A origem das Runas data de tempos imemoriais, oriundas do norte da Europa, muito antes do aparecimento do cristianismo. Os mestres rúnicos da antigüidade riscavam os seus símbolos sagrados em seixos ou em gravetos de uma árvore frutífera, utilizando até o próprio sangue para dar-lhes a força mágica espiritual que almejavam. As Runas não representam um simples alfabeto de uma escrita antiga, mas sim, cada letra é um símbolo sagrado e autônomo. Cada Runa representa um arcano ligado a entidades representativas de Deuses da mitologia nórdica. Os símbolos por sua vez, tem uma energia individual e uma vibração característica que se expressa na força específica de cada Runa.
O campo vibratório se altera na medida em que vários símbolos são conjugados para um trabalho em grupo. É essa força que estimula a intuição do “runamal” (cujo significado é a Runa falada ou os intérpretes que faziam as Runas falarem, o que recebiam esse cognome). Na antigüidade, o profundo conhecimento acumulado era transmitido de geração a geração a um círculo de homens sábios e mulheres de conhecimento que haviam sido iniciados para isso, mas mesmo assim, ele jamais foi monopolizado e concentrado na mão de um grupo restrito como freqüentemente acontece quando o poder é manipulado. Muitos mestres adicionavam novas revelações recebidas durante a convivência intensiva com o oráculo mantendo assim a chama das Runas acesa durante milênios. Mesmo no mundo material da atualidade, os símbolos rúnicos continuam vivos e alcançáveis por quem quer que se interesse por eles. O convívio estreito com o oráculo faz com que o “runamal” ou mesmo o próprio consulente, ganhe uma intuição quase infalível. Embora as Runas representem o oráculo europeu mais antigo não quer dizer que elas não se adaptem a jogos da modernidade. Elas funcionam em forma de baralho, ou em jogos eletrônicos, com a mesma presteza. A resposta do oráculo será tão precisa como seria se pintássemos os seus símbolos em seixos com o próprio sangue. Todavia, seja qual for o meio de adivinhação rúnica aplicada, sempre deverá ser precedido por um momento de introspeção e concentração para que a sintonia do interlocutor em relação ao campo rúnico possa se estabelecer e que a energia flua corretamente entre os dois pólos estabelecidos. A simbologia rúnica é o portal que se abre para nos conceder acesso ao subconsciente. A pergunta formulada pelo consulente deverá ser clara e objetiva, como : A QUESTÃO É O MEU CASAMENTO. – ou A QUESTÃO É A SAÚDE. etc. A resposta do oráculo sempre será uma revelação direta, porém envolta em sutilezas que farão com que o interlocutor se auto-analise e mergulhe no fundo de seu ser. A própria raiz da palavra Runa, o “ru”, em língua germânica arcaica, é sempre ligado a segredos e mistérios ou a algo muito confidencial. Runwita era um sábio ou conselheiro do rei, conhecedor de todos os “segredos”. Runa em alemão arcaico tem o mesmo significado que “raunen” em linguagem atual e quer dizer sussurrar ou confidenciar. O “roun” dos escoceses antigos e o “rún” da Islândia tem a mesma conotação, sempre associado a mistérios e segredos.
Na ocasião em que a atual Grã-Bretanha foi colonizada pelo anglo-saxãos, existiram alfabetos rúnicos com o número de símbolos diferenciados (28 letras e posteriormente 29.) Na região norte da Inglaterra, acima do rio Humber, um pouco mais tarde haviam 33 símbolos. – O verdadeiro alfabeto, que além de ser a base para as escritas nórdicas e teve seu uso em magias, rituais e oráculo é o F U TH A R K , composto de 24 símbolos, agrupados em 3 “aetts”, ou seja, conjuntos de 8 letras cada, lidas da direita para a esquerda.
O primeiro “aett” corresponde às Runas Fehu, Uruz, Thurisaz, Ansuz, Raido, Kano, Gebo e Wunjo e a sua regência é de Freyr e Freyja, divindades da fertilidade e da criatividade.
O 2º grupo de “aetts” é composto de Hagalaz, Nauthiz, Isa, Jera, Eihwaz, Perth, Algiz e Sowelu. regidas por Hemdal e Mordgud , respectivamente o Deus da proteção pessoal e a Deusa, guardiã das entradas para os mundos subterrâneos.
O 3º “aett”, tem a proteção do Deus Tyr e de sua companheira Zisa. São entidades guerreiras que em especial, resguardam a autodefesa do individuo. As Runas são: Teiwaz, Berkana, Ehwaz, Mannaz, Laguz, Inguz, Othila e Dagaz.
Respostas de 17
Mas e quanto ao Uthark?
Existe um alfabeto “criado” por Guido Von List conhecido como “Armanen runes”. Será que este alfabeto rúnico possui alguma validade – sei lá, histórica –, ou é apenas uma invencionice? Fico meio na dúvida.
@MDD – Ele é um sistema fechado nele mesmo. Tem validade, mas não está diretamente relacionado com as Runas FUThARK.
Me lembrou do 13º Guerreiro, que por acaso é uma história real sobre uma ligação das culturas árabes e nórdicas (Um diplomata árabe que é enviado para território viking). Algum texto místico relacionado para citar MDD?
Queria muito entender essa história melhor, quem poderia ter influenciado quem?
Excelente texto!
