O espelho da Mente


“Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.” 1 Coríntios 13,12.
A mente, esta companheira inseparável do ser humano contemporâneo, muitas vezes confundida com sinais interpretados por sinapses e conexões neurais é muito mais complexa, ou talvez até mais simples do que se possa imaginar. Houve sempre um grande questionamento acerca da natureza mental do homem. Mas uma coisa é certa. Sem nossa mente, não seríamos capazes de fazer nada sem o auxílio de outrem. Sempre ouço muitas perguntas em relação a este assunto. O que é a mente? E como funciona?

Bom, vamos pensar um pouco?

Sendo o Microcosmo um reflexo do Macrocosmo, e tudo indica que o que é Acima também o é Abaixo, podemos ter uma idéia do que a imagem quer nos dizer. Tudo é um reflexo do Todo, e sendo assim, era necessário que para que nosso local de aprendizado (e de todas as vidas evolucionantes) fosse criado, Ele precisaria de um instrumento preciso e neutro. Esta é a Mente Universal. O diagra,a traz esta analogia através da comparação da influência do pensamento do Ego e a ação e a projeção de uma imagem numa tela.

Nós como indivíduos agimos, vivemos e funcionamos em nosso limitado corpo denso. Para que este corpo tenha vida e possa se expressar, precisamos do corpo vital, também conhecido como matriz vital ou corpo energético. Este último liga o corpo denso com o corpo de desejos, ou corpo astral. Veículo de nossas emoções e aspirações. Acima dele, em gradação vibratória, há a Mente, também conhecido como corpo mental. A mente é o último corpo sutil que nos separa da individuação. Além da mente existem outros três veículos que não necessariamente podem ser chamados de corpos, tamanha sutileza que possuem. E acima disso, estamos nós, os Egos evolucionantes, que sem todos estes paramentos, não poderiam ter as experiências imprescindíveis para a evolução.

A mente por si só NÃO GERA PENSAMENTOS. Ela recebe a influência do Ego, e quando o o pensamento adiquire forma e seu arquétipo é direcionado para vibrações mais densas, ele precisa ser agrupado de forma inteligível. A mente, sendo um espelho da Vontade do Ego, organiza isto de modo que o pensamento possa passar pela influência do corpo de desejos, que lhe infunde de emoção, passa para uma vibração mais densa e adquire matéria vital no corpo correspondente (o corpo vital é o responsável pelo armazenamento da memória e funcionamento do organismo denso) e logo em seguida, passa para o mais pesado, porém mais complexo e organizado dos corpos, o corpo denso. No cérebro o pensamento é computado e analisado. Daí podemos tirar que nosso corpo, e nosso cérebro são apenas aparatos de grandissíssima “biotecnologia”. Como um poderoso computador de última geração onde comandos são direcionados e executados. Mas com o problema de ter um grande desperdício de informação devido ao trajeto percorrido pela mesma e de forma que este computador, por mais avançado que seja, é ainda inferior às formas de comunicação usadas para transmitir a informação até ele.
Aprendemos que a magia também funciona aglutinando energia dos planos superiores e trazendo-a por meio de uma vontade treinada para uma manifestação até no plano físico (devagar, sem bolas de fogo, badtrip). Mas isto não é o suficiente. Sendo a mente um espelho para a manifestação da Vontade de nosso Eu Superior, precisamos limpá-la de toda a influência. Maus pensamentos, divagações, devaneios, emoções negativas ligadas ao pensamento… Para isso existem várias fórmulas abstratas, que são as que movem nosso intelecto. As mais legais são a matemática, principalmente a gemometria, as visualizações criativas, e a melhor sem dúvida de todas, a meditação. O Grau I do livro “O Caminho do Verdadeiro Adepto” do Franz Bardon é tiro e queda. E eu recomendo muito o yoga também. Pois melhora o nível de absorção de prana (energia vital) no corpo, e acalma a mente.
Por isso é importante praticar. Aprendendo você só terá conhecimento, e racionalidade. Cairá em Daath. (Quero saber no que conhecer todas as formas possíveis de natação num livro vão te fazer sobreviver a um naufrágio…) Mas se você compreender, passará para um nível superior de intelecto. E é isso que o pessoal chama de Iluminação. Você só limpou seu espelho tão bem que agora tirou a crosta suja e ele pode brilhar, lhe iluminando de volta. Daí você vê que não tem mais espelho e por aí vai…
Por hoje, é só. Que a força esteja com vocês. ^^
“Apenas feche os olhos e deixe-se guiar.” – Obi Wan Kenobi
Que as vossas rosas floresçam na tua cruz.
Créditos das imagens: Conceito Rosacruz do Cosmos – Diagrama 1.
Brain By Mateu – ~Mateu – Deviant art
Leiam também: Conceito Rosacruz do Cosmos
A Corrupção Moderna da Magia

