“Iniciado discutindo política ignorando as Leis Herméticas da Polaridade e da Correspondência? O Sagrado Anjo Guardião esta vendo essa zoeira….” – Frater Alef
O iniciado está separado do mundo pelo fato de ter sido acordado para a ilusão que chamamos de realidade. O maior desafio nesta jornada é que a energia movimentada durante seu processo iniciático não se esvaeça, fazendo com que ele caia no sono novamente.
Nada é mais poderoso para incitar o sono no buscador do que o senso de identificação. Desprovido de um profundo conhecimento de si mesmo e da conexão com aquilo que tem de mais sagrado dentro de si, o iniciado se perde no mundo das formas identificando-se com ideias, pessoas, sentimentos e partidos políticos.
Uma vez identificado, o iniciado não é mais aquele que morreu e renasceu dentro de um ritual e sim a ideia, o sentimento, a justificativa…
Na política, as coisas são ainda piores pois além das emoções pessoais, somos arrastados por milhões de outras almas com a mesma força, movidas em direção diametralmente oposta a outro mar de almas, num violento conflito de ódio, ressentimento e raiva, o amigo vira petralha, coxinha, reaça, burro. Dá pra imaginar a quantas anda o plano astral ? Você esta colaborando com esta “corrupção” mental ?
O hermetismo propões o estudo de leis que ditam o funcionamento do Universo, apresento um breve estudo sobre duas delas, fica a lição de casa de ponderar sobre as demais.
O princípio da correspondência nos ensina que o que esta dentro é como o que esta fora, portanto, todos tem um coxinha e um petralha dentro de si. Este ódio declarado de um lado ao outro é a expressão da incoerência entre os múltiplos “eus” que compõe o ser, ao invés de combatidos, deveriam sem compreendidos e integrados. Os motivos que levam você a votar em x, são os mesmos motivos que levam o y a voltar em z. E daqui nos parece que não ninguém esta competindo pra ver quem é o mais honesto e sim quem é o menor pior.
O princípio da polaridade nos ensina que os extremos se tocam, e que o discurso de ambos os lados é o mesmo discurso saindo de bocas diferentes. Aqui o ser falha na busca da síntese criativa e amorosa que une os opostos em uma dimensão superior. A incapacidade de realizar síntese se transforma num desejo inconsciente de eliminar o que é diferente, quanto maior o antagonismo maior o nível de inconsciência.
A energia gasta debatendo somente os problemas e falhas do outro, é energia que não está sendo gasta no desenvolvimento de uma solução nem nas suas próprias qualidades.
Dentro da bolha de sabão do Samsara o homem vê tudo através do próprio reflexo, especialmente tudo aquilo que lhe parece contrário.
-Chay
Respostas de 20
No meio de tanto ódio (contra os burros, os coxinhas os tucanalhas, os petralhas, a elite, os bolsa-esmola…), espalhado principalmente na internet, é prazeroso ler palavras de bom senso. Ótimo artigo Frater.
Sabedoria atrai Sabedoria. Obrigado pelas palavras irmão. É dever de cada um contribuir para o despertar de uma nova consciência, aplicando ao nosso dia a da o que aprendemos nos livros e nas escolas.
Essas ideias valem apenas para iniciados dentro de uma ordem, ou também para ~buscadores livres~?
Mas o que o Hermetismo propõe exatamente? O conceito em si não é complicado, mas a prática é. Quero dizer, vivemos em sociedade e o que somos um sem o outro? É sabido que o homem enlouquece se lhe for privado o contato. É sabido também que, quanto mais alienado e avesso à Política, mais massa de manobra se é, tornando-se vulnerável àqueles que fazem da política um instrumento de ampliação do abismo social. Perdão, mas não penso que alienar-se da vida social seja uma opção (por um curto período de tempo sim, mas não pra vida toda). Curioso isso porque as pessoas mais altruístas que vejo são as mais conscientes e politizadas. São as que estudam e compreendem a dinâmica dos processos sociais. Não por acaso, militantes sócio-ambientais e de direitos humanos costumam ser das Humanas… Outra coisa: não se combate injustiça nenhuma sozinho. No mais, do que adianta ser puro e verdadeiramente bom se você está trancado num mosteiro sabendo que um monte de gente lá fora precisa de ajuda? Gastar energia com o próximo também não é um aprendizado? Nem sempre política é sinônimo de ódio. Sim, frequentemente política está relacionada à poder (jogos e sentimentos de poder. o poder pelo poder, ver House of Cards*), mas, política também está relacionada com Esperança: a fé no futuro e a construção de um lugar melhor pra se viver. Olha, não tem coisa melhor que um sentimento de conquista social, fruto de um trabalho árduo e coletivo em prol de um lugar melhor. E comemorar coletivamente! Do que adianta ser feliz sozinho??? No mais, muitas decisões que tomamos em nossas vidas são, sobretudo, políticas, como se tornar vegetariano/vegano, usar a bike ao invés do carro, separar o lixo, não alisar o cabelo, etc etc.
