tempo existem e não existem. Elas existem do ponto de vista relativo e não existem do ponto de vista do Todo. Isso não significa que um ponto de vista é superior ao outro. Eles diferem em grau e não em excelência. Conforme o princípio do Mentalismo, “O Todo é Mente; o Universo é Mental”.
        Eu não afirmarei que concordo com todos os dizeres do Caibalion e nem que os defendo integralmente. Se fosse assim, seria completamente aceitável que alguém citasse trechos da Bíblia e a autoridade do livro fosse suficiente para afirmar o que é verdade ou mentira.
        Eu gosto bastante do Caibalion e acredito que as ideias apresentadas nesse livro são muito boas, embora tampouco sejam a “verdade” para mim. Contudo, se alguém me disser que, para si, o Caibalion ou a Bíblia são a Verdade, não vou discutir. Também poderia ser dito que existe uma Verdade, mas que ela encontra sua expressão de diferentes formas… Se for dito “tanto a Bíblia, como o Corão, como o Bhagavad Gita, etc mostram a Verdade” Ahhhh bom, nesse caso pode ser dito que existe sim uma Verdade, contanto que não somente uma pessoa, um livro ou conceito seja tido como certo e os outros errados. Eu poderia até dizer que, para mim, onde existe respeito a opinião do outro, aí está a verdade. Talvez seja um bom método de descobrir onde a verdade está.
        Então, no que eu acredito, ou no que os caoístas acreditam? Existe aquela velha sentença atribuída a Hassan i Sabbah, que costuma ser considerada como a máxima da Chaos Magick:
        “Nada é verdadeiro; tudo é permitido”.
        Frase esta que não pode ser tomada em sua forma literal. Eu acho que, se não for tomada de forma literal ou extrema, essa frase pode sim ser uma expressão de liberdade. A afirmação de que existe uma só Verdade, se não tomada de forma literal ou extrema (ou seja, sendo usada para libertar e não para aprisionar) também acho que possa ser totalmente válida.
        Ou, como diria Wittgenstein: “Os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo”.
        E, não, não, a personagem de A Gata Mascarada não sou eu, hehe. Eu a baseei um pouco em uma amiga minha, embora apenas ligeiramente, já que inventei todo o resto. Eu costumo dizer que já preciso me aturar na vida real, então seria muito entediante que eu criasse personagens muito parecidas comigo, já que a magia da literatura é exatamente experimentar a oportunidade de transformar-se em outra pessoa por alguns momentos.

        1. Seria Right Hand Path? Não pus no google! 😉
          @Wanju – Exato, é isso mesmo 🙂

        2. “É um pouco difícil resolver esse enigma, então minha sugestão é simplesmente rirmos do quanto a lógica nos prega peças.”

          hahaha eu ri! E estou muito contente também por sua resposta e pelo debate. Mais uma vez obrigado.

          Eu concordo plenamente contigo, nunca resolvi te expor um pouco dos meus pensamentos com o intuito de “vencer” ou me achar melhor ou superior, apenas porque vejo as coisas de outra maneira. Sempre procurei te respeitar, pelo que você é, pelo que já viveu, pelo que conhece. Como eu disse, você é uma pessoa muito especial!

          Confesso que estava ansioso por ler a sua resposta, mas já era tarde e não tenho o hábito de dormir tão tarde (já eram quase 4 da manhã rsrsrs). Tive que me render. Mas eu não esperava por menos em termos de resposta.

          E outra vez você tem razão! A melhor postura em um debate é justamente essa que tomamos, ou seja, com o intuito de tentar compreender o que o outro fala e assimilar algo. Eu sempre digo que quem rechaça algo sobremaneira sem nem ao menos escutar é porque não está convicto daquilo que próprio pensa (ou está de saco cheio de refutar sempre a mesma coisa, mas aí são outros 500).

          E eu entendo os seus argumentos e fundamentos principiológicos, apenas discordo diametralmente, frontalmente deles. (isso porque nos vejo em lados opostos; em sua visão, estaríamos no mesmo lugar, separados apenas por uma tênue linha, quase que nos tocando em algum ponto num círculo, não é? ou seja, estaríamos dizendo a mesma coisa).

          Obrigado também pelo conhecimento compartido, e pela consciência acerca da autoridade de livros, achei bem justo e honesto em seu raciocínio. Eu digo, você é uma pessoa bem especial.

          Com relação ao conhecimento que compartilhasse, ou à apresentação bem suscinta dos princípios os quais estudas e acreditas, nossa!, eu tenho tanto que poderíamos debater…. Mas, desta vez vou encerrar mesmo, porque, como tu disseste, o mais importante é o respeito que se deve ter ao outro e à busca da felicidade de cada um. Aquilo que podemos dividir e somar ao mesmo tempo, e aprender e compreender um pouco com o outro.

          Adicionei essa página nos favoritos para de tempos em tempos dar uma lida e refletir sobre as coisas que me disseste. Vá que eu enxergue outras coisas que até agora não vi?

