Publicada no S&H dia 20/jun/2008,
“Três deveres de um druida:
– curar a si mesmo;
– curar a comunidade;
– curar a Terra.
Pois se assim não fizer, não poderá ser chamado de druida”.
(Tríades da Ilha da Bretanha)
Durante nossas matérias anteriores, falamos sobre Matrix, o Plano Astral e as diversas maneiras de se interagir com a esfera de Yesod, o estado de consciência representado pelo Mundo Subterrâneo nas antigas mitologias. Falamos sobre os Psychopompos (os famosos “condutores de almas”) das mitologias antigas e o que eles realmente representam e finalmente fizemos cinco anotações em nossos cadernos, que passaremos a decifrar nesta coluna.
Semana passada falamos sobre Thanatos, deus dos mortos, e sua relação com o Astral. Continuando a linha de raciocínio, falaremos hoje sobre Hecate, a deusa tríplice, representação da mediunidade.
Hecate
Hecate (ou Hécate) é uma divindade grega, filha dos titãs Perses e Astéria. A origem de seu nome se deve à palavra egípcia Hekat que significaria “Todo o poder”.
Em sua versão original, Hecate está associada a Ártemis (irmã gêmea de Apolo, o Sol, representando a luz da lua cheia) e a Perséfone (filha de Zeus e Demeter, personificação do sagrado feminino e das faculdades associadas à sensualidade feminina). Juntas, as três simbolizavam as 4 fases da Lua. Enquanto Ártemis representava a lua cheia e o fulgor feminino (girl power), Perséfone, em suas duas caracterizações (a doce Coré e a sombria Perséfone) representava respectivamente as fases Crescente e Minguante da lua e, finalmente, Hecate representava a Lua Nova, ou sombria.
Ok… pausa para explicar a lenda de Perséfone:
Na mitologia grega, Perséfone ou Coré (correspondente à deusa romana Proserpina e Cora). Era filha de Zeus e da deusa Deméter, da agricultura, tendo nascido antes do casamento de seu pai com Hera.
Quando os sinais de sua grande beleza e feminilidade começaram a brilhar, em sua adolescência, chamou a atenção do deus Hades (Demeter representa Malkuth, o Plano Material, Hades representa Yesod, o Plano Astral, Perséfone a feminilidade relacionada com a intuição feminina, que transita entre estas duas esferas) que a pediu em casamento.
Zeus, sem sequer consultar Deméter, aquiesceu ao pedido de seu irmão. Hades, impaciente, emergiu da terra e raptou-a levando-a para seus domínios (o Mundo Subterrâneo), desposando-a e fazendo dela sua rainha.
Sua mãe, ficando inconsolável, acabou por se descuidar de suas tarefas: as terras tornaram-se estéreis e houve escassez de alimentos. Deméter, junto com Hermes, foi buscá-la ao mundo dos mortos (ou segundo fontes posteriores, Zeus ordenou que Hades devolvesse a sua filha). Como, entretanto, Perséfone tinha comido algo (uma semente de romã, a mesma fruta que coincidentemente era cultivada nos jardins do Templo de Salomão) concluiu-se que não tinha rejeitado inteiramente Hades. Assim, estabeleceu-se um acordo: ela passaria metade do ano junto a seus pais, quando seria Coré, a eterna adolescente, e o restante com Hades, quando se tornaria a sombria Perséfone. Este mito justifica ao mesmo tempo o ciclo anual das colheitas e as duas representações da lua e seus aspectos na magia cerimonial.
Voltando a Hecate:
Hecate é venerada como “a mais próxima de nós”, pois se acreditava que, nas noites de lua nova, ela aparecia com sua horrível matilha de cachorros fantasmas diante dos viajantes que por ali cruzavam. Ela enviava aos humanos os terrores noturnos e aparições de fantasmas espectros. Também era considerada a deusa da magia e da noite, mas em suas vertentes mais terríveis e obscuras. Era associada a Ártemis, mas havia a diferença de que Ártemis representava a luz lunar e o esplendor da noite. Também era associada à deusa Perséfone, a rainha dos infernos, lugar onde Hécate vivia.
Dada a relação entre os feitiços e a obscuridade, os magos e bruxas da Antiga Grécia lhe faziam oferendas com cachorros e cordeiros negros no final de cada lua nova. Era representada com três corpos e três cabeças, ou um corpo e três cabeças. Levava sobre a testa o crescente lunar (tiara chamada de pollos), uma ou duas tochas nas mãos e com serpentes enroladas em seu pescoço. Como já estudamos em matérias anteriores, Tochas simbolizam o FOGO, sinal da sabedoria divina, e cobras representam o despertar da Kundalini, o fogo sagrado dentro de cada um.
