Os materiais e rituais utilizados pelo magista para exercer sua Verdadeira Vontade são de grande importância, recebendo muitas vezes lugar de destaque em sites e livros que detalham minuciosamente os materiais para confecção de varinhas, talismãs, para traçar os círculos e as cores corretas das velas para este ou aquele ritual. Também é importante a maneira correta de pronunciar os encantamentos, com nomes em línguas antigas e alguns irmãos acabam inclusive em se especializar na flexão correta de verbos e na entonação correta, porém todo esse cuidado é realmente tão importante?
Diariamente utilizamos nosso lado esquerdo do cérebro, responsável pelo raciocínio lógico, os rituais servem para estimular o lado direito, o da criatividade e dos simbolismos, como já falamos várias vezes, a magia acontece realmente no lado direito do cérebro, e todas as divindades, cartas, runas, todas são símbolos para atingir nossa Verdadeira Vontade. Porém hoje temos muitas pessoas, que orgulhosamente carregam o título de magista, aprisionadas pelas formas, pelos corretos materiais e fórmulas, utilizando o que deveria ser apenas um instrumento para focar sua vontade como uma muleta para sua vontade, como algo totalmente inflexível.
Apesar de sabermos que os nomes mágicos e mantras foram conseguidos através de iluminação e pesquisa e que devem ser vibrados de maneira correta para melhor aproveitamento, eles não são a única forma de magia, nem a mais eficiente. O objetivo do ser humano é despertar sua Verdadeira Vontade e ser livre das amarras da ilusão (Maya / Malkut), e o que há quando se reverencia demais as formas é que elas, que deveriam libertar o adepto, acabam por aprisioná-lo.
A meditação e o uso correto dos rituais serve para despertar essa Verdadeira Vontade, através da qual as formas não importam, e sim o conteúdo do ser. Por isso o fortalecimento da Vontade do adepto é tão importante, para a libertação. Sempre que penso nesse tema lembro do filme Matrix, onde Neo conversa com a criança na casa do Oráculo e esta lhe fala para não tentar dobrar a colher por que isso é impossível! Ao se focar apenas na forma o adepto acaba esbarrando nos impedimentos gerados quando tentamos aprisionar uma ideia, nenhum sistema de estudo de magia é perfeito, porque eles são ferramentas para nos ajudar a ver a verdade, que não existe colher alguma! Um é Tudo e Tudo é Um.
Portando, meus irmãos, não tentem dobrar a colher, nem sejam escravizados pelas próprias ferramentas de libertação, peço apenas que vejam a Verdade:
“There is no Spoon”
Respostas de 8
Isto vai munto em encontro ao que eu entendo, que a ritualística pode ser uma forma de se concentrar e pode até levar a reflexões, mas algumas pessoas acabam se perdendo nestas ritualísticas e as transformam em formulas como as matemáticas, onde tudo é a formula e não apenas artifícios que ajudam a encontrarmos a verdadeira fonte daquilo que procuramos, nossa essência…
Quando damos mais valor ao meio ou ao externo, a coisa complica, não sei nada de magia, mas a minha experiencia aponta que no final, tudo isto serve para transformar a nós mesmos em criaturas melhores, mas se mudarmos de dentro pra fora e nunca esperando que a entidade ou o elixir resolva tudo por nós e não mudamos nossos hábitos e atitudes para manter esta mudança funcionando.
Belo post mas tenho uma duvida e gostaria que me corrigisse se eu estiver engando.
Nao seria o lado esquerdo do cerebro responsavel pelo raciocinio logico eo que usamos diariamente, e o direito pela intuiçao criatividade e simbolismo ? No texto esta invertido ou eu que viajei?
@Ketalel – Correto Victor, acabei trocando os lados no texto, mas corrigirei assim que possível.
E se o cara for canhoto? Dá no mesmo?
@Ketalel – Boa pergunta. Como regra geral o cérebro dos canhotos sempre foi considerado “invertido”. Vemos isso na realização de rituais e exercícios de energia, onde canhotos devem utilizar o lado oposto. Se o equilíbrio energético é afetado, possivelmente os hemisférios do cérebro também estejam em posições opostas.
Se acontece na mente, eu realmente preciso mesmo dos objetos e vestes pra fazer magia?
@Ketalel – Não, não precisa caro amigo. Os objetos e vestes servem no início para ajudar a focar a mente no propósito e alcançar a parte do cérebro responsável pelos símbolos. Porém uma vez “desperto” não se fazem mais necessários.
