Arrebatamento e a Experiência Religiosa


“Você realmente acredita que um dia você vai ser julgado?”
Relato do meu colega Rodrigo Ferreira.
Há uns poucos meses atrás assisti a um vídeo que consistia num trecho de um sermão de um pastor de uma igreja batista dos Estados Unidos. O vídeo era muito bem editado, com efeitos visuais de qualidade e tudo o mais, e o sermão do pastor muito bem executado. A entonação da voz, os recursos visuais, tudo colaborando para alcançar certas reações no expectador. Eu não sei bem o que eu estava fazendo assistindo aquele vídeo, mas quando eu ligo o computador e acesso a internet normalmente é assim que funciona: eu começo com uma página e vou navegando… Em algum ponto eu já estou com mais de 20 páginas abertas sem fazer a menor ideia do que eu estava querendo em primeiro lugar.
Antes de continuar meu relato preciso esclarecer: não sou cristão, não sou sequer religioso e só não sou ateu porque acho um pouco demais afirmar que Deus não existe considerando o pouco que sei sobre o que há lá fora. Então não esperava que minha reação ao vídeo fosse nada além do usual “Ai, quanta bobagem… Isso não faz o menor sentido.”

Comecei, então, a assistir ao vídeo muito cético e qual não foi a minha surpresa quando, mais ou menos no meio do vídeo, comecei a me debulhar em lágrimas. Eu chorava feito uma criança, soluçante, as lágrimas descendo pelo meu rosto copiosamente e cada nova frase do pastor me fazia chorar mais.
Por alguma razão parecia que aquele choro estava entalado em mim há muito tempo e devia ter muita coisa contida porque eu não conseguia parar de chorar. Mesmo depois do término do vídeo eu continuei chorando. Se você perguntar por que eu chorava, eu simplesmente não sei responder, mas sentia como se algo muito maior do que eu tivesse me acertado em cheio e feito transbordar em mim um sentimento de pequenez para o qual a minha única reação era me encolher e chorar. Eu pensava nas mazelas do mundo e chorava; eu pensava na vida e chorava; eu pensava em mim mesmo e nas pessoas que eu amo e chorava. Era um choro de felicidade, misturado com um choro de deslumbramento… Era um choro de arrebatamento. Eu me sentia, de fato, arrebatado. Tomado por algo muito maior do eu e posto frente a frente com a minha insignificância.
Provavelmente, se eu estivesse em uma igreja ouvindo o sermão, ao invés de estar em casa sentado na frente do meu computador, eu seria recolhido para o grupo dos “tocados pelo Espírito Santo”. Mas ao invés de ir procurar um líder religioso de qualquer natureza, fui ao encontro de um grande amigo meu que acredita em Deus, mas que tem um senso crítico muito apurado, uma clareza mental que eu admiro muito e que me conhece muito bem. Eu pensei “Se tem alguém que pode me ajudar a colocar a cabeça no lugar, é ele”. Fui andando pela rua em direção a casa dele ainda chorando. Eu já nem me lembrava do vídeo exatamente, mas as portas estavam abertas, minhas guardas foram suspensas e eu estava completamente vulnerável. Chorando sem parar no meio da rua, no melhor estilo novela mexicana eu seguia andando em direção a casa do meu amigo com um questionamento na cabeça “Será que eu sou Cristão sem saber?”.
Agora eu faço uma pausa no meu relato pra me explicar: não quero parecer nem extremamente idiota e nem extremamente cético. Não gosto de extremos, acho sempre que o bom caminho é o do meio. Pois bem, quando eu disse que não sou religioso, isso não quer dizer que religiões não me interessam. Pelo contrário, me interessam e muito. Todas as questões existenciais profundas que as religiões procuram responder são questões que também ocupam bastante a minha cabeça, só que eu nunca encontrei até hoje uma religião que as responda de uma forma suficientemente satisfatória para mim. Algumas respostas até me satisfizeram durante certo tempo, mas não demorou muito para que elas se juntassem ao monte de verdades não tão verdadeiras assim. O fato é que eu nunca cheguei a sentir que eu estava certo de nada. Talvez a busca por certezas seja a busca errada, mas isso é papo pra outra reflexão… Enfim, o que quero dizer é que eu não sou tão cético assim a ponto de achar que não existe nada metafísico por aí, mas também não sou tão idiota a ponto de acreditar em qualquer fantasma de lençol.
Alguma coisa naquele vídeo me acertou em cheio por alguma razão e o meu amigo me ajudou a vislumbrar o que poderia ser. Quando cheguei à casa dele, sentei-me ao sofá e contei o que havia acontecido. Eu falava ainda chorando, na expectativa de que depois de me ouvir ele me dissesse algo que fizesse sentido, porque o que eu tinha vivenciado até então não fazia muito.
— Você tem consciência de que este tipo de material é feito exatamente com o objetivo de provocar esta reação nas pessoas? — ele disse.
Eu parei de chorar e pensei por uns instantes.
— Não sei… Acho que não. Quero dizer, eu achei que tinha assim que comecei a assistir ao vídeo, mas aí eu comecei a chorar e esqueci-me disso.
— Pois é, mas você sabe que conhecer o processo não te torna imune a ele, não é mesmo?
— É, eu acho que acionando os gatilhos certos, mesmo que nós conheçamos os gatilhos não dá pra evitar a reação. — minha cabeça começava a voltar para o lugar certo.
— Exatamente. Olha, se você me disser que essa sua reação ao vídeo realmente fez você sentir algo pelo que você estaria disposto a mudar a sua vida, a forma como eu vou tratar isso vai ser outra completamente diferente, mas eu duvido que este seja o caso…
— É, acho que concordo com você, mas… Mas você viu o vídeo? Você não sentiu nada?! Quer dizer, eu já vi vídeos assim e eu nunca reagi desta forma.
— É, mas você nunca havia visto vídeos deste tipo em inglês, né?
— É, acho que não. Você quer dizer que pelo fato do vídeo ser em inglês ele pode ter me acessado de uma forma diferente que as mesmas coisas ditas em português?
— Também. O fato é que o vídeo é criado exatamente com este intuito. Essas pessoas são treinadas para colocar outras pessoas exatamente neste estado em que você se encontra. Elas não fazem isso por acaso, elas sabem o que estão fazendo e fazem muito bem.
— Entendi.
— Assista ao vídeo de novo e me diga o que você sente, ok?
— Tá.
Um pouco hesitante, assisti novamente ao vídeo. Confesso que ainda senti alguma coisa, mas não com a mesma intensidade que antes. Não senti vontade de chorar. Minha cabeça já estava enxergando as coisas através de outro prisma.
— Você percebeu sobre o que é o vídeo? — meu amigo acrescentou assim que terminei de assistir.
— É… Não sei. Várias coisas, né?
— Não, este vídeo é sobre Julgamento Final. Agora, a pergunta interessante é: você realmente acredita que um dia você vai ser julgado?
Fiquei em silêncio refletindo durante algum tempo.
— Sei lá, parece que sim…
Fiquei mais um pouco lá na casa dele vendo uns vídeos besteirol no Youtube pra me distrair e voltei pra casa com a questão na cabeça. Será que eu realmente acredito que um dia serei julgado?
Aqui cabe uma diferenciação entre crença ostensiva e crença oculta, uma teorização minha, muito incipiente e baseada unicamente nas minhas próprias reflexões. Se alguém já escreveu sobre isso, eu ainda não li o suficiente pra saber.
Vou pegar emprestada a definição de “crença” do Houaiss:
Crença: sub. fem. ato ou efeito de crer. 1) estado, processo mental ou atitude de quem acredita em pessoa ou coisa. 2) fé, em termos religiosos. 3) convicção profunda. 4) opinião manifesta com fé e grande segurança.
A crença exite na esfera mental e se manifesta no domínio físico observável através das atitudes das pessoas. Sabemos que muitos dizem acreditar em certas coisas, mas não agem de acordo, então também é possível que alguém diga não acreditar em algo, mas aja como se acreditasse. Presumindo que são as crenças pessoais íntimas que norteiam as atitudes de uma pessoa, alguém que ostente uma crença, mas tenha atitudes em desacordo com esta, tem também uma crença oculta, ou seja, não ostensiva, que é mais verdadeira do que que a crença ostentada, já que é essa crença oculta que norteia as atitudes daquela pessoa. Essa crença oculta pode ser oculta somente para os outros, mas muito clara para a pessoa, que esconde conscientemente sua crença, seja lá por quais motivos. No entanto, esta mesma crença pode estar ocultada até mesmo do próprio crente, que não faz a menor ideia de que crê no que crê, até que algo aconteça e ele tome uma atitude automática que seja concordante com a crença oculta e esta se torne de algum modo evidente. Naturalmente, uma crença ostensiva pode estar de acordo com as atitudes, isto é o que se espera. Neste caso temos uma crença consistente por se manter coerente em face as atitudes daquele que a sustenta. No caso de crença e atitude discordantes, temos, analogamente, uma crença inconsistente.
Devemos entender essas relações entre crenças e atitudes como algo fluido e em perpétuo movimento. As crenças de uma pessoa mudam no decorrer da vida e as atitudes de alguém também são afetadas por outros fatores que não unicamente as crenças do ator. Minha análise equivale a análise de uma fotografia, que é uma paralização no fluxo usual do tempo. Do mesmo modo que analisar uma fotografia não implica na compreensão do tempo, minha análise não tem a pretensão de ser capaz de avaliar a complexidade do sistema de crenças humanas, mas me serve na compreensão deste caso pessoal em particular.
O que ocorreu comigo foi que eu me deparei com uma de minhas crenças ocultas. Assim como a pessoa que se diz supersticiosa e se desespera ao ver um chinelo virado, eu me professo não religioso, não cristão, mas acredito sim, em algum grau, que pode ser muito mais relevante do que eu imagino, que um dia serei julgado por Deus, ou por algo muito maior do que eu, que sabe tudo o que faço e o que penso o tempo todo.
A principal questão que surge a partir desta constatação é: que controle eu tenho sobre o que eu mesmo acredito?
Sinceramente, eu não sei. E acho que esta é uma daquelas perguntas que serão sempre perguntas. Algumas coisas simplesmente não tem resposta, ou não tem apenas uma resposta. Talvez a busca por certezas seja mesmo uma busca errada, mas, como eu já disse, isso é papo para outro reflexão.
Rodrigo Ferreira é programador visual e estudante de psicologia.
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Igor Teo é psicanalista. Encontre mais do autor aqui

