A Cabala ensina que as energias percorrem a Árvore da Vida desde a Unidade, Kether, marcada pelo número um, até a manifestação formal e substancial, o mundo e a matéria tal qual os conhecemos e os percebem os sentidos. Estes fluxos de energias, ou vibrações, quase imperceptíveis, são chamados emanações, e conformam qualquer manifestação, seja qual for o gênero, a espécie, forma, o tipo ou a dimensão em que ela se expresse. As energias das sefiroth –todas elas invisíveis, menos Malkhuth, síntese e recipiente de toda a Árvore– realizam um caminho descendente sucessivo desde a unidade (1), Kether, até a década, a Terra, ou o Mundo, Malkhuth (10), que é um reflexo invertido de Kether (10=1+0=1). As demais sefiroth, ou numerações, são tomadas como intermediárias entre a imanifestação e a manifestação. E se as considera como os distintos aspectos, ou atributos, de uma só e mesma energia, tal qual as formas que tomasse um fio de água ao baixar da montanha (manancial, ribeiro, remanso, cascata, afluente, rio, etc.) até chegar ao mar.
Respostas de 20
Tio, eu nunca entendi direito essa visão de 10=1+0=1, pelo fato de ela parecer atual. Porque:
Por exemplo antigamente so tinhamos os algarismos romanos e não tinhamos 0 igual você mesmo mostrou em um dos seus posts, e 10 era X somente. Como eu expresaria 10 ele para ser igual a 1 novamente com o X?
Eu já vi que fazendo isso com os nosso números da certo e tem total sentido, mas eu não entendo como isso era feito antigamente com os algarismos romanos e sem o 0, entende? Parece ser algo um pouco atual vendo dessa maneira que eu falei. Tem alguma explicação?
@MDD – Putz… sua pergunta faz todo o sentido rsrsrs… Realmente, são duas coisas diferentes mesmo. Kether = Malkuth tem um significado, que é o famoso “assim no céu como na Terra” ou “tudo o que está em cima é semelhante ao que está embaixo” e assim por diante. A numerologia pitagórica e a gematria não lidavam com o 10 = 1+0, ela ia até o 9 e depois começavam 10, 20, 30, 40… 90, 100 e depois 200, 300, 400… A segunda associação, que é a que voce mencionou, numérica, só aparece muito tempo depois, com os muçulmanos sufis. as “numerações” na árvore da vida são coisas do século XIII-XIV.
“Quase” imperceptíveis.
O Trovão de Zeuz tem relação com a árvore da vida? Até que ponto o orfismo está interligado com o esoterismo? Você algum dia vai postar algo sobre como era a religião na Antiga Grécia?
O trovão de Zeus…
É a mesma coisa que o caminho da espada flamejante(algo assim…) ?
Prezado Marcelo.
Gostaria de saber sua opinião sobre 2012, o que podemos esperar ou tudo que estão falando é pura invenção!
Abraços
Alexandre
Marcelo, sei que posso estar falando uma grande bobagem, até porque o que conheci de cabala foi através de seus textos, mas olhando esse grafico, me veio a memória aquela brincadeira de criança chamada amarelinha, lembra-se?
Existiam dez quadrados, voce saia do inferno e com uma pedrinha precisava acertar todos os quadrados e saltar de maneira adquada até conseguir chegar ao céu.
Essa brincadeira tem alguma relação com kaballa ou estou apenas fazendo uma correlação errada?
eh interessante ressaltar que a soma do número de cada sephirot da 10 =1 tb:
1+2+3+4+5+6+7+8+9+10=55
e como
5+5=10
logo 10=1+0=1!!!
o q remete a unidade de Plotino: o um está no todo e o todo está no um
ou passando por todas vc encontra a unidade!
e já q a soma é comutativa temos a consequencia de que nao importa a ordem que vc emane as sephirots, desde q vc passe por todas uma vez, a soma final é um!
os Romanos não entendiam a isopsephia, gematria dos gregos antigos, e por isso fizeram um sistema númerico sem ligação c seus deuses e suas crenças.a partir disso é razoável afirmar q n faz logica uma “gematria” para o alfabeto latino nem para a numeração Latina, inclusive pq nessa época, para os romanos, a linguagem já tinha perdido seu carater mágico relacionado as crenças devido ao que aprenderam com a filosofia grega e ao poder do cristianismo contra o q era considerado pagão(mais tarde).
@MDD – exatamente.
Salve Tio!!
Fiz esta pergunta em um post mais antigo, sobre os caminhos das Sefiras, onde Malkut seria a 10ª na árvore e a 1ª para o mago, acho que me confundi, depois pesquisei e vi O Mago no caminho de Kether para Binah e não de Malkuth para Yesod como imaginei.
Existem caminhos diferentes, digamos assim, descendente/ascendente (talvez nem seja essa a definição) dentro da Arvore da Vida?