Deusas Tríplices
Com a associação clara entre o feminino e a Lua, existiam muitas deusas tríplices, que carregavam consigo certas atribuições e que agiam como se fossem uma única entidade. Entre elas podemos destacar as Moiras, as Erínias e as Parcas, assim como as Norms (nórdicas), Bridghit (três deusas com o mesmo nome) e Morrigan (que com suas irmãs Badb e Macha faziam as vezes das Fúrias celtas).
Dos cultos egípcios e gregos, a representação do Sagrado Feminino na forma de “deusas tríplices” espalhou-se pela Europa. Os celtas possuíam a representação da mulher associada a três deusas chamadas Bridgith (Ou Brigid, ou Brígida, ou posteriormente Santa Brígida na Igreja Católica).
A Deusa Tríplice representa os mesmos aspectos gregos do feminino: donzela, mãe e anciã. Bridgit era filha de Dagda (e, portanto, meia irmã de Cermait, Aengus, Midir e Bodb Derg – um dia no futuro eu falo sobre eles… é uma história muito interessante) e suas sacerdotisas estavam associadas à chama sagrada, da mesma maneira que as Virgens Vestais gregas e egípcias. Suas 19 sacerdotisas permaneciam no Templo de Kildare, cercadas por um fosso natural que nenhum homem poderia cruzar. O Templo de Kildare foi uma das principais fontes usadas na criação da lenda de Avalon. Morrigan, por sua vez, foi a deusa utilizada como base para a criação de Morgana, meia irmã do mítico Rei Arthur (falaremos sobre isso mais para a frente).
As deusas e as Incorporações
Retornando no tempo até os cultos de Astarte, era extremamente comum (para não dizer mandatório) que a principal sacerdotisa de cada culto, em determinado momento do ritual, incorporasse a Deusa. Quando digo “incorporar”, quero dizer EXATAMENTE da maneira como vemos diariamente em centros espíritas, Kardecistas e templos de Umbanda/Candomblé.
A sacerdotisa possuía todos os atributos e características necessárias (além de um treinamento espiritual, emocional e mental) para deixar seu corpo limpo e preparado; entrava em transe ritualístico profundo e utilizava sua condição de médium para incorporar a deusa, que conversava com seus seguidores dando-lhes informações e conselhos.
Isto faz nossa segunda ligação com os Psycopompos e seus profundos significados esotéricos: Hecate representa esta conexão entre os médiuns e o Plano Astral.
Os druidas
Druidas (e druidesas) eram pessoas encarregadas das tarefas de aconselhamento, ensino, jurídicas e filosóficas dentro da sociedade celta. A palavra Druida significa “Aquele que tem conhecimento do Carvalho”.
O carvalho, nesta acepção, por ser uma das mais antigas e destacadas árvores de uma floresta, representa simbolicamente todas as demais. Ou seja, quem tem o conhecimento do carvalho possui o saber de todas as árvores. Está intimamente ligado ao título de “Aquele que trabalha com a madeira” vindo dos tempos do Rei Salomão e da Arca e, para quem não caiu a ficha ainda, o mesmo título de “Mestre Carpinteiro” dos antigos Essênios. A ritualística druida é muito parecida com o cristianismo primitivo da doutrina Cátara.
É importante dissociar as palavras “Druida” de “Celta” porque muita gente faz confusão. Celta é o nome do povo, enquanto Druida é o nome dado a uma casta de sacerdotes especiais que viviam entre os celtas e agiam como conselheiros destes. É a mesma relação entre “judeus” e “rabinos”.
Origens da Távola Redonda e o Elemento Terra.
Druidas e Mediunidade
A conexão entre Druidas e Mediunidade vem do Xamanismo (que é uma das origens de toda a magia celta) e das incorporações dos xamãs com os Espíritos dos Antigos (ou Espíritos Ancestrais). Da mesma maneira que os xamãs incorporam os espíritos ancestrais, os grandes sacerdotes druidas não apenas incorporavam os Deuses em seus rituais, mas também estudavam estas interações entre o Plano Material e o Plano Espiritual.
Com o advento da Igreja católica, estas práticas ficaram cada vez mais secretas e mais restritas, sob pena de fogueira; e muitos dos conhecimentos ocultistas da antiguidade tiveram de se refugiar nas Ordens Secretas, especialmente sob a proteção Templária e Rosacruz. O Sagrado feminino, a intuição e a mediunidade foram esmagados e permaneceram em dormência até o Renascimento. Neste período (que falaremos em detalhes na seqüência “Queima Ele, Jesus”), qualquer manifestação de mediunidade era vista como “coisa do demônio” e passível de fogueiras e exorcismos. Existem diversos casos na literatura medieval que retratam casos de mediunidade como sendo tratados como “possessão demoníaca” e afins. O mundo permanecia (passado?) em uma Idade das Trevas.