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Respostas de 49

  1. Paz profunda, Rodrigo.
    Já me peguei em situações muito parecidas com a que você disse. Certa vez eu estava conversando com um amigo a respeito da “crença” que eu dizia praticar na época. Ele me respondeu: “Você acredita mesmo nisso?” Essa pergunta me martelou por uns meses até eu entender que eu simplismente não acreditava no que apregoava. Percebi uma série de contradições que tornavam minha fé impraticável.
    Quanto ao julgamento, eu caí numa questão fundamental que era o limiar do destino e do livre arbítrio, e passei a considerar o julgamento injusto.
    Então me permiti mudar de crença. Hoje, respeito muito quem me diz: “Vai com Deus, Deus abençoe ou ainda Graças à Deus”. Porém sei que o Deus deles não é necessariamente o meu.
    Se te ajudar e trazer paz para tua alma, permita-se. Erros todos cometem, e sem eles, não se aprende. Errar voluntariamente é querer sofrer, mas tentar com vontade é o que há de mais divino.

    1. André,
      Essa foi apenas uma das minhas experiências místico/espirituais, se é que posso chamá-las assim. Não foi a primeira e espero que não seja a última. E também já tive uma experiência semelhante a sua. Só que no meu caso, quando a pessoa me fez pensar sobre o que eu dizia acreditar, quando ela pôs tão facilmente em dúvida a minha crença e a fez parecer ridícula, a minha reação interna imediata foi sentir uma forte vontade de agredi-la. Isso foi muito surpreendente para mim e foi o que mais me fez pensar a respeito da minha crença. Eu me lembro de pensar “Nossa, é tão fácil… É tão fácil perder o controle. Por mais racional e sensato que eu me considere eu não consegui deixar de sentir vontade de agredir uma pessoa, só porque ela questionou o que eu acreditava…”. Naquele momento, naquele segundo em que eu pensei tanta coisa eu entendi o tipo de sentimento que pode fazer alguém praticar violência (seja lá de qual tipo for) por causa de uma idéia. Pode parecer estranho, mas eu sempre me senti tão pouco apegado a ideias, sempre flutuei entre esta e aquela opinião com tanta facilidade, que para mim aquele sentimento era muito novo e me fez avaliar muitas coisas.
      Obrigado pelas palavras de apoio. 🙂
      Abs.