Estas ideias existem para todos, as leis herméticas para o hermetista são como a gravidade.
O hermetismo propõe que conhecendo a si mesmo, conhecemos a todos os Deuses e o Universo. De forma alguma o hermetismo propões o alienamento, ele alimenta a prática na vida cotidiana, não existe crescimento sem oposição e não existe oposição maior do que a vida em sociedade. A política é um exercício muito nobre e deve ser experienciado de forma mágica, e desenvolver a política de forma mágica envolve a aplicação dos conceitos mágicos, em especial para aqueles que trabalham dentro do paradigma da magia ocidental antiga, o Hermetismo e suas leis.
Sejamos político, sem deixarmos de sermos Buscadores.
PS: ô, não queria que as palavras soassem duras, só queria aprofundar, cavar essa questão de hermetismo versus política.
Não há por que se desculpar, irmã. Peço desculpas se me expressei mal, mas não existe um embate Hermetismo x Política o embate era Politica com Hermetismo x Política sem Hermetismo.
Acho que esse trecho do texto explica bem: “Aqui o ser falha na busca da síntese criativa e amorosa que une os opostos em uma dimensão superior. A incapacidade de realizar síntese se transforma num desejo inconsciente de eliminar o que é diferente, quanto maior o antagonismo maior o nível de inconsciência.”
Acho que um grande problema, talvez, nesses embates políticos do momento (talvez de sempre) é uma espécie de busca de uma “pureza” que não existe. Parece existir uma tentativa de eliminar o que se considera “mal” no lugar de compreende-lo, entender os motivos da sua existência e etc. Geralmente, a visão oposta é tratado com algo que deve ser pulverizado. Acho que essa visão acaba sendo reforçada por uma mídia e marqueteiros que passam uma versão extremamente sensacionalista dos acontecimentos, acabando por afetar, obviamente, o animo das massas.
Então, eu acho que não se trata de “fugir do conflito se isolando da sociedade”. Acho que, mesmo sozinho e isolado, conflitos de outra natureza irão surgir e que irão lhe exigir essa capacidade de compreensão. Cabe a você tornar esses momentos de tensão em momentos produtivos, que podem lhe levar a uma melhor compreensão do universo e de você mesmo.
Talvez esteja mesmo na forma como se enxerga o conflito. O apego excessivo que podemos ter a um dos lados pode nos cegar para enxergar o acontecimento (o conflito em si) como um todo.
E o que falta muito nesse momento político, na minha opinião, não é saber aonde existe a discordância: é trabalhar, na verdade, em cima dos anseios em comum. É, realmente, uma pena que tenha uma grande parcela de pessoas que não atentem para o óbvio: estamos todos na mesma situação. Ficar xingando o outro ou culpando o outro por todos os problemas do mundo não vai mudar muita coisa. Quem sabe esse tipo de consciência ajude a tornar esses conflitos mais produtivos?
Mas aí deve ser sonhar demais… ahahaha
Este é o ponto irmão, não existe tática mais antiga na humanidade de angariar apoio do que a figura do inimigo comum. Nós contra Eles. O ser humano, após a queda, se viu separado da fonte e busca desesperadamente se reconectar, nessa ânsia, sem saber quem somos, nos conectamos com qualquer coisa com a qual temos o mínimo de identificação e imediatamente assumimos para nós todas as características dessa força, sem perceber que não estamos nos conectando, estamos é sendo engolidos ! Obrigado pela intervenção.