Dos druidas aos maçons
Nascia em Lyon a 3 de Outubro de 1804 Hippolyte Léon Denizard Rivail, um professor, pedagogo e escritor francês que se notabilizou como o codificador do chamado “Espiritismo”, denominado “Doutrina Espírita”.
Nascido numa antiga família de orientação católica com tradição na magistratura e na advocacia, desde cedo manifestou propensão para o estudo das ciências e da filosofia.
Fez os seus estudos na Escola de Pestalozzi, no Castelo de Zahringenem, em Yverdun, na Suíça (país protestante), tornando-se um dos seus mais distintos discípulos e ativo propagador de seu método, que tão grande influência teve na reforma do ensino na França e na Alemanha. Aos quatorze anos de idade já ensinava aos seus colegas menos adiantados.
Concluídos os seus estudos, o jovem Rivail retornou ao seu país natal. Profundo conhecedor da língua alemã, traduzia para este idioma diferentes obras de educação e de moral, com destaque para as obras de François Fénelon, pelas quais manifestava particular atração.
Era membro de diversas ordens, entre as quais da Academia Real de Arras, que, em concurso promovido em 1831, premiou-lhe uma memória com o tema “Qual o sistema de estudos mais de harmonia com as necessidades da época?”.
existe uma grande suspeita que Leon Denizard tenha feito parte da Maçonaria, pertencente à Grande Loja da França. Se não foi iniciado, passou sua vida inteira cercado por amigos membros desta sublime ordem. Deve ter conhecido as teorias básicas de Astrologia (pelo contato e estudo com Camille Flammarion, um dos maiores astrônomos franceses de todos os tempos, fundador em 1887 da Sociedade Astronômica da França). Camille Flamarion era tão seu amigo que fez o discurso durante o enterro de Kardec. Para os espíritas que acompanham a coluna terem uma idéia da importância de Flamarion para o espiritismo, procurem nos textos da Gênese, uma das obras básicas do Kardecismo, o texto “Uranografia Geral – Estudo do Espaço e Tempo”, pelo médium CF. CF são as iniciais de Camille Flamarion.
Cético e estudioso, Léon teve contato com os estudos a respeito das “mesas girantes” em 1855, paralelamente a cientistas e ocultistas como Sir William Crookes (membro do Royal College of Chemistry, pai da Espectrologia), Alfred Russel Wallace (um dos precursores da teoria da evolução das espécies), John Willian Strutt (prêmio Nobel da física de 1904), Michael Faraday (físico, que apesar de não ser ocultista também estudou estes fenômenos), Oliver Lodge (membro da Royal Society, inventor do telégrafo sem fio), entre muitos outros. Interessante notar que as pessoas que estudavam seriamente estes fenômenos eram cientistas importantíssimos, ganhadores do Nobel de Física e outros pesquisadores voltados para áreas da física e da química.
Os tipos de mediunidade:
Como o irmão Denizard já teve todo o trabalho de compilar e codificar os tipos de mediunidade de uma forma majestosa, o tio Marcelo fará apenas a referência aos seus textos.
Começamos os estudos através da Manifestação dos Espíritos sobre a Matéria, através da vontade (Thelema) dos seres espirituais, combinados com a energia plasmada do médium, rompem a barreira entre os campos vibracionais e permitem manifestações no Plano Material. A partir disto, surgem as famosas “mesas girantes” que são uma manifestação grosseira desta força, suficiente apenas para erguer as mesas no ar e fazê-las girar. A partir das manifestações grosseiras (que também são a origem de barulhos em casas ditas “mal assombradas” e outros fenômenos), surgem os estudos a respeito de Manifestações Inteligentes (ou seja, pancadas rítmicas, respondendo a perguntas como “sim” ou “não”, barulhos indicando princípios rudimentares de comunicação entre Planos e assim por diante). Neste sentido, ele também estudou a criação de ruídos, movimentos e suspensões e aumento e diminuição do peso dos corpos.
Na segunda etapa, estudaram as manifestações físicas espontâneas, ou seja, a criação de ruídos mais específicos, arremessos de objetos e fenômenos de transporte, bem como as manifestações visuais, aparições e aparições dos espíritos de pessoas vivas. Estudaram também os lugares assombrados, linguagem dos sinais, tiptologia alfabética, escrita direta e pneumatofonia.