  2. achei um ótimo texto, muito bem redigido e relata uma experiencia bem interessante.
    você que é estudante de psicologia deve conhecer este processo muito melhor do que eu e deve até mesmo saber um nome técnico para isso. Acho que antes de mais nada, o processo pelo qual você passou é um processo de auto-conhecimento e já vi relatos muito parecidos com o seu, mas que não envolviam um tópico espiritual em si, mas outros assuntos como a sexualidade, por exemplo.
    Eu mesma passei por isso uma vez. Sempre me considerei heterossexual e sempre tive namorados. Mas uma vez eu acabei ficando com uma amiga minha. A coisa foi muito natural e nenhuma especie de rotulo veio na minha cabeça enquanto estava acontecendo. Só depois que aconteceu tudo que eu comecei a “dar nome as coisas”, a cogitar qual era minha orientação sexual e afins…. O que eu quero dizer com esta experiencia que passei, comparando com a sua que vc relatou, de que a gente cria uma identidade para a nós mesmos ao sabor das exigências que o grupo social que a gente convive pede. Tipo, qualquer um com alguma pretenção intelectual vai se posicionar como anti-religioso, no sentido marxista do termo – o ópio do povo. e por ai vai. só que a gente, com o tempo, acaba acostumando com esta máscara que a gente “conscientemente” cria pra gente e ignora várias coisas que estão acontecendo no nosso “subconsciente”. As vezes a gente até percebe “conscientemente” algum dos nossos impulsos “inconscientes”, por exemplo, eu sempre achei o corpo feminino muito bonito e gostava de apreciar belas fotografias de mulheres nuas. Mas eu nunca me dei conta que isso era alguma manifestação de minha sexualidade. Como eu disse, eu sempre tive namorados.
    Eu acho que essa contradição da imagem que temos de nós mesmos e o que está ocorrendo lá no nosso lado mais obscuro é um assunto que agradaria muito a Clarice Linspector 🙂

    1. Aline…Sei o quanto vou me expor a críticas e sei que minha resposta ao seu comentário pouco ou nada tem a ver com o texto proposto, mas exponho aqui um ponto de vista meu a respeito de sexualidade já que vc o ligou com a experiência descrita no texto, tal qual o mesmo a descreve (deslumbramento místico-espiritual). Vc afirma Aline, que esse ‘deslumbramento’ é análogo à experiência que Vc diz ter tido ao ‘descobrir’ sua suposta ‘ orientação sexual’…A seguir exponho alguns pensamentos e me coloco à sua disposição no e-mail abaixo caso queira discutir o assunto mais a fundo…Peço antecipadamente desculpas caso meu texto a impressione ou ofenda…>>>O que chamamos comumente de ‘sexualidade’ nada mais é do que a manifestação periódica de sensações de cunho libidinoso (libidinoso aqui no sentido natural e portanto saudável de impulso físico biológico e fazendo parte de um sistema maior e inter-relacionado é portanto natural e saudável…), Assim temos a libido masculina (Em relação a mulher) como desejo de posse e abarcamento físico e essa é a ÚNICA E VERDADEIRA SEXUALIDADE e não há outra…Todas as demais supostas sexualidades NÃO EXISTEM…(…) O que afirmo aqui é que aquilo que as pessoas comumente chamam de sexualidade feminina não existe de forma real e concreta e não é ativa nem eficaz (Ou seja não produz frutos nem gera energia emocional, física e social efetiva …) A assim chamada ‘sexualidade feminina’ é meramente uma resposta, uma reação, um reflexo e um espelho da ÚNICA e VERDADEIRA sexualidade efetiva; que é a SEXUALIDADE MASCULINA…Portanto a libido feminina trabalha no sentido de RESPONDER à libido masculina, tal qual o combustível responde ao calor e gera e perpetua a combustão…Dito isto deduz-se obviamente que qualquer manifestação de cunho sexual feminino que não seja essa resposta à ação sexual do homem (não machista) trata-se na verdade de uma PERVERSÃO da real sexualidade humana (Ação masculina e resposta/reação feminina), perversão aqui no sentido de desvio ou ação deturpada do caminho original…Assim, afirmo que não pode haver sexualidade feminina real e muito menos sexualidade homoerótica e menos ainda homossexualidade…RESUMINDO: Há apenas UMA sexualidade real, efetiva e concreta (A sexualidade masculina)…Aquilo que chamamos comumente de sexualidade feminina não existe de forma real e efetiva, ela é apenas uma RESPOSTA À ÚNICA SEXUALIDADE EFETIVA QUE É A MASCULINA…Todas as outras formas de expressão sexual que não a Masculina/Resposta Feminina são PERVERSÕES não apenas da assim chamada sexualidade heterossexual mas de uma forma muito mais profunda e abrangente, da sexualidade humana e dos processos psico-físico-emocionais do homem e da mulher…Voltando ao tema proposto pelo texto em questão na página, fica fácil deduzir pela explicação dada que é impossível correlacionar qualquer evento interior místico/espiritual com a expressão sexual da pessoa humana já que esta é apena uma parte psico-fisiológica da mesma, tendo a parte psico-espiritual uma abrangência praticamente ilimitada no mesmo ser humano…(Amigo_virtual_p.g.l@hotmail.com)
      @Teo – Paulo, não pretendo entrar em discussão no momento sobre sexualidade, pois quero entrar nisso em um post mais tarde. Mas para teorias psicanalíticas, sexualidade não se restringe a atividade procriadora. Há sexualidade (busca por obtenção de prazer além das fronteiras do “eu”) até em atividades que consideramos comuns. Se afirmarmos que a sexualidade feminina é só uma resposta a sexualidade masculina, ficamos sem argumentação para justificar o narcisismo em uma mulher, por exemplo. Acredito que todo erotismo é verdadeiro para o indivíduo que o experimenta. A sexualidade é um campo muito vasto que não dá para resumir em respostas entre homem-mulher, e peversões são naturais mesmo que anormais.

      1. entendo seu ponto de vista, e conheço algumas escolas que defendem exatamente – ou quase – o que você disse. Não discutirei este tópico, não porque eu não o ache válido, mas porque fugiria ainda mais do que era realmente meu foco no meu comentário.
        Talvez eu eu tenha usado um péssimo exemplo, mas um dos tópicos centrais do texto era “crença oculta”; algo que seu eu consciente e a identidade que você cria pra você – conscientemente ou não – sequer imagina que exista. Pensando nesse “padrão”; eu lembrei de algumas experiencias que me relataram que em determinadas circunstancias propícias, alguma coisa se manifesta no individuo que ele sequer imaginava que lhe era possível aquilo. Quando aconteceu comigo, foi algo tão natural e expontaneo que parecia que eu já tinha feito aquilo diversas vezes; não tinha o estranhamento, aquela sensação de estar “entrando no escuro” que toda nova experiencia traz. E isso me assustou depois e me fez levantar diversos questionamentos sobre mim mesma. Novamente, sei que este exemplo, assim como outros que me relataram não tem nada de espiritual para ser comparado diretamente a experiencia da “crença oculta”. Mas estou comparando a questão de ser algo que estava lá o tempo todo e só você não viu ou criou um bloqueio para expressá-lo.

