» Parte final da série “Xamãs ancestrais”
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Xamã é um termo de origem tungúsica, que nessa língua siberiana quer dizer, na tradução literal, “aquele que enxerga no escuro”. Os xamãs são os portadores da função religiosa na tribo, que podem entrar em um estado extático, “voar” para outros mundos e ter acesso e contato com seus aliados (animais, vegetais e minerais), seres de outras dimensões e os espíritos ancestrais. Apesar de ter surgido na Sibéria, o termo “xamanismo” se aplica atualmente a práticas espiritualistas em vários pontos do mundo, tanto no espaço quanto no tempo.
Sigmund Freud, quase todos no Ocidente o sabem, foi o fundador da psicanálise. O que talvez muitos não saibam é que a própria psicanálise talvez deva sua origem a uma droga que nos dias atuais é ilegal em quase todo o mundo…
Entre as idades de 28 e 39, por onze anos, Freud utilizou regularmente a cocaína em sua forma de alcaloide, em pó (diluída em água). Como jovem neurologista, essa foi sua primeira tentativa experimental fora da prática médica tradicional. Ele estava buscando o reconhecimento público capaz de gerar a clientela que lhe traria fama e recursos financeiros permitindo, assim, que se casasse com sua noiva, de quem estava separado havia dois anos. Durante esse período, Freud publicou três artigos importantes e fez uma apresentação para a Sociedade Psiquiátrica de Viena sobre os usos terapêuticos da cocaína. Embora esse experimento não tenha atingido suas expectativas, e seus artigos sobre a cocaína nunca tivessem aparecido em seus escritos publicados, esses estudos fizeram de Freud, na verdade, um fundador da psicofarmacologia e, provavelmente, influenciaram seu trabalho com os sonhos e o inconsciente.
Freud acreditava que a cocaína era fundamental para curar as “doenças da alma”, mas com o tempo se apercebeu de seu seus perigos, quando verificou que seus pacientes, e ele mesmo, estavam ficando viciados na substância. Foi a partir dessa experiência, entretanto, que Freud se concentrou em alcançar novamente algumas daquelas reflexões e pensamentos de quando era influenciado pela cocaína, porém apenas com a própria mente, e a linguagem correta: a droga não era mais necessária, estava fundada a psicanálise.
Nos dias atuais, após meio século de uma Guerra as Drogas que parece ter gerado apenas mais e mais violência em todo o mundo, substâncias como a cocaína são demonizadas: não são tratadas apenas como um psicotrópico perigoso, mas como uma espécie de “pó do inferno”, algo que, uma vez consumido, nos condenará eternamente a carregar a alcunha de “drogados”, sem jamais, jamais, sermos capazes de dia sequer retornar ao que éramos antes. No fundo, sabemos que não é bem assim, mas, não obstante, essa é a crença generalizada, embutida em nossa mente pela mídia mundial, particularmente a americana, e da qual é realmente difícil escapar.
Longe de mim querer aqui relativizar o perigo da cocaína e outras drogas (já a cannabis, poderia muito bem ser legalizada). Na verdade, eu nem posso falar com tanta propriedade do assunto: nunca usei droga alguma além do álcool, ao menos nessa vida… Mas, talvez estejamos pegando pesado demais com a cocaína e outros psicotrópicos. Afinal, quem somos nós para julgar o que mesmo um papa recomendou com grande entusiasmo?
O Vin Tonique Mariani, ou Vin Mariani, era um vinho misturado com cocaína (também diluída em água), criação do químico francês Angelo Mariani, que era uma bebida bastante popular no fim do séc. XIX. Popular ao ponto de ter sido regularmente consumida por pelo menos dois papas da Igreja de Roma… O Papa Leo XIII chegou ao ponto de participar de uma campanha de publicidade da época, como “garoto propaganda” do grande Vin Mariani. Será que, por ser o papa, ele estaria livre do inferno ao consumir cocaína?
