O Corpo Humano – Ocultismo


Por Hamal

A terceira coluna (para manter o equilíbrio) do Projeto Esoterismo DeMolay será o Ocultismo, as outras duas são DeMolay e Maçonaria.

Utilizaremos essa coluna para trazer conhecimento sobre o ocultismo tradicional e apoiar nossos trabalhos e estudos das outras duas colunas. Nem sempre realizaremos analogias ou a ligação direta com a Maçonaria ou DeMolay nessa coluna, que poderá ser feito pela aprendizagem e trabalho individual.

Colocaremos alguns textos, artigos, trechos de livros e ensinamentos que completam nosso entendimento sobre o ocultismo tradicional. Muitos autores que citaremos foram Maçons, outros não, mas cujo estudo e conhecimento contribuíram para o ocultismo. Já os autores DeMolays ainda estão por vir. São textos que podem ser levado a listas de discussões para aprendizado, e principalmente para o estudo em Loja, Capítulo e Convento/Priorado.

Para iniciar a coluna trazemos o texto O Corpo Humano por Franz Bardon, uma visão ocultista desse nosso Templo.

O CORPO HUMANO

O homem é a imagem verdadeira de Deus, portanto ele foi criado segundo o retrato do Universo. Tudo o que se encontra no Universo numa escala maior, reflete-se no homem numa escala menor. É por isso que o homem é definido como um microcosmo, em contraposição ao Universo como macrocosmo. Ao pé da letra, podemos dizer que no homem está refletida toda a natureza, e o objetivo desse capítulo é ensinar a observar, conhecer a dominar essa verdade.

Não pretendo aqui descrever os processos físicos do corpo, pois essa descrição pode ser encontrada em qualquer obra especializada; o que eu quero é ensinar aos leitores como observar o homem do ponto de vista hermético a como utilizar nele a chave básica e os efeitos dos elementos.

Há um famoso ditado que diz: “Num corpo sadio, uma mente sadia”. No estudo do homem veremos como é profunda e verdadeira a afirmação dessa pequena frase. Mas com certeza vocês perguntarão, o que é afinal a saúde do ponto de vista hermético?

Nem todo mundo terá condições de responder a essa pergunta imediatamente, a maioria dará uma explicação bastante individual à questão da saúde. Do ponto de vista hermético a saúde é encarada como uma harmonia total das forças que operam no corpo, relativamente às características básicas dos elementos. Não há nem mesmo a necessidade da predominância de uma desarmonia muito grande dos elementos para que o efeito se torne visível sob a forma de algo que chamamos de doença. A desarmonia em forma de doença já é uma perturbação importante nas regiões do corpo em que operam os elementos. É por isso que o futuro iniciado deve considerar como condição básica uma cuidadosa atenção com o seu corpo. A expressão externa do corpo é como uma bela vestimenta, e, sob todos os aspectos, tanto no maior quanto no menor, a beleza também é um aspecto da natureza divina.

A beleza não é só aquilo que nos agrada ou nos é simpático, pois a simpatia e a antipatia dependem dos efeitos recíprocos dos elementos; a saúde efetiva é muito mais uma condição básica para a elevação espiritual. Se quisermos morar bem, temos que arrumar nossa moradia, nossa casa; o mesmo acontece com nosso corpo, que deve ser belo a harmonioso.

De acordo com a lei universal os elementos têm determinadas funções no corpo, principalmente a construção, a manutenção e a decomposição. A parte positiva do corpo, a construtiva, corresponde ao lado positivo ou ativo dos elementos. A parte mantenedora ou compensadora é assegurada pela função agregadora dos elementos, a neutra; e a parte decompositora ou deteriorante é comandada pelas características negativas dos elementos.

Assim, por exemplo, cabe ao princípio do fogo na sua forma ativa, com seu fluido elétrico, a atividade expansiva, construtora e ativa, a na sua forma negativa o contrário.

O princípio da água na sua forma ativa influencia a atividade construtora dos diversos líquidos no corpo, a na sua forma negativa, a atividade decompositora.

O princípio do ar tem a função de regular o fluido elétrico do fogo e o fluido magnético da água no corpo, a mantê-los em equilíbrio. Por isso, ele é definido como o elemento neutro ou mediador.

Como foi dito na chave básica sobre as forças do princípio da terra, este último tem a função de manter agregadas as funções dos outros três elementos. Na forma ativa do elemento do princípio da terra o efeito é vitalizante, fortalecedor, construtor, mantenedor, etc., a na sua forma negativa é o contrário. Ao princípio da terra corresponde tanto o progresso ou crescimento, quanto o envelhecimento do corpo. Poderíamos ainda apresentar muitas analogias sobre os efeitos dos elementos no corpo, mas a explicação acima deveria, em princípio, ser suficiente.

Os iniciados de todos os tempos nunca descreveram em pormenores os efeitos dos elementos, provavelmente para evitar o seu uso indevido; mas eles os conheciam muito bem. Dividiam o homem em três conceitos básicos, atribuindo a cabeça ao princípio do fogo, o ventre ao da água e o tórax ao do ar, este último como princípio mediador entre o fogo e a água.

A primeira vista é evidente que os iniciados definiram corretamente essa divisão do homem, pois tudo o que é ativo, portanto, o que é ígneo, ocorre na cabeça, enquanto no ventre ocorre o contrário, o trabalho dos líquidos, o aquoso, o eliminador, etc. O tórax está subordinado ao ar a possui, da mesma forma, um papel mediador, pois a respiração que ali ocorre é mecânica. Finalmente o princípio da terra, com sua coesão ou sua força agregadora compõe todo o corpo humano, com todos os seus ossos a sua carne.

Mas alguém sempre perguntará: onde a de que modo se apresenta o Akasha, ou princípio etérico, no corpo material denso?

Após uma reflexão mais profunda todos poderão responder a essa pergunta por si mesmos, isto é, de que o princípio etérico na sua forma material densa está contido no sangue e no sêmen, e no efeito recíproco destes últimos na matéria vital ou vitalidade.

(…)

Por Franz Bardon em “Iniciação ao Hermetismo”.

Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” – 1 Coríntios 6:19.

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