– Chay
Oi Pedro! obrigado pelas palavras, me soaram como luz. Valeu mesmo!
Olha, acabei de re-ler o texto duas vezes, e creio que ainda vou ler de novo mais uma vez rs. Tava aqui me sentindo mega burra por ele não ter me tocado da forma como tocou outras pessoas, naquele esquema ~meu deus qual será o problema comigo?~. Penso que seja porque ainda não incursei no estudo de águas profundas que é o estudo do Hermetismo. Mas um dia chego lá…
Então, vc tocou num ponto muito interessante, que é a questão do sentimento subjetivo de “pureza”, de achar que o seu lado é o correto, e que, por achar ser o certo, abraça a(s) ideologia(s) de modo unilateral. Olha é complicado, por que semelhante atrai semelhante, e, invariavelmente, você se cerca de pessoas e ambientes no qual você tem afinidade. Por uma questão de saúde psicológica mesmo: tem certos pensamentos que te deixam doente. Contextualizando com o que acontece atualmente, vou dar um exemplo bem concreto: eu sou anti homofóbica. Já me afastei de familiares que ficavam compartilhando coisas do tipo “parada do orgulho hétero”, “ditadura gay da Globo” (?!),etc. E quando entro em contato com esse tipo de gente/pensamento, é como se estivesse chafurdando na lama, saca? Idem p/ racismo, especismo, xenofobia e misoginia. Cada um se fecha em seu mundo (no meu caso, o das liberdades individuais e da ciência) pra não se estressar, senão vc fica louco! Não tenho dúvidas que os pró Bolsonaros da vida se sentem igualmente “chafurdando na lama” qnd estão próximos de uma pessoa como eu, de um rapaz homosexual, uma família negra bem sucedida ou de figuras femininas poderosas. Nesse sentido consigo sentir o Principio da Correspondência.
Só acho que para nós do “meu lado”, é mais fácil tentar entender esse outro lado. A pesquisa científica da ciência social está aí. A filosofia tmb. Mas, no nível individual, é que o preconceito e a negatividade do lado de lá é tão grande que o pessoal desiste e fica no seu quadrado. Como o MDD vive escrevendo, “Os escravos servirão”. Não dá pra ajudar quem não quer ser ajudado. Mas tmb penso que não dá pra permitir que os outros façam e falem tudo o que quer, porque, afinal de contas, liberdade de expressão não quer dizer liberdade de cometer crime. Por isso o Princípio da Polaridade me parece mais complicado de captar, quase contraditório mesmo. Como essências super sutis (que estão numa extrema ponta) podem tocar um kiumbas hiper densos (que tá no extremo oposto) ???
Aí, falando sobre sociedade, ficamos nessa eterna torre de Babel. Não discordo quando dizem que a Terra é um lugar de expiações, porque olha… “O inferno são os outros!”
Ola irmã, as essências super sutis podem estar na outra ponta dos Kiumbas densos em alguns aspectos e outros não. A se considerar que a densidade absoluta só pode ser alcançada por Deus e a sutileza absoluta só pode ser alcançada por Deus, ambas as pontas, quanto mais próximas de seus extremos (que são infinitos) mais próximas de se tocarem. Seria ótimo aprofundar este tema em um texto.
– Chay
Oi, Polly!
Eu, também, não sou nem estudante de hermetismo… eu só gosto de ler esse blog, justamente, por ele tratar esse assunto de espiritualidade de uma maneira, pelo menos aparentemente, aberta e com vários pontos de vista. Eu acho isso ótimo. A realidade sempre é mais complexa do que qualquer síntese. Na verdade, acho que uma boa síntese coloca a essência em palavras, mas ela, obviamente, não é a própria essência.
Pelo conteúdo da última frase, acho que dá pra perceber que, talvez, eu seja mais pra o lado do taoísmo ahahaha.
Bom, no caso dessa questão de pessoas que assumem um posição que chegam até a te ferir emocionalmente, por coincidência, hoje em um almoço de família, a minha namorada lembrou pra minha avó um episódio de que aconteceu em um aniversário meu aqui em casa.
