E não pisquem os olhos!

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Dizem que os alquimistas queriam transformar chumbo em ouro. Há um certo mistério nesta transformação: segundo Lavoisier, “na Natureza nada se perde ou se cria, apenas se transforma”; então, poderíamos pensar, como diabos uma substância se torna outra?

Do que, afinal, é feita a Natureza? O que forma a realidade (ou o que conseguimos perceber da realidade)?

Segundo Aristóteles, a realidade nada mais é do que uma relação entre substância e estrutura. Para ele, nada existe que não seja uma combinação entre elas. A substância sem estrutura é o caos (o que, no pensamento grego, equivalia ao “nada” de onde surgiu o mundo); já a estrutura sem substância é mero fantasma do ser… Mas será mesmo?

Normalmente se diz que um espiritualista crê em “espíritos e coisas imateriais”, enquanto que um cientista materialista crê “somente na matéria”. Quando analisamos sob este ponto de vista, fica parecendo que os primeiros creem em coisas etéreas, e que os últimos creem em coisas sólidas. Entranho de pensar: foi exatamente a ciência moderna que minou completamente toda e qualquer ideia de “solidez da matéria”.

Hoje se sabe que num simples aperto de mão, se alguma parte de nossos átomos realmente se chocasse com os átomos de quem cumprimentamos educadamente, teríamos um drástico incidente nuclear do qual certamente não escaparíamos com vida. No fim das contas, somos formados por pequenos pedaços flutuantes de matéria que em realidade estão simplesmente “flutuando por aí”. A única coisa que os mantém juntos é a estrutura determinada pelas leis naturais… Mas, e quanto a substância?

Em 1844, Michael Faraday, observando que a matéria só podia ser reconhecida pelas forças que atuam sobre ela, indagou-se: “Que razão teríamos para supor que ela realmente existe?” [1]

No início do século XX a física descobriu que os próprios átomos, até então verdadeiros “arautos da solidez intrínseca da realidade”, eram, em essência, espaço vazio. Não muito tempo depois a mecânica quântica revelou ante a cientistas extremamente espantados que os constituintes subatômicos – elétrons, prótons e nêutrons, que formam os átomos – se comportavam mais como aglomerados de propriedades abstratas do que como usualmente são vislumbrados por nós leigos: pequeníssimas bolas de bilhar.

A cada nova casca da realidade desvelada pela ciência ficava mais claro que a cebola cósmica era formada por pura estrutura, enquanto que a substância em si foi se tornando cada vez mais teórica e cada vez menos empírica e observável. Segundo a teoria das cordas, a matéria poderia ser formada praticamente por pura geometria – mas uma “geometria” que tampouco pode ser detectada atualmente.

Em seu nível mais fundamental, a ciência descreve os elementos da realidade de um ponto de vista puramente relacional e estrutural, ignorando, em realidade, se existe ou não uma substância no final das contas. Ela pode nos dizer, por exemplo, que um elétron tem certa massa e certa carga, mas tudo o que isto nos informa é que o elétron tem a propensão de sofrer a ação de outras partículas e forças naturais de determinadas maneiras. Ela pode nos dizer que a massa equivale a energia, mas não nos informa efetivamente o que diabos é a energia senão uma quantidade numérica que, calculada da forma correta, se conserva igual através de todos os processos físicos do universo.

Conforme observou o filósofo Bertrand Russell em Análise da matéria (1927), “as entidades que constituem o mundo físico são como peças num jogo de xadrez: o importante é o papel de cada peça num sistema de regras que determinam como ela pode se mover, e não do que é feita tal peça”.