Gostemos ou não, o ser humano sempre teve, ao longo de toda a história, uma relação muito íntima com as drogas e todo o tipo de substância psicoativa… Como vimos anteriormente na série, é bem capaz de a própria pré-história, antes das civilizações e da escrita, já ter registrado práticas de consumo de drogas. Práticas essas que, bem controladas e devidamente classificadas como “sagradas”, podem mesmo ter dado origem a boa parte de nossa mitologia, magia, arte e religião.
Não eram, de fato, absolutamente todos os xamãs que usavam dessas substâncias. Na verdade, sabemos que muitos deles desenvolveram outros tipos de técnicas para alcançar seus estados de transe e consciência alterada, sua experiência mística. A lógica parece nos dizer que, entretanto, existe aqui uma proporção inversa em jogo: quanto mais consumimos substâncias psicoativas, mais facilmente conseguiremos alcançar os estados extáticos, porém mais árdua e complexa será nossa compreensão acerca do que efetivamente ocorre neles, na viagem para dentro de nós mesmos. Da mesma forma, quanto menos nos valemos de substâncias psicoativas, mais árdua e desgastante será nossa prática mental até que consigamos alcançar tais estados místicos “por nós mesmos”, apenas pelo uso da própria mente, mas por outro lado, tanto mais simples será nossa compreensão acerca do que ocorre dentro da mente. Freud parece, portanto, ter começado pelo primeiro método, e depois ter preferido o segundo. Talvez seja só isso mesmo: questão de preferência. Eu estou com Freud.
Ainda assim, há muitas questões que permanecem em aberto: porque, afinal, nossos ancestrais gastavam tanto tempo e energia nessas tentativas de adentrar “dimensões ocultas” dentro de suas próprias mentes? No que exatamente isso auxiliava em sua sobrevivência? Porque, afinal, tal prática estranha parece um dia ter sido comum em todas as partes do globo onde houvessem caçadores-coletores a caminhar pela terra, os pais e as mães de todos nós, os humanos…
Os signos da arte rupestre, com similaridades encontradas em sítios na Europa e na África, distantes não apenas no espaço, mas em milhares de anos no tempo, talvez nos deem alguma pista do que nossos xamãs ancestrais buscavam. Em seu extensivo estudo [1], Graham Hancock lista alguns dos pontos em comum: (a) As pessoas ou seres podem ser parte animal, parte homem, e podem se transformar plenamente em animais; (b) Certas pessoas ou seres são, às vezes, empaladas por lanças, flechas ou arpões quando estão se transformando em animais (os “homens feridos”); (c) Animais podem se transformar em outros animais ou aparecer como híbridos de duas ou mais espécies, e alguns podem ter a aparência distorcida, “fantástica”, inteiramente desconhecida do mundo natural (de qualquer época do planeta); (d) Há padrões geométricos, pontos, grades e zigue-zagues de linhas e “linhas-serpentes”, por toda parte; (e) A face da rocha onde a arte rupestre é encontrada é dinâmica e permeável, não como uma tela em branco, plana, a espera de ser decorada, mas muito mais como uma mescla em três dimensões entre a rocha e a arte, como se a arte também fosse, ali, um portal para uma outra dimensão, acessível apenas na contemplação daquele “local sagrado”.
Após ter encontrado tantas similaridades, Hancock partiu para uma tentativa ousada de explicar aquilo tudo, o que preenche boa parte de seu livro, e da qual não entraremos em maiores detalhes aqui [2]. Porém, talvez seja uma boa hora para refletirmos acerca do que os próprios xamãs afirmam que fazem em seu xamanismo, ou pelo menos daqueles xamãs que sobreviveram ao tempo. O importante é que seu relato é bastante similar ao que os xamãs san do século XIX disseram a Bleek e Lloyd [3]: (a) Entrar em contato com uma “realidade primordial”, espiritual, acessível através de alguma espécie de “sintonia mental” alcançada em certos estados extáticos; (b) Entrar em contato direto com ancestrais (já “mortos”, mas que vivem neste outro plano de existência), entidades, deuses, semi-deuses e seres “sobrenaturais” cujo conselho é informação inestimável para a sobrevivência da tribo; (c) Influência sobre o clima, particularmente na tentativa de produzir chuvas; (d) Influência e/ou identificação da movimentação de agrupamentos de animais que são caçados pela tribo nas redondezas; (e) Conhecimento de propriedades farmacológicas de ervas e plantas; e finalmente, talvez a mais importante: (f) Conhecimento e capacidade de cura de enfermidades físicas, psicológicas e/ou espirituais que afligem os membros da tribo.
