I must not fear.
Fear is the mind-killer.
Fear is the little-death that brings total obliteration.
I will face my fear.
I will permit it to pass over me and through me.
And when it has gone past I will turn the inner eye to see its path.
Where the fear has gone there will be nothing. Only I will remain.Paul Atreides (Dune) – Litany Against Fear
Essa sensação bloqueadora tão familiar, tão comum, que nos rouba o raciocínio e a vontade, é uma das grandes vilãs para a manifestação dos nossos sonhos e ideais.
O medo parece ser algo baseado em uma construção negativa da realidade, julgando que determinado curso de ação trará más consequências. Essa projeção negativa do futuro nos deixa paralisados. Ora, se o futuro é ruim, então não posso seguir nessa direção. Mas então, se eu não seguir esse direção, que é a que o meu coração está pedindo, então como irei realizar meus sonhos? Quer dizer então, que para realizá-los terei de passar por maus momentos?
Não, não é isso que quer dizer.
Quando sentimos medo, sentimos também um alto grau de determinismo no nosso curso de ação. É como se aquela projeção fosse realmente acontecer e não tivesse escapatória ou caminho alternativo ou consequências diferentes possíveis. Esse sólido determinismo faz com que fiquemos ainda mais temerosos e bloqueados, paralisados.
Porém, ao solidificarmo-nos dessa forma, perdemos o panorama geral da situação. Esquecemos que aquela projeção que fizemos do futuro não é real; é apenas uma dentre infinitas possibilidades. Esquecemos, principalmente, da nossa própria força e habilidades: nossa capacidade de reagir de formas diferentes a cada instante.
Acho que essa é uma de nossas maiores armas: poder reagir conforme a situação, “injetando” na nossa realidade determinadas forças que a alteram ao nosso comando. Experimentando com as respostas, podemos produzir a realidade que almejamos desde o início, sem necessidade de medo ou de paralisação frente a um futuro “incerto”.
É claro que ao interagirmos com a realidade, na qual estão contidas todas as outras entidades conscientes, como as pessoas e outros seres, também estamos interagindo com outros “Criadores de Realidade”, dado que os outros também possuem mais ou menos poder de moldar o futuro. E o presente é a somatória desse Poder exercido por todas as criaturas conscientes.
Porém, como cada um possui uma parcela que lhe cabe de alteração da Realidade, dada suas habilidades, liberdade, imaginação e força de vontade, então, cada um pode sim criar mudanças ao seu redor de acordo com esses parâmetros.
O medo, então, é de certa forma uma ignorância temporária de suas habilidades, do seu potencial e de como você cria a realidade, momento a momento. A melhor forma de livrar-se do medo é abrir todos os seus sentidos, tanto físicos como os psíquicos, para o que você realmente é. Sair dessa sala escura, na qual não há luz, som, tato, cheiro ou paladar, em que você se encontra. Nem sempre é fácil, pois essa situação pode parecer realmente terrível para a pessoa presa nela. O conselho é o de dar a chance a si mesmo de um futuro diferente daquele que se pressentiu. Pergunte-se: “e se…?” de forma positiva. Permita a chance de dar certo, de tudo correr bem. Quem sabe? E lembre-se do Poder que você possui. Pois você possui muito Poder. Só que o usa raramente, e de formas ineficientes.
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Crédito da imagem: wherethewind.com
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Respostas de 8
Muito bom texto, faz refletir bastante no que temos feito para alcançar nossa verdadeira vontade.
Isso me lembrou uma frase que vi um tempo atrás… Deus é o homem sem medo.
@Tiago: Deus é o homem sem medo. Seria bom se os comentários tivessem um botão curtir também 🙂
Belo texto, belo texto.
Incrível a sincronicidade. Estava sentada aqui, em um desânimo e medo incríveis, tentando criar coragem de tomar uma decisão importante e necessária que mudará minha vida pra melhor, mas as incertezas me faziam paralisar. E “por acaso”, para me distrair desse dilema, resolvi entrar no TdC que não acesso faz um tempo e encontro esse belo e providencial texto. Obrigada!
@Tiago: um texto simples, conciso e fonte de meditação. Ele me fez pensar no caminho de Qoph, na proposta de olhar a si mesmo e ver seu interior, inclusive seu próprio poder.
Uma coincidência fantástica, do que eu precisava ouvir hoje.
Obrigado.
F. F.
@Tiago: saudações, frater. Obrigado pelo complemento, não havia feito essa ligação. Mais informações: Qof
Muito bom texto, o nivel do TdC dos posts são excelentes acompanho o blog há 3 anos.
tiago, me arrepiei quando cheguei a parte do “e se”. verdadeiramente muitas ou talvez a maior parte das vezes que usamos essa expressão ela vem carregada por ideias negativas que limita nossa imaginação e nossa vontade de seguir. Digo sempre para mim mesmo que as barreiras das nossas vidas aparecem, mas só se tornam grandes ou invencíveis porque nós a alimentamos de tal forma. o texto está muito bom, li uma primeira vez desatento, mas, na segunda vez vi toda a sua grandeza e sei que certamente na terceira ele me abrirá mais os olhos para as pequenas brechas de luz que são abertas na caverna de minha ignorância e desatenção. boa noite.
O “E se…” é o labirinto da mente!