Texto Publicado originalmente no blog “Astrologia Tradicional”, do Yuzuru Izawa. É importante salientar que a Astrologia Medieval é muito mais limitada e mística do que a Astrologia Hermética. Existiam conceitos como “o Grande Maléfico”, “Grande Benéfico” e outras que hoje em dia estão descartadas mas que podem ser compreendidas do por que as pessoas pensavam daquela maneira. Por exemplo, a casa 6 como a casa dos “escravos” não faz o menor sentido hoje em dia. Mas pode ser simbolicamente atrelada ao conceito de Workaholic dos virginianos… o estudo dos símbolos nunca pode ser feito desatrelado do tempo-espaço de onde foi originado.
A palavra Zodíaco, que pode se traduzir como “Roda da Vida” (também como Roda animal), é a seqüência das doze constelações que se encontram de um e de outro lado da eclíptica, ou seja, do plano curvo imaginário no qual o Sol percorre num ano a totalidade da esfera celeste.
Em seus percursos os astros desenham formas diretamente ligadas à sorte da Terra e de seus habitantes, os homens, membros ativos do sistema. Estas condições nos marcam e nos servem para conhecer nossos limites, determinados primeiramente pelo lugar e pelo tempo de nosso nascimento e, a partir de tais limites, poderemos optar pelo ilimitado como fundamento de toda ordem verdadeira.
Desde o começo dos tempos, os astros escrevem no céu uma dança contrapontística e harmônica de formas e ritmos computáveis para o ser humano que, sumido no caos de um movimento sempre passageiro, toma essas pautas como mais fixas e estáveis no decorrer constante de noites e dias que tende a se confundir num amorfo sem significado. Estas pautas condicionam sua vida, tal qual a cultura em que nascemos, sujeita ao devir histórico e à determinação geográfica, também não alheios à sutil influência de planetas e estrelas. Trata-se de conhecer não só o mapa do céu como introdução ao entendimento da Cosmogonia, senão também de considerar a importância que estes têm em nossa vida individual e em relação à integração dela no macrocosmo, sem cair em jogos meramente egóticos ou simplistas senão, pelo contrário, com o objetivo de encontrar nos planetas e no zodíaco pontos de referência para conciliar as energias anímicas de nossa personalidade, equilibrando-as de modo tal que o estudo da Astrologia seja um auxiliar precioso do Processo de Conhecimento, fundamentado na experiência que os astros e seus movimentos produzem no ser individual e sua existência, e que podem ser manejadas de acordo às pautas benéficas e maléficas que sua própria energia-força dual manifesta no conjunto cósmico.
Essa cola serve para quem não sabe de memória a ordem dos signos, ou o nome dos planetas, ou onde mesmo achava “aqueles tais dos termos”, etc. Por enquanto teremos poucos itens, e vamos crescendo:
– planetas
– signos
– casas astrológicas
– Tipos de aspectos
1 – Planetas (na ordem caldeica – mais lentos até os mais velozes)
– Saturno – grande maléfico – ordem, restrição, ossos, problemas, reis, mendigos, velhos, melancolia – seu ciclo demora 29 anos
– Júpiter – grande benéfico – advogados, justiça, benevolência, chuvas, filhos, fama e fortuna, sorte, alegria, filosofia e sabedoria – 12 anos
– Marte – pequeno maléfico – soldados, brigas, violência, coragem, homens jovens, irmaos, viagens – 2 anos e meio
– Sol – o rei, o coração, o poder, as autoridades, a coragem, a força, o olho direito, a força vital, o pai, o marido – 1 ano
– Vênus – sexo e casamento, diversao, bebidas e alegria, vestidos, coisas bonitas, a esposa, a amante – 1 ano – nunca se separa muito do sol
– Mercúrio – mensageiros, a escrita, a fala, escravos, nem homem nem mulher, nem bem nem mal, a inteligência, o cérebro, todos que trabalham com palavras e números – 1 ano, sempre muito próximo do sol
– Lua – a emoção, a esposa, a mãe, o corpo físico, a fertilidade, a mente, os leva-e-traz, a prata, os objetos perdidos, os fugitivos, etc, 1 mês.
2 – Zodíaco (elemento do signo, regentes, parte do corpo, e caracteristicas importantes)
– Áries – fogo, cardinal, representa a cabeça, signo “quadrúpede”, é regido por marte.
– Touro – terra, fixo, pescoço, quadrúpede, é regido por vênus
– Gêmeos – ar, signo mutável ou “comum”, mercúrio, ombros e braços, signo humano, de “grande voz”, é regido por mercúrio.