Estariam os xamãs ancestrais totalmente certos, ou absolutamente equivocados, em todas essas práticas? Disso não temos como saber sem experimentar os mesmos estados extáticos… Mas, a lógica e o bom senso nos dizem: estavam mais certos que errados; Do contrário não estaríamos aqui para contar a história, não seríamos nós mesmos os seus descendentes, o seu presente para o mundo.
O Chefe Seattle, outro grande xamã, uma vez disse em sua carta ao presidente em Washington: “Sabemos que a terra não pertence ao homem. O homem pertence à terra. Todas as coisas são interligadas, como o sangue que nos une. O homem não tece a teia da vida – ele é apenas um fio dela. O que fizer à teia, fará a si mesmo”. Mas, o que é afinal essa teia, esse tecido de realidade que parece habitar tanto o mundo lá fora quanto a nossa própria mente? É possível, afinal, influenciar e interagir com o mundo lá fora, através de alguma ponta de teia que puxamos ainda dentro de nossa mente?
O cético escandalizado com tal possibilidade vai prontamente nos responder: “Isso tudo está apenas na sua mente!”… Mas, afinal de contas, e o que não está?
Nossa consciência desperta, normal, a qual chamamos de racional, nada mais é do que um tipo especial de consciência. Ao redor e sobre ela, separada pela mais fina das telas, há formas potenciais de consciências muito diferentes. Podemos atravessar a vida sem nem sequer desconfiarmos de sua existência. Mas, aplique o estímulo necessário e, ao menor toque, elas estão lá, em toda a sua inteireza… Nenhum relato do universo em sua totalidade pode ser tão definitivo que deixe essas outras formas de consciência inteiramente menosprezadas… De qualquer maneira, elas proíbem um encerramento prematuro de nosso acerto de contas com a realidade (William James, Variedades da Experiência Religiosa)
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Leitura recomendada: Sobrenatural, de Graham Hancock (Nova Era).
[1] Maiores detalhes no livro recomendado acima.
[2] Hancock prossegue em um longo, extensivamente detalhado e devidamente documentado relato de similaridades entre as experiências do xamanismo, os relatos de abdução por OVNIs (inclusive muitos séculos antes do século XX) e os relatos de encontros com seres mitológicos e do “reino das fadas”… Trata-se, talvez, de um “passo maior do que as pernas”, mas nada disso invalida o que vinha sido demonstrado desde o início do livro, particularmente o que foi resumido nas duas primeiras partes desta série.
[3] Ver parte 2 desta série de artigos.
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Crédito das imagens: [topo] Wikipedia (Papa Leo XIII recomenda o Vin Mariani); [ao longo] Imagem criada a partir de imagem compartilhada no Facebook
O Textos para Reflexão é um blog que fala sobre espiritualidade, filosofia, ciência e religião. Da autoria de Rafael Arrais (raph.com.br). Também faz parte do Projeto Mayhem.
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Respostas de 8
Não sou ninguém pra ditar comportamentos (e nem quero) mas acredito totalmente que a prática espiritual,seja qual for, não deve ser acompanhada de qualquer entorpecente.Por dois motivos já deveria ser descartada:
1-O “preço” que se paga ao usar qualquer uma das drogas que te levam ao transe é alto demais,seja apenas fisicamente e/ou mentalmente.A prática espiritual,mesmo que não seja disciplinada,requer constância,e nossa máquina de sobreviver (o próprio corpo) não foi feita para suportar tais substâncias.
2-Os entorpecentes que levam ao transe (praticamente todas as drogas com exceção da cocaína e o speed) podem te levar a um estado elevado de consciência,é verdade,MAS SÓ TE LEVAM ATE UM CERTO PONTO.Isto é,se seu corpo não perecer no processo,o que por sí só seria raro.
