A preparação do templo sagrado, as vesperas da iniciação, exigem certas práticas, muitas delas comuns a vários grupos e ordens estabelecidas, marcando assim a entrada do aspirante a Neófito do Templo, abre-se assim as portas para os mistérios, a chave dos segredos e a comunhão do novo adepto com os simbolos, palavras e ritos por intermédio dos mestres ou tutores, destinados à guiar seus passos pela Senda, ultrapassando as Ordálias atrás da quintessencia, a centelha divina e o acolhimento e reconhecimento de seus iguais, seus irmãos, seus companheiros de jornada.
Entre as práticas utilizadas e incentivadas por muitas dessas ordens e grupos iniciáticos é a escolha de um Nome Mágico, um Mote que marca a passagem da vida profana para o reocnhecimento dentro do circulo interno. Existemmuitos usos para os nomes, e muitos adeptos possuem mais de um, variando conforme sua finalidade, uma forma de manter linhas distintas, como no caso de Iniciados em mais de uma ordem mágica.
Muitas ordens utilizam essa prática, como forma de incentivar a verdadeira fraternidade, onde seus nomes, profissões, posições sociais e credo não importam, e o Nome escolhido mostra, entre os irmãos, suas intenções, sua personalidadeou interesses enquanto indivíduos.
Esse nome pode surgir de diversas formas: pode ser um lema, uma palavra, um nome, usando-se comumente palavras em outras linguas para determinados significados, variantes de palavras, declinações e mesmo anagramas. Há quem prefira Motes simples, ou mesmo mais rebuscados, vai das aspirações da pessoa, conforme o que ela quer atrair para si, a identidade que pretende criar em torno de si.
Nomes trazem consigo vibrações, forças ao ser usado, e isso deve ser pensado com o devido cuidado, pesquisar e estudar todas as possibilidades que o moto tras para si, sejam caracteristicas boas ou ruins, tudo deve ser considerado, posicionar-se e assumir os riscos é parte da jornada. Deve-se ter o devido cudiado ao escolher nomes de entidades, sejam deuses, anjos ou personalidades ilustres de outros tempos: o nome atrairá a influência dessa energia para a pessoa, tanto nas caracteristicas positivas quanto nas negativas, e uma escolha indevida pode ser perigosa.
Buscar um arcano no tarot, um número específico, e usar de numerologia e qabalah para os calculos também são bem-vindos, assim pode-se manipular com calma e cuidado as energias que se quer, como um numero que complemente um valor que já carrregue, como a numerologia de seu nome de batismo, ou atrair algo que falta ou que precise trabalhar com maior cuidado, como caracteristicas do mapa astral ou mesmo traços que queiram ser modificados ou exaltados.
Um cuidado deve ser tomado ao pensar em nomes de anjos ou deuses, pois a atribuição do nome atrás para si todas as caracteristicas da entidade, e pode não ser realmente um bom negócio.
Entre exemplos de motos conhecidos, cito:
Julian Baker – Causa Scientiae (latim: “Por uma questão de conhecimento”)
Edward Berridge – Resurgam (Latim: “Eu ressuscitarei”)
Aleister Crowley – Perdurabo (do latim: “Eu perdurarei até o fim” a letra O no final significa: Nada)
Florence Farr – Sapientia Sapienti Dona de dados (em latim: “A sabedoria é um dom dado para o sábio”)
FL Gardner – De Profundis Ad Lucem (latim: “Das profundezas para a luz”)
Moina Mathers Bergson – Vestigia nulla retrorsum (Latim: “Não há pegadas de retorno”, ou mesmo “não voltarei atrás nos meus passos”)
Samuel Liddell MacGregor Mathers – ‘S Rioghail Mo Dhream ( Gaelic : “Real é a minha raça”)
Perca Elaine Simpson – Fidelis (do latim: “Fiel”)
Coronel Webber – Non Sine Numine (latim: “Não sem o favor divino”)
William Wynn Westcott – Aude Sapere (do latim: “Dare to Know – Atreva-se/ Ouse a Saber”)
AFA Woodford – Sente-se Lux et Lux frutas-(do latim: “Haja luz e houve luz”)
William Robert Woodman – Magna Veritas est (latim: “Grande é a Verdade”)
William Butler Yeats – Demon est Deus inversus (latim: “O demônio é o inverso de Deus”)
Israel Regardie – Ad Gloriam Majoram Adonai (do latim: “Para a maior glória do Senhor”)
Respostas de 8
Muito bom texto, como sempre.
Os nomes realmente tem uma força muito grande sobre a energia que nos envolve. Eles tem um poder muito grande. Como li uma vez em um livro, existe o nome que é seu e que está escrito no Grande Livro dos Nomes, que você não sabe qual é, o que lhe foi dado, aquele que você foi batizado no caso, e o nome que você escolhe. Quando você escolhe o nome você cria uma energia própria, uma energia da sua escolha, mas é preciso tomar muito cuidado, porque em um nome sempre existirá as vantagens e desvantagens, por isso é preciso ter certeza do nome escolhido, e também, é preciso arcar com as consequencias que este nome lhe trará no futuro.
É preciso ter consciencia.
Parabens pelo texto, continue sempre assim x3
Dare to Know não é latim…
@Luciuxlynx – Não, mas Aude Sapere é, e significa “Ousar Saber”, já corrigido no tópico, não havia corrigido da tradução para o inglês, obrigado por perceber ^^
Caramba muito bom texto, bem esclarecedor principalmente para futuros iniciados.
Acredito que no caso do motte de Moina Mathers – Vestigia Nulla Retrosun, uma tradução mais fiel seria algo mais ou menos como “sem deixar vestigios”, ou mesmo “nenhum vestígio para trás”.
@Luciuxlynx – Faz sentido, não tinha pensado por esse lado, e não encontrava tradução que prestasse, obrigado ^^
A expressão “vestigia nulla retrorsum”, se meu Latim não me falha, é, literalmente, nenhum vestígio de retorno (retrorsum, é um advérbio, significa “para trás”, mas usado no sentido de “reciprocamente”).
A frase original está na fábula de Esopo “O leão e a raposa”.
O leão se faz de doente e fica choramingando dentro de uma caverna. A raposa passa e ouve o leão pedir que ela entre na caverna e lhe ajude. A raposa atende ao pedido de ajuda do leão, mas logo antes de entrar na caverna, ela se dá conta da emboscada e diz:
– Essas pegadas me dão medo (Vestigia terrent!), todas elas vão na sua direção, mas nenhuma pegada retorna (vestigia nulla retrorsum).
Em algum lugar, a Europa cristã inverteu o significado dessas palavras. Em vez de avisar para ser inteligente e não se meter em perigos, o homem religioso deveria seguir as ordens de deus “sem olhar para trás” ou “sem pensar em voltar”.
Essa frase passou, então, a indicar temor, diligência ou obediência a um deus.
@Luciuxlynx – Realmente não sabia dessa, tenho que retomar meus estudos de latim, obrigado ^^
Muito bom!!
Amei, sempre textos sensacionais…. Parabéns e obrigada…
Sensacional…. Parabéns e obrigada…