“Se não fosse físico, acho que seria músico. Eu penso em termos de músicas. Vejo minha vida em termos de música.” (Einstein)
Einstein começou a estudar violino aos 6 anos de idade, aos 23, ele e seus amigos fundaram a Akademie Olympia, grupo que inicialmente tocava em cafés, cervejarias e recitais que aconteciam na cidade de Berna. Mais tarde, tornou-se um costume, após longos debates sobre Física, Matemática e Filosofia, Einstein tocar seu violino no terceto que formara com o físico alemão Max Karl Ernest Planck e com Erwin, filho caçula de Planck.
Sua mentalidade assemelhava-se a dos antigos magos, alquimistas e iogues. Não raramente se trancava no quarto e dava ordem a esposa para que não o chamasse para nada, recomendando apenas que colocasse uma bandeja de sanduíches diante de sua porta trancada. Assim passava dias inteiros, em total solidão, como um iogue em samadhi ou um alquimista em seu laboratório.
Nestes períodos, tocar violino o ajudava a entrar em contato com o seu Atman, Espírito Santo, Eu Superior, SAG, sintonizando-se, diria Spinoza, com a “Alma do Universo”, percorrendo as infinitas linhas da partitura cósmica a fim de compreender seus mistérios, ao final, a física tornaria-se mais uma ferramenta para decodificar suas viagens.
Einstein tinha pela música um amor profundo, que raiava o espiritual, talvez porque ela funcionava como um elo entre a concentração mental e a intuição cósmica. Matemática, Metafísica e Mística são, no fundo, a mesma coisa, mas parece que estes 3Ms necessitam do quarto M da Música.
“A música e a pesquisa em física originam-se de fontes diferentes, mas são intimamente relacionadas e ligadas por um fio comum, que é o desejo de exprimir o desconhecido. As reações divergem, mas os resultados são complementares.” (Einstein)
A paixão de Einstein pelo violino, o fez tocar em diversas situações. Quartetos de Mozart, quando visitou seu amigo Charlie Chaplin ; em visita ao casal real belga, o Rei Alberto I e a Rainha Elisabeth, Einstein passou a tarde tocando Mozart, tomando chá e tentando lhe explicar a relatividade. Aliás, a tentativa de explicar a relatividade com música já fora usada por Einstein, com o famoso violinista russo Toscha Seidel, quando este lhe deu alguns conselhos musicais.
Não media esforços para tocar em prol de uma boa causa, em 1934, apresentou o Concerto para dois violinos em ré menor de Bach, em apoio aos refugiados judeus, em 1941, em Princeton, foi a vez do Quarteto em sol maior de Mozart, no intuito de arrecadar fundos para crianças carentes.
Hans Byland recorda ter tocado as sonatas de Mozart com o jovem Einstein, então com 17 anos:
“Quando ele começou a tocar violino, a sala pareceu amplificar-se. Eu estava a ouvir o verdadeiro Mozart pela primeira vez em toda a beleza grega da limpidez das suas linhas, ora graciosas ora magnificamente poderosas. Que alma na forma como tocava! Eu não o reconhecia.”
Sua preferência pelas obras de Mozart é nítida, certa vez, confessou que só começou a compreender e a apreciar a música, depois de conhecer as sonatas de Mozart, conforme dizia: “a música de Mozart é tão pura que parece estar presente no universo desde sempre.”
Físico, filósofo, gênio, músico, humano, simples… dinheiro e valores materiais eram para ele coisas banais; vivas e vaias, sucessos ou fracassos, tudo isto era a mesma coisa. Para os teólogos, devia Einstein ser um ateu, porque não admitia um Deus pessoal, mas para nós espiritualistas, era ele um místico, um homem altamente espiritual, que nitidamente sentia a presença de um “poder supremo impessoal” que rege os destinos do Universo.
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Respostas de 5
Ótimo post cara! Muito interessante esse lado de Einstein!!
Abraço!
Engraçado, estava assistindo um vídeo sobre a biografia dele bem agora.
@FDA – Prestem atenção neste excelente comentário, foi uma das coisas que intencionava transmitir ao escrever este post…
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Olá a todos,
Gostaria de parabenizar por esse post, muito bom, não sabia deste lado musical do Einstein. Agora me senti compelido a lhes dizer um pouco da minha experiência nisso.
Eu comecei a me envolver no mundo da música com cerca de 10 anos de idade, atualmente sou compositor, toco uma boa variedade de instrumentos e participo da orquestra da minha cidade, tenho hoje quase uma década de experiência e estudo nesta disciplina (sei que não é realmente grande coisa, mas é, atualmente, metade do meu tempo de vida).
Algo que me surpreendeu muito, assim que comecei a estudar e exercitar o meu lado espiritual foi saber que, tudo o que eu estava fazendo de novidade, meditações, treino de concentração, de visualização, enfim, as praticas diárias de um estudante sério, eu já realizava a tempos, por meio da música.
É muito difícil de explicar para uma pessoa normal, profana e não-música (digamos assim) como funciona o estado mental de um músico na hora em que ele pega o violão, ou senta no piano para compor, ou o estado de concentração plena em que um membro de orquestra entra olhando para a partitura e mergulhado no meio daquele mar de notas.
Isso, para mim, é uma forma de meditação realmente espantosa, a introspecção que alcanço no momento em que componho uma música é algo que não consigo chegar nem com horas de Asana, vou arriscar dizer que é quase como se o meu SAG estivesse cantarolando as notas na minha orelha enquanto eu estou apagado em transe hahahaha, brincadeiras a parte, as vezes realmente eu fico encabulado de como eu me sinto extremamente forçado, em qualquer situação diária, a pegar um instrumento e a partir do momento em que começo a esboçar os primeiros acordes todo o resto sai.
Alguns músicos dizem que quando compõem eles se sentem como estivessem em um processo de parto, porque realmente, é um processo mágico, em que não se pode parar no meio, é algo que tem que sair, de um jeito ou de outro.
Eu poderia ficar divagando muito mais sobre esse assunto, mas acho que já passei o recado, aconselho a todos que aprendam a tocar um instrumento, clichês a parte, é algo que realmente fez bem de diversas formas.
Um grande abraço a todos.
93,93/93
@FDA – Álvaro, se tiver perfil no facebook me adicione (https://www.facebook.com/ffabioalmeida) que eu te incluo no grupo “Música e Magia” onde poderemos nos aprofundar mais neste assunto. Abraços.
Como músico e compositor, endosso o que o Álvaro disse. É bem assim que eu me sinto mesmo!
Parabéns pelo texto, Fabio!
Tem outro texto que fala desse comportamento dos magos, iogues que o Einstein apresentava?