Carta aberta dos Ateus ao Presidente

Todo mundo sabe que eu considero os ateus pouca coisa melhor que os evangélicos (pelo menos eles não dão dinheiro aos pastores) e que considero o ateísmo apenas mais uma religião igualzinha às outras, com todos os seus dogmas, livros sagrados e messias Dawkinianos, mas Inimicus inimici mei amicus meus est.
A carta é bacana. Pena que não vai adiantar nada, já que nosso presidente não sabe ler.

Caro presidente,

o senhor chegou ao poder carregado pela bandeira de uma sociedade mais
justa e mais inclusiva. O uso da palavra “excluídos” no vocabulário
das políticas públicas tem o mérito de nos lembrar que as conquistas
de nossa sociedade devem ser estendidas a todos, sem exceção. Sim,
devemos incluir os negros, incluir as mulheres, incluir os miseráveis,
incluir os homossexuais. Mas, presidente, também é preciso incluir
ateus e agnósticos, e todos os demais indivíduos que não têm religião.

Infelizmente, diversas declarações pessoais suas, assim como
políticas do seu governo, têm deposto em contrário. Ontem mesmo o
senhor afirmou que há “muitos” ateus que falam sobre a divindade da
mitologia cristã quando estão em perigo. Ora, quando alguém diz
“viche”, é difícil imaginar que esteja pensando em uma mulher
palestina que se alega ter concebido há mais de dois mil anos sem pai
biológico. Algumas expressões se cristalizam na língua e perdem toda a
referência ao seu significado estrito com o tempo, e esse é o caso das
interjeições que são religiosas em sua raiz, mas há muito estão
secularizadas. Se valesse apenas a etimologia, não poderíamos nem
falar “caramba” sem tirar as crianças da sala.

Sua afirmação é a de quem vê “muitos” ateus como hipócritas ou
autocontraditórios, pessoas sem força de convicção que no íntimo não
são descrentes. Nós, membros da Associação Brasileira de Ateus e
Agnósticos, não temos conhecimento desses ateus, e consideramos que
essa referência a tantos de nós é ofensiva e preconceituosa. Todos os
credos e convicções têm sua generosa parcela de canalhas e
incoerentes; utilizar os ateus como exemplo particular dessas
características negativas, como se fôssemos mais canalhas e mais
incoerentes, é uma acusação grave que afronta a nossa dignidade. E os
ateus, presidente, também têm dignidade.

Duas semanas atrás, o senhor afirmou que a religião pode manter os
jovens longe da violência e delinqüência e que “com mais religião, o
mundo seria menos violento e com muito mais paz”. Mas dizer que as
pessoas religiosas são menos violentas e conduzem mais à paz é
exatamente o mesmo que dizer que as pessoas menos religiosas são mais
violentas e conduzem mais à guerra. Então, presidente, segundo o
senhor, além de incoerentes e hipócritas, os ateus são criminoso e
violentos? Não lhe parece estranho que tantos países tão violentos
estejam tão cheios de religião, e tantos países com frações tão altas
de ateus tenham baixíssimos índices de criminalidade? Não é curioso
que as cadeias brasileiras estejam repletas de cristãos, assim como as
páginas dos escândalos políticos? Algumas das pessoas com convicções
religiosas mais fortes de que se tem notícia morreram ao lançar aviões
contra arranha-céus e se comprazeram ao negar o direito mais básico do
divórcio a centenas de milhões de pessoas. Durante séculos. O mundo
realmente tinha mais paz e menos violência quando havia mais religião?
Parece-nos que não.

A prática de diminuir, ofender, desumanizar, descaracterizar e
humilhar grupos sociais é antiga e foi utilizada desde sempre para
justificar guerras, perseguição e, em uma palavra, exclusão.
Presidente, por que é que o senhor exclui a nós, ateus, do rol de
indivíduos com moralidade, integridade e valores democráticos?