O próprio Osho que foi conhecido por quebrar tabus e dar dor de cabeça aos mais conservadores/tradicionais era contra até ao uso da maconha,uma droga considerada segura e inofensiva.Levando em conta que muitas vezes,o uso é motivado por uma carência seja qual for,essa que não deveria haver em uma pessoa realmente espiritualizada,ou pelo menos ,que está buscando isso.E se o usuário por acaso for médium,a coisa toda complica,pois as “portas da obsessão” não estarão trancadas,o que a pessoa experimenta/pensa/faz pode acabar com a própria vida e talvez até dos outros sem nem mesmo se dar conta disso.
Sou a favor de legalizar,quem quer mesmo tem de ter liberdade para usar sem ser enquadrado de criminoso.Mas no que concerne ao caminho espiritual continuo acreditando que essas coisas não combinam.
Omar,
quem és tu para dizer (generalizando) o que o nosso aparelho pode, ou não, suportar?
São 7 bilhões de pessoas no mundo.
Já deves ter conhecido alguém que come um monte e não engorda, bem como gente que faz dieta e luta com a balança.
Cada um tem um caminho, e se neste caminho houver uma substância psicoativa/psicotrópica e ela for utilizada de forma responsável, com benefícios à pessoa, então qual é o pó?
Quanto ao transe, estás falando somente das drogas sintéticas – que NUNCA foram utilizadas para o transe xamânico. Existe o transe hedonista e o transe espiritualista – aquele fundado no alcance do prazer, este fundado no exame da consciência.
E se fores pesquisar com o coração aberto, verás que existem muitas substâncias que permitem um estado de alteração de consciência MUITO profundo, que não pode ser obtido sem a substância (pode ser obtido outro tipo de alteração de consciência, tão profundo quanto ou até mais, mas não o mesmo, mas apenas com uma preparação pessoal e mental que levaria décadas para alcançar e, no mundo acelerado de hoje, nem todos dispõe de tanto tempo para a prática espiritual)
Então, principalmente na sociedade em que vivemos, cujo ritmo é lascinante, entendo que práticas com o uso de substâncias de forma respeitosa, responsável e controlada (muitas vezes, mais controlada até mesmo que um tarja preta!) num contexto ritualístico com tradição e uma egrégora bem formada, só não conseguirá auferir benefícios quem estiver com a energia intoxicada a ponto de não conseguir controlar sua consciência em estados alterados. E esta pessoa, posso dizer, não o conseguiria fazer sem a substância também.
CUIDADO COM AS GENERALIZAÇÕES!
O MUNDO NÃO TEM SÓ OPIÁCIOS, COCAÍNA, MACONHA E SINTÉTICOS!
Existem muitas coisas interessantes, principalmente do gênero das hoascas (ayahuasca, anahuasca, hoascas em geral, feitas com jagube/chacrona tradicionalmente, ou utilizando chalipronga no lugar da chacrona, bem como jurema casca ou tronco… várias versões), bem como rapés, sementes (Ololiuhqui – Rivea corymbosa; Morning Glory – Ipomoea violacea; Trepadeira de elefante – Argireia nervosa) e cactos como Wachuma (T. perivuanus), San Pedro (T. pachanoi), o famoso peyote utilizado por Aldous Huxley como inspiração para o livro “As portas da percepção”, bem como cogumelos como o psilocibensis e o amanita muscaria.
Pergunto-me:
Seria a natureza tão cruel, ao disponibilizar tantos elementos que interagem com nossa psique e nossa estrutura neural, a ponto de que todos sejam impossíveis de usar com sabedoria?
Ou será que, muito de nossas caracteristicas, como a razão e o extase reliogoso, não foram despertadas por substâncias naturais encontradas ao redor de todo mundo, com maior ou menor facilidade?
Aconselho a leitura de Food of the Gods por Terence McKeena.