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Respostas de 14

  1. Prezado,
    Onde escreveu ego: “A mente como espelho da Vontade do Ego”, não seria melhor expresso como self? Claro, cada conceito é usado conforme o que a pessoa entende por aquele conceito, mas pelo seu texto, me pareceu que o termo self seria o mais apropriado, pelo significado mais usual nas convenções usadas. Isso porque comumente o ego é usado como a máscara que pensamos que somos e não nosso eu verdadeiro, que pareceu ser sua intenção na escrita, ou poderia ser o tal Id de Freud, como fonte de desejos. Por exemplo, quando desejamos algo fora dos padrões da máscara social que criamos, do nosso ego, o ego costuma renegar isso à sombra e assim seria esse pensamento uma manifestação da sombra, não do ego, que geralmente o recalca e o renega. Desculpe a intromissão, só quero entender o real sentido do que foi escrito. Se quis dizer ego mesmo, como ele é descrito no sentido comum, tbm entenderei seu ponto de vista.
    @”L”: Não é bem assim, o ego é diferente do Ego. Nosso eu inferior até o self só pega yesod. E o início do Ego é em tipheret. Ou seja, Ele está despido de qualquer veículo, então assim sendo, não tem alguma afinidade com algo que possamos mensurar.
    Abs

    1. ok. É que o que chama de Ego, geralmente conceituo como self do individual e creio que o self, no seu conceito, deve ser como conceituo o self do divino. Essas palavrinhas variam muito, de acordo com a interpretação pessoal, por isso perguntei.
      Grato pela explicação.
      Abraços
      @”L”: Sim. A etimologia é que acaba complicando tudo. Mas no fim das contas tudo acaba sendo explicado. Obrigado. 🙂

    2. Desculpe, então o self que Jung falava não é o mesmo Self Eu superior ?
      Você pode explicar melhor a relação desses termos da psicologia com os termos mais místicos ou me indicar um material sobre isso ?
      Obrigado.
      @”L”: Olá César. É complicado dizer ao certo. Mas a Mente propriamente dita, acaba antes de Tipheret, onde o SAG (Sagrado Anjo Guardião) nos espera ansiosamente. O Self, pode-se dizer que é uma representação mais próxima, por assim dizer, mas não menos importante para nós. Ele é o primeiro degrau de verdade para a individuação. Nossas percepção, intuição, sensação e sentimento, “giram” ao redor do Self, que é o centro de nossa personalidade. Quando atingimos o Self, podemos tentar entrar em contato com o SAG. E a partir disso ele vai nos guiar para horizontes mais distantes. Tem este post muito legal que fala do Jung no Saindo da Matrix. Dá uma olhada, o site inteiro é muito bom, mas este post vai ajudar bastante. Obrigado por comentar. ^^ http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2006/10/carl_jung_reloaded.html

  2. lembrando que tudo o que a mente pode conceber acaba em Netzach, antes do véu de Paroketh. Cair em Daath é no véu do abismo, e sua mente não chega até lá, a viagem nesse caso se dá de outra forma.
    Se ao citar Daath vc quer dizer Maya tudo bem, pois lembrando que Maya ao mesmo tempo é o Foco, e a Ilusão. Ego Superego, Self e tal, tudo termina antes do véu de paroketh, o que acontece acima é diferente, outra coisa, acima do Abismo, e das sephirot supernas, só se chega morto, é impossivel subir até lá e se manter no corpo fisico. Outra coisa, se considerar que dentro de cada Sephirot tem uma árvore inteira, aí tudo bem, pois pode-se experimentar as 10 sephira a partir de cada sephirot em particular.th. Cair em Daath é no véu do abismo, e sua mente não chega até lá, a viagem nesse caso se dá de outra forma.
    Se ao citar Daath vc quer dizer Maya tudo bem, pois lembrando que Maya ao mesmo tempo é o Foco, e a Ilusão. Ego Superego, Self e tal, tudo termina antes do véu de paroketh, o que acontece acima é diferente, outra coisa, acima do Abismo, e das sephirot supernas, só se chega morto, é impossivel subir até lá e se manter no corpo fisico. Outra coisa, se considerar que dentro de cada Sephirot tem uma árvore inteira, aí tudo bem, pois pode-se experimentar as 10 sephira a partir de cada sephirot em particular.