No Brasil, os ateus não têm sequer o direito de saberem quantos são. O
Estado do qual eles são cidadãos plenos designa recenseadores para
irem até suas casas e lhes perguntarem qual é sua religião. Mas se
dizem que são ateus ou agnósticos, seus números específicos lhes são
negados. Presidente, através de pesquisas particulares sabemos que há
milhões de ateus no país, mas o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, que publica os números de grupos religiosos que têm
apenas algumas dezenas de membros, não nos concede essa mesma
deferência. Onde está a inclusão se nos é negado até o direito de
auto-conhecimento? Esse profundo desrespeito é um fruto evidente da
noção, que o senhor vem pormenorizando com todas as letras, de que os
ateus não merecem ser cidadãos plenos.

Presidente, queremos aqui dizer para todos: somos cidadãos, e temos
direitos. Incluindo o de não sermos vilipendiados em praça pública
pelo chefe do nosso Estado, eleito com o voto, também, de muitos
ateus, que agora se sentem traídos.

Presidente, não podemos deixar de apontar que somente um estado
verdadeiramente laico pode trazer liberdade religiosa verdadeira,
através da igualdade plena entre religiosos de todos os matizes, assim
como entre religiosos e não-religiosos de todos os tipos, incluindo
ateus e agnósticos. Infelizmente, seu governo não apenas tem sido
leniente com violações históricas da laicidade do Estado brasileiro,
como agora espontaneamente introduziu o maior retrocesso imaginável
nessa área que foi a assinatura do acordo com a Sé de Roma, escorado
na chamada lei geral das religiões.

Ambos os documentos constituem atentado flagrante ao art. 19 da
Constituição Federal, que veda “relações de dependência ou aliança com
cultos religiosos ou igrejas”. E acordos, tanto na linguagem comum
como no jargão jurídico, são precisamente isso: relações de aliança.
Laicidade, senhor presidente, não é ecumenismo. O acordo com Roma já
era grave; estender suas benesses indevidas a outros grupos não
diminui a desigualdade, apenas a aumenta. Nós não queremos
privilégios: queremos igualdade e o cumprimento estrito da lei, e
muitos setores da sociedade, religiosos e laicos, têm exatamente esse
mesmo entendimento.

Além de violar nossa lei maior, a própria idéia da lei geral das
religiões reforça a política estatal de preterir os ateus sempre e em
tudo que lhes diz respeito como ateus. Com que direito o Estado que
também é nosso pode ser seqüestrado para promover qualquer religião em
particular, ou mesmo as religiões em geral? Com que direito os
religiosos se apossam do dinheiro dos nossos impostos e do Estado que
também é nosso para promover suas crenças particulares? Religião não
é, e não pode jamais ser política pública: é opção privada.

O Estado pertence a todos os cidadãos, sem distinção de raça, cor,
idade, sexo, ideologia ou credo. Nenhum grupo social pode ser
discriminado ou privilegiado. Esse é um princípio fundamental da
democracia. Isso é um reflexo das leis mais elementares de
administração pública, como o princípio da impessoalidade. Caso
aquelas leis venham de fato integrar-se ao nosso ordenamento jurídico,
os ateus se juntarão a tantos outros grupos que irão ao judiciário
para que nossa lei não volte ao que era antes do século retrasado.

Presidente, será que os ateus não merecem inclusão nem em um pedido de
desculpas? [i]

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Respostas de 36

  1. hehehe, é muita esperança que o Lula vá entender o que está escrito nesse texto. Ele não tem conhecimento, então, pra ele, é a religião que vai nos salvar.

  2. Legal o texto, eu tb acho sacanagem misturar religião com outras coisas.

    Eu mantenho minha postura hoje contra religiões cristãs não porque odeio eles (deveriam ser só uma religião como outras), mas porque eles invadem minha vida, querem ditar o que visto, o que ouço, o que leio, etc. Me coloco contra eles por questão de defesa… enfim.