– Câncer – água, cardinal, lua, peito, signo fértil e silencioso, é regida pela Lua.
– Leão – fogo, fixo, sol, coração e costas, signo estéril e bestial, é regido pelo Sol.
– Virgem – terra, mutável, mercúrio, abdômen, signo humano e estéril, de grande voz, é regido por mercúrio.
– Libra – ar, cardinal, vênus, as cadeiras e bunda, signo humano de grande voz, é regido por Vênus.
– Escorpião – água (e não fogo, como muitos pensam), fixo, rege o pênis/vagina e o ânus, um signo escuro, fértil, silencioso. regente é marte (e não plutão),
– Sagitário – fogo, mutável, regente é júpiter, rege as pernas, a primeira parte do signo é considerada humana, a segunda é bestial, é regido por Júpiter.
– Capricórnio – terra, cardinal, regente é saturno, joelhos, de natureza bestial. É regido por Saturno.
– Aquário – ar, fixo, rege a panturrilha e batata da perna, medianamente comunicativo, poucos filhos, signo humano, regente é saturno (e não urano).
– Peixes– água, mutável, rege os pés, signo fértil e silencioso, regente é júpiter (e não netuno).
3 – Casas Astrológicas
– Casa 1 – Ascendente – o corpo físico
– Casa 2 – o dinheiro, as coisas que ajudam a casa 1, como por exemplo um assistente pessoal ou um advogado (em horária)
– Casa 3 – irmãos, viagen, a religiosidade prática das pessoas
– Casa 4 – o pai (e não a mãe), a família (considerada em geral), a casa, a terra, o país natal, os bens imóveis, objetos perdidos, tesouros enterrados, etc.
– Casa 5 – filhos, diversão, o sexo (e não a casa 8 como muitos aprenderam), propriedades do pai, embaixadores.
– Casa 6 – doença (e não saúde), defeitos do corpo, trabalho penoso (e não carreira), escravos, pequenos animais, inimigos (na astrologia grega).
– Casa 7 – inimigos (para os árabes e medievais), esposo(a), amor, casamento, parcerias, combates, processos legais.
– Casa 8 – Morte (e não o sexo), assassinato e outras causas para a morte, heranças, pobreza, dinheiro da esposa, gastos.
– Casa 9 – Espiritualidade (e não a casa 12) , Viagens, religiao, seriedade, conhecimento, filosofia, confianca, visoes, sonhos e profecias
– Casa 10 – o rei, o governador, autoridade, nobres, sucesso, fama, carreira, comércio, profissao, a mãe.
– Casa 11 – felicidade, amigos, rezas, coisas que ganhamos do nada ou repentinamente, coisas que nos ajudam, amor, longevidade, dinheiro do trabalho.
– Casa 12 – inimigos secretos, miséria, ansiedade, prisoes, asilos, dividas, auto-destruicao, doencas, principalmente as mentais e as crônicas, que causam longa hospitalizacao, escravidao, animais grandes, exilio, depressao (ou seja, nada a ver com espiritualidade), bruxaria (no sentido de magia negra).
4 – Tipos de Aspectos – os aspectos são relações angulares entre os planetas. Um planeta “aspecta” outro quando estão em signos que podem “enxergar-se”, pois o conceito tem a ver com a sua transmissão de luz. Os aspectos modernos (semi-sextil, sesquiquadratura) devem ser ignorados. Existem cinco tipos de aspectos, às vezes chamados de ptolomeicos:
– Conjunção (0 grau) – não é tecnicamente um aspecto, mas tá valendo. Você encontrará o dois planetas no mesmo signo, em graus próximos, por exemplo, o sol em 5 de leão e saturno em 7 de Leão estão em conjunção. Significa a fusão de duas naturezas planetárias.
– Oposição (180 graus) as duas naturezas se combatem como inimigas. A oposição de um planeta em áries estará no signo oposto, Libra. A oposição de touro está em escorpião, etc.
– Quadratura (90 graus) – relação tensa entre dois planetas. Por exemplo, um planeta em áries estará em quadratura por signo com qualquer planeta em câncer, libra ou capricórnio.
– Trígono (120 graus) – relação “fácil” que se dá entre signos de mesmo elemento. Por exemplo câncer, escorpião e peixes formam trígonos entre sí, porque são signos de água.
– Sextil (60 graus) – relação também fácil, mas bem mais fraca que o trígono, muitas vezes nem se nota
Respostas de 15
Aee Professor Marcelo,
grande texto, muito boa explicação, até adicionou a algumas anotações que fiz do curso.
Uma pergunta, uma vez escutei que o saturno na casa 6 era a energia mais nefasta, mais sombria. Você pode comentar isso ?