        1. Acho q você já deve ter tido esses tipos de experiência a muito tempo atras ;]
          vai saber…

          1. Talvez eu tenha tido… Se eu pensar em vidas passadas ou, até mesmo nessa vida só que de uma forma inconsciente. Por que o estranho é a naturalidade que a coisa aconteceu, como se fosse algo habitual, mas ao mesmo tempo isto era a primeira vez. Talvez ao longo da minha vida até aquele momento, sem eu me dar conta daquilo, conscientemente, eu já fui construindo um background que permitia que na hora certa isso se manifestasse de tal maneira. Como o tema central do tópico, com certeza ele tinha aqueles valores cristãos arraigados nele para que ele se comovesse com o filme. É impossível que tal comoção ocorra sem este background. E isso nos assusta muito porque mostra claramente como o inconsciente existe, é poderoso, e ta se movendo lá nas sombras sem que você perceba e tenha controle e, o que será que ele tá preparando dessa vez? O que será que ele tá escondendo? Ou, se agente tem algum controle ou influencia, o que a gente tá construindo no inconsciente que pode vir a tona a qualquer momento? Será que é só eu aqui que acha este assunto assustadoramente excitante?

        2. Aline,
          Pelo contrário, seu exemplo foi ótimo! Você captou exatamente a idéia central do que eu escrevi. A natureza das experiências é diferente, é claro, mas o conceito central é o mesmo.
          🙂
          Abs.

      2. @Paulo G.:
        Sexualidade, assim como religião e crenças, é algo de foro exclusivamente íntimo, podendo ser exposto pelo indivíduo que adota determinada posição sexual com o direito de não interpelação pelos demais, quando a estes não causar dano.
        Portanto Paulo, você dizer que homosexualismo, que é algo que caminha há MILÊNIOS com a humanidade, e por que não, há muito mais tempo entre outras espécies, é uma “PEVERSÃO” da sexualidade, é no mínimo algo condenável.
        Achei muito honesta, sincera e humana a posição da Aline de expor sua experiência fazendo um paralelo místico com a situação, pois é deste tipo de coisa que nós, humanos e pessoas normais, somos feitos.
        Qualquer tipo de argumento que vá em outra direção é moralismo barato, muitas vezes manifestado por pessoas que sequer tem uma visão própria do mundo, da vida e do universo.
        E para ficar claro, e também para evitar que alguém diga que eu porventura tenho posicionamento tendencioso acerca do assunto devido a minha orientação sexual, sou hétero, nunca me relacionei nem tenho vontade de me relacionar com homens, mas respeito aqueles que tem este impulso em sua natureza. O mundo já tem fatores desagragadores demais, e afirmo com convicção que a sexualidade, seja ela qual for, é uma manifestação natural não apenas do ser humano, mas de todos os seres, pois em última instância, quando exercido de modo saudável, denota a troca, o afeto, companheirismo e a partilha emocional entre os mesmos durante a experiência da vida.
        Dito isto, fica aqui minha sincera admiração pela sinceridade da Aline, e que ela tenha mais que a liberdade, mas sim o DIREITO de exercer e expor sua sexualidade da forma que melhor lhe convém, respeitando, é claro, o direito dos outros.

        1. Pseudo-Cético…Antes de responder ao seu comentário, deixo claro que meu objetivo aqui é clarear, orientar e nunca julgar ou ofender deliberadamente a quem quer que seja; Até pq esse assunto costuma gerar muitas controvérsias…Deixo claro também que o texto que escrevi nada tem de “Teoria de sexualidade” ele está embasado na mais pura realidade do homem…01- Se sexualidade fosse questão apenas de foro íntimo, os assim chamados homossexuais não teriam tanta necessidade de “saírem do armário” e serem “aceitos pela sociedade” promovendo até passeatas onde procuram convencer aos outros e talvez a si mesmos de que a natureza sexual é elástica e passível de mudanças sem nenhuma consequência drástica posterior, ou seja; a prática homossexual é apenas mais uma forma de manifestação sexual como qualquer outra(Assim pensam…Assim dizem)…02-Roubo, assassinato e guerras…Tais práticas também caminham a milênios com a humanidade e nem por isso podem ser classificadas de corretas, saudáveis ou dignas de leniência…03-É impossível fazer um paralelo correto entre uma experiência mística e práticas sexuais, pq a rigor a experiência mística exige entre outras coisas, a ELEVAÇÃO DA MENTE E DO ESPÍRITO HUMANOS em oposição às sensações sexuais que são basicamente o domínio da parte sensitiva e instintiva do corpo humano(Ainda que saudáveis e naturais)…Em geral as duas coisas estão em OPOSIÇÃO UMA À OUTRA e não raro as práticas sexuais ILÍCITAS estão fortemente ligadas a coisas como EGOÍSMO, INDIVIDUALISMO, MATÉRIA CARNAL E PERVERSÃO SEXUAL e combatem fortemente contra aspectos espirituais como o COLETIVISMO, FRATERNIDADE, DIGNIDADE FEMININA, CASTIDADE, ELEVAÇÃO MENTAL, ESPIRITUALIDADE, ETC…04- Não aceito que o que eu tenha postado aqui possa ser classificado como moralismo barato, uma vez que ‘moralismo’ e ‘barato’ no sentido de coisa sem valor, são palavras rivais e opostas. Há coisa mais moralista que a gestação de uma criança? E no entanto ela acontece devido ao sexo…Todos nós fomos gerados graças ao sexo…É por isso que o sexo é e sempre será UM TABU, SAGRADO E ENVOLTO NUMA ÁUREA DE MORALIDADE ABSOLUTA…Se eu não tivesse uma visão própria do mundo da vida e do universo, jamais teria escrito o meu comentário pois sei o quanto ele é abrangente e profundo…(Prova disso é sua reação a ele…) 05-A manifestação da sexualidade só é natural, saudável e construtiva quando embasada pelos princípios corretos da mesma(Ação sexual masculina/Resposta feminina), Todas as outras formas de expressão sexual são PERVERSÕES que ao contrário do que vc afirma, têm como principal característica a DEGRADAÇÃO DA DIGNIDADE HUMANA JÁ QUE COMO JÁ AFIRMEI, TODOS FOMOS GERADOS GRAÇAS AO SEXO…Mas postando esse tipo de comentário sei que há o perigo de que eu possa influenciar negativamente no sentido de que se confunda PRÁTICA com PRATICANTE…Podemos condenar a prática, mas jamais expurgar, JULGAR OU CONDENAR O PRATICANTE…A abordagem do cristão relativa aos homossexuais e lésbicas deve OBRIGATORIAMENTE SER DE RESPEITO, ACOLHIDA, FRATERNIDADE E CARIDADE, sem no entanto compactuar com a prática perniciosa e degradante do homossexualismo…Amigo_Virtual_p.g.l@hotmail.com