    Só achei meio infantil falar do presidente de modo pessoal… Ok, ele me decepcionou também, eu também não esperava um governo assim. Mas não é o presidente que governa, nunca foi (pelo menos, não 100%). Ele é apenas o rosto bonitinho (ou feio bagaraio rs) que nos é oferecido (ao povo) para por a culpa, ou para aplaudir. Esse é só um dos motivos pelo qual essa carta não vai ter efeito total.

    Tem gente bem mais instruida que ele e que faz merda também… (vide religiosos).

    Mas a iniciativa foi legal, pena que não posso assinar em baixo =/

    abçs.

  3. Acho que com “o presidente não sabe ler”, o MDD quis dizer que “o Estado não sabe ler”.

    O Estado brasileiro não toma conhecimento dos ateus. A sociedade brasileira não toma conhecimento dos ateus.

    Demorará ainda muita luta e uma ou duas gerações para que possamos falar de ateísmo no país. Por enquanto, somos tão ignorados quanto eram os homossexuais em 1930.

    E, MDD, se o ateismo é como qualquer religião, isso significa que ainda tenho esperanças de conseguir algo no campo magístico, mesmo sem crer em seres superiores criadores do tudo ? Afinal, posso ser ateu, mas não sou uma pessoa de negação continua das possibilidades oo

    @MDD – Não existem seres superiores que criam a terra em 7 dias…

    1. Mas não existira uma consciência cósmica e universal, o verbo em sí que poderia criar o universo em um tempo imensurável para nossa consciência???

  4. “considero o ateísmo apenas mais uma religião igualzinha às outras”

    Ateísmo é uma religião assim como não colecionar selo é um hobby.

    @MDD – quando começamos a lançar e idolatrar livros como “colecionar selos, um delírio”, e damos status de messias a algumas pessoas, passamos a pregar a ciencia como “verdade absoluta” e a considerar os nao-crentes como os “não escolhidos”, então sim, o ateísmo ganha facetas iguaizinhas a todas as outras religiões. O discurso do Sottomaior de “careca não é cor de cabelo” tb não convence ninguém.

  5. “quando começamos a lançar e idolatrar livros como ‘colecionar selos, um delírio'”

    Ri baldes, verdade.

    “Ciência (do latim scientia, significando ‘conhecimento’)” traduzido da Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Science

    Ou em grego, logos.

    Você também coloca a ciência como verdade absoluta, ou eu estou errado?

    Mas concordo em partes. Dawkins é um doutrinador, sim. Eu prefiro a instância mais passiva (você me chama de gado) de não precisar mudar as opiniões e atitudes de outra pessoa. Não preciso que outra pessoa faça parte do meu “clube”, e de certa forma, você também não.

    @MDD – Acho que algumas pessoas acabam exagerando demais a expressão gado. O simples fato de você estar na internet e não estar no “fuxico”, “noticias da fazenda”, “caras”, “contigo” e afins, nem no orkut colocando fotos de vc segurando maços de dinheiro já te excluem da categoria “gado”. E antes que vc diga, não é questão de riqueza ou educação (ou de falta de oportunidade): Gado, pra mim, é quem gasta 35.000 reais em uma bolsa por causa de uma etiqueta. E tem muita gente pobre e crente que é engajada e que não dá dinheiro pra pastor… Ser “gado” não é uma questão de cultura ou berço.

    Eu só me considero ateu, mas é só uma forma de expressar o meu modo de vista de que o Universo não precisa de um motor para ser colocado em ação, mas isso também vai contra alguém que ache que a primeira lei da termodinâmica é absoluta (moto-contínuo http://en.wikipedia.org/wiki/Science).

    @MDD – Eu não consegui achar um rotulo que desse certo pra mim. Agnóstico seria o mais adequado. A eterna dúvida e a eterna busca.

    1. Dawkins pode parecer um doutrinador, mas ele mesmo põe níveis no Ateísmo, dizendo que no grau máximo um ateu que acredita cegamente que a ciência desmistificou o mundo é equivalente ao crente que acredita cegamente no ser que criou o mundo, e acusa esse grau máximo de ser anti-científico.

