Entre os materiais de construção, o mais importante é naturalmente a pedra. Mas esta, como tudo o que forma parte do Templo, tinha para os construtores das civilizações tradicionais que utilizaram esse material (pois se sabe que antes dele se edificava com madeira), um sentido simbólico bem preciso, que é o que lhe dá toda sua importância desde o ponto de vista sagrado.
A pedra expressa dois aspectos bem distintos. Por um lado, e devido a sua tosquedade e arestas, simboliza a natureza grosseira e imperfeita do homem profano. Por outro, graças a sua solidez e estabilidade, reflete mais do que nenhuma outra coisa a presença imutável de Deus no seio da Criação. E isto é precisamente o que faz que uma determinada pedra seja venerada como sagrada. É o caso dos betylos-oráculos2, que eram geralmente aerólitos, ou pedras “descidas do céu”, e associadas, portanto, com o raio e com a luz. Adicionaremos que “betylo” procede de Beith-El (que significa “Casa de Deus”), nome dado ao lugar onde Jacob repousou sua cabeça e teve o sonho no qual via descer e ascender anjos por uma escada que unia o Céu e a Terra. (Essa mesma palavra, Beith-El, converteu-se posteriormente em Beith-Lehem, ou Belém, a “Casa do Pão”, e designou a cidade na qual devia nascer Cristo, o Verbo descido no seio da substância terrestre).
Por tal razão houve épocas e culturas onde se estava terminantemente proibido talhar as pedras destinadas a um culto especial, pois estas eram consideradas como a própria expressão da substância indiferenciada (a matéria prima) e virginal da natureza divina. Mas este não é o caso dos templos que, como as catedrais, precisam para sua solidez pedras completamente talhadas, esquadrejadas, polidas e trabalhadas com o martelo e o cinzel. A pedra já não expressará essa virgindade indiferenciada, mas o caos amorfo do profano que precisa ser ordenado pelas réguas e métodos da Arte.
Ao polir a pedra bruta, o aprendiz construtor estava realizando um trabalho e um gesto ritual consigo mesmo. A pedra era ele mesmo, e a transformação desta em pedra talhada e cúbica simbolizava a transmutação qualitativa de todo seu ser.
2 N.T. – Betylo – Pedra sem lavrar, ou toscamente talhada, à qual rendiam culto os povos da antiguidade, considerando-a como a representação de uma divindade, ou como a própria divindade.
Respostas de 19
hmm interessante… aqui na minha cidade, logo na entrada, tem uma pedra cubica com um simbolo q tem o compasso e o esquadro com um “G” no meio (creio q seja o símbolo da Maçonaria)!
Tio Marcelo, Rola algum post (ou explicação) sobre como a ICAR usou o termo “Casa de Deus” para se referir aos seus templos de oração (e concentração de Gado)?
Não resisti…
Agora falta explicar o símbolo do papel e da tesoura! =)
Aliás eu arrisco dizer que o joqueipô (não sei se é assim que escreve) tem uma origem simbólica ou que pelo menos pode ser contextualizada!
Muito obrigado pelas informações.
Abraço,
Fabio C. de Castro
Ainda esse sábado um tio levantou em reunião e perguntou “por que vocês acham que aquela pedra é bruta e essa outra é polida?”… hahaha
Eu adoro como, com freqüência, os posts aqui falam sobre algo que eu vi recentemente ou que eu estava pensando sobre.
hmm interessante… aqui na minha cidade, logo na entrada, tem uma pedra cubica com um simbolo q tem o compasso e o esquadro com um “G” no meio (creio q seja o símbolo da Maçonaria)!
***
Só para reforçar o texto do Thiago, em setembro quando fui viajr aqui do Sul para o interior de Goias, passei por uma cidade que também tinha essa “uma pedra cubica com um simbolo q tem o compasso e o esquadro com um “G” no meio “. MDD pode explicar por favor?
@MDD – Ue, pedras cúbicas com um esquadro e compasso estão em todos os lugares, vocês nunca repararam?
To pra ver uma cidade aqui em São Paulo que não tenha pelo menos uma dessas pedras…
Vitri+L
Marcelo, Poderia explicar a relação entre “betylo, nome dado ao lugar onde Jacob repousou sua cabeça e teve o sonho no qual via descer e ascender anjos”, e a “Casa do Pão”, que no Zeitgeist mostra que seria a constelação de Virgem, local onde o Sol (Jesus) Nasce dia 25 de Dezembro?
Brigado!!
@ “Agora falta explicar o símbolo do papel e da tesoura! =)”
O Papel é a base do conhecimento do homem. É onde ele grava de maneira perfeita o conhecimento adquirido e passa para frente. ex. Grimórios, Pergaminhos e tudo mais.
A Tesoura é a ferramenta de destruição a favor do homem. Tesoura não constrói nada, só parte as coisas, e é dessa partição que o homem obtém resultados grandiosos.
Jokenpô é japonês, os relatos mais antigos datam do período feudal. Não era um jogo, mas uma riminha típica que depois virou jogo (( “o homem mundano torna tudo que é sagrado igualmente mundano”)). A rima expressa que a Pedra bruta pode ser coberta pelo conhecimento, mas nunca dividida pela tesoura. O conhecimento sim pode ser destruído.
