A Antigüidade não estabelecia diferenças nítidas entre Ciência, Arte e Filosofia. Igualmente os alquimistas medievais se autodenominavam tanto artistas como filósofos, e ao se referirem a suas atividades, faziam-no chamando-as Ciência. Desse modo a vinculavam com a Ciência sagrada e tradicional que não excluía as disciplinas cosmológicas nem a meditação Metafísica, e tampouco o rito e a oração, segundo pode se ver em todos os documentos emanados de suas mãos, que unanimemente o atestam.
A Ciência, tal qual a conheciam os antigos, não tinha nada que ver com um método literal, como a concebem nossos contemporâneos (nascida esta idéia com Descartes no Discurso do Método, aparecido recém no século XVII) e menos ainda pensavam em sua substituição pela “técnica” ou “técnicas”, modos de ver estes exclusivamente empíricos e racionais, em contraposição com a universalidade da autêntica Ciência. A chamada ciência moderna, fundamentada na estatística e na comprovação de um mesmo fenômeno em circunstâncias “ideais” não é de nenhuma maneira exata, como bem o sabiam os alquimistas medievais (que repetiam um mesmo experimento centos de vezes, sabendo que as circunstâncias eram sempre distintas, para obter finalmente resultados palpáveis de transmutação natural), pois é sabido que as mesmas coordenadas espaço-temporais não se dão de uma mesma maneira indefinida num suposto mundo imóvel, frio e irreal (o que se entende equivocadamente como “matemático”), e a melhor comprovação disso é a observação atenciosa da terra e do céu, do macrocósmico e microcósmico, sempre em contínuo movimento e perpétua geração de novas formas de vida.
Por outro lado, queremos destacar que esta ciência “moderna”, à qual estamos nos referindo, é na verdade um esquema “antiquado” do século XIX, que paradoxalmente permanece vigente nas casas de estudo oficiais. No entanto, as comprovações da mais moderna ciência, ocorridas aproximadamente desde uns 50 anos para cá, com uma concepção absolutamente diferente do racionalismo mecânico, tocam-se com as concepções da Antigüidade e descrevem uma cosmologia análoga à das doutrinas tradicionais de todos os lugares e tempos, segundo daremos algum exemplo em subseqüentes séries e capítulos.
Respostas de 14
…segundo daremos algum exemplo em subseqüentes séries e capítulos….
Aguardando ansiosamente.
Como fui educado num sistema cartesiano é muito difícil, para mim, pensar fora dele. Gostaria muito de participar deste “retorno’ às ciências clássicas. Tenho um pouco de inveja dos alunos dos grandes mestres da antiguidade (tipo sócrates e platão). Essas pessoas tinham lampejos geniais antes dos 30 anos… e sem a centenas de pesquisadores que colocam seus nomes nos artigos cientificos de hoje… às vezes penso que num certo sentido ficamos melhores mas em outros campos científicos ficamos mais burros…
sei lá… vou pensar mais sobre esse assunto… parabéns pelo texto
Tio, não sei se você leu Símbolo Perdido, mas la tem um comentário de que os antigos, viam a “ciência” de uma forma unica a qual ainda hoje não e tangível para os cientistas contemporâneos por distorcerem algumas coisas ou até mesmo não terem uma visão literalmente “aberta”… Não sei se entendi bem, mas foi isso que consegui tirar do texto. Vou reler!
“nascida esta idéia com Descartes no Discurso do Método, aparecido recém no século XVII”
Cada um no direito de julgar as coisas como lhe apresentam.
Pós-cartesianos o interpretaram de maneira a consagrá-lo como o expoente do racionalismo científico. Mas o Discurso do Método é mais do que isso, assim como as Meditações Metafísicas.
É o tal problema de se conhecer algo sem nunca ter lido sobre. E sair por aí dando opiniões.
…na espera
ótimo post, vlw!
DD respondeu uma pergunta no formspring referente a “até onde se molhar no banho de sal” que tem de ser da testa para baixo por causa do chackra coronário, e no S&H para o mesmo questionamento vc dizia que poderia ser no corpo todo sem problema, alias que deveria! Confundiu-me..
não to de forma alguma pentelhando aqui pra dizer que errou ou algo do tipo, acho que sabe que sou leitor antigo da coluna, e quando li que o correto era o corpo todo fiz dessa forma.. mas a nova explicação dada por vc do chackra coronário faz mais sentido.
na verdade gosto bastante da ideia de que você está constantemente aguçando seus conhecimentos nos ensinando..
Abraço
O dia que a ciência moderna considerar o que já se sabia a milhares de anos, acredito que só tenha a ganhar. Na verdade, o que ela tem feito é apenas confirmar essas “previsões teóricas”:
Lei do Mentalismo
“O Todo é Mente; o Universo é mental.” (isso vai demorar para admitirem)
Lei da Correspondência
“O que está em cima é como o que está em baixo. E o que está em baixo é como o que está em cima” (simetrias da natureza, ex: a gravidade é igual aqui e em galáxias a bilhões de anos-luz)
Lei da Vibração
“Nada está parado, tudo se move, tudo vibra”. (física quântica)
Lei da Polaridade
“Tudo é duplo, tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados” (spins até nas menores partículas conhecidas)
Lei do Ritmo
“Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo sobe e desce, o ritmo é a compensação”. (gravidade, ondulação de quantas, etc.)