Convidei vários amigos aqui pra casa só pra ficar bebendo e falando besteira e, nas tantas das conversas, uma namorada de uma amigo meu falou que tinha recém visto um beijo gay na televisão “em pleno meio dia” (entre aspas pra tentar ilustrar o choque como ela falou) e como ela não aceitava essa realidade homossexual que estavam tentando impor a ela goela abaixo.
Nessa hora, uma amiga minha que é uma pessoa que se envolve muito nessa questão anti homofobia se levantou meio que furiosamente da sala para ir a um outro quarto aonde outras pessoas estavam conversando. Ela não queria nem escutar e nem falar com a outra pessoa, justamente, porque, para ela, em primeiro momento, ela seria uma pessoa homofóbica ou algo do tipo acredito. Antes dela se retirar, umas 5 pessoas compartilharam da mesma opinião de que “estavam tentando impor para a sociedade um modo de vida de maneira “violenta” e “ditatorial””.
Eu, também, sou contra homofobia e qualquer outro pensamento que propague ódio e intolerância. Pra mim, isso é de uma natureza improdutiva óbvia, mas eu tenho uma visão otimista da existência e acredito que, muitas vezes, certas posições como essa são tomadas por motivos como uma ânsia por aceitação social, vontade de pertencer a um grupo, interpretação até equivocada sobre certos sentimentos e ideias que você possa ter, experiência ruim com o assunto e etc.
No campo de batalha da política, você (quando falo você, não é você especificamente: é, praticamente, todo o mundo) não se questiona o que levou o seu adversário a assumir aquela posição. Depois que o antagonismo foi estabelecido, essa pergunta não mais é relevante porque, talvez, a resposta iria destruir o próprio conflito e, a sua vontade no momento, é pulverizar o adversário porque ele está representando aquela ideia que você não aguenta. É uma batalha que, as vezes, você se sente no dever moral de encarar.
Entenda: aquele adversário não é a ideia. As pessoas não são as ideias ou os comportamentos que elas assumem. Aquele comportamento e aquela posição é apenas uma parte do universo que é o ser humano. Para citar o grande filósofo Falcão quando perguntado sobre esse negócio de politicamente correto (eu acho que a pergunta foi sobre isso) você critica e faz piadas dos comportamentos e das ideias e não das pessoas em si.
Então, você, como o pessoal daqui fala em vários artigos, talvez você tenha atraído, também, certas pessoas não só por afinidade, mas, talvez, você tenha alguma coisa pra resolver com ela devido a karma de vida passada… eu não sei, eu realmente não tenho muito conhecimento aprofundado das teses que o pessoal colocam aqui ahahaha.
Mas, voltando a história, eu, simplesmente, resolvi conversar sobre esse assunto com essas pessoas todas que estavam ultrajadas com essa ideia que estava destruindo o seu universo. Pelo menos eu imagino que fosse algo assim pelo nível de indignação demonstrado.
Bom, eu, simplesmente falei, “vocês já pararam pra pensar que vocês estão impondo as ideias de vocês em cima deles?”
Não foi lá o melhor argumento pra defender qualquer causa LGBT ou contra homofobia, mas aparentemente surtiu algum efeito. A conversa continuou e, muitas vezes, era floreada por discursos que todos estão cansado de escutar sobre “ditadura gay” e “família sagrada” e etc., chegaram até a me chamar, com uma intenção pejorativa, de “defensor das minorias”, mas continuei a conversa, escutando todo o mundo e todo o mundo me escutando. Estava tentando manter, a todo o momento, a ideia e sensação de que estávamos debatendo essa ideia, que estávamos, por assim dizer, explorando essa ideias, os limites delas e as razões dela.
Sabe o que aconteceu? A minha namorada falou hoje, nesse almoço de família, que essa namorada do meu amigo que ficou chocada com o beijo gay falou pra ela que, em outra conversa que ela teve com outras pessoas sobre isso, ela disse “olha, se você falasse com o Pedro, você poderia ter outra visão sobre esse assunto”. Ou seja: ela, provavelmente, nunca entrou em contato com uma outra maneira de pensar esse comportamento que ela demonstrou. E, como visto pelo argumento acima, eu não fiz absolutamente nada de novo em ideia de argumentação também! Só tive paciência para escutar e tentar conduzir o foco da conversa para outro canto… em algum lugar aonde o debate é usado para explorar os conceitos no lugar de defende-los.