Talvez tenha sido John Wheeler, um físico americano, quem melhor descreveu a essência da realidade: uma cadeia estrutural de pura informação. Para se explicar melhor, ele cunhou a expressão “o it que vem do bit”. Em suas palavras: “Cada it – cada partícula, cada campo de força e até mesmo o próprio continuum espaço-tempo – deriva inteiramente sua função, seu significado, sua própria existência – mesmo que em alguns contextos indiretamente – de respostas induzidas por equipamento a perguntas sim ou não, escolhas binárias, bits. O it que vem do bit simboliza a ideia de que cada item do mundo físico tem no fundo – bem no fundo, na maioria dos casos – uma fonte e uma explicação imateriais; que aquilo que chamamos de realidade vem em última análise da colocação de perguntas sim-não, e do registro de respostas evocadas por equipamento; em resumo, que todas as coisas físicas são informacional-teóricas na origem.” [2]

Mas se as mentes mais racionais e científicas de nossa história recente nos dizem que em sua essência a realidade não passa se um fluxo de estruturas em constante mutação, sem qualquer substância subjacente, onde exatamente se encontra a antiga solidez do materialismo clássico? Onde existe, afinal, alguma substância?

Ora, a despeito de toda a metafísica presente na física moderna, há ainda uma parte do universo em que a sua explicação para a realidade ainda não penetra inteiramente: algo que se situa, ao menos em teoria, bem entre as nossas orelhas…

Para que a realidade pudesse ser explicada somente em termos de informação, seria necessário que nossa consciência e nossa subjetividade também o fossem. Dizem que os cientistas da computação estão muito próximos de criar simulações computacionais de processos mentais complexos, como “sentir dor com uma martelada no dedão” ou “sentir prazer com a vermelhidão e o perfume de uma rosa”. O filósofo John Searle, entretanto, se pergunta “porque alguém na plena possa de suas faculdades racionais suporia que uma simulação de processos mentais em computador de fato tivesse processos mentais?”.

Esta é uma longa discussão, mas o que sabemos atualmente é que a consciência e a subjetividade humanas permanecem absolutamente misteriosas, além do alcance da linguagem e de uma descrição puramente informacional… A consciência não se limita ao mero processamento de informações, a mera computação. Há algo mais, algo que utilizamos principalmente na leitura de poesia ou na contemplação de grandes peças de teatro, obras de arte, shows musicais ou, simplesmente, na observação de um jardim: a interpretação da Natureza.

Se o mundo não pode ser descrito somente por este ponto de vista absolutamente abstrato e metafísico da ciência moderna, há que se buscar onde há exatamente uma substância “palpável” por detrás de tanta teoria.

Ora, se em toda a vasta quantidade de informação do universo tudo o que se encontrou foi estrutura, é possível que a substância esteja, afinal, na própria mente que observa toda essa imensidão estrutural. Neste caso, é possível que toda a realidade – subjetiva e objetiva – seja constituída da mesma substância básica. Parece uma hipótese simples e atraente, além de maluca… Foi exatamente a esta hipótese que Bertrand Russell chegou em sua Análise da matéria. O mesmo disse Arthur Eddington (outro “Sir”) em The Nature of the Physical World (1928): “a substância do mundo é uma substância mental”.

É precisamente neste ponto que grandes cientistas e filósofos da modernidade se alinham novamente com o misticismo antigo, muito antigo, ainda que muitos sequer se deem conta disso.

Há milhares de anos houve um homem (ou talvez um mito, ou quem sabe um deus, o que neste caso não faz tanta diferença), chamado Hermes Trimegisto, que disse que “o Todo é mental”. Não foi a única coisa que disse que casa perfeitamente com a ciência moderna. Segundo ele, “o que está em cima é como o que está embaixo” – querendo dizer que as leis que regem o que está no alto do céu eram as mesmas que regem o que está aqui no solo onde pisamos; e “tudo vibra, nada está parado” – querendo dizer que, a despeito do que nossos sentidos nos dizem a todo momento, não há um só pedaço do seu corpo que esteja realmente parado no mesmo lugar. Quantos chutes e quantos acertos para Hermes, não?

