Um dia morreu o guardião de um mosteiro Zen. Para decidir quem seria a nova sentinela, o mestre convocou os discípulos e disse:
– O primeiro que resolver o problema que eu apresentarei assumirá o posto.
Então, numa mesa que estava no centro da sala, colocou um vaso de porcelana muito raro, com uma rosa amarela de extraordinária beleza. E disse apenas:
– Aqui está o problema!
Todos ficaram a olhar para a cena: o vaso belíssimo, de valor inestimável, com a maravilhosa flor ao centro! O que representaria? O que fazer? Qual o enigma? De repente, um dos discípulos saca da espada, olha para o mestre, dirige-se para o centro da sala e… Zazzz! Com um só golpe destruiu tudo.
– Você é o novo guardião. Não importa que o problema seja algo lindíssimo. Se for um problema, precisa ser eliminado.
Conto japonês de autor desconhecido
(via Magia Oriental)
Respostas de 23
Belo! Principalmente quando refleti sobre os meus apegos. Já me desliguei de diversas coisas, muitas. Mas as coisas belas, filmes, livros, obras de arte, mulheres (falando da beleza dos corpos delas) … a beleza realmente é um enigma pra mim. Inclusive no amor? Seria uma armadilha da corrente descendente?
Qual seria o lado benigno deste grande estandarte do mundo material?
Esse dilema e o dilema do amor universal e fraternal são os meus maiores desafios místicos.
João, eu me lembrei da última aula com o professor Wagner Borges, aonde ele relatou que alguns espíritos escolhem nascer em corpos não tão belos, justamente para não serem desviados da sua missão espiritual, já que aqui em baixo essa coisa dos sentidos pega absolutamente forte e é capaz de atrapalhar nesse âmbito, por conta da vaidade, luxuria, enfim…
Sobre o conto…
Daí eu lembrei que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
Muito bom. =)
Belo conto…
Acredito que muitas vezes o que nos falta não é nem a percepcão do problema em si, mas sim a coragem de pegar a espada e acabar com ele.
Perfeito o seu comentário, Adriano.
Belíssimo conto… Outro legal é o do morango, o abismo e o tigre.
Saiu uma notícia sobre o paradeiro de Atlantis (desculpem o off-topic hehe):
http://beta.br.noticias.yahoo.com/pesquisadores-alegam-ter-encontrado-cidade-perdida-atl%C3%A2ntida-20110314-015050-048.html
O curioso é que esse local (costa da Espanha) eu já tinha ouvido falar nas histórias do Martin Mystère (fumetta (HQ) italiano baseado em ocultismo) que abrigava alguns “segredos” hehe.
É realmente a época das Revelações.
Eu havia entendido de forma diferente… pois a ameaça pode vir de coisas belíssimas e, algumas vezes, de inestimável valor sentimental e material, por isso o guardião não pode temer eliminá-las!
Excelente!
Lição. =)
Acho que já vi em algum lugar…saindo da matrix eu acho, muito bom o texto
Entendi o conto do apego… não se firmar nem as coisas belas e “com um golpe” encerrar o problema. Mas não concordo… com a solução da parábola em si.
No caso, eliminar oq é belo é ser frio diante da beleza. Pisar na flor que alegra o dia. Não sei oq tem por trás de tal ato… Claro, não sou monge. Quem sabe eles saibam algo aquém da nossa compreensão!
Ou Talvez apenas esteja concordando com o Anderson:
pois o problema não é perceber o problema. E sim, ser vazio e frio ao decepar aquilo que aquece a alma.
“Entendi o conto do apego… não se firmar nem as coisas belas e “com um golpe” encerrar o problema.”
Não na verdade o conto diz que os problemas devem ser eliminados mesmo que nos pareçam coisas belas e importantes, uma vez que são problemas devem ser resolvidos
“No caso, eliminar oq é belo é ser frio diante da beleza. Pisar na flor que alegra o dia.”
Se o belo é um problema, abaixo o belo. Se a flor me causa alergia(sim ALERGIA não foi erro de digitação é um exemplo), por exemplo, devo eliminá-la.
“Ou Talvez apenas esteja concordando com o Anderson:
pois o problema não é perceber o problema. E sim, ser vazio e frio ao decepar aquilo que aquece a alma.”