Lei do Gênero
“O Gênero está em tudo: tudo tem seus princípios Masculino e Feminino, o gênero manifesta-se em todos os planos da criação”. (se não se entender como sexo, é fácil compreender)
Lei de Causa e Efeito
“Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade mas nenhum escapa à Lei”. (e nada surge do nada)
@MDD – São verdadeiros porque as entidades que passaram este conhecimento já o possuíam de uma maneira que a gente ainda não possui… mas que tiveram de moldar suas explicações ao vocabulário e aos conhecimentos que as pessoas daquela época possuíam. Vale lembrar que o que temos são as anotações das pessoas, não o que as entidades disseram para elas.
Em princípio, concordo com o objetivo do seu texto, se o que você pretende é defender a dignidade do ocultismo enquanto área de estudos. Para mim é um tipo específico de teologia (assim como a teologia da ICAR). O problema é que muitas áreas – como história, por exemplo – perdem um tempo danado para provar que são ciência, apenas para se decepcionar com o próprio conceito de ciência, na medida em que nenhuma das ciências existentes oferece conhecimento irrefutável e definitivo, tampouco precisão absoluta (matemática pura não é ciência). No tempo de Descartes e Galileu, o saber matemático dos técnicos foi absorvido por filósofos de profissão (que tradicionalmente desprezavam a técnica – arquitetura, pintura) e desse encontro, após um tempo de gestação, nasceu a física de Newton, ou seja, o modelo de ciência para o positivismo que você critica (note-se que a ligação entre Newton e a alquimia não é contestada pelos especialistas, mas ele diferenciava muito bem uma área da outra). Quanto às aproximações entre os modelos da física de hoje e os do ocultismo, há casos e casos: quem aproxima mecânica quântica e ocultismo não compreendeu a idéia de ciência que a mecânica quântica pressupõe. Sei que muita gente o faz, talvez a maioria. Da mesma maneira, essa unanimidade medieval é contestável. Ao contrário, os caras discutiam muito classificação das ciências e conceito de ciência. Esse é o ponto: o conceito de ciência que se usa ao atribuir essa classificação a determinada área. Geralmente trata-se de alcançar resultados tão impressionantes quanto os da física. Ora, história, filosofia, teologia, matemática, artes e muitas outras áreas usam métodos muito diferentes dos da física (e chegam a resultados mais diferentes ainda). Qual é o problema em não ser “ciência”?
@MDD – Sem esquecer que existem várias áreas de estudo que não podem ser medidas com precisão pelo “método científico” (astrologia sendo a minha favorita).
Como o menino mais ali em cima disse, a ciencia hj está apalpando o que os alquimistas descobriram e não publicaram, já que sabiam as consequencias que isso poderia causar. Imagine o que o homem hj faria com a energia que pode tudo transformar, a pedra filosofal, ou o cálice da vida longa? As implicações disso para a ciencia são incrivelmente inimaginaveis. Imagine, se a energia atomica que foi aplicada nas bombas fosse revelada 1000 anos antes, pelos alquimistas? Imagina o que isso poderia implicar? Eu prefiro viver na escuridão que os alquimistas sabiamente criaram, que na iluminação de um mundo que foi devastado por energias que foram descobertas por eles e postas à disposição de todos que quisessem explodir um país inteiro com elas.
Marcelo, vou colocar minha pergunta aqui nesse tópico, sobre visualização.
Desde criança eu tenho um certo “defeito” na visão. O ponto onde está meu foco (pra onde eu estou olhando e prestando atenção) fica com uns pequenos pontinhos coloridos e transparentes, como minúsculas manchas de olho que ficam em movimento.
Sempre achei que isso fosse um defeito, mas sabia que não era defeito do meu olho, porque sempre que eu fecho o olho, eu continuo vendo essa mancha colorida e transparente que fica mudando de forma. Mas parei de prestar atenção e aprendi a conviver com ela.
Anos atrás, quando eu estava tentando dormir, eu descobri algo bem bizarro. De olhos fechados, essa “mancha” parecia responder aos meus pensamentos. Ela fica da forma que eu quiser (usando vontade) e do tamanho que eu quiser, colorida e viva.
Isso seria a tal dita visualização?
Se for, porque diabos eu teria uma mancha que responde a minha vontade desde criança? É normal com todo mundo?
@MDD – Hmmm… nao sei se isso poderia ser caracterizado como “visualização”… provavelmente não. Visualização é imaginar com tanta “força” que aquilo se torna real para você. Não é apenas pensar em uma maçã, é sentir o cheiro, o gosto, a textura, o som dela estalando na boca… é literalmente criar com o pensamento.
definitivamente interessante..
Hermes, o primeiro cientista de fato!
Sobre a questão da “maçã astral” que você já citou anteriormente (inclusive como exemplo para o sistema de magia do Arkanun/Trevas), curiosamente eu vi exatamente o mesmo exemplo no mangá Berserk, de Kentaro Miura, em que uma bruxa explica à sua aprendiz os fundamentos da magia. Aliás, ela instrui sua discípula a realizar o mesmo exercício. Em outra ocasião a bruxa ensina que a base da magia é a interação com os espíritos (ocorre no momento em que ela explica sobre a projeção astral).
Achei isto muito interessante pois a parte do mangá que envolve magia é exatamente aquilo que você explica. O autor deve ter um bom conhecimento sobre o assunto, ou fez um bom trabalho de pesquisa, pelo visto.
Você já leu o mangá?
@MDD – Nao, mas parece ser bem interessante.