A vontade em Thelema: A vontade finita e infinita

Faça o que tu queres há de ser o Todo da Lei

O objetivo central de Thelema é a descoberta e a realização da Verdadeira Vontade. Pode-se dizer que há dois aspectos da vontade que devem ser descobertos, a vontade finita e a vontade infinita, sendo ambas necessárias. Aleister Crowley escreve em “De Lege Libellum”:
“A maior prisão de todas é a ignorância. Como poderá um homem ser livre para agir se ele não conhece o seu próprio propósito? Vós deveis, portanto, antes de tudo, descobrir qual estrela sois dentre todas as estrelas, vossa relação com as outras estrelas à vossa volta, e a vossa relação e identidade com o Todo. Em nossos Santos Livros são fornecidos diversos meios para realizar esta descoberta, e cada um deverá fazê-lo por si, alcançando a convicção absoluta através da experiência direta, e não meramente raciocinando e calculando o que é provável. E a cada um virá o conhecimento da sua vontade finita, pela qual um é poeta, outro é um profeta, um trabalha na siderurgia, outro com jade. Mas também, para cada um, que haja o conhecimento da sua Vontade infinita, seu destino de realizar a Grande Obra, a realização do seu Verdadeiro Ser”.

A vontade infinita está, portanto, ligada à Grande Obra, indo além do Nephesh (corpo) e do Ruach (mente) para alcançar o Ser Secreto no Triângulo Supernal (Neshamah-Chiah-Yechidah). Ela está inteiramente removida da nossa posição terrena, nossas inclinações e nossas percepções e a percepção desta Verdade está aberta a todos.É o objetivo do Yoga – a dissolução completa no Infinito, no Amado – e é também o fim de toda Magia verdadeira, sendo direcionada para o Conhecimento e a Conversação do Santo Anjo Guardião.

Enquanto a vontade infinita nos une com essa identidade, que é essencial e uma expressão diversa de cada estrela, a vontade finita nos define como uma estrela em particular em relação com outras estrelas em toda a extensão do Espaço. Crowley escreve em “Liber ThIShARB”, que é um livro dedicado à prática da memória mágica: “Este livro não se destina à condução à realização suprema. Ao contrário, seus resultados definem o [que é o] ser separado do Adepto Isento do resto do Universo e descobrem sua relação com esse Universo”. A vontade finita, portanto, se refere ao karma do indivíduo particular – seu ponto específico no espaço e no tempo – onde cada pessoa tem sua própria vontade diferenciada e única para seguir. Este é o aspecto de si onde se descobre ser poeta, profeta, trabalhador siderúrgico ou qualquer outra coisa.

Para encontrar nossa Vontade completamente devemos então tanto executar a Grande Obra de conhecermos a nossos Verdadeiros Eus para além de toda a manifestação, quanto compreender como nossa estrela particular se manifesta. Para nos tornarmos verdadeiramente Um, devemos nos tornar ambos Nenhum e Dois.

Link original: https://iao131.com/2010/05/10/finite-and-infinite-will/
Tradução: Mago implacável
Revisão M. Patalógica

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Respostas de 2

  1. Olá MDD, vou deixar aqui uma dúvida sobre a questão da associação que fiz nas visões thelemitas dos deuses egípcios sobre as manifestações do criador em relação aos Orixás da Umbanda.
    Seria correto afirmar:
    RA=Zambi como divindade máxima ou Oxalá como o deus solar
    Nuit=Iemanjá, virgem, mãe, o grande mar
    Hadit= Oxalá, cristo interno, eu sou

    Eu estou lendo o livro da lei para o povo suplicante e tentando associar o entendimento da minha interpretação leiga ao que entendo dentro da Umbanda, sei que os Orixás tem diversas manifestações em si e mesmo na arvore da vida eles podem estar associados a várias esferas.
    Aguardo uma luz,
    Um abraço!

    1. Fcheic
      Nuit e hadit são em união a representação do universo e ao mesmo tempo de você mesmo, já que você e o universo são a mesma coisa.
      Nuit é o infinito sem forma, e hadit é o ponto no centro desse infinito, no qual ele é refletido, que dá o sentido a ele. Você como consciencia é hadit, e nuit é o seu reflexo, porém não exatamente você.
      Eu sei que pareci paradoxal e confuso, mas as palavras são imperfeitas para explicar muita coisa, e o que dizer da natureza da existencia, não é?
      Abraços

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