E um olhar sobre as plantas enteógenas ou plantas de poder, porque moquirido, tentar atingir um transe extático/xamânico com drogas sintéticas… não será uma boa experiências.
E pra finalizar: indico o True Hallucinations do Terence McKeena, que demonstra também a face perigosa do consumo destas substâncias.
E quanto ao texto, excelente. Está de parabéns! Difícil achar material de qualidade e sem preconceitos sobre substâncais relativos ao tema.
@raph – Obrigado. Vale lembrar que, ao menos pelo que sei, cientificamente a Ayahuasca se usada a maneira dos indígenas, ou seja, sem ser misturada com outras substâncias, afeta somente os níveis de DMT do cérebro. O DMT já é produzido naturalmente pelo cérebro, a Ayahuasca somente eleva o nível do DMT. Claro que isto causa estados alterados de consciência, e isto não é “brincadeira”, mas tampouco podemos comparar a Ayahuasca a drogas que comprovadamente causam prejuízos persistentes a saúde, como a cocaína.
Estou com Freud – é bom usar, é ruim se viciar.
Querido raph,
quanto à ayahuasca, é o seguinte: existem muitas variações da bebida, vou utilizar a palavra hoasca pois ela se refere a todas.
A hoasca consiste na mistura de uma folha ou outra fonte natural do DMT (chacrona, chalipronga, arruda da síria, enfim, é encontrada em várias formas) com uma outra planta que tenha inibidores MAO (o google tá aí pra dizer o que significa MAO).
Tais inibidores são encontrados no jagube, na jurema (salvo engano) e até mesmo na inocente folha ou flor do maracujá, em pequenas quantidades (nunca vi relatos de sucesso utilizando para o chá, mas deve ser possível).
E o que isto nos importa?
Bem, o DMT em seu formato natural é “quebrado” em moléculas menores quando passa pelo sistema digestivo, graças às enzimas MAO; desta forma, não exerce o efeito “alucinógeno” (o uso das aspas é proposital).
Para que ele possa surtir efeitos pela via oral, o DMT proveniente principalmente da chacrona e da chalipronga deve ser acompanhado pelo iMAO (inibidor das enzimas MAO). Assim, o DMT é absorvido em sua forma natural, sem ser quebrado, e consegue atuar no cérebro, causando estados alterados de consciência e/ou percepção.
O cuidado ao se utilizar ou administrar o DMT, para si ou outros, é que a enzima MAO não serve somente para impedir a ação do DMT (aliás, este sequer é o efeito principal). Existem várias outras substâncias que, sem a atuação das enzimas MAO podem surtir efeitos tóxicos, causar náuseas e enjôos fortíssimos, dor de cabeça e mesmo a morte.
Por isto, não se deve misturar o ayahuasca com qualquer outra substância; seja pelos efeitos colaterais causados pela ausência das enzimas MAO no organismo, seja por seus potentes efeitos, seja pelo seu efeito expurgante; e principalmente, pois é muito difícil “domar” sua consciência quando se está sob o efeito da ayahuasca.
Mas quando conseguimos domar a consciência, libertar nosso pensamento dos vícios cíclicos e das frequencias negativas, e atingir um estado de transe xamânico/religioso, é uma experiência fortíssimas; as “alucinações” (mirações) são verdadeiros ensinamentos, que chegam de acordo com a psique de cada um. Posso dizer, com segurança, que já fui em trabalhos do Santo Daime que, em 6h de ritual, tive a certeza de receber mais ensinamentos do que assimilei em muitas reencarnações passadas. Não que eu as lembre; mas foi a sensação que tive ao sair.
Conforme o site Azarius:
Lista de misturas perigosas
Abaixo encontras uma lista de substâncias que NÃO deves tomar 12 horas ANTES e 12 horas DEPOIS de tomares um inibidor da MAO.