Na área da psicografia, estudaram a psicografia indireta, através de cestas e pranchetas, e a psicografia direta, através dos médiuns.
O capítulo XIV do seu “Livro dos Médiuns” trata especificamente sobre as mediunidades, listando as 72 mediunidades diferentes, entre elas os médiuns de efeitos físicos, elétricos, sensitivos, audientes, falantes, videntes, sonambúlicos, curadores, pneumatógrafos, etc. Entre os médiuns escreventes temos os médiuns mecânicos, intuitivos, semimecânicos, inspirados e de pressentimento e assim por diante. Recomendo que vocês leiam os dois livros básicos (Livro dos Espíritos e Livro dos Médiuns).
Léon adotou o pseudônimo de Allan Kardec, uma de suas encarnações passadas como druida, e é considerado o fundador do Espiritismo, uma das filosofias que eu considero mais sérias.
Termino a matéria citando o professor Waldo Vieira e um livro fantástico chamado 700 Experimentos de Conscienciologia (1994) onde, com o auxílio de laboratórios, foram feitas diversas experiências dentro do método científico para comprovar e estudar os fenômenos parapsicológicos. Hoje o IIPC é um dos institutos mais sérios no estudo destes fenômenos de forma científica e laica.
No Brasil, o espiritismo acabou adotando um pouco do viés religioso e cristão ao invés de sua proposição original científica. Infelizmente o sincretismo religioso, os misticóides da dita “Nova Era”, os charlatões e as chamas violetas da vida transformaram a palavra “espiritismo” em uma mixórdia tão grande que os espíritas originais precisam se denominar “Kardecistas” para evitar confusões, tamanha a quantidade de loucuras que inventaram por ai.
Enquanto isso, neste curral chamado Brasil, os coletores de dízimos fazem a festa com suas charlatanices de desencapetamento, exorcismos da madrugada, óleos de Jerusalém, água do Rio Jordão e afins, deixando a ciência e o ocultismo sério como pequenos oásis neste imenso mar de créu.
Perdidos no meio de assuntos religiosos e esotéricos que não têm nenhuma idéia a respeito, as Igrejas caça-níqueis seguem por ai Vandalizando Templos de Umbanda e de outras religiões “Em nome de Jesus”.
Como este assunto é muito extenso, queria que vocês postassem suas dúvidas na parte de comentários, como fizemos semana passada. Estava olhando com calma as perguntas novamente… acho que nunca fui tão sabatinado em toda a minha vida. E as dúvidas estavam de alto nível !!! Parabéns para o pessoal e queria agradecer aos colegas que ajudaram nas respostas
MacBeth!
Respostas de 35
Essas mesas girantes que você fala eram aquelas em que um grupo de pessoas sentava em volta e colocava as mãos em cima? Ou elas giravam sem ninguém ao redor?
@MDD – Existem vários tipos desse fenômeno, incluindo os dois que você mencionou.
Marcelo,
Vc cita os grandes cientistas e o respeito e interesse que demonstravam pelo estudo ocultista. È de notar que hoje, fenômenos ocultistas (com exceções notáveis, entre os quais Amit Goswani, permita-me o link: http://www.amitgoswami.com.br/site/) não só são relegados ao desprezo científico, como também são até mesmo ridicularizados. Na sua opinião, qual a razão desse descaso?
@MDD – a mesma razão desde os gregos: Ignorância e conformidade.
Oi, Marcelo!
Parabéns pelo site. Primeira vez que eu leio, e adorei!
Só tenho uma dúvida: vc citou Moiras e Parcas como duas divindades tríplices distintas. Mas elas não representam as mesmas deusas Cloto, Láquesis e Átropos?
@MDD – Moiras eram as gregas, Parcas eram as romanas. Apesar de terem as mesmas características, são personagens diferentes: com nomes diferentes: Nona (Cloto), Décima (Láquesis) e Morta(Átropos). Assim como as Fúrias: Tisífone (Castigo), Megera (Rancor) e Alecto (Interminável) ou as três Norns (Urd, Verdandi e Skuld.
Médium indenizará mulher por coação moral
http://www1.tjrs.jus.br/site/imprensa/noticias/?idNoticia=117677
menos um charlatão, precisávamos de mais condenações para “amedrontar” esses pangarés a não ficarem mais por ae….
72 mediunidades diferentes = 72 nomes de Deus?
me lembrei de transcomunicação, que me lembrei da estorinha de ashtar sheram. vc conhece algum livro ou texto que fale a respeito dessa estória desmistificando essa farsa?
