Segundo o autor Robert I. Simon seita é um grupo religioso diferente em sua estrutura e isolado das comunidades religiosas principais que estão ativas.Temos a imagem errada de que apenas pessoas simplórias, de baixa escolaridade ou pobres fazem parte delas, mas pensar assim é um grande erro, a seita que Hitler criou (com base mística/ocultista e ação política) teve entre seus apoiadores várias pessoas cultas e ricas e ganhou uma musculatura tal que quase dominou por completo o mundo ocidental.
Também não necessariamente uma seita é ruim, apenas seu formato e características principais podem ser manipuladas, distorcidas e usadas para fins egoístas, desequilibrados e muitas vezes até suicidas.
Por muitos anos em minha jornada espiritual conheci e analisei vários grupos que se enquadrariam no formato de seita, alguns “inofensivos” outros nem tanto… admito que em certos casos fui bastante seduzido, mas felizmente nessas horas meu “alarme” tocava e rapidamente eu saia dessas estruturas para nunca mais voltar.
Meu objetivo aqui não é apontar grupo A, B ou C como uma seita perigosa, não quero levantar uma cruzada, quero sim te fornecer elementos para identificar uma e entender como sua “teia” é tecida para envolver novos membros e de posse disso você decidir se ela realmente te ajuda de alguma forma ou está apenas te usando para se manter e crescer. Alguns itens inclusive são utilizados pelo próprio Vaticano para determinar se um movimento tem esse caráter ou não.
10 itens que identificam uma seita:
01 – Um líder carismático e centralizador – enquanto líderes como Jesus ou Buda enfocam na mensagem do caminho espiritual buscando libertação esses líderes usam seu carisma buscando submissão e egolatria, colocando-se como exemplos de perfeição.
02 – Caminho único e exclusivo para a salvação/perfeição/ iluminação/ascensão – Assumem e incutem em seus membros através de uma mentalidade de nós contra eles que ali e somente ali está a verdade e o caminho para o objetivo proposto, todo o resto que não está ali dentro está condenado, foi corrompido ou iludido e deve ser evitado e/ou combatido, em termos mais modernos, quem faz parte despertou e quem está fora ainda vive em uma matrix.
03 – Isolamento com lavagem cerebral e controle das informações – os membros são estimulados a se afastar da família e de outras pessoas que não fazem parte da seita e sofrem continua lavagem cerebral, devendo apenas assistir, ouvir e ler as palestras, pregações, vídeos, áudios, livros e revistas indicados ou produzidos pela seita e gradativamente vão perdendo contato com o “mundo exterior”. Se não se afastam totalmente são instruídos a seguir uma moral dupla dissimular, esconder e mentir a respeito das atividades e crenças da seita para os não-membros e ser totalmente honesto e sincero com os membros.
04 – Intenso amor fraternal entre os membros – a pessoa é recebida com atenção, carinho e cuidado intensos e quando já está envolvida este sentimento se torna condicional e manipulador, servindo como punição ou recompensa para os atos do membro.
05 – Estrutura interna de delação e controle – após a pessoa se tornar membro percebe que é vigiada pelos mais antigos e depois de um tempo é estimulada também a observar e denunciar em segredo aos líderes o comportamento fora dos padrões de outros membros, gerando desconfiança mútua e um sentimento de perseguição.
06 – Um mundo a parte – roupas, atitudes, brincadeiras e jargões utilizados apenas pelos membros fazem com que se sintam num mundo a parte e exclusivo e dependendo do interesse dos líderes a manipulação de certas palavras ou frases podem gerar a chamada “analysis paralysis” ou “paralisia de análise” referente aquilo que se refere originalmente a palavra ou frase.
07 – Controle do tempo do membro – como parte do controle mental a pessoa é sobrecarregada com atividades e obrigações ligadas a seita, não tendo mais tempo para família, amigos ou outras atividades e ficando cansado e ocupado demais para refletir a respeito do que está vivenciando.
08 – Controle dos relacionamentos – o membro será também estimulado a passar mais tempo com os outros membros, inclusive será plantada a idéia de dar preferencia a relacionamentos afetivos dentro da seita em vez de fora. Esse controle se torna cada vez mais efetivo, fazendo até com que a pessoa se mude para mais perto da seita ou até resida nela.
09 – Graduação, secretização e dissimulação – jamais um novato saberá o que quem está no topo da seita pensa ou faz, muito menos as atividades ou objetivos verdadeiros dela, tudo é cercado de mistério, historinhas e dissimulação, fazendo com o novato se envolva cada vez mais e mais e não perceba aonde está se metendo.
10 – Ilusão e Auto-engano – fazer acreditar que somente loucos, fracassados ou fracos sejam envolvidos pelas seitas faz parte de seu arsenal de controle mental e propaganda. Apoiado em matérias da mídia mostrando casos de seitas extremas e estereotipadas que cometem suicídio em massa ou seguem um líder com roupas ou cabelos estranhos, a falsa idéia de que “isso jamais aconteceria comigo, sou mais inteligente que esses idiotas” explora a brecha criada por esse mecanismo defensivo e abre caminho para a manipulação e envolvimento sutil das seitas.
Você se viu em algo assim?
Acha que algum amigo possa estar dentro de uma?
Essa seita é boa ou ruim?
Reflita, comente e compartilhe com quem precisa saber.
Isto é muito sério e pode ajudar alguém.
Uma resposta
É assustador.
Existem versões dessas mesmas regras, bem disfarçadas… Já presenciei um lugar, onde essas regras são citadas uma a uma e argumentos são fornecidos dizendo que o lugar não é seita e nada disso, mas no fundo são construções para esconder o fato.
Tem que estar atento às sutilezas. 🙂