A lição que parece restar disto tudo é que não importa, no final das contas, se queremos descrever a realidade através da filosofia de Aristóteles, da física de partículas aliada a mecânica quântica, ou do hermetismo antigo. O que importa é que estamos tentando descrever o que temos contemplado, espantados, há muitas e muitas eras. Que existe aí alguma substância, seja onde for, e ela não é o Nada, pois não existe o Nada.

Dizem os teístas que Deus criou o mundo à partir do Nada. Mas isto não é possível, nem mesmo para Deus – no fim, uma substância jamais se tornou outra, e Deus sempre foi o mesmo. Nunca houve a possibilidade da existência do Nada, nunca houve “0”, apenas “1”. Flutuações quânticas no vácuo não são o Nada; o tecido espaço-temporal ou o campo de Higgs não são o Nada; mesmo um espaço perfeitamente vazio, exatamente por estar “vazio” e “poder ser preenchido” não é o Nada. Não importa se ainda tateamos em meio a névoa metafísica de um universo puramente informacional onde catalogamos e computamos estrutura, sem jamais chegar a capturar qualquer substância: o fato é que existe Algo, e não Nada.

Seremos capazes de, algum dia, com toda nossa filosofia, ciência e espiritualidade, completar este tortuoso caminho de religação a esta tal substância? Seremos capazes de algum dia abrir os olhos e ver não os fótons de luz que refletem a estrutura da realidade, mas ver efetivamente a substância que faz com que ela exista?

Seja como for, neste dia, neste momento dourado, estejam atentos e não pisquem os olhos… Contemplem a substância que sempre aí esteve, que sempre existiu, estruturada de maneiras inefáveis e infinitas, dando forma a toda a vastidão informacional do Cosmos através de todo espaço e todo tempo… Contemplem com os olhos da alma, seja ela o que for…

E não pisquem os olhos!

***

[1] Esta e outras citações deste artigo foram retiradas de Por que o mundo existe?, de Jim Holt (Ed. Intrínseca).

[2] Citado em O universo inteligente, de James Gardner (Ed. Pensamento). O livro de Wheeler, de onde foi extraída a citação, é intitulado At home in the universe.
Um bit de informação equivale a menor unidade computacional que pode ser medida, ela pode assumir somente dois valores, tais como “0” ou “1”, “verdadeiro” ou “falso”, etc. Não confundir com bytes, que são conjuntos de bits (normalmente, 8 bits).

Crédito da foto: ever-look

 

O Textos para Reflexão é um blog que fala sobre espiritualidade, filosofia, ciência e religião. Da autoria de Rafael Arrais (raph.com.br). Também faz parte do Projeto Mayhem.

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Respostas de 11

  1. “Tudo que têm substância, emite uma sombra”, Carl Gustav Jung

    A ORAÇÃO DO NÃO-NASCIDO:

    ‘Eu invoco a Ti, Ó não Nascido. Tu que criaste os céus e a Terra. Tu que criaste as Trevas e a Luz. Tudo é Osorronofris (o homem feito perfeito) que nenhum homem jamais viu… Tu que distinguiste o justo e o injusto. Tu que criaste o macho e a fêmea. Tu que produziste a semente e o fruto. Tu que criaste os homens para amarem uns aos outros e para odiarem uns aos outros. Tu que produziste o seco e o úmido que alimentam todas as criaturas. Ouve-me, pois eu sou o Anjo de Paphro Osorronofris. Este é o teu verdadeiro nome, transmitido aos profetas de Israel’.

    ‘Tu és o Senhor dos Deuses. Tu é o Senhor do Universo. Tu és Aquele que os ventos temem. Tu que, havendo criado o Verbo por sua vontade, és Senhor de todas as coisas. Rei, Governante e aquele que Ajuda. Ouve-me e faça todas as coisas sujeitarem-se a mim para que cada espírito do firmamento e do éter sobre a terra e sob a terra, na terra seca e nas águas, no reino do ar e no reino do fogo e cada encantamento e maldição de Deus sejam a mim obedientes’.