Muita gente mal informada acredita que a mediunidade começou com o espiritismo, e outros mais mal informados ainda acreditam que a Bíblia condena a mediunidade.
Mas, fato é que ela sempre existiu. Se é que se trata de uma “ilusão coletiva”, ela vem persistindo desde épocas muito antigas, antes do início das civilizações, principalmente na região do Egito (por razões óbvias) e Rússia (de onde vem a origem da palavra “xamã”).
Um livro muito bom sobre o assunto é o do pesquisador espírita J. Herculano Pires, “O Espírito e o Tempo”, publicado pela Editora Paidéia.
Abs
raph
Hecate é Lilith, a lua negra da astrologia? Falando nisso, qual o significado da lua negra no mapa astral? Obrigado!
Impressionante como as coisas passam a fazer muito mais sentido depois de algumas revisões!
Realmente, reler os posts antigos do TDC é cada vez mais esclarecedor
“Realmente, reler os posts antigos do TDC é cada vez mais esclarecedor” [2]
“Realmente, reler os posts antigos do TDC é cada vez mais esclarecedor” [3]
“Realmente, reler os posts antigos do TDC é cada vez mais esclarecedor” [4]
Caro MDD,
Há muitos anos li em uma obra (infelizmente já não me lembro qual) de Huberto Rohden que algumas drogas chamadas alucinógeras, entre elas cocaína, LSD, Daime e até algumas receitas indígenas usadas por pagés, na verdade provocam um ligeiro deslocamento entre o perispirito e o corpo físico; o que permitiria um contato com dois planos simultâneamente, o físico e o astral. As alucinações seriam de fato visões de qualquer coisa ou entidade que esteja no plano astral ao alcance vibracional do usuário.
Primeiro pergunto se isso é verdade e em caso afirmativo, quando tal “visão” ou “contato” ocorre, a pessoa seria necessariamente médium ou esse desdobramento provocado pela droga independe disso?
Para que possas compreender em escencia e eliminar todas suas duvidas, lhe recomendo o Livro dos Espiritos.
A maior obra do Espiritismo!
Responder as suas perguntas aqui seria facil. Mas logo logo surgiriam outras e assim por diante.
So encontrara respostas serias na obra de Allan Kardec.
Boa Sorte! = Deals.
Caro Irmão, no livro Maçonaria e Espiritismo de Eduardo Carvalho, o autor escreve que viraram todas as lojas maçônicas da França e não conseguiram nenhuma prova concreta de que Allan Kardec era maçom, apesar de haver indícios disso em todas suas obras. Eu pessoalmente acredito que tenha sido, devido a tais indícios.
Nesse texto você afirma que ele era da Grande Loja da França, conseguiram então uma prova de sua iniciação? T.’.F.’.A.’.
@MDD – Quando eu escrevi o post pela primeira vez (em 2008), as referencias francesas diziam que ele era maçom, mas também sem citar qual loja havia sido iniciado. Tive contato com o livro (muito bom, por sinal) do ir.’. Eduardo depois. As evidências e a biografia de Kardec mostram que, se não foi iniciado, passou a vida toda ao lado dos maçons. o próprio biógrafo dele, André Moreil, afirma “que “não se sabe em que loja foi iniciado Denizard Rivail. Isto pouco importa. Os princípios eram os mesmos”. E no período em que ele viveu, não haveria outra maneira dele ter entrado em contato com médiuns ou mesas girantes que não fosse dentro das Ordens Iniciáticas. Dei uma mexida no texto para ficar melhor.
Muito interessante o modo como você consegue interligar as histórias e fatos. Como buscador, uma das coisas que aprendi é que a história é sempre a mesma, porém o modo de se contar é q muda, e muda de acordo com a cultura dos lugares.
Achei muito interessante também a parte que você faz a ligação do xamanismo com druidismo e apesar de terem muitas coisas em comum, porém pelo que já estudei sobre as duas tradições o xamanismo seria mais sobre a ‘tradição do sol’ e o druidismo sobre a ‘tradição da lua’, correto? Caso esteja errado, ou tenha outra visão, por favor me corrija e comente.
Sobre o xamanismo, gostaria de ler um post seu sobre o tema, acredito que seria muito interessante e sério, diferente da maioria das coisas que se encontra na internet sobre o assunto.
Abraço
A história é sempre a mesma, e somente algumas coisas mudam, creio que isso esteja associado ao arquétipo. De uma pesquisada nessa palavra vc vai ver q interessante.
Exatamente… um livro muito interessante sobre arquétipo é ‘Deus, “deuses” e Divindades’ de Alexandre Cumino, ele faz uma comparação de todas as divindades da umbanda com diversas religioes, inclusive as que foram absorvidas pela igreja católica.