Te recomendo você tentar fazer uma forcinha para entender as pessoas ao seu redor nesse nível. Elas podem estar, por exemplo, assustadas com essas ideias: esses conceitos de família sagrada, sei lá, podem representar muita coisa na vida delas e podem, inclusive, estarem prendendo elas em coisas que elas mesmas nem imaginam. Você, talvez, mostrando que não é nada demais se preocupar com isso, que o universo é muito maior e existe muito mais do que se imagina a ser explorado, pode estar fazendo um grande favor. E, se essa ideias de reencarnação que esse blog apresenta estiverem corretas, essas pessoas que você ajudou, em outra vida ou até nessa mesmo, vão lembrar de você também e irão lhe ajudar em algo que você precisa para continuar com a sua caminhada.
O texto ficou realmente longo, me desculpe, mas espero que você aproveite algo.
Abraço!
Maravilhoso! Belo post e profícuas as discussões que dele resultaram.
Polly, só pelo debate que você abriu nesse post me parece que ele teve um impacto muito maior em você do que vc mesma percebeu. Ótima iniciativa de suscitar o debate!
No meu entendimento, a compreensão e aplicação desses princípios não são incompatíveis com o engajamento político. Mas podem emprestar uma sensibilidade mais profunda a essa luta.
Eu sei que no decorrer da vida realizamos escolhas e decidimos por caminhos que terminam por nos comprometer com determinadas causas ou princípios éticos aos quais nos tornarmos aferrados. Assim, como você mesma bem colocou, tendemos a nos aproximar daqueles que pensam como nós e nos afastar de quem discordamos.
Esse é um processo natural, Mas se ignorarmos esses leis, que penso serem universais, corremos o riscos de ignorarmos possibilidades reais de transformação e nos vermos enredados numa eterna gangorra de avanços e retrocessos. Por outro lado, podemos até chegar a nos tornar nós mesmos os vilões que combatemos.
Levando isso em conta, vou analisar apenas um dos princípios herméticos apresentados:
“O princípio da correspondência nos ensina que o que esta dentro é como o que esta fora, portanto, todos tem um coxinha e um petralha dentro de si.”
Realmente é difícil de engolir, ainda mais colocados nesses termos políticos pejorativos. Embora creia que foi proposital e bem colocado pelo Frater Alet, vou formular a questão de outra maneira. Não é que, necessariamente, você tenha uma porção negativa que se assemelha às ideias com as quais combate.
Mas você TEM um lado “sombra”, e talvez seja justamente esse lado, que para nós mesmos é muito mais difícil de ver, que mais atice a indignação daqueles que estão do outro lado do espectro ideológico.
Ao ter esse entendimento você se torna mais vigilante sobre suas emoções e pensamentos e com isso tem mais condições de evitar (não quer dizer que necessariamente vai) que eles se expressem com ações que deem munição aos seus opositores, ou pior, resultem em efetivo dano a quem não merece. Particularmente, conheço casos práticos das duas possibilidades.
Em uma outra perspectiva, é possível e altamente salutar ver o lado “luz” nesse mesmo extremo oposto ideológico. Você comentou, Polly, sobre a questão da homofobia. Conheço pessoas bastante altruístas e que, contudo, possuem crenças homofóbicas. Parece contraditório, mas você constata pelas ações delas. Algumas dessa pessoas estão ligadas a projetos sociais de igrejas e realmente fazem um belíssimo trabalho, de empoderamento mesmo, educação. Não apenas caridade inócua.
Uma das vantagem de estar sensível a isso é a possibilidade de criar pontes de cooperação que antes pareceriam inviáveis. No mínimo, ajuda a nos tornarmos menos raivosos e sermos movidos mais pelo amor e pela compaixão, e não pela ira.
Bem, essa é minha percepção no momento, mais ainda estou construindo.