  6. Concordo com o Del Debbio, simplesmente porque minha linha de raciocínio é igual a dele. Se ele me convence de algo aqui, e eu for lá e experimentar, não quer dizer que ele esteja errado, porém, se eu testar outro método para o mesmo efeito, e ele vier a funcionar, não quer necessariamente dizer que esse é o único método certo e os outros errados. É que nem artes marciais: volta e meia pegava um ou outro debate de nego dizendo que jiu-jitsu era melhor que o resto, e acabava deixando o mané com a cara no chão (literalmente) ao mostrar algumas técnicas de karate… E por aí vai. Quanto à Associação e essa carta, como já acho que ela não dará em nada, entrem de uma vez com uma ação popular através do Ministério Público Federal, e pedir para o Procurador Geral da União arguir uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, e tocar fogo nessa porra. E que o povo sem-vergonha tire o PT ano que vem, oras!

  7. Quando eu disse “Se ele me convence de algo aqui, e eu for lá e experimentar”, faltou, “e der errado”… No caso, a sentença completa seria “Se ele me convence de algo aqui, e eu for lá e experimentar, e der errado, não quer dizer (…)”. Sorry! =P

  8. Parabéns MDD!

    a sua iniciativa de discutir o projeto do “trem-bala” no Sedentário na semana passada (blog q coloca “delicinha na cam”, mas tb desafios e informações legais) e agora essa carta da Sociedade de Ateus, em um blog “ocultista” (tentando ser generalista)…

    Mas é f…jogar num mesmo balaio “ateus” trolls (da internet e fora dela) e pessoas q não tem religião como “pouca coisa melhor que os evangélicos”. Se bem q seria generalizar os evangélicos tb.

    Tb me considero mais adequado na classe agnóstica. E olhe q eu tento ser pesquisador, mantendo uma visão “materialista” (cética e empírica) do meu objeto de estudo. Coisa nada fácil para um biólogo…

  9. é realmente, bela carta, mas pena que não vai dar em nada mas valeu a tentativa da parte dos ateus..

  10. Acho que o pessoal por aqui podia pegar um pouco mais leve com o nosso Excelentíssimo.
    Não acredito que seja intenção dele nem da constituição excluir ou debochar de qualquer ateu ou agnóstico. Imagino que sua fé o faça chegar a conclusão que é impossível para qualquer um deixar de acreditar em Deus. Não por ódio ou discriminação, e sim por fé (ainda que imedida).
    Que perseguição com o cara, viu!?
    😀

  11. Um dos posts mais polêmicos (se não o mais) que eu já vi nesse blog.
    Piadinhas sobre as capacidades intelectuais de nosso presidente a parte, acho que os agnósticos e principalmente os ateus no Brasil ainda são muito discriminados principalmente por cristãos (sem generalizar os cristãos, claro). Fica aí também uma questão pra gente pensar: “até que ponto o Lula disse o que disse motivado pelas suas convicções religiosas ou até que ponto é demagogia de um presidente representando uma população de maioria cristã?”
    Independente de nossas convicções religiosas ou se ateísmo é “mais uma religião” ou se o ateísmo é nocivo pra população, acho que as pessoas de todos os credos podem perfeitamente aprender a se respeitar mais uns aos outros, pois antes de sermos cristão, ateu, budista… somos humanos (ou deveríamos ser).
    Quanto ao fato de se a carta vai “resolver” o problema, talvez não resolva, mas é um exercício de cidadania que merece ser seguido de exemplo.

  12. Sinceramente concordo com a proposta da carta, se a lei é clara e o estado e laico não deveria nem mesmo ser aprovados feriados santos, onde muitas vezes o estado participa com o dinehiro publico para patrocinar essas festas, e temos o caso recente, não lembro se foi comentado aqui, que estão sendo votados varios dias comemorativos novos, onde um deles é o dia do evangélico… fico imaginando onde isso tudo vai levar… a confusão final…

  13. Uns dias atrás socaram minha cabeça por jesus, o pior disso é que foi meu “irmão” que se diz evangélico e que vai pra igreja todos os domingos e anda todo empolgado com a bíblia de baixo do braço. Pra piorar meus pais deram razão à violencia dele só porque eu não acredito nesse deus de paz deles.