Mas mesmo assim, muito obrigado Eduardo pela resposta.
hehehe. Eu sempre gostei de Asterix. Desde pequeno leio as histórias dos gauleses e do druida Panoramix com sua poção mágica…
Mas eu só podia ir pro ocultismo mesmo. Traços desde a infancia, indo para esses lados…
Deldebbio,
Se Allan Kardec era profundo conhecedor da astrologia como voce cita, então no mínimo ele conhecia mas não acreditava, pois encontramos o seguinte texto no livro A gênese no capítulo 5 – Antigos e modernos sistemas do mundo, item 12:
Ora, não existindo esses agrupamentos senão na aparência, é ilusória a significação que uma supersticiosa crença vulgar lhe atribui e somente na imaginação pode existir. Para se distinguirem as constelações, deram-se-lhes nomes como estes: Leão, Touro, Gêmeos, Virgem, Balança, Capricórnio, Câncer, Órion, Hércules, Grande Ursa ou Carro de David, Pequena Ursa, Lira, etc., e, para representá-las, atribuíram-se-lhes as formas que esses nomes lembram, fantasiosas em sua maioria e, em nenhum caso, guardando qualquer relação com os grupos de estrelas assim chamados. Fora, pois, inútil procurar no céu tais formas. A crença na influência das constelações, sobretudo das que constituem os doze signos do zodíaco, proveio da idéia ligada aos nomes que elas trazem. Se à que se chama leão fosse dada o nome de asno ou de ovelha, certamente lhe teriam atribuído outra influência.
— Ou então encontramos no livro dos espíritos —
867. Donde vem a expressão: Nascer sob uma boa estrela?
“Antiga superstição, que prendia às estrelas os destinos dos homens. Alegoria que algumas pessoas fazem a tolice de tomar ao pé da letra.”
@MDD – Leon e Camille eram conhecedores; de Allan pode-se supor que tenha aprendido as bases do que seria a Astrologia, embora este texto da gênese que voce cita está cheio de erros conceituais, visto que Astrologia nunca foi baseado em constelações, mas sim na geometria dos planetas. Também precisa se levar em conta se a tradução está correta. Recentemente, os espíritas descobriram que muito das traduções feitas para o português foram obtusamente adulteradas pelos tradutores, que mexeram muito no que discordavam (e, sendo ex-católicos, tinham vários preconceitos embutidos). Na minha opinião, seria necessário refazer tanto o Livro dos Médiuns quanto o dos espíritos, com novas questões e novas entidades consultadas, especialmente as que atuam na Umbanda e Candomblé.
@MDD
Seria bom mesmo se refizessem… A chamada “Doutrina Espírita” não evoluiu muito desde seu codificador.
O cara fez um PUTA trabalho e (acredito que) ele esperava que fosse um ponto de partida para consecutivos estudos e refinamentos, tudo com base científica. MAS… a tal IDOLATRIA que fizeram dele o messias espírita (assim como fazem com Jesus, com Chico Xavier, com Gandhi e etc; é mais fácil IDOLATRAR do que SEGUIR O EXEMPLO).
MDD e pessoal, vamos por partes, depois relendo o que escrevi, vi que ficou um pouco agressivo, e esta não era a minha intenção, eu colei o texto da genese e do LE, e escrevi no afobamento, então peço desculpas a todos ^_^.
MDD, concordo contigo, quando diz que a descrição que kardec faz da astrologia, não condiz com a visão hermética da mesma, logo posso concluir é que kardec teve contato com a astrologia que o resto do gado conhece (e era a que eu conhecia também há até bem pouco tempo atrás), portanto não me admira que ele tenha desacreditado, assim como todas as pessoas de bom senso fariam. O que eu quis dizer com este post é que Kardec pode ter sido Maçon, mas não acredito que ele teve contato com qualquer tipo de astrologia séria.
Quanto a revisar o LE e LM, não vejo motivos pra isso por 2 razões:
Primeiro por questões históricas, conheço outras religiões que mudam de opinião ao sabor dos ventos e fingem que a visão deles sempre foi a difundida naquele momento e isso é extremamente perigoso, pois voce não sabe o passado daquilo que está conhecendo e será questionado por isso.
Segundo, porque a DE é atualizada sim, a medida que outras pessoas vão lançando livros e mais livros sobre os assuntos que a mesma aborda, e cabe ao leitor aprofundar seus estudos. Afinal, quem relançaria os livros de Aleister Crowley, ou de autores de outras visões com correções?