@Pedro
(Entendi tudo. O que você escreveu soa claro e transparente, então, no worries =). Só que no teu post não tem o botãozinho azulzinho de Responder, logo não sei como vai ficar aqui a ordem da postagem, mas essa é uma resposta do seu ultimo comentário. 12/10)
Acabei de ter um insight sobre isso tudo: o que aconteceu é que eu subentendi que a mensagem do texto era que que devíamos ficar out da Política para que pudéssemos crescer pessoalmente, mas o texto definitivamente não diz isso. Ele fala que, pra quem é iniciado (e nisso o texto deixa em aberto se é a pessoa que entrou em uma ordem e teve que passar por alguma ritualística, ou apenas uma pessoa que lê e busca) não esquecer de vigiar a ótica Hermética, própria dessa cosmovisão oculta que a pessoa decidiu seguir. É sobre essa nova conduta que o iniciado precisa seguir pra não regredir. Tudo me parece um pouco mais claro agora…
Outra coisa, do jeito como escrevi (meu primeiro post) parece que eu tô exigindo que todo mundo seja uma Madre Teresa ou um Gandhi da vida. Quero dizer, sobre altruísmo, eu acho que o certo seria se todo mundo se doasse um pouco mais, mas não posso medir todos pela minha régua né? E se doar um pouco mais, invariavelmente, passa pelo campo político, porque, enfim, todo posicionamento que a gente toma na vida é político. Digo, falo de Política, e não de politicagem. As pessoas confundem muito esses dois termos.
Eu até tento entender as pessoas, tento mesmo, mas tenho esse Sol aquário (bom, esse é um blog sobre astrologia tmb né? hehehe) e rola aquela falta total de paciência. Absolutamente não tenho paciência. Penso: “Poxa, a gente tá na era da informação, com tudo disponível tão fácil, a pessoa nem se dá o trabalho de ler um pouquinho o assunto?!” Daí desisto mesmo. Até porque tem muita gente massa nesse mundão pra conhecer e pra cada pessoa que a gente se afasta, há outras tantas que a gente se afeiçoa. Li isso esses dias: Romper também é começar.
Mas já fui mais paciente com o pensamento oposto. Não sei se é a idade… Vc chega perto dos 30 e começa a perceber que bom mesmo é gastar seu tempo com seus pares. Que amizade é um valor qualitativo. etc etc.
Sabe (voltando ao assunto Política) um colega meu postou ontem algo sobre atualmente estarmos num tal de ~mercúrio retrógrado~ (nunca tinha ouvido falar). Mas tá rolando muito ódio sim, muita raiva, tensão. Amizades se desfazendo por causa de opinião de rede social, preconceito social pipocando em todo canto, sei lá, tá estranho. Muito diferente da raiva de 2013, que era mais um sentimento de indignação, desejo de revolução e mudança pra melhor. Agora é um ódio que é quase gratuito… Todo mundo muito na defensiva…
Uma coisa que me parece muito bonita agora (voltando ao texto em si) e que eu não tinha reparado é esse penúltimo parágrafo: “A energia gasta debatendo somente os problemas e falhas do outro, é energia que não está sendo gasta no desenvolvimento de uma solução nem nas suas próprias qualidades.” que lindo, não?
Fiquei feliz que seu Universo se expandiu Polly, não porque o texto esteja melhor ou pior, mas porque você se permitiu experienciar algo que fez sua consciência acelerar e ter outras percepções, inclusive com integração e iluminação de outras partes suas que aqui debateram.
May the Force be with us.
@Rato
Eu preciso ler o Caibalion. Agora estou lendo um livro chamado “Legião” (recomendo!), e quando terminar esse vou lê-lo. O mais próximo que cheguei de Hermetismo foi aquele álbum “A Tábua de Esmeralda” do Jorge Ben.
Pra mim os conceitos metafísicos soam meio nebulosos, porque venho de um ateísmo cético e tô migrando pro espiritualismo agora, então é tudo ainda meio difícil – como todo recomeço, penso. Tô mais ligada à dialética e ao materialismo histórico, enfim.
Não vou mentir, esse “portanto, todos tem um coxinha e um petralha dentro de si.” foi pesado rs
abraçooo
Se é pesado, é porque ecoou dentro de você irmã… boa jornada
– Chay
Perfeito.