          Me sinto muito honrado e contente por teres dito que é um dos melhores debates que já tivesses, em termos de compreensão.

          Foi um imenso prazer! E eu sou grato pela oportunidade que tivemos de conversar.

          Um grande abraço.
          Matheus

        3. Ah, só mais uma coisa, com relação ao trecho que você menciona sobre respeitar opiniões alheias:

          “Minha única observação seria que você arrume uma forma de aliar o seu conceito de Verdade com o respeito a opinião dos outros, e me parece que você já faz isso bem.
          No meu caso, eu costumo defender “verdades relativas”, diferentes pontos de vista de interpretação da verdade, ou como queira chamar, simplesmente porque isso facilita, no meu caso, a construir um raciocínio que me faça respeitar a opinião de outros. Mas para quem consegue possuir a certeza de que há somente uma Verdade e ao mesmo tempo escutar outras definições, funciona igualmente bem.”

          Relendo seu post, eu achei interessante ressaltar esse trecho acima, que antecede a questão do enigma. Bem, acredito que o resolvi.

          E a resposta chama-se: LIBERDADE ! (essa perseguida que tanto amamos).

          Porque, veja, eu não preciso relativizar as verdades para escutar e ouvir, concordar ou discordar, ou simplesmente respeitar a opinião diferente do outro, pelo simples fato de que as pessoas são livres, totalmente livres para pensarem o que quiserem e escolherem o que desejarem. Mas isso, em hipótese alguma, desconstituirá a Verdade.

          A Verdade não deixa nem deixará de existir e de ser verdadeira porque A pensa diferente ou porque B acredita que ela não exista. É nesse sentido que eu consigo aliar minha crença no que até então chamamos de “verdade absoluta” ao mesmo tempo que compreendo as verdades relativas alhures, porque tenho consciência da liberdade que todos temos para desejar compreendê-la ou não, para desejar buscá-la ou não, para aceitá-la ou não, para inventar uma ou não, etc, etc, etc.

          Assim como não acredito que ela, a Verdade, seja algo entronizado dentro de pequenos círculos secretos de difícil acesso, para poucos privilegiados e iluminados que tem a pretensão de a conhecer e vivê-la e que possuem a ousadia de “enfrentar montanhas” para conhecê-la.

          No que indubitavelmente, por esse raciocínio, bilhares de outros seres humanos viveriam mentiras e na escuridão da ignorância em suas vidas, numa espécie de hierarquia de seres superiores e uma vasta maioria inferior. Isso afeta, sobremaneira, a “Igualdade de Autoridade” que deve existir entre todos nós, e que só existe quando partimos do ponto comum que somos todos Filhos Espirituais de Deus, embora totalmente diferentes entre si.

          Como disse Thomas Jefferson, um dos pais fundadores dos Estados Unidos e responsável pela Declaração de Independência de 1776, uma ode à igualdade e liberdade feito pela mão do homem, que assim diz:

          “Consideramos estas verdades sagradas e inegáveis: que todos os homens são criados iguais e independentes; que desta criação igual resulta que eles possuem direitos inerentes e inalienáveis, dentre os quais estão a preservação da vida e da liberdade, e a busca da felicidade.” 1

          Ou como ficou conhecida, em sua versão final:

          “Consideramos estas verdades como auto-evidentes, que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes são vida, liberdade e busca da felicidade.” 2

          Nesse sentido, a Verdade necessariamente deve estar disposta à todos mortais, por questão de justiça e igualdade, de maneira compreensível ao mais ignorante deles. E a Verdade sempre existiu e sempre existirá, ela é eterna.

          Já que citaste fontes, eu colocarei o que embasa esse respeito que possuo e essa minha consciência da liberdade que temos. Está expressa na 11º Regra de Fé da Igreja a qual pertenço:

          ” 11 Pretendemos o privilégio de adorar a Deus Todo-Poderoso de acordo com os ditames de nossa própria consciência; e concedemos a todos os homens o mesmo privilégio, deixando-os adorar como, onde ou o que desejarem.” 3

          Veja que por nosso credo, está inclusive disposto “como, onde ou o que” desejarem. Ou seja, reconhecemos a liberdade até mesmo de adoração à objetos, caso o ser humano deseje.

          Nesse sentido, gostaria de compartilhar um belo Hino-oração cantado na Igreja, que fala sobre a questão da verdade e tem uma bela e profunda letra: http://www.youtube.com/watch?v=Y_JmlXJgEpY

          Vê agora, quando digo que existe uma distância abissal entre o que falamos? Como distamos colossalmente um do outro, e não nos encontramos quase num mesmo ponto, ou falamos as mesmas coisas?

          Vê como existe um universo inteiro de entendimento e compreensão e de enxergar a vida totalmente diferentes um do outro?

