Chanuká – Acesso à Luz sem Fim


Atribuímos literalmente Chanuká, á vitória que os judeus tiveram sobre os gregos, em um combate que ia além de questões de força ou corrupção, tratava-se de assimilação, para que uma cultura fosse abandonada para a adoção de uma nova, a Helênica. Na tradição simplesmente religiosa, é contado, que os gregos, sabendo que as práticas eram de estrita observância, corromperam todo o azeite de oliva utilizado para acender as chamas. Sem, escolha, os hebreus combateram e venceram os gregos, logo retornando as práticas religiosas. Infelizmente, só havia um pouco de azeite que foi livrado das profanações,sendo possível acender uma vela, para um dia, mas que milagrosamente ficou acesa durante oito dias!

No aspecto cabalístico, nossos rabinos, nos ajudam a entender, que Chanuká, significa literalmente “inaugurar” e “educar”, vinculando-se á preparação que fazemos para que dentro de nós possa ser inaugurado um templo, que sirva como habitação á Hashem. Dentro da tradição, embora este evento tenha conexão com as oito sephiroth mais próximas do homem, o candelabro ou Chanukiyá, é para nove velas. Aprendemos, que as oito são “Codesh” ou sagradas, enquanto que é última é “Shamash”, vela auxiliar que se separa das outras, porque a utilizamos somente dela para acender as outras oito, dia após dia.
O Zohar então nos revela que a “Shamash” representa “Chochmá”, pois a sabedoria de fato, é mais elevada em relação ao entendimento comum, iluminando todos àqueles, que de certa forma tenham acesso á ela, ainda que não sejam sábios. A simbologia desvelada neste momento, é a importância de nos apegarmos ao Rav (Mestre), que é o mecanismo para que possamos obter a luz, que nos ligará às retificações necessárias. Por intermédio desta auto-anulação, somos capazes de nos elevar e retificar nossos Tikkunin (Reparações).
O conflito encenado entre Judeus e Gregos, na verdade é um conflito que acontece dentro de nós, em nossa Néfesh, o nível mais frágil da alma humana. de um lado, temos a Néfesh Habahamit (alma animal), que leva o ser humano à bondade e de forma oposta, o Sitra Achrá (outro lado), responsável pelas más inclinações. A Gemátria nos ensina, que Chanuká, vem da palavra raiz hebraica “Kha”, que tem seu valor numérico 25, cujo significado é “descanso” . Justamente no DIA 25 DE KISLEV, OS HEBREUS DESCANSARAM APÓS VENCER A BATALHA COM OS GREGOS. O ensinamento que temos, é que Chanuká existe para nossos descanso espiritual, após derrotarmos o Sitra Achrá em nós.
Explorando os grandes mistérios nas práticas da Mercavá, posso responder: A chama da vela, está vinculada diretamente às nossas almas, pois por mais que tentem corromper nossas almas, esta centelha da essência divina jamais pode ser profanada. Da mesma maneira que a vela tem camadas em seu fogo, de cores diferentes, nossa alma também pode alcançar níveis diferentes de elevação. Da mesma maneira que havia uma única sobra de azeite que foi suficiente, para os oito dias, D´us dá aos perdidos também uma chance de retificar suas almas, que se é aceita, prolonga o prazer da alma em muito e muito tempo.

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Uma resposta

  1. Parabéns pela coluna, Rafael!
    Aprecio muito a análise técnica dos textos da Torah (ou, no meu caso, do Velho Testamento) usando a gematria e o conhecimento de hebraico.
    Embora não me interesse particularmente por Cabalá, estou profundamente interessado em aprender o hebraico para, além de ampliar o meu conhecimento das realidades divinas, realizar um objetivo prático: ser capaz de confeccionar meus talismãs, círculos mágicos e armas mágicas todas em hebraico.
    Me foi revelado espiritualmente que hebraico é uma língua muito pura e muito exata no sentido de descrever com um nível de exatidão muito preciso as realidades divinas do mundo celestial. Portanto, seria um alfabeto muito mais adequado para a prática de magia do que o alfabeto latino, visto que no hebraico o próprio som das palavras e desenho das letras já tem poder por si só.
    Porém, para me tornar capaz de utilizar essa língua com máximo de eficácia, há a necessidade de aprender a falar e escrever em hebraico.
    A minha pergunta a você é: onde seria um bom lugar para aprender essa língua dentro de um contexto religioso/místico?
    Será que um rabino ou alguma sinagoga aceitaria ensinar a língua para alguém que não é judeu?
    Abraços.

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