Música e Ocultismo

Hoje mais do que nunca sentimos na pele o contexto perturbador, inóspito e desolador em que vivemos. Mais do que nunca o pessimismo e a inexorabilidade percorrem a mente de milhões de pessoas causando uma insatisfação e constante angústia, que acaba por se refletir nas mais variadas manifestações culturais/artísticas e até mesmo religiosas.

Mais do que nunca o homem se vê cercado de questionamentos, tão antigos quanto sua origem, indissolúveis e que em grande parte ainda permanecem inalterados.

Mediante a um crescimento desenfreado, caótico, superficial e ignóbil, caminhamos rumo a nossa própria extinção e de nosso planeta. Consumindo e destruindo os parcos recursos naturais que ainda nos restam e que logo em breve serão eliminados pela ignorância e bestialidade humana.

Apesar de inseridos nesta mesma situação apocalíptica, muitas pessoas imbuídas de uma visão de mundo diferenciada da grande massa, buscam através de sua individuação uma perspectiva mais plena e encontram nas manifestações artísticas, intelectuais e religiosas este aparato libertário. Elas trabalham de maneiras variadas a expressão seus universos pessoais, muitas vezes num contexto póstumo, isolado e obscuro. Isso é ainda mais freqüente quando tratamos de cultura “underground” que acaba por envolver uma mentalidade aguçada, crítica e revolucionária…

Assim sendo, temos na música um veículo da mente subconsciente, atuando sobre esferas sutis, principalmente quando praticada por seres versados no ocultismo, como é o caso de alguns projetos e bandas existentes, tanto em nosso país como no restante do mundo.

Através de um entendimento mais apurado musicalmente, podemos definir determinados sons em distâncias conhecidas como intervalos. Este intervalo é medido por tons e/ou semitons e fragmenta uma fundamental que comumente chamamos tônica em diversas variantes (2ªs, 3ªs,4ªs…). Um claro exemplo disso poderia se dar através da nota “C” (Dó)… Temos a fundamental C subdividindo-se em C# (2ª menor), D (2ª maior), D# (3ª menor), E (3ª maior), F (4ª justa), F# (4ª aumentada), G (5ª justa), G# (5ª aumentada), A (6ª maior), A# (6ª aumentada), B (7ª maior), B# (7ª aumentada), C (8ª justa).

O estudo da harmonia musical consiste justamente na concepção de escalas musicais, que são construídas visando uma sonoridade específica, através destes mesmos intervalos. Dentre estas teremos as maiores e menores (menor natural, menor harmônica e menor melódica)… Através do contexto criado por uma determinada sonoridade (progressão harmônica), podemos induzir à estados alterados de consciência onde a mente trabalha em frequências diferenciadas e eficientes na concepção de pensamentos, direcionamento de energias e da vontade. A escala de C (Dó maior) tomada como exemplo é constituída das seguintes notas: C D E F G A B.

Os mantras hindus sempre foram utilizados com este intuito (sigilização e alteração consciencial). Através da meditação e entoação de determinada “nota” musical somos capazes de elevar a mente consciente para além dos cinco sentidos ou empirismo…

Cada nota pode ser então relacionada a um determinado centro vital/chakra e assim obter um efeito específico dentro do organismo humano e fora dele (soma, mente, corpo astral, energia, sensações). Se empregada com eficácia, a música (instrumento musical, voz, sonoridade) também poderá abrigar alguma forma de sigilo (palavras de poder) e ser usada em rituais, meditações, curas e encantamentos.

Cientificamente nada disso é comprovado e talvez tão cedo nem venha a ser, neste caso, como em inúmeras correntes de pensamento ocultista e holístico vale a experiência pessoal, para que possamos atestar estes fenômenos.