Inclusive cito aqui o próprio exemplo da astrologia, onde Emmanuel, através do Chico, corrobora a existencia da mesma, no livro O Consolador, questão 140:
“140 –Os astros influenciam igualmente na vida do homem?
As antigas assertivas astrológicas têm a sua razão de ser. O campo magnético e as conjunções dos planetas influenciam no complexo celular do homem físico, em sua formação orgânica e em seu nascimento na Terra; porém, a existência
planetária é sinônima de luta. Se as influências astrais não favorecem a determinadas criaturas, urge que estas lutem contra os elementos perturbadores, porque, acima de todas as verdades astrológicas, temos o Evangelho, e o Evangelho nos ensina que cada qual receberá por suas obras, achando-se cada homem sob as influências que merece. ”
Claro que aqui ele fala com o linguajar que a maioria da população possa entender, não adequando explicitamente a visão hermética, mas já coloca um pulga atrás da orelha do leitor, pois a afirmativa veio de um espírito com um grande trabalho caritativo a embasar sua sériedade e através de um dos maiores médiuns que o espiritismo já teve, que são as premissas que kardec coloca para que identifiquemos um espirito superior – Pelos frutos é que se conhece a árvore.
Então temos assim a evolução da DE, não com relançamento das obras básicas, mas com questionamentos e aprofundamentos lançados posteriormente.
@Nikolas – Existe idolatria na DE? claro que sim, como em todas as religiões e filosofias, mas todos são incentivados a pensar, agora se a pessoa escolhe estagnar nesse aspecto, que fazer? Explusar o sujeito do CE? Bater com o LE na cabeça dele até que ele entenda? É esperar, que um dia ele vai compreender e retomar o caminho. Aqui mesmo no Teoria da Conspiração, voce acha que não tem muita gente que idolatra o MDD? Sem dúvidas que tem, e isso é um processo natural da evolução, um dia todos nós que nos sentimos assim (em menor ou maior grau) vamos nos desprendendo dessas idéias.
Agora sobre buscar a versão original dos livros, sem dúvidas isso é positivo, e gostaria de saber MDD onde voce conseguiu essa informação que as versões que temos do LE e do LM teriam sido traduzidas de forma obtusa, ou mesmo, quais seriam esses trechos, pois como espírita, me sinto na obrigação de pesquisar a esse respeito.
Um grande abraço a todos,
Leo.
Foi bom reler este artigo, para memorar a questão da cientificidade da doutrina de Kardec, em sua origem.
“Michael Faraday (físico, que apesar de não ser ocultista também estudou estes fenômenos)”
Ele não era Rosacruz?
Pelo menos é o que afirma a Amorc no livreto o domínio da vida
@MDD – Voce tem razão: http://www.rosicrucian.org/about/mastery/mastery08history.html
No mapa astrológico,a Lua Negra, ou Lilith, simboliza um lado secreto e obscuro de nossa personalidade. Identificar e trazer à luz esses aspectos é fundamental para cultivar o autoconhecimento e alcançar a paz de espírito. Para a Kabbalah ela foi a primeira mulher de Adam, condenada a viver nas profundezas do mar ( profundezas psíquicas), sua força era tão grande que se tornou um demônio, capaz de comparar-se a D´us. De forma nenhuma ela se submeteu a Adam, desobedecendo as ordens de D´us.
@MDD – antes de colocar o resto do texto, eu adianto que esse negócio de Lilith é papagaiada esquisotérica. Nem um planeta é, é um “ponto vazio” inventado dentro da trajetória da lua. Se você for nos sites sérios, como astro ou alabe, verá que nenhum deles usa. Esse treco começou em 1918, quando um astronomo chamado George Watermath anunciou que havia descoberto uma segunda lua na Terra. No mesmo ano, um astrólogos chamado Walter Gornold, conhecido como “sepharial”, foi o primeiro a usá-la em seus mapas. Claro que isso foi uma furada e a tal “segunda lua” não existe… mas muitos esquisotéricos que não tem o menor conhecimento da Kabbalah ou das estruturas energéticas desta orbe continuam usando até hoje. Lilith é tão útil em um mapa quanto Nibiru, Hercobulus, Sputnik, Quíron e outros…
A personagem atravessou os milênios sob diferentes nomes, mas sempre tomando a forma de espíritos ou divindades destrutivas. Na Grécia Antiga foi associada a Hécate, deusa da Lua e, a partir daí, passou a simbolizar o lado escuro lunar, que, por sua vez, reflete a face oculta do ser humano. No mapa astral, o significado da Lua Negra muda de acordo com o signo que ela ocupava no dia do nascimento.