Só desperto por iniciação? Preciso de um grupo pra fazer iniciação? Qual a diferença de fazer magia em grupo e individualmente?
@Ketalel – Apesar da iniciação ser importante, ela também é algo simbólico. Não se desperta apenas pela iniciação, apesar de ser o mais comum e “ortodoxo”. Bem, uma vez que você “recebe” a iniciação, sim é necessário um grupo. A diferença é que as magias em grupo geralmente são rituais, e são baseadas em uma idéia geral, já individualmente você pode focar-se para algo mais pessoal. É mais difícil manter focos pessoais em grupo, e pode comprometer todo o ritual se um elemento tentar algo diferente do grupo (vide “O Silmarillion” de JRR Tolkien). Porém a convivência com outros iniciados é comprovadamente muito benéfica para o desenvolvimento do magista, benéfica mas opcional.
hehe, como já apontado você inverteu o que cada hemisfério do cérebro faz, na verdaede o lado esquerdo é o que cuida da linguagem, dos simbolos, letras, numeros, linhas, coisas que buscam sentido em si mesmas para serem o que são, o lado direito é a parte responsável pela inspiração, o lado pictórico, com formas mais sentidas do que racionalizadas, quando um ator, escritor, artista plástico se envolve com seu trabalho de tal forma que há uma mudança entre os hemisférios acontece o que chamamos de ‘estado alterado de consciência’, pois o tempo perde o sentido, assim como a linguagem lógica que o lado esquerdo teima em por em primeiro plano. A compreensão dos simbolos, pantáculos, abstões, espadas e demais elementos que possam compor um ritual de qualquer natureza, e primeiro plano o sentido é afetar a mente do magista, muitas vezes os elementos contribuem para o ‘clima’ do ritual, e isso pode ser explorado com formas, cores, sons e perfumes, mas eles não permanecem apenas na mente. Há de se transcender tudo isso, pois apesar de a magia ser, conforme Crowley: “Magia é a Arte ou Ciência de causar mudanças de acordo com a Vontade”, e esperar uma mudança física ou mental no magista, o sentido dos rituais em si é o de afetar o espirito, não o corpo. Cada eleento em um ritual bem composto tem significado e significante, está ali para um suo específico, como para invocar/banir, proteger o circulo, ou para atrair determinada caracteristica de um Deus, uma frequencia de energia para imantar algo, ou simplesmente para ir ao mais profundo de si mesmo. Cito aqui elementos da alta magia, onde, apesar de alguns elementos, procedimentos de determinado ritual parecerem bobos ou até teatrais demais, cada elemento tem um porque específico para estar presente, excessos são repudiados e evitados ao máximo, e nem sempre temos consciência ou capacidade para apresentar determinados elementos, ou atrair determinadas energias sem que o uso destes elementos seja dispensável, é necessário tempo de estudo e reflexão sobre cada um, ou o ritual não surtirá efeito. Apesar de se ‘visualizar’ os objetos, quando já se tem um grau avançado nos rituais, e necessita-se de menos objetos fisicos presentes, apesar de se imaginar/visualizar o objeto de fato existirá no plano astral, e se fará presente, como a colher que se contorce em si mesma, e no fim apenas é o que se é. Deve-se ressoar como a colher, ser como a colher e transcender a mesma, o mesmo com os incensos, nomes vibrados ao infinito e demais elementos “de contato”, eles estão ali para inspirar algo, e são devidamente escolhidos. Desde que não se prenda ao mesmos, e sejam tomados os devidos cuidados. O caminho é longo, e não por isso menos difícil, deve-se atentar aos porques dos elemento, o que são e pra que servem, o resto não precisa dizer, não precisa expicar, se funciona, não vais indagar sua alma pra saber porque tal e tl elementos funcionam melhor para certas coisas do que outros elementos similares. Estudo, persistência e atenção.
O que entorta não é a colher, é você.
hahaha. bom.
@Ketalel – Exatamente, o que entorta é a sua visão da colher, Um é Tudo e Tudo é Um.
se eu fosse elogiar todos os textos desse blog que eu acho maravilhosos eu ia gastar muito tempo precioso do MDD pra aprovar meus comentários
mas não posso deixar de escapar um elogio a esse texto da hora, grato por compartilhar seus conhecimentos!