Amor de Deus

É muito comum aos que começam a estudar os mistérios da vida se deparar com um dilema: Se devemos buscar a perfeição, por que Deus nos criou imperfeitos? Só pra sacanear? Uma resposta propagada pela Igreja é que existimos para que possamos admirar a Deus. Afinal, deve ser muito chato ficar na eternidade sem ter ninguém pra bajulá-lo. Ora, isso é coisa de humanos! Deus É AMOR. Foi por amor que fomos criados, não sei exatamente por quem nem sei quando, mas sentir que Deus é isso é uma conseqüência natural ao usarmos nossa partícula Divina, que nada mais é que a nossa capacidade de amar.

Muitos a usam erroneamente, confundindo amor com ciúmes, e outros buscam alguém que seja igual (a famosa cara-metade, ou alma gêmea). Isso são reflexos do próprio eu, que não admite a diversidade, a diferença. É o Narcisismo, que é a paixão pelo próprio reflexo.

Poderia comparar o amor a alguém que planta uma mudinha de árvore. Ele cuida dela nos primeiros anos com carinho, rega, dá sustentação aos primeiros galhos, mas sabe que provavelmente não vai estar vivo para vê-la dar frutos. E não se importa. Ele sonha com ela grande, independente e frondosa; ele quer o melhor pra ela.

Assim é o amor de Deus, que nos fez “imperfeitos” para que possamos escolher o caminho que julguemos ser o melhor para nós. Afinal, de que adianta produzir “Deuses em série”, infinitamente inteligentes e conseqüentemente iguais? (sim, pois não existiria nem divergência de opinião!)

É assim que procuro propagar o amor que Deus me deu. Cultivar não o que eu ache certo, mas alimentar a pessoa amada de informações para que ela, com seu discernimento, possa julgar o que seja certo. É, além disso, alimentar a dúvida a cada momento para que a pessoa amada tire suas próprias conclusões, ande com as próprias pernas, goste de suas próprias músicas… É como o plantador, que põe um gravetinho do lado da raiz da árvore, ainda fina, para que ela possa se sustentar na vertical. E com que alegria que ele o retira!

Ainda assim, esta é uma arte que precisa ser muito aperfeiçoada, pois certas plantas são muito, muito delicadas, e requerem um acompanhamento maior…

Compartilhar:

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn

Respostas de 13

  1. Quem já leu o Kybalion já entendeu que os Deuses, Deusas (que são todos os mesmos, mudando apenas o paradigma cultural pela especificação geográfica) são também seres mortais parte do TODO. E que, como parte do universo, tem início, meio e fim. Não poderia ser diferente para os Humanos, pois Deus não pega a bola com a mão. Você nasce, cresce, se reproduz e morre – isto serve também aos Deuses. Ele nos criou por amor ao dever de manutenção do fenômeno da Vida no Universo – e se hoje Deus é perfeito, foi depois de muito se aperfeiçoar também por seus próprios méritos.
    Ele trilhou o mesmo caminho que nós trilhamos.
    Pois filho de peixe…

  2. Quem é deus a final? O mais poderoso dos seres, o ser pai e criador e origem de tudo e dele mesmo que com tamanho poder toma o capricho de criar um mundo extremamente complexo e com pessoas com dificuldades de entendimento tão grande que vivem sofrendo?

    Quem é Deus afinal? Uma criação paternalista do homem pra tentar preencher as suas próprias carências?

    Quem é deus a final? Todo um conjunto de regras universais que foge do conhecimento humano e por tanto ele denomina tudo que não compreende de mistico e sagrado?

    Quem é deus? Um programa onde joga nossas almas em um estado coletivo chamado Matéria para aprendermos coisas e nos aprimorar para um destino que ainda não temos condição de entender?

    Todas as formas de deus são interpretações do homem de um universo que ele tateia mas não domina, uns enxergam a realidade material, outros tentam teorizar sobre o passado d mundo físico, há aqueles que preferem teorizar sobre a as divindades, outros possuem a capacidade de enxergar se comunicar além da matéria. Mas no final, todos estamos sós em nossa existência ainda que coletiva, uns apontam que é melhor não perder tempo discutindo sobre isto, uns entendem que isto quer dizer que nada existe, outros que o importante é se desenvolver enquanto indivíduo, a questão é, até onde estamos dispostos a buscar a resposta? Até onde nos satisfazemos? Até onde trabalhamos? tem gente que se contenta em seguir alguém cegamente, tem gente que acha que ninguém é capaz de orientar, tem gente que não se importa e quer viver pelo prazer, tem gente que não tem prazer algum na vida e procura desesperadamente uma saída. Mas no final, cada um é responsável por si, cada um é resultado de sua própria escolha.