    ‘Eu sou Ele, o Espírito Não Nascido com visão nos pés, forte e o Fogo Imortal. Eu sou a Verdade. Eu sou Ele, o que odeia o mal provocado no mundo. Eu sou Ele, relâmpago e trovão. Eu sou Ele, de quem brota Vida na Terra. Eu sou Ele, de cuja boca sai labaredas. Eu sou Ele, a manifestação da Luz e das Trevas. Eu sou Ele, a Graça do Mundo. O Coração Cingido de uma serpente é o meu nome’.

    http://www.youtube.com/watch?v=LBFDm62LHUc

  2. AS TRES QUALIDADES DO UNIVERSO, SEGUNDO O BUDISMO:

    “Primeira qualidade: a impermanência (em páli, anicca. Lê-se /anit-txá/.[1]). Nada no universo perdura para sempre, tudo se transforma continuamente e caminha para a própria dissolução. Isto nos lembra que não devemos nos apegar às coisas, pois todas as coisas são temporárias. O apego gerará, inevitavelmente, sofrimento, pois nada perdura. Ao mesmo tempo, essa impermanência generalizada não é necessariamente dolorosa, pois o inverso da impermanência, ou seja, a permanência generalizada das coisas, tenderia a ser algo extremamente tedioso, enfadonho. É justamente essa impermanência que possibilita a renovação do universo[2].

    Segunda qualidade: a dor (em páli, dukkha. Lê-se /dúk-kha/, com o h aspirado, como no inglês.[3]). O universo está impregnado pela dor, que é causada pelo nosso apego a coisas que são impermanentes. O sofrimento é generalizado, está por toda a parte. A consciência desta qualidade do universo nos torna mais preparados para lidar com a dor e o sofrimento e nos torna mais aptos a evitá-los, ou ao menos, amenizá-los. Também nos torna mais compassivos e atentos para com o sofrimento das outras pessoas.

    Terceira qualidade: o não eu, ou a insubstancialidade (em sânscrito, anatman. Em páli, anatta (lê-se /anat-tá/.[4]). Segundo o budismo, não existe um “eu” permanente: nós estamos em permanente processo de mutação. Após a nossa morte, nada resta de nós, a não ser nosso carma (as nossas intenções, desejos). E é esse carma que provoca nossa reencarnação, ou melhor, a reencarnação do nosso carma[5]. É importante observar que o conceito de “carma” do budismo é diferente do conceito de “carma” de outras religiões, como o hinduísmo. No budismo, o carma se refere apenas aos desejos, às intenções dos indivíduos[6], enquanto que, no hinduísmo, o carma refere-se às ações dos indivíduos[7].

    Portanto, no budismo, o conceito budista de anatman defende que não existe um espírito nosso que sobreviva à nossa morte. Após a nossa morte, nada restaria de nós, a não ser o nosso carma (ou seja, as nossas intenções e desejos), acumulado ao longo da vida e que geraria a formação de um novo ser, no processo que é vulgarmente conhecido como reencarnação. Como se pode ver, o conceito de carma no budismo se aproxima do conceito jurídico de intencionalidade e boa-fé[8]. Ao mesmo tempo, a ideia de que somos uma individualidade separada do universo não passa de ilusão. Todos estamos conectados uns aos outros, não se pode dizer onde termina um ser e onde começa outro. O bem-estar das outras pessoas influencia o nosso bem-estar, o mal-estar das outras pessoas influencia o nosso mal-estar. Esta qualidade do universo traz como consequência prática a necessidade de se combater o egoísmo, o qual reflete uma compreensão imperfeita da realidade do universo: um universo no qual, na verdade, todos os seres estão inter-relacionados e são interdependentes.