Gostei do texto, mas achei um pouco mais superficial, vc pode citar fontes de informações mais profundas?!
Parabéns pelo site tem outros ótimos textos
@MDD – O único livro de Runas que eu gostei realmente chama-se “Mistérios Nórdicos”, da Mirella Faur.
Caramba, não sabia que o Del Debbio era tão cabeçudo, pra mim ele era apenas um curioso no ocultismo, o cara é fera de verdade gnt !!!! Del Debbio, ta de parabens, sou Ruanamal a alguns anos, e seu texto é perfeito, da pra perceber que você domina o assunto de verdade ! Parabens ótimo Texto !
@MDD – mas eu continuo sendo um curioso no Ocultismo… há uns 20 anos…
Tio Debbio,
Bem que você poderia atualizar a sessão de “Livros recomendados” para leitura, seja para leigos curiosos, quanto para quem já possui algum conhecimento básico sobre determinados temas, e gostaria de aprofundar-se nos mesmos.
De quebra, aumenta o número de posts úteis na Categoria Livros, que infelizmente está parada. Adoro ler, principalmente para adquirir conhecimentos novos, que, em maior ou menor grau, aplico no meu dia-a-dia, assim como muitos que leem o TdC, mas, infelizmente, devido à falta de tempo, não consigo buscar novas fontes e novas indicações de livros úteis para serem lidos (assim como muitos aqui, novamente, e provavelmente), ao menos nesses temas diversos que você posta.
Abraços,
Força e Luz.
Leandro (Agora que reparei, as vezes posto como Leikun e como Leandro, dependendo do computador que estou, e meus dados registrados xD)
DD, quando você se refere ao alemão arcaico está se referindo ao Sütterlin? Pergunto porque um dia tive contato com esse alfabeto nas aulas de alemão e no mesmo instante a imagem das Runas vieram na minha cabeça! Você saberia dizer se existe alguma relação entre o Sütterlin e as Runas?
(http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%BCtterlin)
@MDD – Nao. sao coisas diferentes. Nao acredito que tenham relação um com o outro (nunca vi conjuntos de runas com Sutterlin, pelo menos).
MDD, quanto ao material utilizado para a fabricação das runas a Mirella Faur em “Mistérios Nórdicos” é bem enfática em dizer que as lâminas com runas só servem para o treinamento da memorização e o material deve ser o tradicional: pedras, madeira ou metal. Agora, existe alguma razão prática nessa recomendação ou é apenas para manter a tradição?
@MDD – Runas são um oráculo da Terra… o oráculo correspondente do ar é o Tarot. Cartas Rúnicas podem ser usadas magisticamente como o elemento AR dentro do elemento TERRA, ou seja, para meditações que envolvam materializar e concretizar as idéias (que idéias? aquelas expressas nos símbolos rúnicos que estiverem nas cartas). Fora isso, é apenas para manter a tradição.
Interessante. Se o Tarot é o oráculo do Ar e as Runas o oráculo da terra, quais seriam os oráculos da Água e do Fogo?
@MDD – O Cladeirão/Espelho d´água e a Piromancia. São Oráculos Intuitivos e sensitivos.
Marcelo, vi na Wiki algo sobre Brandrunar, já li o livro da Mirella Faur (ótimo por sinal), mas lá quase não fala sobre esses amuletos, apenas cita alguns no decorrer da descrições de algumas runas. Onde posso encontrar mais informações sobre?
@MDD – No meu curso hauahauahaua… sério. Não existe nada escrito sobre isso. Os Brandrunars aprendem a inscrever seus amuletos através da magia rúnica e quando você entender como funciona, verá que não faz muito sentido colocar isso em livros, pois as possibilidades de uso são muito grandes.
#fuuu XD
haha, então vou ter que dar um jeito de ir no seu curso antes de 2012 kkkk =)
vlw MDD!
E o Jogo de Búzios é relacionado a que elemento?
@MDD – Terra e Água.
Runas seriam o mesmo que mantra oriental?
@MDD – não. São duas coisas completamente diferentes. Runas são entalhadas, Mantras são vocalizados.
DD, bom dia !
Quanto as runas em si, é melhor faze-las ou compra-las e consagra-las ? no caso de faze-las, escrever com tinta ou sangue ? no caso com sangue, não há risco de alguma entidade nao bem intencionada predar a energia, ou por se tratar de pequena quantidade nao ha risco ? ou algum ritual de isolamento resolve ?
Obrigado !!
@MDD – Tudo na magia é melhor que você mesmo faça… mas se você é como eu, sem habilidades artísticas, então terá de comprar ou ganhar as coisas prontas. Tinta consagrada.
Bom dia Marcelo.
No livro Mistérios Nórdicos é mostrado um ritual de proteção chamado Escudo de Algiz que me pareceu ser um RMP, mas adaptado usando o simbolismo das runas. Este ritual, se feito corretamente, teria a mesma eficácia de um RMP?
Obrigado.
Bom dia Marcelo.
Achei um livro sobre runas, “O Livro de Runas”, de Ralph Blum. Já ouviu falar? Sabe dizer se as informações são válidas?
@MDD – O livro é fraquinho demais, cheio de erros e invencionices. Se tiver de pegar um livro sobre runas, procura pelo da Mirella Faur.
Já li o livro da Mirella Faur, achei muito bom!
Obrigado pela resposta.