      3. Com todo respeito, não existe tal coisa como “ÚNICA E VERDADEIRA SEXUALIDADE”.
        Há impulsos libidinosos masculinos e femininos, com variações de indivíduo para indivíduo, em todo ser humano, saudável ou não.
        No meu pequeno entendimento das coisas, a sexualidade é algo bem menos maleável e sujeito ao esquema crença ostensiva/oculta…sei lá, como dizem:
        ‘cada um sabe onde o calo aperta’ …

      4. Oi, Paulo!
        Gostei muito do seu comentário e, como estudante e praticante de ocultismo tradicional ocidental, concordo completamente com o seu ponto de vista.
        Acho que a maioria das pessoas não entendeu muito bem o que voce escreveu porque não percebeu que o seu ponto de vista é baseado no ocultismo tradicional ocidental (mais especificamente, a astrologia tradicional, estou correto?), e não nas teorias psicológicas modernas.

        1. Henrique Monteiro…
          …Agradeço por ter lido meu comentário…Sou adepto do
          CRISTIANISMO, Sou católico e não estudo ou pratico nenhum tipo de ocultismo, embora me interesse muitos por assuntos ligados à psique e comportamento humanos. A base desses conhecimentos é a BÍBLIA SAGRADA CATÓLICA, além de algumas obras de uns padres católicos e lógico, de muita observação, meditação e interesse pessoal por esse tipo de assunto. Não consegui entender a relação que Vc estabelece entre a astrologia e esses assuntos….Eu acharia legal se Vc pudesse expor seus pontos de vista a respeito…Se quiser mande um e-mail ou pode ser por aqui mesmo firmeza? É nóis….ABRAÇO!!! Amigo_Virtual_p.g.l@hotmail.com

    2. Aline…Também acho esses assuntos relevantes e claro, interessantes…Sempre que posso e tenho um tempinho procuro entrar em contato com eles…Deixo aqui mais alguns comentários a respeito desses assuntos e estou à disposição caso Vc queira discutir esses tópicos e pode ser por aqui mesmo…ABRAÇO!!!

      1. O vídeo é emocionante mesmo. Começa com “God’s Wrath” e tem todo um trabalho visual pra botar medo que junto com a entonação do discurso do pastor funciona muitíssimo bem.
        Os argumentos que ele escolheu também são really sharp e eu pensei quando vi: “eita porra! agora eu sei como um peasant medieval se sentia!” É um discurso agressivo totalmente baseado no medo.
        Isso me levantou alguns pontos. Alguém ai num comentário mencionou que muitos dos “anti-teístas” de hoje, que se consideram ateus, tem uma postura fundamentalista contra as religiões, uma postura baseada no ódio que pode ser fruto de um trauma em uma existência anterior. Isso faz muito sentido se você pensa na teoria básica sobre reencarnação e, segundo o que eu li sobre astrologia Kármica, seu signo lunar hoje foi o seu signo solar na existência anterior… Mais do que isso, uma vez que a lua rege o inconsciente e as emoções, isso poderia explicar pq determinadas experiencias que parecem terem sido arquivadas mas de alguma forma estavam perfeitamente construidas, apenas em “stand by”, e vem a tona em determinados momentos.
        apesar de ter considerado o video “emocionante”, ele não surtiu em mim nada do efeito que vc relatou. acredito que isso deve ao fato de que eu não compartilho a crença, que é um background necessario para o efeito do arrebatamento. Eu conheço razoavelmente a biblia mas não leio ela como um cristão (cristão leia-se não os ensinamentos de cristo em si, mas toda uma ideologia construida ao longo de seculos a partir dos mesmos).
        Isso tudo me lembra da importancia que um magista tem de levar em consideração para todo e qualquer trabalho magico de pesquisar o maximo possivel sobre determinado assunto para que a magia surta melhor efeito. Já que uma vez que estamos materializando uma determinada energia-experiencia, a gente precisa ter, digamos, umas pontas materializadas da mesma aqui para o efeito ser consideravelmente maior.

        1. Também assisti o vídeo, e realmente não consegui sentir esse arrebatamento. Acho que é porque eu fui já “preparado” pelo texto para alguma tentativa de mexer com as minhas emoções, portanto, não me deixei “contaminar”. Não tenho ideia de como seria o efeito em mim se o assistisse desavisado.
          Mas senti realmente a força de mexer com nossos medos mais íntimos, a velocidade com que as letras são jogadas na sua cara (o que não me impediu de pegar um erro no texto: “citdael” não, é CITADEL #grammarnazimode), o tom do tal pastor, como se ele realmente estivesse sofrendo por VOCÊ, e não por qq outra pessoa, a voz entre raivosa e chorosa etc etc etc. Se eu estivesse emocionalmente fragilizado, desavisado ou algo do tipo, o efeito poderia ser totalmente diferente (ou não).

  3. O depoimento é muito interessante realmente.
    Se leram “Variedades da Experiência Religiosa” de William James, acho que conhecem a teoria dele que fala sobre o “arrebatamento instantâneo” já vir sendo construído no inconsciente ao longo do tempo, e precisa apenas de um “gatilho” para ser liberado.
    É exatamente em cima desse tipo de arrebatamento que muitos pseudo-religiosos trabalham, pois é uma oportunidade ideal para “fisgar fiéis”.
    Já o que ele disse sobre “ter a crença oculta em ser julgado por Deus”, apesar de ser um agnóstico (ou quase isso); isso pode ser entendido facilmente se considerarmos a reencarnação e a idade negra medieval… Aliás, muitos anti-teístas odeiam tanto a “deus”, apesar de se proclamarem ateus, que fica evidente que se trata de um “sentimento não resolvido de outras vidas” (o ódio é a outra face do amor). No entanto, não estou dizendo que isso explicaria **todos** os casos…
    Abs
    raph

  4. Nossa achei muito interessante seu post nunca tinha parado pra pensar como algumas pessoas tende a ser atingidas por essas coisas, e algo q é muito profundo.
    Analisando as igrejas evangélicas você percebe que isso ocorre normalmente, as vezes a pessoa com algum problema por uma orientação de um amigo ou parente acaba indo em um culto e tem essas reações “tocado por Jesus” normalmente a pessoa nem se da conta ou nem para pra analisar e acaba caindo no conto dos pastores.
    @Teo – Sim, eu quis compartilhar a experiência do meu amigo Rodrigo (ele também quis tá, gente? rs) não para questionar a crença ou descrença de cada um, mas para mostrar que nós temos crenças ocultas até de nós mesmos. Freud vai chamar isso de Inconsciente, Marx de Ideologia, eu gosto de chamar de pensamentos Inpensados.