    A ilusão de que somos uma individualidade distinta em relação ao universo é a responsável pelos nossos incontáveis renascimentos. Após a nossa morte, é essa crença ilusória na nossa individualidade que determina a agregação dos cinco componentes budistas do ser e a reencarnação. O ser plenamente esclarecido espiritualmente (o buda) compreende a natureza ilusória de sua individualidade, não reúne os cinco componentes do ser após sua morte, não reencarna e se funde ao universo, abandonando o ciclo de morte e reencarnação[9].

    Em outras palavras: o universo é, na verdade, um imenso continuum. É o homem que o divide em entes separados, com o fim de melhor compreendê-lo. Porém essas divisões são arbitrárias e artificiais, variando de cultura para cultura. Não têm existência real[10]. Por exemplo: na língua portuguesa, existem as cores verde e azul. Porém, na língua tupi, essas duas cores são englobadas por um único termo, oby[11]. Isso demonstra a artificialidade e a inconsistência das divisões que adotamos para entender o universo: os “recortes” que usamos para classificá-lo são arbitrários e podem variar de infinitas formas, dependendo da sociedade em questão.

    Apesar de pertencer a outra religião, a judia, o famoso físico alemão Albert Einstein tinha uma visão do universo como uma realidade unitária e sem fronteiras que se encaixa perfeitamente no conceito budista de não eu. Einstein comparou o egoísmo do ser humano como uma espécie de “alucinação ótica de sua consciência”, que somente considera importante o seu próprio bem-estar ou, no máximo, o de algumas poucas pessoas de seu círculo íntimo. Segundo Einstein, é tarefa do ser humano alargar esse círculo íntimo através do desenvolvimento da compaixão, até chegar a abarcar todo o universo, restabelecendo, em nossa consciência, a natureza como ela realmente é: sem fronteiras definidas entre um ser e outro[12].

    Outro exemplo da artificialidade das divisões entre os seres é a questão da diferença entre língua e dialeto: nem sempre é fácil determinar se um determinado linguajar é um dialeto de uma língua ou se é uma língua independente. Em tais casos, a decisão implica em certo grau de arbitrariedade, exatamente porque a distinção entre esses dois seres (os linguajares) não é nítida, ocorrendo tanto pontos de contato quanto pontos de diferença entre os linguajares em questão. Como exemplo, podem ser citados o caso do valenciano e do catalão e o do mandarim e do cantonês: o valenciano pode ser visto tanto como um dialeto do catalão[13] ou como uma língua independente[14] e o cantonês pode ser visto tanto como um dialeto do chinês[15] ou como uma língua independente[16], dependendo do ponto de vista.

    Outros exemplos: numa torcida de futebol, ou num movimento político, vários indivíduos distintos passam a agir e pensar como se fossem um só ente. Também neste caso, a noção de “eu” é polêmica: a torcida, ou o movimento político, são vários seres ou é um ser apenas? A resposta a esta questão não é tão simples”

  3. Raphael.
    excelente texto. sistematizou um vasto debate acerca da “realidade” ou seja, da ilusão do real.

  4. Rubens Saraceni explica a partir da sua ideia das mitologias dos Orixas que Olorum na criação tinha o NADA ABSOLUTO, como nada não poderia ter algo, ele criou o vazio EXU que se tornou infinito, pois “encheu” o nada infinito e absoluto do vazio, só após essa criação Olorum criou o TUDO OXALÁ pois só dentro do vazio infinito caberia o TUDO.

    Então quanto mais o vazio cresce mais o tudo cresce sempre numa corrida eterna ao qual o NADA se expande eternamente e o VAZIO se expande tentando chegar a borda do vazio, ao passo que o TUDO se expande tentando chegar a borda do Vazio.

    Aos olhos da razão e do comentando no texto não explica, mas achei bastante interessante…..