Polly, é de mais ou menos isso que o texto fala. Você dá o exemplo de que “as pessoas mais altruístas que vejo são as mais conscientes e politizadas. São as que estudam e compreendem a dinâmica dos processos sociais. Não por acaso, militantes sócio-ambientais e de direitos humanos costumam ser das Humanas”. Essa é só uma de várias formas de se trabalhar política, ela não é 100% verdadeira nem 100% falsa. Nas ciências exatas se trabalha a ideia de combater injustiça sociais de outra forma, além da defesa da liberdade e o direito a propriedade e acumulo de riquezas, do qual não é pecado.
O texto diz exatamente isso, não tomar para si verdades extremas, não existe verdade absoluta, nem mesmo na política. Se dar abertura para ouvir os dois lados e tomar as decisões corretas sobre tudo.
A verdade não esta com os homens, mas entre eles. A política é um jogo complexo, e misturá-lo com ódio não vai ajudar em nada para melhorá-lo, este é o ponto do texot. Obrigado Camilo.
– Chay
OI Camilo!
Eu re-li o texto algumas vezes. Não o apreendi por inteiro, mas tenho uma compreensão melhor dele do que a 3 dias atrás, certamente.
Então, tem sim muita gente das exatas, do Direito, que se doa para o outro e que entra no movimento estudantil. Aliás de todos os cursos. Longe de mim querer separar qualitativamente os estudantes por departamento! hehehe. Só quis dizer que, se vc não tiver uma compreensão mínima de teoria social e geopolítica, vc se torna massa de manobra e curral eleitoral pra quem só quer se eleger e mamar nas tetas do Estado. E isso independe de escolaridade ou classe social. Por exemplo, o que mais eu vejo é gente da Medicina, que se acha a pica das galáxias, mas que não sabem fazer uma simples análise de conjuntura política. É triste. O analfabetismo politico do brasileiro é um reflexo direto da baixa qualidade da grade curricular do ensino médio e de base tanto do sistema público como o do particular. Além da nossa matriz curricular ser obsoleta, sendo quase a mesma da época da ditadura, há um desestímulo para com disciplinas de cunho analítico, Li um tempo atrás que tinha um projeto de lei pra tirar Sociologia e Filosofia do ensino médio. Sim, os homens engravatados de Brasília nos querem mais burros… Sobre esse ponto, fui mais clara?
Concordo em absoluto que não existem verdades absolutas.
abraço!
Eu não entendi o texto dessa forma. Acho que a palavra compreensão e integração em oposição à partidos (divisão) é o que o texto defende. Igual ao nosso subconsciente em que há vários eus que precisam ser compreendidos e integrados, o cenário político apresenta vários partidos conflitantes que precisam ser integrados.
O papel do iniciado seria (?) compreender as diferentes bandeiras como necessidades genuínas do contexto social e em vez de aplicar suas energias em um partido (um eu pequeno) utilizar essa energia em uma forma de integrar essas oposições em uma dinâmica proveitosa e que traga completude (síntese).
Foi o que eu entendi, mas daí pra saber como fazer isso são outros quinhentos =P
Um abraço.
Obrigado pelas palavras, Dan. Este é o ponto Magia pressupõe propósito, qual o propósito de toda essa guerra ? Eleger umx candidatx ou melhorar o Brasil ? Porque se for pra melhorar o Brasil, estamos fazendo isso errado.
Gratidão sincera e indescritível alivio Frater Alef, pela consciência e discernimento apresentados em meio a toda inconsciência e confusão que nos rodeia e pressiona nesse momento.
Eu é que agradeço suas palavras irmão.