  5. Por acaso o pastor do video em questão está realizando algum trabalho considerado mágico?
    @Teo – Magia, segundo Alan Moore, é a arte de manipular símbolos para causar alterações de consciência nas pessoas.
    Parece-me que ele age de forma consciente, cria alterações na psique alheia, na própria psique, usa de simbolismos para acessar os tais gatilhos emocionais citados no texto e usa a sua vontade para realizar uma visão de mundo.
    Não seriam esses os requisitos para se denominar um ato como mágico?
    @Teo – No meu entendimento de magia (que vai de encontro com o que Alan Moore diz e a linha da Magia do Caos), sim.
    É uma dúvida que me surgiu.
    Espero que possam me esclarecer.
    Abraços

    1. Entendo, Teo.
      Mas pela definição de Alan Moore, de acordo com o que você disse, também faria sentido o ato ser magia. Ou estou sendo simplista?
      @Teo – Sim, concordo com o que você está expondo.

  6. Realmente interessante o relato da experiência.
    Certa vez aconteceu algo parecido comigo, mas um tanto diferente na forma. Foi relacionada a ICAR.
    Minha família é toda católica e temos em casa uma baita duma bíblia católica gigante, cheia de ilustrações. Algumas dessas ilustrações são sobre os chamados “mistérios” e, quando moleque gostava de olhar os desenhos mas, aqueles mistérios me intrigavam.
    Numa noite analisando com mais calma tais ilustrações senti algo no coração e juntei as mãos bem ao estilo da iconografia dos santos católicos e olhei para o alto e me deu vontade de fazer catequese – sempre me rebelei quando meus pais insistiam na minha catequese, quando criança – para adultos.
    No fim das contas, fiz catequese e cheguei a ser crismado, mas a essa altura já tinha caido em “sí” e me questionado do por quê de ter tido aquela idéia automática de me catequisar com meus 15 anos nas costas.

  7. Será que o problema está na dificuldade de se sintonizar em algo e se aprofundar nela?
    A coisa mais complicada que existe é a busca por repostas fáceis e definitivas, isto não existe a não ser que se alcance um estado especifico de equilíbrio onde se clareia as ideias e a angustia não mais atrapalha com ilusões, ai poderá se enxergar a verdade por traz da matéria ilusória.
    Não procure respostas, procure se equilibrar profundamente, procure o desapego e a brandura do coração (O cândido caminho entre os 2 rios), procure amar de verdade, ai as respostas verdadeiras ebulirão de seu próprio ser.

    1. Fiquei intrigado. Este “cândido caminho entre dois rios” é uma alusão a algo dito por algum autor? Assim que li essa expressão, imaginei dois rios correndo em paralelo separados por uma faixa de terra – e refleti que, a menos que uma margem do rio esteja bem longe da outra do outro rio (ou seja que essa faixa de terra entre os rios seja larga) ou que seja um caminho feito em concreto separando dois canais também concretados, a erosão logo fará que ambos rios se encontrem, destruindo esse caminho “mesopotâmico” (no sentido literal do termo :P) e fundindo o rio em um só…

  8. Eu não sei se poderíamos chamar de “crença oculta” que acabou vindo à tona, ou de pensamentos impensados, mesmo e principalmente porque esses “pensamentos” não são seus, são externos, e atuam como vírus infectando a mente.
    Além do pastor usar de muitos efeitos especiais hollywoodianos, inclusive com efeitos sonoros que mais nos lembra épicos de luta do bem contra o mal do tipo “Senhor dos Anéis”, rsrsrs. Também acho que deve ter no vídeo uma mensagem “subliminar” incutida (que fala diretamente ao inconsciente e que não pode ser captada conscientemente) altamente sugestiva e de persuasão que causa comoção.
    Muito esperto esse pastor, hein!! 🙂
    @Teo – O conceito de mensagem subliminar está em discussão atualmente. O meu colega Rodrigo (esse mesmo da postagem) estudou faz pouco tempo sobre esse assunto e viu recentes pesquisas demonstrando que mensagens subliminares não existem. Uma mensagem para poder afetar você deve ser interpretada, e para ser interpretada antes deve ser percebida. Se ela é subliminar, foge a percepção. Isso é mais mito popular alimentado por jornalismo pseudo-científico do que “comprovado cientificamente”.

    1. Antes de mais nada, achei que meu comentário havia sido bloqueado/censurado, pois faz uma semana que postei. Não entendi porque só foi liberado agora?
      @Teo – Normalmente, durante a semana estou envolvido com outros trabalhos. Só costumo ter tempo para responder comentários no final de semana.
      Igor: O conceito de mensagem subliminar está em discussão atualmente. O meu colega Rodrigo (esse mesmo da postagem) estudou faz pouco tempo sobre esse assunto e viu recentes pesquisas demonstrando que mensagens subliminares não existem.
      Se está em discussão atualmente, me parece precipitado afirmar que mensagens subliminares “não existem”.
      @Teo – Posso afirmar que não existem porque as evidências empíricas estão contra. Mas está em discussão porque o senso comum demora para se atualizar. Agora se um dia as pesquisas apontarem para outra coisa, direi que elas existem. As teorias devem se adaptar aos fatos, não os fatos às teorias.
      E o conceito de “crença oculta” existe desde quando?
      @Teo – Com esse nome? Essa foi uma denominação do Rodrigo, não minha. Com outros nomes já está por aí faz um tempo.
      Igor: “Uma mensagem para poder afetar você deve ser interpretada, e para ser interpretada antes deve ser percebida. Se ela é subliminar, foge a percepção”
      Vou te responder com a frase do próprio autor do texto: “esta mesma crença pode estar ocultada até mesmo do próprio crente, que não faz a menor ideia de que crê no que crê, até que algo aconteça e ele tome uma atitude automática que seja concordante com a crença oculta ”
      Neste caso, o que significa crença oculta?? Havia percepção antes?? Me parece que se ela é oculta, não havia percepção.
      Ela pode ser interpretada ou afetar o indivíduo, mesmo que o sujeito não faça a menor ideia do motivo ou de onde veio? Naturalmente percebemos que não houve percepção, caso contrário, ela não seria ocultada do próprio crente.
      Se houve percepção, por qual razão desencadeou uma atitude “automática” como o choro?
      Agora, honestamente, se é crença não pode estar oculta, se está oculta não pode ser crença.
      @Teo – Você está confundindo algumas coisas. Em primeiro lugar, a denominada “crença oculta” passou por um processo de interpretação (e percepção) sim a muito tempo atrás, ela só permanece oculta agora. Em algum momento da vida de meu colega lhe foi assimilado a idéia de que ele um dia seria julgado, de que ele deveria fazer boas ações, etc. A origem eu desconheço, só ele poderia responder. Pode ser religiosa, filosófica, sei lá… O fato dele esquecer não indica que ela não foi percebida. Muitas neuroses tem origem nas primeiras experiências do indivíduo, quando ele era ainda criança. O sujeito nem lembra de forma consciente, mas naquela época ele percebeu sim, tanto que assimilou aquela idéia, levando para o resto da vida.
      A mensagem chegou de forma consciente, depois que por mecanismos internos foi jogado no inconsciente e ganhou uma “vida própria”.