    @raph – Bem, o Vazio é algo muito diferente do Nada. O Vazio, mesmo o Vazio Infinito ou o Vazio Que Se Expande Infinitamente, é um espaço a espera de ser preenchido. O Nada não existe, jamais existiu ou existirá – exatamente por existir Algo. E, acaso existisse o Nada, “Nada” e “Nada Absoluto” seriam a mesma coisa, pois nada existiria além do Nada, em Absoluto 🙂

    Mas, finalmente, o que talvez seja mais simples compreender: Olorum tampouco é o Nada. Seja o que Olorum criou, criou de Si, jamais do Nada.

  5. Interessante que este texto me fez relembrar de uma experiência que tive a tempos atras. Ao estudar Optica no colegial constatei que tudo o que vemos não é real. Em um determinado dia surgiu uma conversa entre amigos sobre ilusões de ótica, então tentei lhes convencer que na verdade não conseguiam “ver” as coisas como elas realmente são e que na verdade não conseguiam nem ao menos me ver. Demorou um pouco mas consegui convence-los disto (ou pelo menos eles desistiram da discussão). N´s em imensa maioria (me incluo nisto) damos muita importância a nossa visão, sendo que esta nos engana todos os dias a todo momento. Tudo é apenar percepção, experiências já comprovaram que a mesma “coisa” pode ter percepções diferentes para pessoas que possuam “experiências” de vidas distintas.
    Precisamos realmente enxergar com “os olhos da alma”, desta forma poderemos compreender melhor o que nos rodeia.

    Obrigado.

    @raph – Pois é, os olhos do corpo, pelo menos, percebem tão somente os fótons que surgiram de alguma fonte de luz, como o Sol ou a lâmpada do seu quarto, e “ricochetearam” nos átomos a nossa volta, até que chegassem aos nossos olhos…

  6. O tempo de KAYROS – Na Mitologia, Kairós era habitualmente considerado filho menor de Chronos e Reia, mas posteriormente, na genealogia dos deuses, parece estar associado a todos eles como manifestação de um momento específico. Kairos, além de filho de Chronos, pode ser (ou estar manifesto em) Zeus; Kairós pode ser Chronos (Tempo), mas também Aevum (Eternidade); Kairos é Atena (Inteligência) e também Eros (Amor); inclusive Dionísio pode ser Kairos.

    Na teologia cristã, em síntese apertada, pode-se dizer que chronos, é o “tempo humano”: medido em anos, dias, horas e suas divisões. Enquanto o termo Kairós descreve “o tempo de Deus”, que não pode ser medido, pois “para o Senhor um dia é como mil anos e mil anos como um dia.”

    No monoteísmo, Kairós e Aevum passam a ser atributos do Deus único, recolhendo ideias precedentes da filosofia clássica grega.

    DYEUS (QUE SIGNIFICA UNIVERSO) – Deus Ex Machina

    O Grego “Zeus Pater”
    O Romano “Iuppiter”
    O Irlandês “The Dagda”
    O Gallo-Romano “Dis Pater”
    O Védico “Dyaus Pit?r”
    Possivelmente Dionysos, e o Frigio Sabazios (Saba Zeus?)

    À partir de Dyeus, mais especificamente enraizados à partir língua latina temos o grupo da palavra “deiwos”. Ela foi mantida na mitologia Inglesa, como deity, e o original Germanico ainda é visível em Tuesday (originalmente “Day of Tiwaz”).

    grupo Deiwos:

    O Germanico “Tiwaz” (depois conhecido como Tyr)
    O Latino “Deus”
    O Baltico “Dievas” /Devas ? / Planetas?
    O Eslavo “Div”

    Orbe:
    http://goo.gl/GdNWaE

    Samsara:
    http://goo.gl/sybjHS

  7. realmente não existem exemplos na natureza de nada. O nada não encontra lugar na manifestação, estando além de kether, nos véus negativos da existência. Mas em minhas teorias próprias, que encontram certo respaldo no taoísmo, o nada não apenas existe em um plano distante como também é a essência, a substância, que forma o Um, o Uni Verso… mas isso é uma discussão teórica e não há como comprovar essas teorias aqui em Malkuth.

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