– Chay
Caros amigos,
Concordo com polly em todos os pontos. Como vamos deixar questões de míseria e direitos humanos sem atenção? Pra mim, isto também tem consequências espirituais. acho que odiar outro grupo político, religioso ou cultural não é a solução nunca, mas sim buscar o diálogo e ver como cada um pode contribuir da maneira que lhe foi destinado. Sou acusada constantemente pela minha irmã de ser materialista, mas o pouco de dinheiro a mais que ganho já salvou a vida de minha mãe várias vezes. Sou contra destilar ódio e fechar a mente pra outro ser humano com idéias diferentes das nossas, mas, também não podemos deixar pra lá roubo, genocídio, estupros, racismo e homofobia e pensar que somos parte de um todo, o que realmente somos, não nego, e ao nos responsabilizamos por nada. Vida espiritual tem a ver com responsabilidade por nós mesmos e pelos outros e compaixão pelo próximo,, não há espaço pra alienação.
Este também é meu ponto irmã ! Veja que a massa se encontra tão identificada que ninguém propõe uma solução, ninguém pensa na alternativa, ninguém esta resolvendo problema algum, só ecoando as mesmas disputas, acusações e ofensas. O hermetismo propõe que ao invés de criticarmos o outro, em primeiro lugar, devemos compreender o que aquela outra pessoa representa como símbolo. Exceto por motivos que são longos demais aqui para descorrer, ninguém esta efetivamente apoiando um candidato em interesse próprio e sim pensando em uma conjuntura maior, ora se ambos querem o bem do Brasil, porque ninguém esta cobrando o próprio candidato os planos de governo ? As soluções ? Não de forma genérica e em forma de palavras de ordem (vamos acabar com…. vamos melhorar o…. vamos investir em… Investir quanto ? Em que ? Da onde ? Quanto vai custar ? Qual estudo foi feito ?) se os amigos que estão brigando por conta da disputa política se dispusessem a sentar e discutir propostas, teríamos um ambiente muito mais saudável e disposto a mudanças.
Me aprofundando:
Vivemos num paradigma econômico capitalista, portanto, temos a lei da oferta e procura, inclusive na política, ou seja, enquanto um candidato tem melhoras significativas para ataques pessoais e criticas vazias, ele continuara insistindo nessa tática, não há porque mudar. Os candidatos refletem seu eleitorado, o nível só piora porque os coordenadores de campanha não são estúpidos, eles enxergam uma tendência de conflito e municiam seus candidatos para suprir esta demanda. Se o clima do debate no próprio Facebook, por exemplo, fosse mais construtivo e voltado para propostas, eles seriam obrigados a seguir esta tendências. Não é culpa deles, é culpa nossa.
– Chay
Acredito também que a humanidade evolui em seu karma conjunto e que melhor maneira de restaurar o equilíbrio cósmico do que se maltratei mulheres eemm outra vida do que lutar pra que tenham direitos iguais nesta vida? Bom pra minha evolução, pra humanidade e pra o universo. Sempre com respeito e com o princípio da não violência em que acredito fortemente, pois odiar ao próximo e odiar a si mesmo e as verdadeiras mudanças se consolidam no amor e na união.
“Nada é mais poderoso para incitar o sono no buscador do que o senso de identificação.”
Estava precisando muitíssimo que alguém me fizesse lembrar disso… Grata!
Verdade! em meio a essa “egrégora” composta pelas mentes de milhões de pessoas, liberando variados sentimentos, ficar atento para não incorporar as energias negativas, que acredito serem em maior parte, é crucial!
A luta e o desejo por um país melhor tem que vir primeiramente de nós! Como diz um post que está circulando pela web que foi parafraseado do saudoso Legião Urbana: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse Eleições!”
Texto muito legal, estava ansioso por um texto relacionado à política no TdC nesta época de eleições!
O processo eleitoral acaba naturalmente exacerbando as diferenças entre as partes e me parece como um ritual onde decidimos (como Nação) à qual Energia/Egrégora vamos consagrar nosso voto; infelizmente a disputa acaba explorando o lado sombrio de cada esfera ao invés de avaliar o potencial benéfico e, principalmente, deveria trazer instrução/iluminação aos participantes durante o processo.
Resta esperar que o ungido tenha consciência de que representa não só aqueles que nele votaram, mas toda a nação, e que deve harmonizar as partes e representações deste país ao invés de perseguir e tentar calar os grupos discordantes, por menores ou mais antagônicos que sejam.
Excelente Frater Alef!
Obrigado irmão !
Brilhante texto.
Vemos no outro reflexo daquilo que trazemos dentro de nós.