Ares e Afrodite

Ares, deus da guerra, foi concebido por Hera sem a semente masculina. Alegrava-se com a luta e junto com seus dois filhos, Deimos – o espanto e Phobos – o terror, estavam sempre em batalhas. Ares era oposto a Atena, a divindade guerreira representada pela estratégia e coragem refletida, enquanto Ares amava o calor da batalha e exultava em derrotar o inimigo. Ares sempre foi repelido pelos deuses pois estava sempre associado aos conflitos e guerras sangrentas, usando sua força bruta e sem refinamento.

Afrodite era casada com Hefesto, irmão de Ares, um deus ferreiro, doente e deformado. Porém, impressionada pelo vigor do jovem guerreiro, correspondia aos encantos de Ares. Hefesto descobriu o adultério e planejou uma terrível vingança. Em segredo forjou uma rede muito fina, quase invisível, porém muito forte que não podia ser destruída, e pendurou-a sobre o leito.

Quando Ares e Afrodite adormeceram, Hefesto soltou a rede sobre ambos e chamou todos os deuses para testemunhar o adultério. A paixão de Ares jamais foi suplantada pela vergonha. Tempos depois nasceu Harmonia, estabelecendo uma ligação equilibrada entre o amor e a paixão.

Ares é a imagem dos instintos guiados pela vontade do consciente. Ares, nascido sem o pai, representa a competição do ser humano, sem o arquétipo do pai, para lhe oferecer um código de ética ou uma visão adequada da situação. Porém, sua vontade e coragem são imensuráveis necessária à personalidade humana, pois apenas a visão espiritual não garante a sobrevivência num mundo competitivo.

Após o conflito como resultado de suas escolhas, aprende-se que com a utilização dos ímpetos irrefletidos deverá assumir as consequências de seus atos. Na mitologia, Ares sempre estava envolvido num conflito ou numa disputa. Apesar das humilhações e da derrota, ele conseguiu a serenidade, através da harmonia, conduzida com criatividade e firmeza.

Ares simboliza a luta necessária e, embora haja o comprometimento espiritual, os impulsos existem. Podem ser suprimidos a nivel inconsciente, mas surgirão mais tarde na forma de problemas ou então projetados nos outros que descarregarão sua agressividade sobre nós. Quando conseguimos enfrentar o desafio de Ares, podemos conter e direcionar essa força para nos desenvolvermos com maturidade.

Por Lúcia de Belo Horizonte.

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