Se Kether é o plano mais Sutil e Malkuth o mais denso, Qual seria a diferença entre o Caminho do Trovão e o “caminho inverso” (se houver um)?
@MDD – O caminho inverso é o caminho da Serpente ou dragão.
Ja fazem algumas semanas que você vem colocando esses textos com o tag “hermetismo” e pra mim isso soa um tanto abstrato. Eu talvez entenda tudo “racionalmente”, mas ainda não consigo sentir ou entender o sentido das coisas. Você poderia sugerir algum livro que possa me fazer entender e sentir melhor do que trata o hermetismo?
Ou é possível que, ao longo dos outros textos, eu possa começar a entender melhor?
Olá Tio Marcelo,
Gostaria de saber qual a relação e influencia da arvore da vida na astrologia, já cheguei a ver algumas representações da arvore da vida em que os signos do zodiaco estão presentes e meu signo, peixes, estaria em kether, isso significa que ele seria “mais elevado” do que os outros?
@MDD – Seu signo não significa nada, porque há outros 9 planetas a serem considerados na Astrologia. E na Kabbalah, “Peixes” está em Qof, não Kether.
Quanto ao trovão, ele estaria também ligado a Tupã na mitologia indigena?
Outra coisa sobre mitologia indigena, ela é levada a sério nos meios ocultistas?
Pergunto porque não lembro de ter visto referencias a mitologia americana (me refiro a todo o continente) em seus posts.
@MDD – Sim, estaria. Não, não há pesquisas muito aprofundadas sobre folclore brasileiro, embora eu tenha percebido muitas coisas fantásticas correlacionadas quando estudei mitologia americana/sul-americana.
alguma coisa a ver com os locais dos cargos e do altar em loja??
Oi Marcelo, será no caminho inverso que faremos contato com o nosso SAG . Nós podemos atingir a Consecução Espiritual até mesmo dentro de uma prisão – Frater Saturnus ( antigo O.H.O. da ordem) é o exemplo disto.
Ele atingiu o “Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião” num campo de concentração nazista sob as mais cruéis torturas. Frater P . atingiu o mesmo nível iniciático em uma mirrado apartamento (quarto e sala) localizado num pobre subúrbio de Nova York, sob as piores condições financeiras. Nenhum deles foi ao deserto de Mojave para tal consecução. Note-se que quando falamos em deserto, sob o ponto-de-vista iniciático, estamos nos falando de um estado de alma em que o iniciado sente-se abandonado por todos e por tudo – este é o verdadeiro “deserto” iniciático; “secura” é outro termo para a mesma coisas. O deserto está dentro de nós mesmos. Mas muita gente metida a iniciada, toma o símbolo pela coisa em si. No meu particular caso, ainda não obtive o “Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião”, apenas obtive a “visão”, que se refere à uma consecução mínima e totalmente diferente daquela outra. Mas para isso não fui a deserto algum (materialmente falando) , foi em casa mesmo. A “visão’ é conseguida quando você penetra o coração de Malkuth, isto é, quando você atinge Tiphareth de Malkuth. “O Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião” está em Tiphareth de Tiphareth. Isto basta para o bom entendedor…
Oi Marcelo, Amarelinha e Cabala muiiita coisa em comum.
Dificilmente, uma criança passa pelos primeiros ciclos de vida (0 aos 14 anos) sem brincar de Amarelinha. Através dessa brincadeira infantil é, subliminarmente, transmitida a estrutura da Criação por intermédio da Árvore Sefirótica, que se constitui de um conjunto de três triângulos cujos vértices representam os Sephiroth. O Mundo da Concretização é simbolizado por um ponto isolado, abaixo dos três triângulos. O desenho correto da Amarelinha é o que está apresentado a seguir, do lado esquerdo. À direita, apresenta-se a correspondência cabalística. Em KaBaLa, há o entendimento de que os Sephiroth emanaram um do outro. De Kether – Venerável Espírito – provieram Chokmah e Binah. Esses Três Sephiroth formam o Mundo Superior. Os outros sete Sephiroth (de construção) representam os Seis Dias da Criação mais o sétimo – o dia do repouso. Estes Dez Sephiroth compõem um todo homogêneo e unificado. Tudo é UM; a sensação de divisão ou isolamento no tempo e no espaço é ilusão (mâyâ). Dessa ilusão, provêm as dores, os equívocos, as doenças, as misérias, as discórdias, as cobiças, os desejos, as paixões, enfim, os sofrimentos físicos e emocionais pelos quais passam os seres humanos. Acima de Kether há o Horizonte do Eterno, no qual está AIN SOPh. O Sepher Yezirah resume todo o conhecimento arcaico e tradicional na frase: Ele é Um acima de Três, Três estão acima de Sete, Sete estão acima de Doze, e todos estão ligados(14). À palavra KaBaLa — que significa esotericamente o Poder das Vinte e Duas — está associado o número 52 (K = 20, B = 2 e L = 30). Observe-se que o baralho comum possui 52 cartas! E cada naipe é constituído de 13 cartas. 40 números e 12 figuras!
http://paxprofundis.org/livros/perpetuando/perpetuandoatradicao.html
Que na prática …
Muito obrigado pelas respostas!