    Se deus é amor, ele já fez tudo perfeito, se é tudo perfeito eu sou perfeito, se não vejo isto, então não entendo este mundo, eu não entendo, a responsabilidade é minha de entender, de buscar.

    Só eu posso me libertar.

  3. “Assim é o amor de Deus, que nos fez “imperfeitos” para que possamos escolher o caminho que julguemos ser o melhor para nós. Afinal, de que adianta produzir “Deuses em série””
    Agora fica a pergunta: por que nos criar?

    1. Acho que Espinoza traz em sua filosofia uma “definição” muito boa disso. Existimos porque Deus existe, somos parte da natureza, assim como Deus é a própria natureza. Somos partícula finita, imperfeita, de um TODO perfeito, que é Deus.

      Como Deus é infinito, nada pode existir fora dele. Portanto fazemos parte de sua natureza. Somos modos da substância divina, limitados por extensão e tempo.

      “Tudo o que existe, existe em Deus, e sem Deus, nada pode existir nem ser concebido” – Espinosa, Ética I, prop. 15

  4. Segundo venho estudando nos fomos criados pela desobediencia de um dos aspectos de Deus(mais especificamente Binah na árvore da vida) que era dotado de Poder e Querer Próprio, essa desobediencia causou um desequilibrio no processo de criação, fazendo assim, seres imperfeitos, centelhas de consciencia em mantos de obscuridade, isso também é oq é passado pelo mito de Sophia.

    Na verdade a ”prova” de Amor de Deus não está na nossa criação mas sim no resgate que vem acontecendo nesse mundo, nosso resgate dos planos inferiores rumo aos superiores por meio da Luz do alto e do trabalho dos Grandes Mestres.
    Estamos aqui pra entender o Amor, que é a força da União, em contraforça as forças de separação e fragmentação.

    Agora querer saber o proposito da criação é um pouco demais né… mas podemos especular, partindo do pressuposto de que o universo é a manifestação do que antes era imanifesto, atualmente entendo que o universo em si não tem proposito nenhum, e tem todos os propositos ao mesmo tempo, um paradoxo, Deus imanifestado se manifestou, Deus quis ver a face de Deus, portanto, pra isso acontecer, no decorrer do processo de criação tem que haver manifestação de todas as possibilidades possíveis, inclusive de ausencia de Luz(treva, maya, malkuth) que é nossa condição atualmente.

  5. O que è Deus?uma força invisivel ou apenas algo que foi inventado por nós seres humanos para tentar esconder o nosso medo de tudo que não compreendemos.

  6. gostei da sua explicação para nossa imperfeição. Geralmente não se chega a tal explicação pois temos a ideia de que o “perfeito” tem um formato único, que todos os “perfeitos” são iguais e não há diversidade na perfeição. A sua teoria, pelo contrário, presume uma multidão de perfeições possíveis. Faz muito sentido para mim, que abomino modelos que devem ser seguidos rigorosamente para alcançar a re-ligação. Parabéns pelo texto e grato por me fazer refletir sobre a diversidade da perfeição. Isso será absorvido na minha visão de mundo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Social Media

Mais popular

Receba as últimas atualizações

Assine nosso boletim informativo semanal

Sem spam, notificações apenas sobre novos produtos, atualizações.

Categorias

Projeto Mayhem

Postagens relacionadas

Mapa Astral de Pablo Picasso

Pablo Picasso (Málaga, 25 de outubro de 1881 — Mougins, 8 de abril de 1973), foi um pintor, escultor e desenhista espanhol, tendo também desenvolvido

Mapa Astral de Timothy Leary

Timothy Francis Leary, Ph.D. (22 de outubro de 1920 – 31 de maio de 1996), Professor de Harvard, psicólogo, neurocientista, escritor, futurista, libertário, ícone maior

Mapa Astral de Oscar Wilde

Eu não gosto muito de postar vários mapas seguidos, porque o blog não é sobre Astrologia, mas agora em Outubro/Novembro teremos aniversário de vários ocultistas