Ela tem dois lados – a destruição, o boicote e os talentos, a força. Tudo a ser descoberto.
Ela representa a individualidade através de princípios destorcidos, diferentes dos padrões de positivo e negativo – masculino e feminino.
Os conteúdos psíquicos simbolizados pela Lilith são muitas vezes interpretados como a raiz da libido. Outras vezes são percebidos como geradores de poderes paranormais, inclinação para a bruxaria, mediunidade, etc. Ela traz confusão mental e emocional. Ela representa o “inconsciente do inconsciente coletivo”. Pode simbolizar também qualidades mediúnicas poderosas. Ela representa os conteúdos mais infantis, impulsivos e exagerados.
Com ela vivemos um momento de liberar energias vitais, esvaindo-se muitas vezes. Nos sentimos roubados por esta energia.
Algo de nossas profundezas pode estar sendo projetado e aquilo tirar a nossa energia.
Atualmente ela está entrando no signo de peixes e fazendo a conjunção com netuno. O que nos traz energias mais ocultas, espirituais, paranormais que estarão em nossa volta. O confusão, ilusão, manipulação, ambigüidade, dificuldade em lidar com a realidade, perdendo-se nela. O engano, por isto devemos ter bastante cuidados neste período. É um momento de intranqüilidades, mas para quem tiver concentração e não se perder nestas energias avassaladoras de nosso inconsciente, podemos revelar poderes astrais muito fortes. Estar incomodado nos leva a fazer algum tipo de movimento ou atitude que são importantes.
O que temos de positivo, existe uma força meditativa, de encontro com o silencio, com D´us e com o outro muito forte. Netuno pode diluir o poder da lilith e transcendê-la. Tirá-la das profundezas através de nosso acolhimento. Podemos entrar em uma viagem mística, que requer pés no chão!!!
O lado mais pesado é que esta conjunção pode trazer energias de desejo de poder não realizado, que vem do fundo dos oceanos, do cosmos tentando resgatar o que não conseguiu ou não tem. Lilith busca o olhar de D´us, mas pode ter a chance de curar as suas magoas e raivas de ter sido expulsa do paraíso!!
O que em nós foi expulso, colocado de lado?? Que potenciais que ficaram lá, calados e que agora merecem serem ouvidos – sentidos.
Marcelo, a pergunta não tem a ver com o post, mas estou pesquisando este assunto e não encontro respostas.
Eliphas Levi cita uma previsão de que em novembro 1879 iria surgir um novo Império, tanto político como religioso, que solucionaria os problemas da humanidade.
Há o surgimento de alguma ordem nesta data? Ou ele se refere apenas a um novo de energias universais?
É fato que é por volta dessa época que surge o socialismo que se difundem as ideias de Marx. Além de ser uma época em que o espiritismo começa a se difundir pelo mundo.
SITE COMPLETAMENTE INÚTIO! LEIA A BÍBLIA! E PROCURE O CAMINHO A VERDADE EA VIDA! JESUS!
@MDD – “Inútio”, hauahaua a gente somos inútio! Nem sei pq eu aprovo esses comentários…
O que significa “Macbeth!”?
Agora descobri o que significa Macbeth. =)
Existe ela em português?
Obrigado
Minha duvida é se existe incorporação de “espiritos” no druidismo e se eles se comunicam assim como no espiritismo??
@MDD – Na Inglaterra existe, mas em Ordens fechadas. E o tipo de entidades que os sacerdotes se comunicam lembram mais a Umbanda do que o kardecismo.
Gostaria de parabenizar você Marcelo pelo artigo belíssimo e muito rico. Vim em busca de uma informação só e sai com várias esclarecidas, e muitas outras conexões que ainda não havia conseguido realizar.
Fantástico.
Parabéns!
Regina
Tio Marcelo,
Sou demolay e lendo o post anterior e esse me surgiu uma duvida referente a “solo sagrado” e a loja maçônica. Eu, junto com diversos irmãos, já passamos por diversas experiências “paranormais”, incluindo um copo sendo arremessado a quase um metro de distancia, dois minutos depois de todos saírem da cozinha. Pelo fato da loja ser protegida, como esses eventos podem ocorrer dentro da mesma?
Bah kra tenho os dois livros q vc citou!!!tipo meu pai estuda isso tbm dai acho q herdei dele essas curiosidade!!!Tenho 13 anos e minha mentalidade e mais evoluida!!
Tio Marcelo,
o que você acha do Centro Espírita Allan Kardec em Campinas/SP?? ( – Aquele grande localizado no centro). Muito do tipo egrégora Chico Xavier, ou é boa pra frequentar??