Na verdade vc não concordou com o Anderson totalmente
então se os judeus são um problema pra mim vou exterminá-los? percebe que acabou de justificar o genocídio?
alergia à flor não é causa, é efeito. eleminiar a flor é eliminar o efeito. seu corpo é a manifestação do que vc é. a causa da alergia não é apenas genética, está alem disso, além docorpo físico.
o problema real é o que te causa alergia. este é que precisa ser resolvido. quando assim for, a alergia desaparece.
abraço
Chico,
A questão não é ser vazio e frio, e sim compreender que um problema, mesmo quando agradavel, deve ser eliminado. Por exemplo, se um magista se entrega a sua luxúria e ao invés de se desenvolver, de fazer suas práticas, de evoluir, se entrega a prazeres carnais e esquece do resto, ele está vivendo um problema agradável! Ao invés de se livrar daquilo que impede seu desenvolvimento, que no caso é o excesso daquelas coisas.
A questão do conto é ter a força e a coragem de se livrar de coisas que nos são agradaveis quando elas são um problema.
O ego é belo e é um problema.
Muito interessante. Visto que as vezes nossos problemas de carater se disfarçam de formas menos feias.
Eu entendo voce, Chico, mas a questão não é destruir coisas belas. Mas: destruir o problema mesmo que ele venha maquiado de uma beleza aparente. Pois se é um problema, certamente está atrapalhando nossa evolução. E acho que o fundamental é eliminar tudo aquilo que atrapalha a nossa evolução. 🙂
Será que serei o leitor 4000000?
Grilhões as vezes visíveis, as vezes invisíveis. Interessante é ver alguém quebrar a corrente.
Ja conhecia esse conto. O engraçado que praticava Tai Chi e depois Hung Gar. Descobri várias lendas referentes ao Budismo, Taoísmo e Kung Fu.
Meu primeiro contato com esta lenda foi um dia estava trabalhando e meu chefe descreveu de forma parecida. E me perguntou o que fazer. Minha primeira resposta foi: Quebre o Vaso.
A ele me disse que solução era esta. O ponto de vista dele este serve para exemplificar soluções de problemas do dia a dia. Ele ignorava o aspecto desapego. Na verdade ela foi a pessoa mias materialista que conhecia ate agora.
Deixei de praticar Tai chi e Hung Gar. E um amigo meu chamou para treinar Shao Shin Hao ( um estilo Shaolin Zu Kempo ). Neste estilo conheci mais da cultura oriental. Conheci melhor o Taoísmo e Budismo. Neste momento conheci o Budismo Ch’an ( japonês Budismo Zen). Meu amigo me explicou que esse conto é básico para todos os budistas zen. Relatei isso so para exemplificar como conheci este conto.
Não pratico mais Kung fu mas sempre penso neste conto quando tem que resolver um problema crucial. Coloco em pratica. Na epoca que praticava gostava das histórias e do ensinamentos. Vi que não sou tão Guerreiro to mais para um monge ou sábio.
Depois do mapa do Bruce Lee tive essa certeza (ele tem Júpiter e Saturno em touro). Eu sou ascendente em Aries e tenho o Sol em Touro alem de Mércurio, Marte e Quiron na casa 2 ( das finanças)
Aproveito e faço umas criticas. Muitos alunos de Kung Fu priorizam a força e técnica e se esquecem da essência. A Arte fica em segundo plano para eles que estão preocupados em se torna um próximo Bruce Lee.
Há casos de escolas de Kung Fu e templos Budistas que priorizam o dinheiro. Discípulos com dinheiro tem tratamento especial. A essência é deixada de lado. Vejo que eles tem que se lembrar deste conto.
Mas é verdade! Tem muita escola por aí que prioriza o dinheiro!!! As vezes não dá nem pra chamar o tal “mestre” de picareta, porque o cara realmente sabe e ensina mesmo, mas não consigo encontrar outra palavra pra descrever um mané que trata melhor os alunos que pagam mais do que os que se ESFORÇAM mais…
Valeu Rafael, por me dar a chance de saber que não sou o único que pensa assim.
Isso nos mostra que o Ser Humano tem a capacidade de complicar as coisas mais simples…
Uma pergunta que não tem diretamente a ver com o post, mas não achei outro local para fazê-la: o budismo está em total acordo com as tradições esotéricas mais difundidas no ocidente ou há alguma grande discrepância?
Pergunto isso principalmente porque vejo nessas tradições estudadas pelo ocultismo uma atenção grande dada ao auto-conhecimento, ao estudo do eu/ego/self/sag/etc. e seu desenvolvimento, enquanto o budismo prega justamente a libertação desse ego (estou enganado?).
hmmm sei
Este conto deveria ser o conto das aparências ela é mais para este lado. Mas também vale como apêgo pois sempre costumamos nos apegar ao que é belo. E o mais iportante é desenvolver em nós a humildade e a moral para ser justo. Isto é que precisa acontecer no nosso plano físico.