  14. Acredito que o presidente Lula não é burro a toa. Primeiro ele investe nas classes médias e pobres (pra não dizer de baixo senso crítico) para manter a popularidade. Bolsa familia e agora o financiamento da casa própria. É óbvio que investir em uma religião é uma excelente idéia para manter a população intertida com religião ao invés de exigir CPI contra Sarnei e sua facção. A carta poderia incluiria os dispositivos constituicionais e as interpretações de antropologos sobre as questões da divercidade religiosa evidenciando que essa concordata fere a própria Constituição. Não apenas os tratados internacionais que esta carta faz uma mensão tão superficial que nem parece que está falando sobre um Direito ser ateu.
    .
    .
    Só lembrando que meu ateismo também se baseia no bom pastor Carl Sagan, que incentivava a experimentação e demonstração antes de aceitar qualquer verdade.. hehe

    @MDD – O problema dos ateus é que vocês não sabem brigar… no momento atual, a Igreja associou “ter Deus no coração = bem”, e vocês ficam dando murro em ponta de faca querendo impor o direito de “não ter Deus no coração”, ai obviamente sobra pra vocês o que? o oposto do bem. O Sottomaior falha porque escreve de ateu para ateus, ele precisa aprender a brincar antes de descer para o play.

  15. Pingback: Ataliba Teixeira
  16. como você disse pro francisco os ateus não sabem vender bem as ideias, então ficamos com a imagem do mal na cabeça da maioria, mas os espiritas só não entram nos discursos do Lula porque a imagem deles é a de solteironas, donas de quarenta gatos que descobrem os signo perfeito da sua cara metade […]

    eu prefiro parecer evil…

  17. @MDD – Eu não consegui achar um rotulo que desse certo pra mim. Agnóstico seria o mais adequado. A eterna dúvida e a eterna busca.

    e o “Deísmo”, não?

    Lembrando que eu acho classificações, simplesmente, taxativas e limitadas ao vocabulário, ainda mais se falarmos de algo complexo como “religião”. Mas digamos que das classificações que conheço a de Deísta é ate legalzinha..

    Mas pra uma pessoa que se considera Deísta, Deus pode ser aquela velha imagem roubada de Zeus que conhecemos, e pra outro, simplesmente uma “Energia criadora”.

    Novamente digo que o vocabulário limita, as “classificações” limitam.

    Abraços

  18. Putz como ainda existem pessoas que super valorizam as decisões dos governantes… para mim está claro como água cristalina.

    Vivam e ‘esqueçam’. Esse é o sistema, para mudar isso será preciso um novo ou até mesmo nenhum.

    Paz!

  19. Por curiosidade, em março eu criei uma enquete na comunidade do Marcelo que faz a seguinte pergunta:

    [b]Quem fala mais de DEUS ??[/b]

    Num total de 104 respostas em quase 6 meses, a estatistica confere atualmente exatos:

    [b]50% para Religiosos [u](geral)[/u][/b]
    [b]50% para Ateus.[/b]

    Não sei como os Ateus pensam de si mesmo, mas como dizem, “uma ação vale mais do que mil palavras” e a imagem de vocÊs parece ser essas mesmo.

    Sendo assim dizer [i]”ateísmo apenas mais uma religião igualzinha às outras”[/i] aparenta ter um valor [b]prático[/b] TREMENDO.
    Tô com o MDD.

  20. “Porque que tagarelas a respeito de Deus? O que quer que digas sobre Ele é falso” ( Eckhart )

  21. Comentando aqui pela primeira vez:

    Lula se comunica com quem elegeu ele, a maioria da população, de pouco recursos financeiros que não busca “formação real” e que no desespero recorre a algo maior que eles, um deus, seja qual for. E por força da história bem provável que seja cristão. Num país inegavelmente católico, por mais que a minoria queira gritar, é de se esperar qualquer tipo de manifestação populesca, especulativa, que não dará em nada, apenas para agradar o povo – ou – se comunicar com o povo.