Quanto a peixes em kether, vi nesse site:
http://www.magianegra.com.pt/astrologiasignosplanetashoroscopos.htm
Por isso comentei
@MDD – O correto seria eles terem colocado Netuno, planeta que rege o signo de Peixes (embora na Astrologia Hermética, o regente de peixes seja Júpiter).
MDD,
Conforme ponderação do Leonardo no primeiro comentárioÇ “eu nunca entendi direito essa visão de 10=1+0=1″, você comentou que ” realmente, são duas coisas diferentes mesmo. …… A associação numérica, só aparece muito tempo depois, com os muçulmanos sufis. as “numerações” na árvore da vida são coisas do século XIII-XIV, deu a impressão que perdemos algo no meio do caminho, pois esse conceito é recente e não podemos aplicálo em conhecimentos tão antigos, o que pensa?
Um fraternal abraço,
Carlos A.
@MDD – eu falarei sobre isso no proximo post do S&H… a GEMATRIA não usava numeros, mas LETRAS hebraicas… letras = numeros para eles, que utilizavam-se de um alfabeto mantrico. Quando isso vai para o alfabeto grego e latino, muitas destas associaçoes diretas são perdidas ou modificadas… a gematria se transforma nas runas (entre os celtas e os nórdicos) e nos búzios (na Africa) e depois com os Mamelucos, em Alexandria, se transforma no Tarokko e depois no Tarot que conhecemos hoje. E nesse período surge tambem a numerologia com os numeros hindu-arabicos, em contrapartida ã numerologia feita a partir das LETRAS hebraicas. O termo “numerologia pitagorica” é uma invencao esquisoterica do seculo XX.
Olá MDD,
Fiquei com uma dúvida lendo isso, principalmente porque estou lendo o sitema da A.:A: e nele a partir de Neófito representa uma sephirot. Cada grau com sua sephirot e cada sephirot com suas ordálias. Eles dão um exemplo de que quem não aguenta as ordálias de Malkuth não conseguiriam aguentar as ordálias de Yesod, pois essa última se dá no plano astral.
É impossível você ir de Neófito para Practicus por exemplo, estabelecendo um parâmetro, de malkuth para Hod, sem passar por Zelator (Yesod).
Sei que isso é apenas um sistema da A.:A.: e não sei até que ponto é apenas simbólico, mas fiquei com essa dúvida pois certa vez você disse:
Os materialistas puros (Malkuth), os misticóides (Yesod), os fanáticos céticos (Hod) e os fanáticos religiosos (Netzach). Todos os excessos dos 4 elementos que precisam ser equilibrados na alquimia!
Pelo que eu entendi é possível alguém estar em Yesod ou até mesmo em Netzach sem passar por Malkuth ou Hod.
Onde eu to me perdendo? Por que não entendi…
Se puder responder…
[]s!
Para compreender isso, você deve estar atento ao fato de que a árvore da vida é uma representação tanto do macrocosmos (universo) quanto do microcosmos (homem).
“Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”.
“Os materialistas puros (Malkuth), os misticóides (Yesod), os fanáticos céticos (Hod) e os fanáticos religiosos (Netzach). Todos os excessos dos 4 elementos que precisam ser equilibrados na alquimia!”
Essas associações acima referem-se à desequilíbrios do ser humano (excessos), que fazem com que ele renda-se às energias associadas à séfira correspondente ao invés de conseguir instrumentá-las de forma equilibrada e razoável.
Não quer dizer que a pessoa “ascendeu” até o nível da sefira, significa apenas que as energias relacionadas a sefira estão em excesso no ser interior da pessoa, o que pode ser visto como um defeito.
No caminho de ascensão (caminho da serpente, ou do dragão), o iniciado vai lentamente dominando essas energias, equilibrando os elementos, separando a terra do fogo, o sutil do espesso.
Existem caminhos distintos além do da serpente, para ascender a árvore, o da mão, esquerda, o da mão direita, o caminho da pomba, etc, mas no seu caso creio que o sistema de reintegração é baseado no caminho da serpente.
Para além de se brincar com os números… 10 = 1+0=1 há que se inferir que esta soma é a representação da manifestação do IMANIFESTADO naquilo que se manifestou…
O “Ruach Hacodesch Chayim” – o centro criador que se manifesta (1) do imanifestado (a circunferência que está em lugar nenhum) = no sopro da vida, no ato criador (as 10 sephirots)… Lembrem-se a BRINCADEIRA é lida da DIREITA para a ESQUERDA…