@ hmm interessante… aqui na minha cidade, logo na entrada, tem uma pedra cubica com um simbolo q tem o compasso e o esquadro com um “G” no meio (creio q seja o símbolo da Maçonaria)!
***
Pedras cúbicas?? aquilo é só um pedestalzinho mesmo… o “esquadro” e o “compasso” são só moldura e o G é de Goias…
marcelo, quais as melhores combinações signo-planeta para alguém na carreira de direito? tenho muitos planetas em libra e virgem mas ouvi falar que capricórnio seria o que faz um melhor operador de direito.
ter signos combinados a seu planeta regente é uma boa coisa (ex: saturno em aquário);
por que os quatro animais vivos vistos por ezequiel e joão de patmos perto de deus são os signos fixos do zodíaco (touro leão escorpião(a águia) e aquário 9o homem)? há outras passagens só com os signos mutáveis ou cardinais?
@MDD – Libra, virgem, capricórnio, escorpião, sagitário… depende muito, pois existem vários tipos de atividades dentro do direito… até mesmo energias de leão podem ser bem usadas em advogados de tribunal, touro pode gostar de direito tributário e contratual… acho que só energias de peixes, áries, gêmeos e aquário têm mais dificuldades nessa área.
O tema lítico realmente me interessa… mistério atrás de mentira, verdade atrás de mistério.
Superficialmente acredita-se que houve apenas um grupo de construtores, os contrutores de templos, quando em verdade, existiu um outro grupo mais primordial, os construtores de muralhas. Simples é entender que os construtores de templos adoravam a Matéria, elevando-a, diversificando-a, trasmutando-a(aqui de forma limitada à próprioa Matéria), enquanto os construtores de muralhas megalíticas desvalorizavam o que lhes foi ensinado como: Prisão do Espírito, A Criação. Se procurar sobre este povo, verá que são famosos apenas por uma coisa; Guerra, e que culturalmente eram atrasados, pois nada deve ser criado , pois (quase)tudo é absorvido em uma espécie de osmose, e logo incorporado como potência material.
Mudando um pouco de assunto, pense bem, partindo do pressuposto que o Universo(criado) seja finito e infinito, onde cada ponto é um fim por si mesmo, e o circulo sem perímetro tem o centro em tudo, todos os níveis experimentados na criação são densidades da Matéria, do Uno. Logo a árvore da vida é a árvore da vida material, que remete à dor e sofrimento, onde o equilíbrio, pode-se dizer matemático, não aceita yin sem yang.
Voltando à civilização de guerreiros sábios, construtores de muralhas, já não existem tal como eram, seu modo de vida foi substituido pelo método do inimigo, um metódo menos doloroso, mais sonolento. A evolução cultural trouxe a admiração do Universo, e o esquecimento da Origem.
Saibam que tudo aprendido aqui é para o enriquecimento da Matéria, tudo que aprendem aqui é para a manutenção e evolução da Matéria. Físico>Astral>Mental>(…), pela analogia da correspondência(igual encima como embaixo), é um objeto(matéria) fractal, infinito e finito, onde a correspondência lógica de a diferente de b deixa de valer e tudo se torna a interação entre os elementos a e b.
Paradoxalmente, o único meio viável de libertação hoje é o de aperfeiçoamento de uma entidade(simbolo) até alcançar seu nível arquétipo e atravessá-lo. Mas paradoxo por paradoxo, só existe Vida quando as luzes se apagam, de resto é ilusão.
Sei que fui confuso, mas Razão não é o que pretendo tocar.
Honor et Mortis!
boa cavera!
rola um som japonês no jokenpô mesmo!!
o que nos leva a uma outra pergunta… tem pedras cúbicas com esquadro e compasso e a letra G lá nas terras do sol nascente??
http://bobagento.com/capeta-dancando-funk
Comédia, comédia, comedia… como pode as pessoas acreditarem numa bagaça dessas ???
eu to xorando de rir, será que vo p/ casa do chapéu hoje? pq no 1:44 eu ri demais kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
enviei o link do blog pq os comentarios do pessoal já diz tudo!
A pedra da fundação do templo: Yesod…
Tio, por favor, uma dúvida..
Lembro-me que você havia dito sobre “se ver de fora” no ritual de iniciação .’.
Isso não aconteceu…
Estou viajando ou misturando as bolas?
@MDD – Depende de como foi feito na loja, de como você estava, nervosismo, uma série de fatores. E quando digo “ver”, não é com os olhos de carne…
Marcelo, você conhece alguma Loja Maçônica de Campina Grande (Paraíba)? Há alguma que você recomendaria? Não tenho contatos na Maçonaria, mas estou conhecendo alguns maçons e acho que se algum dia alguém me convidar (mesmo que a chance seja pequena) eu gostaria de saber onde estou entrando. Me sinto desconfortável para perguntar a eles, afinal eles não me conhecem bem, e nem todos os irmãos são tão abertos a discutir quanto você.
Tio,
o último post foi em 16/11!!!!!
A pestinha tá dando muito trabalho pelo visto…
Esquece de nóis naum!
Abração