Irei atribuir algumas características e notas musicais aos centros vitais/chakras do organismo humano:

Chakra Coronário – Sarashara (7º Chakra: Localizado na parte alta da cabeça/Nota Musical B “Si”, Cores Branco, Dourado e Violeta); Funções: Ligação com energias sutis e outras dimensões. Desfunções: Neuroses, irracionalidade, desorientação, fobias, histeria, obsessão;
Chakra Frontal – Ajna (6º Chakra: Localizado entre as sobrancelhas/Nota Musical A “Lá”, Mantra “Om”, Cor Azul); Funções: Intuição, percepção extra-sensorial, raciocínio lógico. Desfunções: Ganância, arrogância, tirania, rigidez, alienação;C
Chakra Laríngeo – Vishuddha (5º Chakra: Localizado na garganta/Nota Musical G “Sol”, Mantra “Ham”, Cor Ciano); Funções: Comunicação, criatividade, iniciativas, independência. Desfunções: Fracasso, apatia, desespero, limitação, medo, insegurança, submissão;
Chakra Cardíaco – Anahata (4º Chakra: Localizado na região cardíaca/Nota Musical F “Fá”, Mantra Yam, Cor Verde e rosa); Funções: Sistema imunológico, amor próprio. Desfunções: Desilusão, pânico, depressão;
Chakra do Plexo Solar – Manipura (3º Chakra: Localizado na boca do estômago/Nota Musical E “Mi”, Mantra Ram, Cor Amarelo); Funções: Personalidade, vitalidade, ação, vontade, auto-estima. Desfunções: Ansiedade, preocupação, indecisão, negligência;
Chakra Umbilical – Svadhishthana (2º Chakra: Localizado na região do umbigo/Nota Musical D “Ré”, Mantra Vam, Cor Laranja); Funções: Reprodução, sexualidade, virilidade. Desfunções: Controle, desvio de sexualidade, solidão, ressentimentos, vingança, ciúme, inveja;
Chakra Básico – Muladhara (1º Chakra: Localizado na base da coluna vertebral/Nota Musical C “Dó”, Mantra Lam, Cor Vermelho e preto); Funções: Sobrevivência e existência terrena, ligação com a matéria. Desfunções: Raiva, impaciência, apego excessivo, materialismo, vícios, morte;

O espectro musical de uma determinada nota funcionaria como um prisma voltado especificamente para o contexto sonoro e ambientação mental.

Usando sabiamente este aparato e fazendo um paralelo entre ocultismo e musicalidade, uma ferramenta poderosíssima é criada, e pode ser responsável pela evocação (entidades e/ou arquétipos de poder), banimento (limpeza de ambientes/mental) e conquistas ritualísticas (dos mais diversos tipos). O psicodrama 7 se torna ainda mais poderoso e completo quando imerso em tal contexto… Os rituais ganham mais ênfase e a câmara ritual mais poder.

De fato a música é uma influencia extremamente significativa na vida do ser humano, mas normalmente isso acontece inconscientemente tanto por parte de quem compõe, quanto de quem escuta.

O ocultista quando imbuído de tudo isto, aliando as habilidades musicais e sua criatividade é capaz de lançar-se a um desafio ainda mais completo e gratificante… Para além de um momento individualista e solitário… É capaz de contextualizar egrégoras inteiras, assim como performances rituais sonoras… Abrir portais para outros mundos, dimensões, através de sua música…

por Morte Súbita

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Respostas de 17

  1. Oi Marcelo!

    Este post está coberto de razão. Toco violão por hobby e sei o bem (ou mal) que faz tocar ou cantar determinadas músicas, e o quanto uma harmonia pode se alinhar com nosso estado de espírito. Mesmo o post não sendo teu, te pergunto:

    Tem alguma relação o tom de voz que a pessoa tem com a sua personalidade?

    Poderia citar alguns exemplos de músicas compostas com determinados fins, só pra ilustrar?

    Muito obrigado pela seleção de artigos;

  2. fala marcelo! estou a um tempo esperando por um post como esse, mas devido a sua opniao sobre raves e afins, e meu gosto musical optei por esperar. Enfim, sou um grande apreciador do trance( resumindo tds suas vertentes) mas os sets de um artista me deixa intrigado e vendo sua historia, a mistura de mantras na musica e suas frases me faz imaginar se ele eh apenas um dj. Resumindo, o que você sabe sobre Goa Gil? se nunca ouviu, experimente ouvir o cd forests of saints(uma dica, feche o olho :P) e dpois, se possivel me responda o que acha! grato!

  3. Tenho facilidade para ouvir o som do meu célebro e já conferi, ele varia entre o si e o si bemol.
    Quanto ao estímulo vizando estados de espírito, sempre achei que se tratasse das relações entre as notas, e não de freqüencias particulares. Alguém pode me falar sobre a validade das duas concepções?