      Ou seja, esse conceito ou argumento de “crença oculta” é muito mais ou no mínimo igualmente “mito popular” ou sem fundamento quanto o conceito de “mensagem subliminar” que vc diz não existir.
      @Teo – O Rodrigo só usou um termo diferente para algo já existente em outras teorias…
      Mas ok então, se ela é subliminar foge à percepção, e se ela é “crença oculta” foge à quê??
      @Teo – Foge à consciência.
      Pense assim: uma coisa é algo interno dele se manifestar, algo que ele assimilou faz muitos anos e por mecanismos internos necessários para manter o bom funcionamento do aparelho psíquico foi oculto (mas nunca deixou de atuar sobre ele). Outra coisa é algo que ele não percebeu entrar no inconsciente sem nem passar pelo consciente.

      Mas deixa pra lá, nem precisa responder, “mensagem subliminar”, “sugestão inconsciente” ; isso “non ecziste” mesmo…
      Mas que esse pastor é bem esperto, isso é!! queria ver ele causar “comoção” somente lendo o texto, sem o teatro e sem o show pirotécnico. 🙂

  9. Gostaria de compartilhar a minha experiência, pois foi algo que abalou algumas crenças minhas e me fez ficar na dúvida.
    Eu fui criado em um lar católico. Reneguei aqueles principios e me declarei Ateu (afinal, eu não acredito naquela forma de Deus).
    Então, me encontrei no budismo, porque foi uma filosofia que não encontrei (ainda) contradições. Porém, nunca deixei de estudar mitologia, psicologia e outras religiões.
    Atualmente estudo espiritismo, mas, ocasionalmente frequento uma igreja evangélica (influência da namorada).
    E tive a mesma experiência que o seu amigo, Igor. Foi um culto tipo invocação, falaram de visões e afins, porém, foi ao vivo. Pediram para se concentrar, falando que quem tivesse a “vocação” que subisse ao altar e afins. Eu até tentei me concentrar (eu sempre quis testar para ver se eu sentia algo), mas me distrai. Até, que de repente, senti um peso em meu peito, como se fosse algo “descendo” em mim. Meus braços formigavam, e eu comecei a chorar. E não consegui parar!
    Engraçado a coincidência. Porque eu sempre pedi ao “superior” (que geralmente imaginava como espiritos da luz ou algo do tipo) que me despertassem mediunidade ou algo desse tipo, é um desejo meu de ajudar as pessoas com isso e tudo mais. Pois bem. Enquanto eu estava em “transe”, vieram falar ao meu ouvido que o dom que eu sempre pedi, Deus ia me dar e tudo mais. Até agora não vi nenhum espirito, porém, acho que essa experiência foi um passo em direção a isso.
    Essa experiência mexeu comigo, porque nunca tinha sentido algo do tipo antes. Óbvio que o pessoal da igreja falaram que eu aceitei jesus e afins, e logo já quiseram me batisar, porém, eu não aceito os preceitos da igreja evangélica e prefiro estudar mais para saber o que se passou comigo. Apesar da experiência, acho que aquilo não é Jesus/Deus, e sim, algo menor (espiritualmente falando). Podendo ser a manifestação da Egregóra da igreja ou até mesmo algum espirito menor, não sei.
    Agora, logo após ler o texto. Percebi que posso ter essas crenças de “vocação”/”redenção” ocultas em mim ou algo desse tipo. Mas, sinceramente? A situação toda é tão confusa, que nem sei o que pensar.
    De qualquer forma, fica ai meu relato. 🙂

  10. Eu chorei assim num sonho hoje a noite. Eu sonhei que eu estava num corredor com um animal tipo um triceratops misturado com um leão ele não me atacava de fato mas e eu tinha muita vontade de vencê-lo para seguir o corredor. Então de repente eu recebo um bastão e esse bastão tinha umas quatros inscrições tipo ideogramas nas quais eu melembro apenas de uma só, não sei por que mas isso me fez chorar copiosamente sentindo uma energia intensa percorrendo o meu corpo um formigameno que tremia até os dentes, mas não uma coisa ruim mas muito boa vinda do coração, me fez sentir muito forte e me fez subjulgar aquele animal. Agora eu acho que tive um arrebatamento. Que você acha, Igor? Seria possivel num sonho?
    @Teo – Foi uma experiência bem simbólica. Eu precisaria entender os significados desses símbolos para você, coisa que leva um tempo em sessões clínicas.

  11. Texto muito lúcido e racional. Assim deve ser a descrição de uma experiência subjetiva de interesse coletivo.
    Até que ponto as experiências místicas não são todas dessa natureza, algo provocado por outros ou por nós mesmos a partir de princípios quase mecânicos e interpretado conforme o que desejamos acreditar? Imagino que qualquer místico experiente e honesto já se perguntou isso. O nome, nos seminários, é crise de fé.

  12. @Pseudo-Cético
    Não acho que a atitude do @Paulo G. L de usar a palavra “perversão” deva ser condenada. Não acredito na teoria dele, mas ele se cercou de cuidados no discurso dele para não ofender ninguém, e apresentar uma teoria sobre sexualidade (aparentemente) com o sentido o mais relacionado possível à procriação.
    Talvez à palavra “perversão” realmente não seja o melhor vocábulo, por ter uma carga negativa, e poder remeter à moral.
    Entretanto, talvez o vocábulo consagrado pela teoria que ele apresentou seja “perversão”, sem intenções negativas.
    Além do que, ele não fez nenhum comentáio explícito à moral.
    Depois, que perversão pode significar anomalia, que por sua vez, pode muito bem significar que algo simplesmente foge à regra geral. E só relembrando o comentário do @Teo, pois acho que foi nesse sentido que ele se manifestou, isto é, de algo fugir à regra geral: “perversões são naturais mesmo que anormais”.