    Não acho o Lula tão burro assim, pelo contrário, e além de tudo muito bem assessorado. Isso não quer dizer que estou de acordo com ele. Quero dizer que eles atinge os objetivos dele, embora sejam diferentes do meu.

    Quanto aos ateus, seu direito está ai. Vivam-no plenamente! Criticados todos são, independente do que acreditam ou pensam que não acreditam. Eu procuro gastar meu tempo aprendendo com todos e raramente tento defender minha idéia a quem não quer aprender nada comigo, não estou em disputa de posições, não tenho verdades absoluta, especialmente NÃO preciso saber quantos pensam como eu. Quando se começa a se preocupar com isso, no fundo há um interesse pelo poder…

    E o dualismo persegue a humanidade, especialmente as pessoas com mania de perseguição, atenção nesse trecho da carta:

    “Mas dizer que as pessoas religiosas são menos violentas e conduzem mais à paz é exatamente o mesmo que dizer que as pessoas menos religiosas são mais
    violentas e conduzem mais à guerra. ”

    Não, o presidente não comunicou que pessoas menos religiosas são violentas.
    Isso é entendimento do autor da carta, e sobre isso ele tentou construir todo o seu argumento. Se permitem a exposição da minha idéia, eu compreendo que o presidente tentou dizer que pessoas envolvidas em qualquer atividade de busca de conhecimento, autoconhecimento ou que procurem o bem provavelmente não cometerão violência. E acaba por ai.

    Se eu manifestasse que sou católico. E esse autor da carta me informasse de todas as razões dele para discordar do catolicismo, eu responderia apenas: “tá”. Não há mais o que fazer, os ateus estão dispostos a serem opostos a qualquer manifestão de deus, deísmo, panteísmo, etc. Que sejam. Para mim, o importante é buscar a felicidade.

    Só que querer ser oposto, oposição é a eterna perseguição do dualismo!
    Religião e ciência, bem e mal, luz e escuridão, crer e não crer, racional e emocional e por ai vai.

    Na superinteressante desse mês um pesquisador do famoso MIT afirma que o lado emocional atrapalha as decisões… acho que vou escrever pra lá, afinal de contas: quem vai negar que temos um lado emocional? e porque cargas dágua eu tenho de desconsiderá-lo nas minhas decisões? Muito pelo contrário, preciso tirar o que de melhor meu emocional pode me dar na busca da minha felicidade!

    Nos somos seres maravilhosos, completos, porque não tirar o melhor dos dois lados? E alguns que tentam realmente fazer isso, por falta de rótulo se intitulam agnósticos.

    É isso ai!

  22. Povos Sob a Bíblia da Nova Ordem — A Desgraça Civil que Manchou o Horizonte.

    Uma vez crente nada mais se pode fazer, a pessoa tá pêga pela mais poderosa capacidade humana: a da imaginação. A imaginação faz o gênio, e molda o simplório, e arquiteta os “espertos”. Ativada pra dar sustento a qualquer interesse, ela “trabalha” por si só.
    Depois que conseguiram transformar ironicamente o símbolo do Terror Romano em símbolo para escravidão religiosa; depois que conseguiram transformar “múmias” em objetos de adoração, e fazer as mesmas “tomarem conta” do povo; depois de vender a palhaçada que chamam de “água diamante” (nome realmente sugestivo de tamanha estupidez); nada mesmo é impossível ao boçal que crê. Por isso, como tudo que já vimos ainda é pouco, agora estão criando o Nazi-Socialismo-Divino-Pulhítico, voltado pro vermelho e pro preto, adulador da miséria, voraz de comer as riquezas das pessoas e da Terra.
    Uma vez zumbirizado por crenças, um povo boçal chega sempre ao mesmo ponto: ao invés de prosperar, corre pra Guerra; pois intrinsecamente sabe (seu subconsciente avisa) que é um fraco, moldado por covardia; e os covardes só podem mesmo viver sob terrores. O “bom” é que os “espertos” morrem junto, num só caldo podre, que se dissolve.
    BRASIL, tive vergonha da sua cara.
    Tive tristeza da minha terra.