  4. Estava pesquisando sobre o som da nota musical Si e me deparei com sua publicação, de grande valor, para aqueles que iniciam na busca da verdade….
    Existe muita literatura referente ao tema – informações valiosas de quanto os sons tem sido utilizados em benefício e maléficio dos homens -desde a 1ª guerra de forma mais ostensiva – quando se fala do contemporâneidade. A musicoterapia é uma ciência de pós -graduação acadêmica…..para quem não sabe….
    Que a Paz esteja contigo e que a Luz expanda a partir de dentro!
    Shalom!

  5. Olá
    Leio muito este site

    Sou músico, e uma coisa não faz sentido para mim, nesse texto.
    Já li outros artigos sobre o assunto, e eles também nos falam sobre a nota Si estar relacionada ao Chakra coronário, e a nota Dó ao básico.

    Eu acho justamente o contrário. Acho que a nota C deveria estar relacionada ao Chakra coronário, e a nota B ao Chakra básico

    Se analisarmos bem as duas notas harmonicamente, veremos que a nota B é a mais tensa de todas da escala de C, sendo sua sonoridade a mais “desconfortável” para se ouvir. E a nota C é a mais “perfeita”, pois não tem tensões, e é a que resume toda a tensão de B.
    Realmente há resultados satisfatórios, se aplicarmos as notas aos chakras como escrito neste texto?
    Se possível, responda-me por e-mail
    Muito obrigado
    Ranieri
    {:

    1. realmente, cara. tendo a concordar com você. Mas eu acredito que tudo pode variar de acordo com qual tipo de energia for canalizada, ou melhor, qual o método que vai ser utilizado. Se vc for adentrar os aspectos-sombra de si mesmo, acho que é interessante utilizar o si para o coronário e o dó para o básico, para acessar os aspectos-luz, então o contrário também é válido. E mesmo assim, acho que se levarmos em consideração a própria disposição matemática da série harmônica, encontraremos outras perspectivas também…

    2. Opa, Ranieri e Daniel.

      A nota Dó ser correspondente ao chakra básico e a Si ao coronário faz sentido se seguirmos O Principio Hermético da Vibração onde quanto mais rápido a energia vibra mais ascendente aos planos sutis ela se torna.

  6. Oi, Marcelo. Comecei a me interessar por ocultismo faz muito pouco tempo e tenho uma certa dificuldade de entender essas associações que se costuma fazer de 7cores, 7 notas, 7 chakras, 4 estações, 4 elementos, etc…
    Por que a associação das 7 notas consideradas principais pela música ocidental uma vez que na escala chinesa temos 5 notas (que aliás, poderíamos associar com os 5 elementos chineses) e nas antigas escalas indianas e árabes, mais notas do que nas escalas ocidental, formando o que a gente chama aqui no ocidente de música micro-tonal? Isso sem falar que a frequência das notas sofreu alteração desde o período barroco até os dias atuais (atualmente a oitava principal do lá corresponde à frequência 440 hertz).
    Eu queria entender melhor.
    Abraços.

  7. Tio, ja ouviu Therion e Haggard?! se sim, oque achou?!
    estamos aguardando um post sobre bandas ocultistas e fale mais sobre a música.

    valeu, ótimo trabalho

    1. Haggard não segue temática ocultista, mas fala sobre coisas bem interessantes de um ponto de vista poético. Já a musicalidade é no mínimo brilhante. Escuto Haggard desde o lançamento de Awaking The Centuries e me arrepende de nunca ter ido num show deles. Uma banda com 22 músicos fixos exige uma logística igualmente brilhante. Haha

  8. “Assim sendo, temos na música um veículo da mente subconsciente, atuando sobre esferas sutis, principalmente quando praticada por seres versados no ocultismo, como é o caso de alguns projetos e bandas existentes, tanto em nosso país como no restante do mundo.”

    Tem como você sugerir algumas bandas?
    E se vc conhece algum livro sobre esse assunto…

    Grato!

  9. Olá, boa noite!

    Tenho dúvidas em relação a essa relação fixa das vibrações dos chakras com uma determinada nota.
    Ex.: Chakra Básico relacionado as funções de sobrevivência, existência terrena e suas respectivas disfunções. É possível que isso varie? No jazz por exemplo, em que a harmonia é por vezes tão fluida, esses padrões devem se misturar e alterar os efeitos na consciência. Alguma sugestão de estudo para o tema?

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