@MDD – Esquisoterice. Nao existe combinação “nefasta”…
MDD,
Existe alguma tolerância para os graus dos aspectos? Ou tem que ser 180º, 90º ou 120º corretos? Imagino que tenha mas não acho que seja algo como 1 ou 2 graus.
@MDD – Dependendo do sistema, até 7 graus. Eu considero 0-1 forte, 2-3 media e 3-5 graus Aspecto fraco.
Nos programas que geram de forma automática o mapa astral vejo dois planetas que não existem (quirion) e (lilith). Gostaria de saber que merda é essa? (desculpe as palavras, mas não existe estes planetas)
Se for considerar estes planetas, como fica questão da relação com a cabalá?
E os rituais como ficam as consagrações com estes planetas?
@MDD – Esquisoterices. Estes sites providenciam as posições de asteroides e invencionices para os astrólogos se esbaldarem. Basta ignorar, a maioria dos sites tem essa opção, de escolher os planetas que querem ver no gráfico.
Certa vez conversei com uma Entidade Solar e perguntei a ela se os asteroides tinham alguma correlação com a Árvore, para resolver esta dúvida. Ele me respondeu que eu deveria verificar os Caminhos da árvore em relação à trajetória do cometa/asteroide, ou seja, um asteroide que estivesse entre Marte e Jupiter, a energia correspondente dele estaria no Caminho que liga Geburah e Chesed (Teth), e assim por diante, até mesmo em Caminhos que não são mapeados pela estrutura judaica… ainda não estudei isso a fundo, então não tenho uma conclusão a respeito disso.
Agora eu vi vantagem rsrs
por favor me explique. Pq os tres ultimos planetas não contam como regentes? Qual a função deles no mapa?
Esse texto é seu, MDD? Tem conceitos da astrologia tradicional que eu pensei que você discordasse como “grande maléfico, grande benéfico”.
@MDD – Não, é do Uzuru. A Astrologia Medieval usa os principios, eu nao costumo ficar controlando o TdC pra postar só coisas que eu concordo, acho que esse é um dos maiores diferenciais do Blog, de não dar “certezas” mas sim “pontos de vista” 🙂
DD, porque tanta diferença entre as definições das casas astrológicas de agora e as publicadas em 2009, em outro post? De onde vieram estas informações novas? Segue abaixo a lista antiga para comparação:
Casa 1: A casa do Eu, do Self, Projeçao pessoal e aparência.
Casa 2: valores, auto-estima, finanças, bens e segurança.
Casa 3: Viagens, redes locais, comunicação e expressão, irmãos.
Casa 4: fundação, família, mãe, ambiente doméstico.
Casa 5: auto-expressão, ego, criatividade, exposição, marketing pessoal, diversão.
Casa 6: Trabalho e saúde.
Casa 7: parcerias, casamento, relacionamento com outras pessoas.
Casa 8: recursos dos outros, o mundo desconhecido, magia.
Casa 9: filosofia de vida, estudos academicos.
Casa 10: ambições, disciplina, autoridade, carreira.
Casa 11: Afinidades sociais, grupos, amizades, ONGs.
Casa 12: preocupação com o social, altruísmo, o transcendente.
@MDD – Este post trata de Astrologia Medieval/tradicional, enquanto a astrologia Hermetica procura estudar o arquetipo que estava por trás da escolha de textos da Astrologia medieval. Entenda que naquele período as pessoas precisavam associar estas energias ao que tinham por perto… então ‘trabalho e saúde” da energia que chamamos “virginiana” poderia ser associada a “servos e escravos”, por exemplo. Daí as diversas associações dependendo do tempo e do espaço em que voce estudar a Astrologia de uma civilização.
existe alguma pista no mapa que indique um grande mestre, um iluminado?
@MDD – NAO, de maneira nenhuma.
Oi Ir:.
Tenho urano na oitava casa, e a impressão que eu tenho é que irei morrer de maneira brusca, de repente (conforme seu texto);
Outra leituras associam a oitava casa ao ocultismo e sexo.
De fato, tendemos acreditar/aceitar nas coisas que nos agradam….mas a pergunta é: planetas em casas são como destino ? Como por exemplo, este meu (urano em escorpião na oitava casa) indicaria uma morte rápida e repentina.
T:.F:.A:.
Diego
Del Debbio,
Você tem conhecimento de algum astrólogo que já conseguiu obter êxito em um teste duplo-cego? Você mesmo já se submeteu a algum teste desse tipo?