  13. Reich dizia que três foram as revoluções que retiraram o homem de seu sonho dogmático. A primeira foi a instaurada por Copérmico que retirou a terra do centro do universo. A segunda teria procedido Darwin, ao demonstrar que o homem, longe de ocupar lugar central na obra divina, é descendente do simples macaco. E finalmente Freud teria produzido a terceira grande revolução contra a megalomania humana, jogando ao chão a idéia de que o homem seria senhor absoluto do seu pensamento e de sua consciência.
    Mas amor é a lei, amor sob vontade. Por isso, “coragem, coragem, se o que voce quer é aquilo que pensa e faz, coragem, coragem, eu sei que você pode mais”.

  14. Ataque astral, manipulação, técnicas de oratória, mesmerismo, sugestão, chamem como quiser o que se deu no espetáculo. Algo atingiu em cheio suas defesas psíquicas e vc aceitou a carga de energia jogada pelo pastor, magneticamente foi dado o ataque e por estar desprevenido acertou vc em cheio desestabilizando seu fluxo natural energético.
    Eles fazem isso em qualquer língua, utilizando a mesma técnica suja, falando com a mesma entonação, com os mesmos gestos de mãos, com os mesmos gritos que pegam vc de surpresa, tudo para promover a histeria e joelhos caindo ao chão em submissão…
    Um choro como o relatado foge do normal e todo desequilíbrio é perigoso. Quantos já não tiveram a alma rasgada por aceitarem a sugestão e cederem ao magnetismo deses lobos sem escrúpulo repletos de “boas intenções”?
    Orai e vigiai, meu caro… se deixares a porta aberta pode vir um ladrão e levar tua alma…

  15. Muito bem feito este vídeo, mas sinceramente, acho isso uma tremenda sacanagem. É como um comercial do Mc Donald’s anunciando um Big Mac enorme, e quando você pede um, frustrante!
    Talvez eu não tenha sentido este vídeo me tocar tanto como aconteceu com o autor do tópico porque eu estava assistindo sobre a formação de buracos negros, acho que, naquela hora, minha mente não assimilaria direito o arrebatamento…
    De qualquer forma, um bom vídeo, bem feito, realizado para pessoas emotivas, propensas ao medo e a dúvida, e principalmente, cristãs.

  16. Cara, me identifiquei muito com o começo do texto sobre o fato de não ter religião mas acreditar em Deus e se interessar por religiões.
    Mas não é por isso que tô comentando. É por causa dessa parte:
    “Talvez a busca por certezas seja a busca errada, mas isso é papo pra outra reflexão”
    Sempre pensei como vc, mas cheguei a conclusão que POUCO importa o que vc acredita (em termos de religião). A maioria das religiões converte em um ponto: fazer o que é certo, não sacanear os outros, etc. Não importa se Deus é ET ou tem barba. Ficar buscando certezas só leva a divergências e guerras, como sempre vimos acontecer no mundo.

  17. Basta assistir RR Soares, aquele tom majestoso da fala dele, hipnotizante e sempre num tom calmo que parece ir além do corpo fisico ao entrar em nossa mente para subjugar a se próprio.
    É uma técnica (ou quem sabe tática) antiga, para capturar fiéis em fraquezas emocionais ou com outras fragilidades, basta ver ao final o tom melódico que o mesmo faz para vender sua TV PAGA (concorrente da Embratel e Sky entre outras) dentro do programa no qual paga o custeio de 4 milhões de reais para mantê-lo no ar naquele horário nobre.
    Muitas vezes as armadilhas aparecem camufladas onde se menos esperam, principalmente em alguém que supostamente prega algo sábio e vindo de Cristo.
    Minha formação foi toda católica, até terminar meu crisma e me dedicar ao estudo de ciências ocultas até hoje + 10 anos. Via a fragilidade no rosto daquelas pessoas, e o conforto que procuravam em quem falava algum salmo.
    Muitas pessoas são vazias, leêm a Biblia ou qualquer outro livro e meramente sabem o que falam ou que crêem e saem nas ruas tentando passar o que aprenderam como meros papagaios, cita-se de passagem testemunhas de Jeová. Chegam em horários de certa fragilidade da pessoa, ou pela manhã bem cedo ou na hora do almoço, horário em que a mente está suscetivel a absorver com mais facilidade o que lhes é passado.
    Toda religião é digna desde que quem as mantenha saibam o que façam, maioria não sabem a diferença entre A e B ou C e D, apenas aprendem e copiam até o tom de voz com que lhes foi passado, sem nunca questionar, sem tirar dúvidas, apenas engolem e regogitam isso inumeras vezes, sem ao menos saber o conteúdo, basta fazer-lhes perguntas simples que mereçam um pouco de atenção, por que isto é assim ? qual sua visão sobre isto ? maioria não saberia responder.

  18. já vi pessoas sendo arrebatas par o céu e inferno, a diferença é retornarem sem nenhuma reação esperada, tensas, assustadas, abnegadas em fazer algo, mudar situações…tudo é a mente(psique…ou patologia) necessidade de aparecer???

  19. Namastê!
    Você simplesmente percebeu que Somos Todos Um….
    Independente da religião que professamos… Bebamos humildemente na fonte milenar de outras culturas a Sabedoria Infinita inerente aos princípios filosóficos de elevada transcendência que fundamentaram os pensamentos, as palavras, atitudes e ações de grandes almas que passaram pelo planeta e deixaram suas preciosas contribuições aos que buscam a conexão com a Vontade Divina.
    ( Luz De El Cantare – Uma alma irmã de caminhada evolutiva )

  20. Mds, creio que possa me dar uma luz. E que luz!
    Estou há anos como um semi-vivo; Não sei por onde anda minha consciência, não consigo sequer raciocinar algo simples! Não estou louco! Mas nem sei reconhecer o mundo como real; nada parece real. Vivo num inferno! Preciso da minha vida de volta!
    Psiquiatra não ajudou a mover um grão de areia…

  21. Gostei muito do texto e o final me surpreendeu bastante, pensei que seria concluído de forma muito diferente. Obrigado por compartilhar a sua experiencia.

  22. Rodrigo (ou Igor Teo?), achei o tema realmente interessante, e você me despertou uma dúvida: existe algum tipo de teste psicológico para que a gente possa descobrir essas nossas crenças ocultas? Se não existir, você seria capaz de elaborar um teste assim?

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