          E então? Ainda achas que falamos as mesmas coisas? Ou consideras que realmente estamos em lados opostos? rsrsss Acho que agora, depois que lhe revelei minhas fontes de conhecimento, talvez passes seriamente a me considerar um opositor, não? rsrss

          Espero esperançosamente que, independentemente do que passes a reconhecer ou considerar, isso nada interfira na grandeza do que até agora temos tratado aqui, isto é, da “vida, liberdade e a busca da felicidade” de todos nós.

          Um grande abraço!
          Matheus

          1. (versão original da declaração de Thomas Jefferson: http://www.princeton.edu/~tjpapers/declaration/declaration1.gif)

          2. (versão final do Congresso Americano, um pouco mais suscinta: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Us_declaration_independence.jpg)

          3. (Regras de Fé de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias: http://www.lds.org/scriptures/pgp/a-of-f/1.13?lang=por)
          @Wanju – Obrigada por compartilhar suas fontes de inspiração! Não acho que exista uma distância abissal no que falamos. Sim, ainda acho que falamos das mesmas coisas e que não estamos de lados opostos. Eu gosto da Bíblia, assim como de livros sagrados de várias religiões. Todas elas me inspiram.
          Agradeço pelo maravilhoso debate, continuarei a refletir sobre as questões que você me colocou. É ótimo concluir uma conversa como essa aprendendo algo, o que foi o meu caso aqui.
          Grande abraço!

  7. Parabéns pelo seu talento Wanju, li o LHP Execelsis e gostei muito; achei-o de leitura leve e fluída, entretanto, recheados de significados profundos e referências diretas e indiretas aos mais variados campos do ocultismo. Excelente, altamente recomendado.
    Vou começar a ler os outros imediatamente!
    @Wanju – Muito obrigada, Igor! Embora eu não seja uma expert em satanismo, escrevi o LHP Excelsis com base no conhecimento adquirido na área ao longo de minha jornada. Espero que goste dos outros livros também!

  8. Wanju sou seu fã!!!
    Eu li e reli várias vezes os contos do teu blog. Acho incríveis!
    Tenho muita vontade de ilustrar o Grimório das Formas. Ainda não sou profissional mas ainda farei esses desenhos e te enviarei. 😉
    @Wanju – Oi, Rodrigo! Valeu mesmo! Seria maravilhoso ver os teus desenhos para o Grimório das Formas! 😀

  9. Menina, te procurei no Face mas acabei perdendo o post. Tá de parabéns, comecei a ler o Gata Mascarada e engoli o livro…! Não sou magista, apenas gosto de conhecer um tiquinho de tudo – meu negócio é radiestesia e radiônica – e me encantei com a história em si. Agora vou ler o volume dois. Mas, olha, tá de parabéns! Continue assim e publique mesmo seus livros, nem que seja via Amazon, vai fazer sucesso!
    @Wanju – Agradeço muito! Fico super feliz que você tenha gostado! E só avisando que há alguns personagens que aparecem “do nada” no final do volume um de A Gata Mascarada, que são personagens de LHP Excelsis. E no final de LHP Excelsis também aparecem personagens de A Gata Mascarada. E, para completar, no volume 2 de Gata há personagens de outras histórias minhas, como Sonho com Lobos, Serena Vida e Dragões de Brinquedo. Algumas dessas histórias estão no meu blog Espírito Invencível. Como os capítulos foram postados originalmente no meu blog, lá eles seguiam uma sequência lógica de acontecimentos. Quando montei as histórias em livros a ordem cronológica pode ter ficado um pouco confusa, mas quem ler várias histórias minhas vai ir montando as peças. Muitos dos meus livros se completam como um quebra-cabeça e muitas vezes um depende do outro. Embora haja o risco de spoilers pelo caminho, também há um lado divertido em ir desvendando a história de cada personagem pouco a pouco 😉

  10. Parabéns pela iniciativa, ainda nao li seus livros, mas o farei em breve.
    Pegando o gancho, você poderia aproveitar essa deixa e abrir um grupo no mayhem, nao? So para falar de livros que envolvam esse tema, o que acha? Aproveito para perguntar sobre a trilogia do mago negro, se você recomenda, conhece….
    Grato
    @Wanju – Obrigada, André. Gostei bastante da sua ideia e verei se poderei implementá-la. Eu ainda não conhecia a Trilogia do Mago Negro, mas dei uma pesquisada e parece interessante. Vou conferir. Abraço!

  11. Apareceu a margarida!!…
    Confesso que tenho um pouco de mágoa por ter desaparecido por tanto tempo… Eu era um leitor assíduo de seus artigos, resumos e histórias, em particular eu gostava muito da “Dragões de Brinquedo” e “Guerra dos Esquecidos”… tais leituras me renderam muitas respostas e uma infinidade de pontos de interrogação, muitos dos quais luto para solucionar até hoje! O blog já voltou aqui para os favoritos, vou voltar a acompanhá-lo religiosamente!…_/\_

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