@MDD – O que seria um teste “duplo-cego” em astrologia? interpretar um mapa aleatório e depois comparar o que o astrólogo disse com o que a pessoa realizou? Nada garante que a pessoa cujo mapa está sendo analisado realizou sua Verdadeira Vontade… aliás, nada garante que ela não tenha usado estas habilidades do mapa nas oitavas mais baixas possíveis… um exemplo foi feito em um dos testes do James randi no qual entregavam um mapa X para vários astrólogos e eles diziam, observando o mapa, que a pessoa era inteligente, tinha facilidade para lidar com crianças, tinha habilidades de cuidar e tomar conta e etc, e que deveria ser um pediatra ou médico… mas na real, era o mapa astral de um assassino serial pedófilo. Os ateus fizeram um enorme mimimi mas os Astrologos acertaram a descrição do Mapa. A pessoa dona do mapa apenas usou todas as HABILDADES previstas no mapa para abusar de crianças ao invés de desenvolver as oitavas altas daquelas possibilidades. Daí a dificuldade em ficar fazendo testes de “adivinhação” do que uma pessoa fez com seu Mapa.
Eu gosto de observar pessoar realmente importantes em áreas distintas humanas, o “top 1%” daquela área e avaliar os mapas para ver o que a teoria da Astrologia diz que aquela pessoa deveria ter realizado. Nesses casos, é possível ter uma margem excelente de acertos, como já demonstrei nos mais de 120 mapas que postei no tdC ao longo destes 7 anos.
MDD, sei que é uma pergunta meio sem haver com o assunto do texto, mas gostaria de saber se o nosso nome tem tanta energia em nossa vida quanto os planetas, signos e casas
É, essa divergência que tem entre a casa 12 e a casa 9 e a espiritualidade me complicam na hora de entender meu mapa astral. Marcelo, de onde vem o fundamento das casas? Vc poderia me dar uma luz?
@MDD – A Casa 9 é uma casa de filosofia mais “racional” e academica, enquanto a casa 12 lida mais com caridade e devoção.
Tenho urano na oitava casa, e a impressão que eu tenho é que irei morrer de maneira brusca, de repente (conforme seu texto);
Outra leituras associam a oitava casa ao ocultismo e sexo.
De fato, tendemos acreditar/aceitar nas coisas que nos agradam….mas a pergunta é: planetas em casas são como destino ? Como por exemplo, este meu (urano em escorpião na oitava casa) indicaria uma morte rápida e repentina.
Marcelo,como surgiu a astrologia?Como o descobriram o significado de cada planeta,o que ele representava no macro e microcosmos e o arquétipo correspondente na árvore da vida?Quero dizer,como uma cara há mais de mil anos atrás soube classificar a energia de Marte por exemplo e o denominou com o deus que representa a energia?O que é que tem nessas bolas de metal ‘voadoras’ de tão especial?É estranho tentar imaginar como isso deve ter acontecido,não pode ter sido do nada,um humano por mais inteligente que fosse não conseguiria elaborar essa explicação pra sincronicidade entre os planetas e as energias,o tal do computador celeste.Como ocorreu essa interpretação?Isso pra mim é mais difícil de entender pros planetas Urano,Netuno e Plutão.
Outra coisa.Porque final da casa 11 é interpretada como casa 12?(onde fiz meu mapa dizia isso) Tenho Saturno em Áries-Peixes final da casa 11 e lá dizia isso.Pode me dar um help?Abraço.
Alguém tem boas indicações sobre livros de astrologia? ^^
Estive estudando astrologia tradicional pelo Curso de Astrologia Básico (March e McEvers) e tentando interpretar meu mapa, mas tenho algumas dúvidas. Numa conjunção a força dos planetas em aspecto é potencializada e as energias deles se fundem, certo? Tenho dúvida se devo considerar essa mistura na energia dos 2 planetas, quando um terceiro planeta faz aspecto com um dos planeta em conjunção, mas não com o outro. Por exemplo, Saturno conj Plutão 3°E Venus sextil plutao 3°, mas Saturno não aspecta venus. Devido a conjunção, Saturno influencia Venus sextil Plutão ou não?
Minha outra dúvida é com relação a padrões de aspectos, grande trigonos e “kites” em especial. Como interpretar/sintetiza-los? Eu tenho um grande trígono em fogo (lua-aries, netuno-sagi, venus-leo-MC) e uma “kite” (plutao-saturno-libra, fazendo oposição com a lua e sextil com netuno/venus). Os livros e sites não explicam muito bem como interpretar padrões de aspectos.
Minha ultima dúvida é com relação a astrologia hermética, se ela considera aspectos e padrões de aspectos, e se ela pode me ajudar a interpreta-los?