Muito perigosas:
antidepressivos contendo inibidores selectivos de recaptação da serotonina (ISRS), tais como a erva kanna (Sceletium tortuosum) e comprimidos de paroxetina (Seroxat), fluoxetina (Prozac), citalopram (Cipramil), fluvoxamina (Fevarin) e sertralina (Zoloft)
comprimidos para dormir
anestésicos
remédios para enchaquecas
remédios para alergias
remédios para constipações
cocaína
anfetaminas (speed)
MDMA (XTC)
cactos de mescalina (peiote e são pedro)
álcool
éfedra/efedrina (por exemplo em produtos como Ephedra Super caps, Super stacker, Ultra Boost)
pseudoefedrina
macromerina
fentermina
Podem causar dores de cabeça ou vómitos:
produtos lácteos fermentados (soro de leite, iogurte, natas)
queijos (excepção: queijo fresco, queijo creme)
choriços secos ou fermentadas (bologna, salami, pepperoni, corned beef, and liver)
carne, peixe e ovos secos
arenque de conserva, peixes secos com sal
extractos de carne
extractos de levedura (Marmite)
couve fermentada
frutas (banana, pêra abacate, figos, passas, ameixas vermelhas, ananás, framboesa, fruta enlatada)
nozes (amendoins)
feijões e vagens (feijão verde, favas, lentilhas, ervilhas e soja)
molho de soja
LSA (sementes de glória-da-manhã e de trepadeira-elefante)
ervas com MDA (noz-moscada, cálamo)
chocolate
cafeína (café, chá, colas, guaraná, bebidas energéticas)
ginseng
erva de são joão
inaladores nasais (Vicks Sinex, Prevalin ou Otrivin)
outros inibidores da MAO
@raph – Oi Caio, muito obrigado pelo excelente complemento científico a esta série. Científico no bom sentido! Abs.
Excelente a primeira parte deste post, mas acredito que o Sr autor deste texto poderia isentar-se de sua opinião. Discutir o uso de drogas por xamãs e pelo Dr Freud enriquece nosso conhecimento e ajuda a formar nossa própria opinião, mas um texto tendencioso não ajuda em nada. Verá que os comentários serão sobre esse tema, e não sobre o sentido geral do texto. A menos que tenha sido essa a intenção, aí esse blog já pode estar perdendo o foco…
@raph – Oi Ernesto. Bem, você pode concordar ou discordar da opinião de um autor, mas não esperar que um texto autoral seja uma matéria jornalística, totalmente imparcial. Não há nenhum problema em discordar da minha opinião, mas seria péssimo se todos os autores se sentissem temerosos em expor sua opinião.
Ola Ernesto,
Desculpe, mas eu discordo, pois eu gosto de saber a opinião daqueles se propõem a ensinar, compartilhar o seu conhecimento.
Assim como fez no comentário acima o Omar, e outros que também vão comentar.
E acredito que o Rafael ainda se explicou a respeito da necessidade de emitir sua opinião na parte 2 desta série.
Eu venho estudando enteogenia há algum tempo, já experimentei plantas de poder, sinteticos também, inclusive a cocaína, e eu hoje em dia tenho certeza de uma coisa… a ayahuasca é uma chave pros mistérios da natureza.
caso interesse o assunto pra alguém, deixo o link desse grupo no facebook: http://www.facebook.com/groups/portasdapercepcao/
eu tenho uma teoria de que as vacas são sagradas na India pq há muito tempo atrás, os antigos mestres consumiam os cogumelos que nasciam da bosta delas. Mas não entendo pq hj em dia muitos mestres e linhas hinduístas condenam o consumo de cogumelos
eu achava que o preconceito das drogas era culpa do ascetismo e teoria judaico cristã de que os prazeres materiais são “maus”, ascetismo e teoria que teriam origem no maniqueísmo, que teria origem na dessacralização de metade do mundo (das trevas, do feminino, do frio, etc) conforme as religiões exclusivamente solares se tornaram predominantes. As religiões lunares ou estrelares seriam influenciadas então pelas religiões predominantes e passariam a absorver certos conceitos e dogmas como o asceticismo ou o preconceito com as drogas e outros prazeres carnais
o problema nessa teoria é que algumas religiões que originalmente não eram ascéticas parece que se tornaram antes das religiões solares se tornarem preodminantes…
preciso analisar e pesquisar isso melhor