  3. muito bom o post…
    estava refletinto muito sobre esse assunto nos ultimos dias… e cheguei a conclusões parecidas… quer dizer minha experiência nas práticas do bardonismo me levaram a essas conclusões…

  4. Nossa, ontem mesmo eu tava pesquisando sobre o Eu superior.
    Bem, por enquanto não vou perguntar nada; vou ler o site recomendado primeiro. Até depois =D

  5. Alguém sabe informar um bom livro sobre Kabbalah?
    @”L”: Os livros do Papus, Eliphas Levy, Shimon Halevi e Zev Ben Shimon Halevi são ótimos. Mas Kabbalah prática mesmo é com o Thierry Lenain e o pessoal da OKRC, que é a Ordem que o Papus criou.

    1. prcure a tradução do Sefer Yetzira, pelo Rabbi Aryeh Kaplan
      é o melhor livro sobre o assunto, se for estudar Qabalah, busque sua origem, no caso a Qabalah Judaica, todos os estudos à respeito vem desse livro e essa é uma das melhore straduções, se n me engano um novo, em português, sai por algo entre R$40 e R$80. A Arvore da Vida como a conhecemos, aquele esquema com as 10 sephirot vem desse livro.

  6. Vc tem que tirar da pedra oq não é cavalo, o cavalo sempre esteve ai… não que seja tão simples quanto escrever sobre isto…não que seja tão complicado depois que vc se propõe realmente ( vontade e querer e não achar que quer ) a isto.

  7. Sempre lembrando que na Russia o cavalo que lapida voce !
    @”L”: Nos EUA, alguns índios também associam certos animais, inclusive o cavalo, como ”veículo” para a Iluminação.

  8. Eu tenho um longo trabalho pela frente. Li, aprendi e colecionei conhecimentos demais, e pratiquei de menos. Conheço bastante, mas sei pouco.
    “Maus pensamentos, divagações, devaneios, emoções negativas ligadas ao pensamento”
    Onde parei? Sim, voce já sabe…
    Qual a saida de Daath?
    @”L”: A saída de Daath é simplesmente começar de novo. Do zero. Daath é toda morte do ego que se tem em qualquer parte da vida. Por isso é uma não-sephirah, é mais como um teste final. No sentigo amplo, Daath só é alcançada após a morte. Mas num sentido menor, quando encontrada em cada uma das sephirot é o ego que você tem que deixar seguir. O Verbo (Dabar) está ligado ao Chakra laríngeo, que por sua vez tem analogia com Daath. Quando falamos mal de alguém é porque este alguém incomoda nosso ego. Mas se apenas vivemos nossas vidas sem nos importarmos (no sentido de ferir nossa arrogância) com este tipo de coisa, já é uma sujeira a menos no nosso espelho. ^^

  9. “Por isso é importante praticar. Aprendendo você só terá conhecimento, e racionalidade. Cairá em Daath”.
    Tenho uma dúvida quanto este trecho: por que a pessoa cairia em Daath?
    @”L”: Daath é o abismo do Ego. Como o Taffarel falou, podem existir nuances dentro da Árvore da Vida onde haveria uma destas em cada sephirah. Sendo assim, se você racionaliza muito, só tem conhecimento de causa, é um expert naquele assunto porém não tem prática alguma, ainda assim você não saiu do zero. Daí a importância da experiência. É como andar de bicicleta. Daath seria nem tentar andar com as rodinhas pra depois sair dizendo por aí que sabe andar de bicileta porque viu um vídeo na internet de um cara andando de bike até a exaustão.
    Abraços.

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