  23. “@MDD – quando começamos a lançar e idolatrar livros como “colecionar selos, um delírio”, e damos status de messias a algumas pessoas, passamos a pregar a ciencia como “verdade absoluta” e a considerar os nao-crentes como os “não escolhidos”, então sim, o ateísmo ganha facetas iguaizinhas a todas as outras religiões. O discurso do Sottomaior de “careca não é cor de cabelo” tb não convence ninguém.”

    Não está generalizando que nem nós, ateus, também generalizamos religiões ? tenho pouco tempo de experiência de vida, mais uma coisa eu aprendi, pessoas se juntam e escolhem messias porque é mais fácil manter pessoas unidas quando tem algo a se apegar, a maioria dos ateus apenas gosta das teorias dos outros cientistas, alguns, cabeças fracas, virão cabrinhas do sottomaior, e do Dawkins, mais você não está errado MDD, acho que apenas está mantendo um estereótipo.

    @MDD – o problema real (e que eu adoro tirar barato) é que os ateus, em sua gana de se livrarem das religiões, acabaram adotando os MESMOS trejeitos e atitudes delas mesmas. Sim, voce está certo, é por conta de uma preguiça mental inerente ao ser humano, mas que acaba ficando engraçado justamente por conta disso…

  24. “Por curiosidade, em março eu criei uma enquete na comunidade do Marcelo que faz a seguinte pergunta:

    Quem fala mais de DEUS ??

    Num total de 104 respostas em quase 6 meses, a estatistica confere atualmente exatos:

    50% para Religiosos(geral)
    50% para Ateus.

    Não sei como os Ateus pensam de si mesmo, mas como dizem, “uma ação vale mais do que mil palavras” e a imagem de vocÊs parece ser essas mesmo.

    Sendo assim dizer “ateísmo apenas mais uma religião igualzinha às outras” aparenta ter um valor prático TREMENDO.”

    _________________________________

    Ateus falam de deus como comunistas falam do capitalismo.
    Ambos comunismo e capitalismo são estruturas socio-econômicas.
    Ambos ateísmo e teísmo, assim como deísmo e outros são posturas religiosas.

    Posturas religiosas não são igual a religiões.

    Exemplo:

    “Minha postura religiosa é o teísmo, mas eu sigo o cristianismo.”
    ou então
    “Minha postura religiosa é o atéismo, mas eu sigo o budismo.”
    etc.

  25. Bom, acho que “o presidente não sabe ler” dá margem a interpretações diversas, entre elas o preconceito. Fico com a interpretação de um comentarista acima que diz que o “Estado não sabe ler”.

    Quanto à carta, ela tem lá suas razões, mas creio que o problema é bem mais complexo do que uma simples discriminação por parte do governo. A sociedade como um todo, e por esta sociedade digo os crentes que são gigantesca maioria, discrimina os ateus, por considerarem que estes não podem enxergar a verdade. Com uma epistemologia de que a verdade é evidente e logo os que não vêem a verdade ou são cegos ou manipulados por um enganador maligno.

    Por outro lado, de uma maneira geral os ateus tendem a se comportar exatamente da mesma maneira do que os crentes neste sentido, vendo-os como iludidos pelo véu da crença.

    Ambos os grupos creem numa verdade evidente e que seria ignorada pelo outro.

    O problema e a validade do conceito de “verdade evidente”.

    Só haverá respeito mútuo entre esses grupos a partir do dia que estes entenderem o ponto de vista um do outro e a religião (ou a falta dela) puder ser interpretada externamente apenas como uma das muitas nuances da complexa cultura humana.

  26. “e que considero o ateísmo apenas mais uma religião igualzinha às outras”.

    Oh, really?

    @MDD – Yeah really… com direito a salsinhas de Dawkins iguais a voce.

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